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  • ECONOMIA – EUA Anunciam Tarifas de 50% para Produtos Brasileiros, Entidades Empresariais Pedem Diálogo e Diplomacia Ante Retaliações Comerciais.

    Na quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, uma decisão que provocou reações imediatas por parte das entidades empresariais no Brasil. Em uma análise abrangente, as associações representativas do setor produtivo pedem uma abordagem diplomática em vez de uma guerra comercial ideológica.

    O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) afirmou que essa decisão reflete um “embate” entre os presidentes da duas nações, destacando a falta de justificativas concretas para a medida. O Ciesp ressaltou que a narrativa de Trump sobre um superávit negativo nas trocas comerciais com o Brasil não se sustenta, já que, nos últimos dez anos, os EUA registraram um superávit significativo ao negociar bens com o Brasil, totalizando mais de US$ 91 bilhões.

    A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) também condenou a decisão, enfatizando que razões não econômicas estão por trás da quebra das normas comerciais e internacionais. Para a Fiesp, é crucial priorizar um processo de negociação que respeite a soberania nacional e promova soluções pacíficas e baseadas em dados. O entendimento é de que a volta ao diálogo é imprescindível, especialmente considerando que as relações entre Brasil e Estados Unidos historicamente possibilitaram benefícios mútuos nas áreas econômica e industrial.

    Em apoio a essa visão, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) frisou a importância da diplomacia para resolver conflitos. O histórico de parcerias entre os dois países deve ser preservado, segundo a Firjan, que também destacou a relevância dos investimentos norte-americanos no estado fluminense.

    Por sua vez, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) pediu uma abordagem responsável e tranquila nas relações comerciais, alertando que medidas de retaliação podem ter consequências prejudiciais para a sociedade e a economia brasileira. A necessidade de diálogo e a busca por soluções negociadas foram enfatizadas.

    Além disso, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) reforçou a urgência de canais diplomáticos para restaurar a confiança nas relações bilaterais. A desconfiança criada por medidas unilaterais pode comprometer não apenas as relações comerciais, mas também a cooperação cultural e social entre as nações.

    A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (AmCham) alertou que as tarifas poderiam ter um impacto severo na produção e no emprego, clamando por um diálogo construtivo entre os governos. Esse apelo é ecoado por diversas outras entidades do setor produtivo, como a FecomércioSP, que caracterizou a decisão como inadmissível e prejudicial ao comércio internacional. A FecomércioSP enfatizou a importância de construir consensos e manter pontes comerciais para promover um ambiente propício à prosperidade mútua.

    Finalmente, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) levantou preocupações sobre a falta de iniciativa da diplomacia brasileira em antecipar negociações. Acreditando que um confronto não é a solução, a Faesp pediu uma repercussão positiva das articulações entre os governos e setores produtivos para evitar consequências negativas para a economia nacional.

  • INTERNACIONAL –

    Trump Impõe Tarifa de 50% a Produtos Brasileiros, Lula Responde com Lei de Reciprocidade Econômica

    A recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para o país está causando alvoroço na mídia internacional. O anúncio foi feito em uma carta divulgada nas redes sociais, endereçada ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, e a tarifa entrará em vigor a partir de 1º de agosto.

    No documento, Trump justifica sua medida citando o ex-presidente Jair Bolsonaro, que atualmente enfrenta acusações no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. O próprio Trump menciona também ações judiciais contra apoiadores de Bolsonaro que residem em solo americano, como parte de uma narrativa mais ampla que busca justificar a tarifa.

    Em uma resposta firme, Lula utilizou suas plataformas sociais para reforçar que o Brasil reagirá à imposição tarifária de maneira proporcional, invocando a Lei de Reciprocidade Econômica. O presidente brasileiro destacou que a alegação de Trump sobre um suposto déficit na balança comercial entre os dois países é infundada e clamou pela defesa da soberania nacional e dos interesses do povo brasileiro.

    “Qualquer medida que represente uma elevação unilateral de tarifas será considerada sob a égide da legislação brasileira de reciprocidade econômica. A soberania e o respeito aos interesses do nosso povo são fundamentais na nossa interação global”, afirmou Lula.

    A repercussão do caso foi rápida e abrangente nos principais jornais do mundo. O The New York Times descreveu o episódio como uma “guerra comercial repentina”, enquanto o The Washington Post caracterizou a ação como uma “escalada forte” na disputa diplomática entre as duas nações. Já o britânico The Guardian expressou preocupações sobre como essas táticas comerciais erráticas poderiam impactar a inflação nos Estados Unidos.

    Na América Latina, o argentino Clarín ressaltou o “aumento drástico” das tarifas e as crescentes tensões, ligando-as ao apoio da Casa Branca a Bolsonaro. O alemão Deutsche Welle também refletiu sobre a retaliação brasileira e a desmentida de Lula em relação aos motivos apresentados por Trump. O francês Le Monde destacou o uso dessas tarifas por Trump como uma tentativa de sustentar Bolsonaro em meio a suas dificuldades legais.

    Por fim, o espanhol El País indicou que Trump superou limites em suas ameaças comerciais, não apenas ao Brasil, mas a outros países, com a intenção de forçar negociações até a data limite definida. Com a situação ainda em evolução, o cenário entre Brasil e Estados Unidos continua tenso e cheio de incertezas.