Tag: políticas agrícolas.

  • França Condiciona Apoio a Acordo Mercosul-UE a Salvaguardas Agrícolas para Proteger Setores Locais e Evitar Conflitos Comerciais

    França Condiciona Apoio a Acordo Mercosul-UE a Salvaguardas Agrícolas

    Em meio a um cenário de intensa negociação, a França sinaliza que seu apoio ao acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE) está condicionado à implementação de salvaguardas agrícolas. Este pacto, que se arrasta por mais de duas décadas de debates e diálogos, promete unir os mercados de quatro países sul-americanos—Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai—com a UE, abrangendo uma imensa base de 700 milhões de consumidores.

    A proposta apresentada por Bruxelas visa incluir garantias que protejam os agricultores franceses de uma possível concorrência desleal. Autoridades em Paris expressam preocupações sobre como o influxo de produtos agrícolas da América do Sul poderia afetar negativamente a agricultura local, especialmente nas áreas de carne bovina e açúcar. As medidas sugeridas incluem a criação de um “protocolo político” que estabeleceria mecanismos de “disjuntores”, permitindo que o governo francês atuasse caso as importações excedessem limites estabelecidos.

    Essa movimentação tem como objetivo crucial evitar que a França se torne a principal resistência ao acordo, especialmente considerando que sua rejeição poderia inviabilizar todo o pacto, que requer a aprovação unânime dos 27 membros da UE. O respaldo francês é essencial, pois uma coalizão de apenas quatro países da UE, representando 35% da população, pode bloquear o avanço do acordo.

    Não apenas a França, mas outros países da União também estão preocupados com os impactos potenciais do tratado em suas economias agrícolas. Na Polônia e na Áustria, por exemplo, as autoridades já manifestaram exposição a impactos negativos caso não sejam garantidos mecanismos semelhantes.

    Por sua vez, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, defensor entusiástico do pacto, continua a buscar diálogo com o presidente francês Emmanuel Macron, com a esperança de que a França reavalie sua posição. Entretanto, até o momento, a Comissão Europeia não emitiu qualquer comentário oficial sobre os desdobramentos das negociações.

    Se as salvaguardas forem implementadas, pode ocorrer uma reabertura das discussões sobre o acordo, um resultado que poderia prejudicar o equilíbrio buscado por ambas as partes. O futuro das relações comerciais entre a UE e o Mercosul depende não apenas da capacidade de diálogo, mas também das necessidades e prioridades de cada região envolvida.

  • ECONOMIA – Setor Agropecuário Emite Alerta: Taxação dos EUA Pode Gerar Perdas Milionárias e Crise no Comércio Brasileiro a Partir de Agosto

    Na última terça-feira, 15 de agosto, representantes do setor agropecuário brasileiro se reuniram em Brasília com membros do governo federal, incluindo os ministros Geraldo Alckmin, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, e Carlos Fávaro, da Agricultura e Pecuária. O foco do encontro foi a recente decisão dos Estados Unidos de impor uma taxa de 50% sobre produtos brasileiros, uma medida que ameaça a competitividade e viabilidade das exportações de diversas commodities nacionais.

    Durante a reunião, os produtores expressaram seu apoio e confiança nas ações do governo para reverter a medida punitiva, porém alertaram sobre as graves consequências que a imposição dessa taxa poderá causar. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Roberto Perosa, a nova taxa tornaria a exportação de carne bovina para o mercado norte-americano praticamente inviável, resultando em prejuízos significativos para a indústria. Ele destacou que muitos frigoríficos já suspenderam a produção, embora cerca de 30 mil toneladas de carne estejam atualmente em trânsito para os Estados Unidos.

    Perosa sugeriu que o governo busque a prorrogação do início da taxação, ressaltando que a maioria dos contratos já está em andamento. Ele defendeu que não é justo implementar um novo imposto em um setor que já enfrenta uma carga tributária de cerca de 36%. O clima de apreensão não se limita à carne; o presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Guilherme Coelho, evidenciou a preocupação entre os produtores de manga, que já planejaram sua safra e contrataram 2,5 mil contêineres para atender à demanda do mercado americano.

    Coelho enfatizou a necessidade de excluir os alimentos do pacote de taxas, alertando que alternativas logísticas não são viáveis. Ele insistiu que a colheita não pode ser descartada ou realocada para outros mercados, dado o potencial colapso na demanda interna e o consequente desemprego em massa.

    Os produtores de laranja, por sua vez, também levantaram preocupações relevantes, já que 40% das suas exportações têm como destino os Estados Unidos. O presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), Ibiapaba Netto, ressaltou que 70% do suco de laranja consumido nos EUA é brasileiro. Ele mostrou-se esperançoso de que haja tempo para negociações e que o governo consiga um resultado favorável.

    Por fim, o setor de café, representado por Márcio Ferreira, presidente do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé), destacou a importância do café brasileiro para o mercado americano, com 33% do consumo total nos EUA oriundo do Brasil. Ferreira elogiou os esforços do governo em abrir mercados e manifestou confiança em que uma solução benéfica para todos será alcançada.

    O encontro, portanto, refletiu a seriedade da situação em que se encontram os setores afetados e a necessidade urgente de ações decisivas por parte do governo para mitigar os riscos associados a essa nova taxação.

  • ECONOMIA – Ministério Anuncia R$ 1 Bilhão para Microcrédito Rural, Focando no Desenvolvimento de Regiões Norte e Centro-Oeste e Redução das Desigualdades Sociais.

    Em uma coletiva realizada na quarta-feira, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional anunciou um investimento de R$ 1 bilhão voltado para operações de microcrédito rural nas regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil. Deste montante, até R$ 500 milhões serão alocados para o Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) e outra quantia semelhante será destinada ao Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO). O ministro Waldez Góes, responsável pela pasta, destacou que a medida visa fomentar o desenvolvimento econômico local, principalmente em áreas com maior vulnerabilidade social.

    Góes enfatizou que o retorno dos programas federais de microcrédito tem apresentado resultados positivos. Segundo o ministro, no ano passado, todos os recursos disponíveis para a região amazônica foram utilizados. Ele expressou confiança no sucesso do plano, especialmente no que tange ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) na vertente de microcrédito. O enfoque principal é mitigar desigualdades sociais, promover o desenvolvimento inclusivo e criar oportunidades de renda.

    Para operacionalizar essa iniciativa, será publicado um edital que regulamentará o credenciamento de instituições financeiras encarregadas da concessão de créditos a agricultores familiares. O anúncio foi reforçado pelo ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, que ressaltou a importância da medida no contexto de uma administração pública que busca justiça tributária e igualdade de oportunidades.

    Teixeira lembrou que o presidente Lula, durante sua campanha, enfatizou a necessidade de incluir os menos favorecidos nos orçamentos públicos. Ele citou que o financiamento de microcrédito é um vetor essencial para essa inclusão social. As condições do Pronaf B preveem juros de 0,5% ao ano, com carência de 12 meses, e limites de crédito que variam conforme o perfil do solicitante.

    Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e Pecuária, também comentou sobre o impacto do microcrédito, ressaltando seu potencial de crescimento, especialmente para pequenos produtores. Ele teceu críticas à taxa básica de juros, a Selic, que atualmente se encontra em 15% ao ano, considerando-a desproporcional em um cenário de inflação controlada e crescimento econômico.

    Fávaro concluiu que iniciativas como o microcrédito são cruciais para impulsionar a economia brasileira e exemplificou isso citando a supersafra do país, que ultrapassou 1 bilhão e 100 milhões de toneladas. Com este conjunto de medidas, o governo colombiano busca não apenas fornecer suporte financeiro, mas também fortalecer o setor agrícola, central à segurança alimentar e à economia nacional.

  • Plano Safra 2025/26 Libera R$ 594,4 Bilhões em Financiamentos com Alta Gradual, Enfrentando Desafios de Juros e Perda de Orçamento

    Plano Safra 2025/26: R$ 594,4 bilhões em financiamentos para o agronegócio

    A partir desta terça-feira, 1º de agosto, o Brasil dá início ao Plano Safra 2025/26, que promete impulsionar o agronegócio com um total de R$ 594,4 bilhões em financiamentos. Este valor representa um aumento de 1,7% em relação ao ano anterior, quando a oferta de crédito chegou a R$ 584,5 bilhões. Com este pacote financeiro, o governo federal se compromete a atender tanto pequenos quanto grandes produtores rurais, diversificando as opções de crédito disponíveis para ambos os segmentos.

    Do total de recursos, R$ 516,2 bilhões serão destinados à agricultura empresarial. Entre esses montantes, estarão incluídas as Cédulas de Produto Rural (CPRs), um instrumento importante para facilitar a comercialização antecipada dos produtos agrícolas. O restante, R$ 78,2 bilhões, será voltado para o fortalecimento da agricultura familiar, um pilar fundamental da produção nacional e da segurança alimentar.

    A taxa de juros é um fator crucial no acesso ao crédito rural. Para a agricultura familiar, os juros variam entre 0,5% e 8% ao ano, o que pode ser considerado acessível para muitos pequenos produtores. Já para a agricultura empresarial, os juros oscilam entre 8,5% e 14% ao ano, refletindo o risco e a rentabilidade percebidos pelo governo nas diferentes linhas de financiamento disponíveis.

    Entretanto, a elaboração do atual Plano Safra não foi isenta de percalços. O contexto econômico desafiador, marcado pelo aumento da taxa Selic, que subiu de 10,5% para 15% em apenas um ano, trouxe dificuldades para o governo na construção de um pacote que equilibrasse a necessidade de financiamento com as limitações orçamentárias. Essa escalada nos juros eleva o custo de equalização das taxas de juros, gerando pressão sobre o orçamento destinado à subvenção.

    A expectativa é que, com esse novo modelo de financiamento, o governo consiga não apenas estabilizar a produção agrícola, mas também fomentar a inovação e a sustentabilidade no campo, garantindo um futuro mais promissor para o setor. Com o lançamento do Plano Safra 2025/26, o país reafirma seu compromisso com o desenvolvimento econômico e a segurança alimentar, elementos cruciais para um Brasil mais próspero.