Tag: Política internacional

  • POLÍTICA – Lula aponta reforma da ONU como urgente para evitar instabilidade global e criticou intervenção militar e gasto em armas durante cúpula do Brics no Rio de Janeiro.

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou, durante a abertura da cúpula do Brics, no Rio de Janeiro, que a morosidade na reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) contribui para aumentar a instabilidade e o perigo no cenário mundial. Lula foi o primeiro a discursar na sessão sobre Paz e Segurança, onde expressou sua preocupação com as crises globais, ressaltando que esta é a presidência do Brics em um contexto internacional mais desfavorável.

    Ele enfatizou que, atualmente, o multilateralismo enfrenta um colapso sem precedentes, afirmando que o Brics deve ser considerado como herdeiro do Movimento Não-Alinhado, que historicamente resiste às imposições ocidentais, comandadas pelos Estados Unidos. A falta de autonomia e o ataque ao multilateralismo geram ameaças a conquistas em áreas vitais como comércio, meio ambiente e saúde global.

    Além da crítica à inércia do Conselho de Segurança, o presidente argumentou que as decisões deste órgão se tornaram desprovidas de credibilidade e estão, muitas vezes, à margem de conflitos já em curso. Ele citou a necessidade de reforma para incluir mais países com assento permanente, uma demanda que o Brasil tem levado adiante há anos. Lula apontou que, em muitos casos, o Conselho não é sequer consultado antes de ações militares serem tomadas, o que não apenas enfraquece sua autoridade, mas também compromete sua relevância.

    O presidente abordou, ainda, o aumento dos gastos militares, que, segundo ele, priorizam a corrida armamentista em detrimento de investimentos em desenvolvimento e assistência humanitária. Ele denunciou as intervenções de potências no Oriente Médio e no norte da África, o que, a seu ver, reforça a necessidade de um diplomacia mais eficaz e respeito ao direito internacional. Em relação às tensões no Irã, Lula reafirmou a posição de não respaldo a ofensivas militares, enquanto condenou tanto o terrorismo do Hamas quanto as ações de Israel em Gaza.

    Por fim, Lula convocou o Brics a desempenhar um papel ativo na reestruturação da governança global, afirmando que é urgente tornar o Conselho de Segurança mais legítimo e inclusivo. Ele defende que isso não apenas representa uma questão de equidade, mas é crucial para a sobrevivência da ONU em uma era cada vez mais multipolar. Para o presidente, adiar essa reforma só serve para perpetuar a instabilidade e o risco global.

  • INTERNACIONAL – Putin Em Apresentação Virtual Enaltece Brics e Desafia Domínio Unipolar dos EUA em Importante Reunião no Rio de Janeiro

    Na 17ª Reunião de Cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, enviou uma mensagem em vídeo destacando a relevância crescente do bloco de países emergentes no cenário global. Para Putin, o Brics se tornou uma organização crucial, com vasto potencial político, econômico e tecnológico. Ele ressaltou que a autoridade do grupo está em ascensão e que sua influência no âmbito internacional é cada vez mais significativa.

    O presidente russo também fez críticas ao que chamou de “mundo unipolar”, dominado pelos Estados Unidos, sugere que este modelo está se tornando obsoleto. Segundo ele, um mundo multipolar mais justo está se configurando, com a centralidade econômica se deslocando para mercados em desenvolvimento, apoiando o crescimento no interior do Brics. Este crescimento parece refletir uma mudança na dinâmica global, em que a cooperação entre os países do bloco se torna mais vital.

    Nos últimos dois anos, o Brics ampliou sua composição, passando de cinco para 11 membros permanentes, e incluindo dez novos parceiros. Putin agradeceu ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva pelo “trabalho ativo” na presidência do grupo e pela implementação de iniciativas discutidas anteriormente. O líder russo enfatizou a importância da cooperação entre os membros, citando a inclusão de países relevantes de diferentes regiões, como Eurásia, África, Oriente Médio e América Latina, afirmando que possuem um potencial humano e econômico considerável.

    No entanto, a ausência de Putin no evento tem um contexto mais sério: um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional, relacionado a crimes de guerra na Ucrânia, levanta preocupações sobre sua segurança ao viajar ao Brasil.

    Durante a cúpula, Putin defendeu a necessidade de avançar na desdolarização do comércio entre os países do Brics, sugerindo o uso crescente de moedas locais nas transações financeiras. Ele argumentou que isso tornará as transações mais eficientes e seguras. A proposta de um sistema independente de liquidação e depósito foi um ponto central em sua fala, reforçando a intenção de reduzir a dependência do dólar.

    Analistas veem o Brics como uma tentativa de equilibrar o poder global em face das potências ocidentais, especialmente à luz da crescente influência da Rússia. Especialistas em Relações Internacionais alertam que, embora o bloco tenha a capacidade de influenciar a economia global, as instituições políticas internacionais, como o FMI e a ONU, ainda são dominadas por poucos países, refletindo uma desigualdade que persiste.

    Atualmente, o Brics é composto por 11 países membros permanentes e diversos parceiros, abrangendo 39% da economia mundial e 48,5% da população global. O bloco emerge como uma força crescente em um mundo em transformação, buscando reequilibrar a arquitetura de poder internacional.

  • INTERNACIONAL – Movimentos Sociais da Venezuela Buscam Inclusão no Brics Durante Reunião do Conselho Popular no Rio de Janeiro

    Hoje, os movimentos sociais da Venezuela apresentaram um pedido formal para integrar o Brics, além de pleitear participação no Conselho Popular do bloco. A solicitação foi entregue em uma carta durante a primeira reunião presencial da organização, realizada no Rio de Janeiro.

    A entrada da Venezuela no Brics havia sido negada em 2024, em uma cúpula na Rússia, o que provocou tensões nas relações entre Brasília e Caracas. Na ocasião, o Brasil justificou o veto alegando questões como falta de transparência nas eleições presidenciais venezuelanas. Em contrapartida, Rússia e China manifestaram apoio à Venezuela, sinalizando que a adesão do país ao bloco poderia ser uma questão de tempo.

    A deputada Blanca Eekhout, que também preside o Instituto Simón Bolívar de Amizade com os Povos, foi a responsável pela entrega da solicitação. Em suas declarações, ela enfatizou que a carta representa os anseios dos movimentos sociais venezuelanos, incluindo grupos de mulheres, conselhos comunitários e comunidades indígenas. “O Brics representa um mundo novo, multipolar e pluricêntrico, que a Venezuela apoiou desde o início”, afirmou Eekhout.

    Cesar Carias, representante do Movimento Indígena Unido de Venezuela (MIUVEN), reforçou o pedido, solicitando a remoção do veto que impede a participação da Venezuela. “Os povos indígenas e movimentos sociais da Venezuela querem ser incluídos no Brics. Esta é a nossa solicitação a este conselho”, declarou.

    Além das questões de inclusão, o documento final do Conselho Popular, a ser apresentado na cúpula do bloco, deve advogar a ampliação da presença de membros plenos do Brics na América Latina. Atualmente, o Brasil é o único membro pleno, enquanto Cuba e Bolívia figuram como parceiros e a Argentina – convidada em 2024 – rejeitou a adesão sob a nova presidência de Javier Milei.

    João Pedro Stédile, representante do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), expressou surpresa com o veto do Brasil à Venezuela, defendendo que a inclusão de mais países no Brics beneficiaria a força do bloco na luta contra o imperialismo e a hegemonia dos Estados Unidos. Ele argumentou que a expansão deve englobar não apenas a Venezuela, mas também outras nações da América Latina, África e Ásia para fortalecer a voz do Sul Global.

    A proposta fundamental do Brics é a construção de um sistema alternativo que não dependa do dólar como moeda de referência nas transações internacionais. O Conselho Popular foi instituído na Declaração de Kazan em 2024 para engajar a sociedade civil nas discussões estratégicas, e sua formação no Brasil envolveu várias organizações sociais, sindicatos, ONGs e especialistas em busca de uma maior participação popular nas decisões do bloco.

  • INTERNACIONAL –

    Cúpula do Brics no Rio Enfrenta Desafios Geopolíticos em Meio à Tensão Global e Expansão do Bloco

    A relação entre Israel e Estados Unidos (EUA) e a tensão com o Irã, um dos novos membros permanentes do Brics, representa um desafio significativo para o bloco que busca se fortalecer institucionalmente na Cúpula do Rio de Janeiro, marcada para os dias 6 e 7 de outubro. Nos últimos dois anos, o Brics cresceu de cinco para 11 integrantes permanentes e agora conta com dez novos membros parceiros. A presidência do Brasil enfrenta a difícil tarefa de gerenciar essa expansão, com o objetivo de transformar o mecanismo de cooperação multilateral e modificar a atual configuração do poder global.

    O clima de incerteza já era presente antes do conflito com o Irã, exacerbado pela guerra comercial iniciada pelo ex-presidente Donald Trump e as medidas contra países que tentam substituir o dólar em transações comerciais. Essa discussão já estava em pauta na Cúpula de Kazan, na Rússia, em 2024, à medida que as nações buscam alternativas à moeda americana, especialmente em um cenário de cerco econômico e financeiro contra a Rússia, engajada na guerra na Ucrânia.

    Dentre os temas em destaque estão Inteligência Artificial, mudanças climáticas, questões relacionadas ao Irã e à Palestina, e debates sobre saúde global e segurança. Especialistas em Brics apontam que a agenda ambiciosa proposta pela Rússia em 2022 foi moderada no Brasil, com o intuito de não provocar ainda mais a principal potência do Ocidente. A professora Ana Garcia, especialista em relações internacionais, observa que essa redução de ambição é uma estratégia para evitar tensões desnecessárias.

    A ideia de criar uma bolsa de grãos para estabilizar os preços internacionais e a ênfase na desdolarização são pautas importantes. Contudo, a cautela é evidente entre os países do Brics, que buscam um equilíbrio em um cenário global tenso. Na prática, eles evitam uma postura que possa antagonizar os EUA diretamente.

    A criação de um sistema de pagamento utilizando moedas locais, que poderia reduzir a dependência do dólar, é um dos pontos mais controversos da agenda do Brics. Essa proposta enfrenta resistência, especialmente dos EUA, que veem a perda do poder do dólar como uma ameaça. Contudo, para muitos dos países membros, essa transição gradual é necessária, mesmo que repleta de desafios.

    Além disso, a Cúpula poderá apresentar avanços em relação à institucionalização do bloco. Há a necessidade urgente de definir regras e procedimentos claros para a tomada de decisões, já que atualmente esse processo é informal e depende de consenso. A formalização deste diálogo entre os membros pode dar ao Brics uma sustentação mais robusta frente a pressões externas.

    A situação geopolítica, marcada por uma crescente polarização, exige que os membros do Brics naveguem com cautela. Enquanto a Rússia e o Irã mantêm uma postura mais assertiva, demais nações como Índia e Brasil procuram evitar proselitismos que poderiam complicar suas relações internacionais. Essa busca por uma agenda neutra, centrada no Sul Global, pode ser o caminho para um futuro mais coeso e harmonioso dentro do bloco.

    O Brics, que agora inclui 11 países – Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia – e uma lista de dez países parceiros, representa uma expressiva fatia da economia global. Com 39% do PIB mundial, 48,5% da população e 23% do comércio internacional, o Brics se posiciona como um ator relevante no cenário econômico e político mundial. Para os próximos anos, a interdependência econômica entre os membros promete crescer, refletindo a importância do agrupamento em um mundo cada vez mais multipolar.

  • Trump facilitaria vitória da Rússia sobre Ucrânia, revela artigo; EUA cancelam envio de armas e pressionam Kiev com cancelamento de assistência militar.

    A administração do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adotou uma estratégia que poderia facilitar a vitória da Rússia na guerra em curso contra a Ucrânia. De acordo com reportagens recentes, a Casa Branca pareceu priorizar a normalização das relações com Moscou, enquanto ameaçava restringir o auxílio militar a Kiev. Esta tática sugere um foco em encontrar uma solução rápida para o conflito, mas levanta sérias preocupações sobre as implicações para a soberania ucraniana.

    Um dos aspectos críticos dessa abordagem é a resistência de Trump em fornecer armamentos adicionais à Ucrânia, como os sistemas antiaéreos Patriot, apesar dos apelos insistentes do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. O líder ucraniano, em seus esforços para garantir a assistência militar necessária, chegou a assinar um acordo com os EUA envolvendo a mineração de metais raros, mas ainda assim não recebeu o suporte prometido para armamento. Alertas foram emitidos sobre a iminente suspensão da ajuda militar por parte do Pentágono, uma decisão supostamente tomada de maneira unilateral pelo chefe do departamento,Pete Hegseth. Importante mencionar que essa suspensão não é inédita; já ocorrera outras vezes, evidenciando um padrão preocupante de incerteza nas políticas de apoio a Ucrânia.

    Fontes informam que, embora certas remessas de armamento tenham chegado à Polônia, elas foram devolvidas sem serem utilizadas no combate. Tais medidas refletem não apenas uma lógica de contenção, mas também geram um ambiente de desconfiança entre Kiev e Washington.

    Enquanto isso, as consequências desse enfoque podem ser devastadoras para a Ucrânia, que enfrenta a agressão russa sem o respaldo necessário para se defender efetivamente. A situação se torna ainda mais complexa à medida que observadores ajustam suas análises sobre o papel dos Estados Unidos no cenário geopolítico atual.

    O cenário atual exige atenção e análise cuidadosa, pois as decisões tomadas agora moldarão não apenas o futuro imediato da Ucrânia, mas também as dinâmicas de poder na Europa e no mundo. A situação continua a evoluir, levantando questões cruciais sobre como os Estados Unidos equilibrarão suas relações diplomáticas e suas responsabilidades em matéria de segurança internacional.

  • Cúpula do BRICS no Rio: reforma do Conselho de Segurança e conflitos no Oriente Médio em foco de declarações conjuntas.

    A cúpula do BRICS, que ocorrerá entre os dias 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro, promete ser um evento marcante, especialmente após a recente ampliação do bloco com a entrada de novos países. As questões centrais a serem abordadas incluem a reforma do Conselho de Segurança da ONU e os conflitos que envolvem a Palestina e o Irã. Essas temáticas, de grande relevância internacional, estão sendo cuidadosamente discutidas pelas nações participantes, conforme informações obtidas de fontes próximas às negociações.

    Este será o segundo encontro do grupo desde a ampliação, que traz um novo dinamismo à relação entre os países membros, que esperam alcançar uma declaração conjunta que reflita suas preocupações e posicionamentos sobre as crises atuais. No entanto, ainda existe um desafio significativo: o consenso sobre como Israel será mencionado. Essa questão delicada revela a complexidade das relações geopolíticas presentes no bloco. Simultaneamente, o Brasil tem buscado articular os interesses dos países africanos que reivindicam um assento permanente no Conselho de Segurança, através da União Africana.

    Além da declaração principal, o encontro no Rio também contará com três declarações adicionais, focadas em áreas estratégicas como financiamento climático, parcerias na saúde para combater doenças socialmente determinadas e Inteligência Artificial. A presidência brasileira orientou-se para a criação de documentos que gerem resultados concretos, inspirando-se em iniciativas anteriores, como a Aliança Global contra a Fome, que obteve amplo reconhecimento durante a cúpula do G20.

    Embora haja planos de direcionar críticas às tarifas unilaterais impostas pelo governo norte-americano, a estratégia é evitar menções diretas, criando uma crítica mais ampla sem citar os Estados Unidos especificamente. Esse enfoque busca manter a unidade do bloco enquanto aborda questões sensíveis.

    Seis anos após o último encontro de líderes em Brasília, o Brasil reafirma seu papel como anfitrião de uma cúpula sob um cenário global repleto de desafios, incluindo as crises no Oriente Médio e a guerra na Ucrânia. A expectativa é que a cúpula sirva não apenas como um espaço de diálogo, mas também como um catalisador para ações efetivas entre os membros do BRICS.

  • INTERNACIONAL – Cúpula do Brics no Rio terá ausência de líderes da China e Rússia, que serão representados por seus ministros. Brasil e Índia confirmam presença.

    Neste final de semana, o Rio de Janeiro se prepara para sediar a Cúpula do Brics, um grupo que, desde sua formação, compõe-se de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Contudo, a reunião contará com a ausência de dois de seus membros fundadores. O presidente chinês, Xi Jinping, optou por não comparecer ao evento, delegando sua representação ao primeiro-ministro Li Qiang. Da mesma forma, o presidente russo, Vladimir Putin, também não estará presente fisicamente, mas deverá participar virtualmente. A Rússia será representada, na cúpula, pelo ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov.

    As presenças confirmadas incluem o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que são figuras-chave no contexto da aliança. A Cúpula do Brics está prevista para acontecer nos dias 6 e 7 de novembro, e é um momento significativo para a discussão de pautas que envolvem questões econômicas, políticas e de desenvolvimento.

    Atualmente, o Brics evoluiu de sua formação inicial e conta com um total de onze países-membros. Além das cinco nações fundadoras, o grupo expandiu-se para incluir Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Etiópia, Indonésia e Irã. Também há uma gama de países-parceiros que participam do bloco, como Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã. Essa diversidade reflete um desafio e uma oportunidade para que o Brics, enquanto agente de influência global, possa jogar um papel significativo no cenário internacional.

    A presidência do grupo é exercida de maneira rotativa e atualmente é ocupada pelo Brasil, com mandato que se estenderá até 31 de dezembro de 2025. Esse modelo de liderança rotativa é uma tentativa de balancear o poder entre as nações envolvidas e garantir uma voz equitativa para os membros, promovendo um diálogo construtivo e cooperativo em um mundo cada vez mais multipolar. A reunião no Rio de Janeiro será um ponto crucial para o futuro das relações entre estas nações, dando sequência ao debate sobre colaboração e integração econômica e política.

  • Moscou e ONU enfrentam obstáculos na exportação de alimentos e fertilizantes: negociações não avançam e sanções ocidentais complicam acesso aos mercados internacionais.

    Os esforços da Rússia e da Organização das Nações Unidas (ONU) para garantir a exportação de alimentos e fertilizantes russos têm enfrentado sérias dificuldades, com avanços limitados nas negociações. O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Vershinin, anunciou que uma rodada final de consultas está prevista para o dia 11 de julho em Genebra. Essa conversa se insere no contexto do memorando que tem validade até o final de julho e busca normalizar o fluxo de produtos agrícolas do país.

    Vershinin destacou que o principal obstáculo nessas negociações são as sanções unilaterais impostas por países ocidentais, que têm a intenção de restringir o acesso russo a mercados internacionais. Tais sanções dificultam a exportação de fertilizantes e alimentos, impactando diretamente a segurança alimentar global, especialmente em um momento em que a guerra na Ucrânia continua a afetar a dinâmica de oferta e demanda no setor agrícola.

    Um acordo crucial, conhecido como Iniciativa de Grãos do Mar Negro, foi assinado em julho de 2022 por representantes da Rússia, Turquia, Ucrânia e ONU. Este acordo previa a facilitação das exportações de grãos e produtos agrícolas, mas a Rússia se retirou da iniciativa em julho de 2023, citando o uso das rotas humanitárias por parte da Ucrânia para realizar ataques, além da falta de compromissos por parte de Kiev em relação à normalização do acesso aos produtos agrícolas russos.

    O memorando Rússia-ONU, que acompanhava esta iniciativa, estabelecia uma série de medidas que deveriam facilitar a reconexão do Rosselkhozbank ao sistema financeiro SWIFT, o fornecimento de equipamentos agrícolas e a reativação de oleodutos importantes. Entretanto, a Rússia se vê impossibilitada de usufruir dessas condições, perpetuando uma crise que tem implicações não só para a economia russa, mas também para a segurança alimentar em nível mundial.

    A complexidade do panorama internacional atual e a exacerbada tensão entre Rússia e países ocidentais dificultam a continuidade de qualquer diálogo que possa levar a uma solução eficaz. Assim, tanto Moscou quanto a ONU enfrentam um grande desafio na busca por um consenso que beneficie a produção agrícola não apenas da Rússia, mas também de outras nações dependentes desses recursos.

  • Presidente finlandês destaca retorno da OTAN ao objetivo original de dissuadir a Rússia em cúpula em Haia, reafirmando compromisso com defesa e segurança.

    Na recente cúpula de líderes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), realizada em Haia, houve um reafirmar claro da missão original da aliança, que é a dissuasão da Rússia. Essa afirmação foi feita pelo presidente da Finlândia, Alexander Stubb, em declarações que ecoaram a necessidade de o bloco manter uma postura firme diante da crescente tensão geopolítica.

    Durante os dias 24 e 25 de junho, os membros da OTAN se reuniram para discutir não apenas a segurança coletiva, mas também a estratégia de defesa que precisa ser adotada em face dos desafios contemporâneos. Um dos principais resultados desse encontro foi a elevação da meta de gastos com defesa para 5% do Produto Interno Bruto (PIB) dos países signatários, um aumento significativo que deve ser alcançado até o ano de 2035. Essa medida visa consolidar a capacidade defensiva da aliança, especialmente em um contexto onde os Estados Unidos, através de sua porta-voz, expressaram que esse alinhamento nas despesas “preocupa” a Rússia, uma vez que sinaliza um retorno da OTAN ao seu papel tradicional de dissuasão militar.

    Alexander Stubb destacou a ideia de que a OTAN deve se adaptar às novas realidades geopolíticas, mantendo-se vigilante e pronta para responder a quaisquer ameaças que possam surgir do Leste Europeu. A crescente militarização e as manobras da Rússia nas fronteiras têm alimentado um ambiente de desconfiança, levando a aliança a reavaliar sua postura estratégica nos últimos anos.

    Além do aumento nos gastos com defesa, os líderes da OTAN também refletiram sobre a mudança do equilíbrio de poder na Europa, enfatizando que a segurança do continente está intrinsecamente ligada à efetividade da organização. Este movimento reafirma a relevância da OTAN em um mundo cada vez mais polarizado, onde as ameaças não são apenas territoriais, mas também cibernéticas e informacionais.

    Assim, a cúpula em Haia não apenas reestabeleceu o comprometimento dos membros da OTAN com a dissuasão, mas também definiu uma nova era de preparo e cooperação mútua entre as nações, sinalizando que a aliança está disposta a enfrentar os desafios contemporâneos com responsabilidade e vigor.

  • Sputnik Brasil Celebra 10 Anos com Painel sobre BRICS e Soberania Global em Véspera da Cúpula no Rio de Janeiro

    No dia 3 de julho, a Sputnik Brasil celebra uma década de atuação com um painel que discute o papel do bloco BRICS na soberania global. O evento ocorre véspera da tão aguardada Cúpula do BRICS, que será realizada no Rio de Janeiro. Intitulado “BRICS como Promessa de Soberania Econômica, Midiática e Conceitual para o Sul Global”, o painel reunirá especialistas e analistas de renome para explorar a importância do BRICS na construção de um futuro mais autônomo e diversificado para os países do Sul Global.

    A discussão abordará como o BRICS, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, pode servir como uma plataforma para promover a soberania econômica, ajudando na defesa dos interesses dos países emergentes em um mundo cada vez mais multipolar. Temas como a soberania digital e o fortalecimento do multilateralismo também estarão em pauta, evidenciando a relevância do bloco em um cenário onde a hegemonia ocidental é frequentemente questionada.

    Entre os participantes do painel, destacam-se figuras de expressão como Aleksandr Dugin, filósofo russo conhecido por suas teorias sobre o eurasiatismo; Paulo Nogueira Batista Jr., economista brasileiro com vasta experiência em instituições internacionais; Glenn Greenwald, jornalista de renome que cofundou o site The Intercept, e Pepe Escobar, jornalista brasileiro que ganhou notoriedade pela sua análise crítica das dinâmicas geopolíticas globais.

    O evento, que será transmitido ao vivo através das redes sociais da Sputnik Brasil, promete trazer insights valiosos sobre como os países membros do BRICS podem colaborar para enfrentar os desafios contemporâneos e promover uma ordem mundial que priorize a autonomia e os interesses do Sul Global.

    Com uma década de história, a Sputnik Brasil se estabelece como um espaço de debate e reflexão sobre temas que muitas vezes são negligenciados pela grande mídia, convidando o público a participar dessa discussão essencial sobre o futuro da soberania e cooperação internacional.