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  • CAMARA DOS DEPUTADOS – Câmara dos Deputados discute criação de Política Nacional para Minerais Críticos e Estratégicos em seminário sobre transição energética e desenvolvimento sustentável.

    Em um movimento significativo para impulsionar a indústria mineral no Brasil, a Câmara dos Deputados está analisando a criação da Política Nacional de Minerais Críticos e Estratégicos. Esta proposta, que integra o Projeto de Lei 2780/24, busca promover a pesquisa, a extração e a transformação de minerais de maneira sustentável, com foco em recursos essenciais para a transição energética global.

    Nesta quarta-feira, dia 9 de julho, ocorrerá um seminário promovido pela Comissão Especial sobre Transição Energética e Produção de Hidrogênio Verde, em conjunto com a Comissão de Desenvolvimento Econômico. O evento, marcado para as 15 horas no plenário 8, contará com debates sobre a relevância crescente desses minerais, incluindo o lítio, amplamente utilizado na fabricação de baterias, e o potássio, um componente vital na produção de fertilizantes.

    O deputado Arnaldo Jardim, presidente da comissão responsável pelo evento, ressalta a importância estratégica desses recursos em um momento em que o mundo está experimentando uma transição energética. Ele afirma que uma análise das políticas energéticas atuais sugere que a demanda por minerais voltados para tecnologias de energias renováveis pode dobrar nas próximas décadas. No entanto, para cumprir as metas estabelecidas no Acordo de Paris, seria necessário quadruplicar essa demanda até 2040, e uma meta mais ambiciosa de atingir emissões líquidas zero até 2050 exigiria um aumento ainda mais significativo na necessidade de insumos minerais.

    Jardim argumenta que a implementação de uma política nacional específica para minerais críticos e estratégicos é fundamental não só para fortalecer as cadeias industriais do Brasil, mas também para desenvolver rotas tecnológicas que possam garantir um futuro sustentável na transição energética. O seminário representa uma oportunidade vital para discutir os desafios e as oportunidades que esses minerais apresentam, além de explorar como o Brasil pode liderar nessa área e se posicionar de forma competitiva no mercado global.

    Com a crescente relevância dos minerais críticos no contexto internacional, a criação dessa política poderá se revelar decisiva para o desenvolvimento econômico e ambiental do país, alinhando-se às demandas globais por um futuro mais sustentável e menos dependente de combustíveis fósseis.

  • Reino Unido Intensifica Parcerias com Brasil e Chile em Busca de Recursos Estratégicos e Nova Relevância Geopolítica Após o Brexit

    Nos últimos anos, o Reino Unido tem se movimentado para fortalecer seus laços com nações da América do Sul, especialmente Brasil e Chile. Esse movimento estratégico é impulsionado pela necessidade de redefinir sua política externa após o Brexit e a ascendência de Donald Trump nos Estados Unidos, o que, segundo analistas, isolou a nação britânica no cenário global.

    Especialistas em relações internacionais, como Marcos Figueiredo, observam que o Reino Unido está buscando um papel mais relevante e integrado na economia global. A nova parceria com Brasil e Chile é vista como uma tentativa de conectar o Atlântico Sul ao Indo-Pacífico, consolidando um novo eixo estratégico para a Grã-Bretanha. Esse esforço de aproximação não é apenas comercial, mas também se estende a setores de defesa e segurança, incluindo cooperação naval e segurança cibernética.

    A escolha do Brasil e do Chile, conforme mencionado por Figueiredo, deve-se à importância econômica da região e suas ricas reservas naturais, como petróleo e minerais estratégicos. Além disso, os dois países possuem costas que oferecem acesso significativo ao Oceano Pacífico e ao Atlântico, possibilitando um fluxo comercial robusto. Essa geografia torna os países alvos ideais para um aprofundamento nas relações bilaterais.

    Entretanto, a aproximação do Reino Unido não se limita a interesses comerciais. Figueiredo salienta que o Brasil, em particular, é um ator importante em termos de produção bélica, sendo a Embraer uma das maiores fabricantes de armamentos da América Latina. Essa relação é vista como crucial não apenas para o fortalecimento da indústria de defesa britânica, mas também para a construção de uma frente naval mais robusta, capaz de se projetar em um cenário geopolítico onde a China tem se mostrado cada vez mais assertiva.

    Apesar de sua crescente presença, o Reino Unido não pretende confrontar diretamente a influência chinesa na região, uma tarefa que, segundo analistas, cabe mais aos Estados Unidos. A postura britânica parece ser mais defensiva, focada em garantir sua sobrevivência e relevância no novo equilíbrio global que se forma. Assim, a nova aliança com Brasil e Chile emerge não apenas como uma simbiose de interesses, mas também como uma resposta às complexas dinâmicas geopolíticas que caracterizam o século XXI.

    Adriano Cerqueira, outro especialista da área, complementa que a história compartilhada entre os países e o potencial para parcerias sustentáveis tornam esse enlace ainda mais promissor. Com o crescimento das demandas por recursos como lítio e nióbio, a exploração de minerais na região se torna um pilar essencial para essa nova fase de cooperação. A expertise britânica em tecnologia e defesa, aliada à riqueza natural do Brasil e do Chile, pode sintetizar uma aliança estratégica que beneficia todas as partes envolvidas.