Tag: Política internacional

  • Chefe da AIEA afirma que programa nuclear do Irã não pode ser extinguido por métodos militares e exige acordos rigorosos para resolução da crise

    AIEA afirma que programa nuclear do Irã não pode ser encerrado por vias militares

    Em uma declaração contundente, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, destacou que a comunidade internacional não pode finalizar o programa nuclear do Irã por meios militares. Para Grossi, a complexidade da questão exige um enfoque diplomático e um acordo abrangente que considere todas as preocupações relevantes, especialmente com a implementação de um sistema de verificação rigoroso.

    Grossi descreveu o Irã como uma nação de considerável tamanho, com uma economia robusta e capacidade industrial significativa, o que torna ineficazes quaisquer tentativas de resolver o problema nuclear por força militar. Em sua análise, ele ressaltou a necessidade de um diálogo construtivo, enfatizando que as abordagens agressivas apenas dificultam o alcance de um consenso.

    Adicionalmente, o diretor da AIEA comentou sobre a situação atual, afirmando que não existem evidências concretas que comprovem que o Irã já possua armas nucleares. Os dados disponíveis sugerem que há uma capacidade potencial para a fabricação de armas, mas isso não implica que tal capacidade foi realizada. Grossi reiterou que o órgão de vigilância nuclear tem razões para acreditar que o país não adotou as medidas necessárias para a construção de armamentos nucleares.

    A declaração de Grossi surge em um contexto de crescente tensão entre Irã, Israel e Estados Unidos. Recentemente, Israel acusou o Irã de desenvolver um programa nuclear militar clandestino e, em resposta, realizou operações militares que resultaram em uma escalada de conflitos na região. As hostilidades se intensificaram quando os EUA bombardearam instalações nucleares iranianas, levando Teerã a retaliar contra bases norte-americanas.

    O cenário atual, marcado por ameaças e contra-ameaças, reforça a necessidade urgente de um cessar-fogo e de negociações diplomáticas. Em uma declaração posterior, o presidente dos EUA, Donald Trump, mencionou um acordo temporário de cessar-fogo entre Israel e Irã, embora a incerteza persista sobre a sustentabilidade desse entendimento.

    Neste delicado panorama, a AIEA continua a ser um intermediário crucial, defendendo a importância de resolver a crise por meio do diálogo e da cooperação internacional, em vez da confrontação. O futuro do programa nuclear iraniano está, portanto, no cerne de discussões geopolíticas que exigem a atenção e o comprometimento dos principais atores envolvidos.

  • EUA e Israel: Ações contra Irã Fragilizam Regime de Não Proliferação Nuclear e Aumentam Insegurança Global

    A recente suspensão da cooperação do Irã com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), anunciada em 2 de julho, levanta preocupações significativas sobre o futuro do regime de não proliferação nuclear no mundo. A decisão foi atribuída às ações da AIEA na tensão entre o Irã, Israel e os Estados Unidos, incluindo uma resolução que sugere dúvidas sobre a natureza pacífica do programa nuclear iraniano. Esse movimento crítico ocorre em um contexto marcado por ações militares norte-americanas e israelenses, que intensificam as desconfianças acerca dos objetivos nucleares do Irã e da imparcialidade da AIEA.

    A resolução da AIEA, aprovada em 12 de junho, veio em um momento tenso, logo antes de um ataque israelense que exacerbou a crise. Autoridades iranianas sentem que a AIEA tomou partido no conflito, o que prejudica a confiança na instituição. A crítica à politização da AIEA também foi levantada por líderes internacionais, como o chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, que demandou responsabilidades pela ambiguidade dos relatórios da agência, que podem implicar injustamente o Irã no descumprimento de obrigações.

    O especialista em relações internacionais Leandro Dalalíbera Fonseca ressalta que a falta de colaboração do Irã pode estimular outros países da região, como Arábia Saudita e Turquia, a buscarem desenvolver suas próprias capacidades nucleares, o que aumentaria a insegurança global. Essa dinâmica já habitual entre potências nucleares coloca em xeque a eficácia do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), que, desde 1970, tinha como objetivo fundamental a limitação do armamento nuclear e a promoção de um mundo mais seguro.

    A ironia dessa situação é que, enquanto países como o Irã enfrentam restrições, potências como os EUA não apenas se afastam dos acordos, como demonstram ações militares que desafiam o direito internacional. A retirada dos EUA do Acordo Nuclear de 2015, durante a presidência de Donald Trump, e a continuidade de operações bélicas, são vistos como fatores que minam não apenas a credibilidade do TNP, mas também o caráter cooperativo das instituições multilaterais que buscam controlar armas nucleares.

    Além disso, a ausência de Israel do TNP e sua posse de um arsenal nuclear substancial ampliam a desconfiança em termos de padrões de segurança global, levando a percepções de hipocrisia nas posturas adotadas por países ocidentais. Esses fatores, juntos, podem culminar em uma nova corrida armamentista, despontando uma era de insegurança nuclear sem precedentes.

    Assim, enquanto a crise entre O Irã e a AIEA se desenrola, o chamado para fortalecer as instituições multilaterais sobre a não proliferação se torna cada vez mais urgente, na tentativa de garantir que a confiança nas normas internacionais seja restaurada.

  • BRICS reafirma soberania do Brasil e aliados em cúpula no Rio de Janeiro, desafiando pressões externas dos EUA e promovendo uma agenda de desenvolvimento global.

    Cúpula do BRICS: Reafirmação de Soberania e a Contextualização Global

    A 17ª Cúpula do BRICS, realizada no Rio de Janeiro, foi marcada por uma significativa participação de líderes das nações que compõem o grupo, além de convidados. Com a participação de novos membros, 126 pontos foram acordados na declaração final, evidenciando a importância do multilateralismo em tempos de crescente polarização geopolítica.

    Os dirigentes, incluindo o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o chanceler russo Sergei Lavrov, destacaram a necessidade de reformar instituições internacionais. Esse apelo não é uma novidade, visto que a questão da governança global já foi abordada em encontros anteriores, desde a primeira cúpula, em 2009. Especialistas, como o professor Gabriel Rached, ressaltam que essa busca por reformas é um dos alicerces do BRICS, reunindo países que compartilham visões comuns sobre a dinâmica internacional.

    O papel do Brasil, sob a presidência de Lula, foi central para conduzir discussões em torno de temas cruciais como saúde global, tecnologia, inteligência artificial e mudanças climáticas. A estratégia foi criar uma plataforma que favorecesse a interação entre nações do Sul Global, buscando uma abordagem mais inclusiva e sustentável. A pesquisadora Rafaela Mello Rodrigues de Sá menciona que o objetivo foi entender os interesses convergentes entre os países participantes, facilitando a construção de consensos nas várias pautas discutidas.

    Embora a cúpula tenha ocorrido na ausência dos presidentes da China e da Rússia, Xi Jinping e Vladimir Putin, analistas consideram que os objetivos inicialmente propostos foram alcançados. Rodrigues de Sá destaca que a presidência brasileira no BRICS é parte de um esforço mais amplo de reinserção do país nas discussões internacionais, pautando temas que visam o desenvolvimento inclusivo e um maior compromisso com o combate às mudanças climáticas.

    Em contraste com o espírito da cúpula, as tensões internacionais foram exacerbadas pelas declarações do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que ameaçou taxar países que se alinharem com políticas do BRICS. Lula respondeu criticamente, enfatizando que o mundo mudou, e que aspirações soberanas não devem ser ameaçadas por potências externas.

    Este ambiente acirrado sugere que o sistema internacional atual, moldado pós-Segunda Guerra Mundial, está se mostrando cada vez menos eficaz. Após a pandemia, instituições tradicionais perderam credibilidade, resultando em um cenário onde a busca por novas alianças e fórmulas de governança é não apenas bem-vinda, mas necessária. O crescente interesse de cerca de 40 países em se integrar ao BRICS ilustra essa tendência, refletindo a busca por uma ordem mundial que ofereça maior representatividade e eficácia em tempos de incerteza.

    Ao fim, a cúpula do BRICS reafirma a soberania dos países-membros, colocando em destaque a necessidade de descartar ingerências externas e propondo um caminho para um futuro mais cooperativo e justo nas relações internacionais.

  • Lula defende BRICS como novo modelo de multilateralismo e critica velhos paradigmas da ONU em discurso no Rio de Janeiro.

    Na última segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou a importância do BRICS como um novo paradigma para o multilateralismo global. Durante sua fala na cúpula do grupo, realizada no Rio de Janeiro, Lula destacou que a organização busca promover o respeito à soberania dos países membros e rejeitar qualquer forma de tutelagem. O mandatario brasileiro sublinhou que o mundo atual não pode ser comparado ao cenário de 1945, logo após a Segunda Guerra Mundial, e expressou a necessidade de transformar a Organização das Nações Unidas (ONU) para que suas ações sejam mais eficazes e relevantes.

    Lula criticou a estrutura atual do Conselho de Segurança da ONU, apontando que nações como Brasil, África do Sul, Egito e Índia ficam excluídas de decisões cruciais, o que ele caracteriza como um “shopping ideológico”. Para ele, é fundamental que se repense o modelo da ONU, a fim de encontrar uma solução que não se limite a discursos vazios, mas que realmente atenda às necessidades da comunidade internacional.

    Em um tom firme, Lula também fez referência a ideologias ultrapassadas, afirmando que somente aqueles que defendem o nazismo e o fascismo desejam retornar àquela era. Ele enfatizou que o BRICS deve se concentrar em fortalecer a democracia, a paz e o desenvolvimento colaborativo entre seus membros.

    Além disso, o presidente brasileiro reagiu a críticas do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que havia feito comentários desdenhosos sobre as políticas do BRICS e sua suposta postura “anti-americana”. Lula desaprovou a postura de Trump, afirmando que ameaças vindas de um líder de uma potência como os Estados Unidos não são responsabilidade. Para Lula, é essencial que Estados soberanos, como os que compõem o BRICS, operem com independência e respeito mútuo.

    Em relação a conflitos internacionais, Lula mencionou a questão do Irã e a solução de dois estados entre palestinos e israelenses, reforçando que, embora o Brasil defenda essa abordagem, não cabe ao Brasil exigir mudanças na posição iraniana. Por último, o presidente abordou a necessidade de alternativas ao uso do dólar nas transações internacionais. Para ele, não existe justificativa para a dominação da moeda americana nas negociações globais, e isso deve ser discutido no âmbito do BRICS.

  • INTERNACIONAL – BRICS Destaca Papel do Sul Global em Cúpula e Defende Cooperação para Enfrentar Desafios Geopolíticos e Climáticos na Declaração Final do Rio de Janeiro.

    No último domingo, a 17ª Cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro, resultou em uma Declaração Final que reforça a importância do Sul Global como um catalisador para mudanças significativas. O texto detalha uma série de desafios internacionais que incluem tensões geopolíticas, desaceleração econômica, transformações tecnológicas rápidas, protecionismo e questões migratórias. Os líderes do bloco, que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, destacaram que o Brics continuará a representar as preocupações e necessidades do Sul Global, além de buscar uma ordem internacional mais equilibrada e sustentável.

    Outra preocupação manifesta entre os países do Brics reside nos conflitos armados ao redor do mundo. A declaração expressou apreensão sobre o aumento dos gastos militares, que, segundo o documento, têm prejudicado o desenvolvimento em países em desenvolvimento. Os líderes do bloco pediram uma abordagem multilateral para questões globais, enfatizando a importância de um cessar-fogo em conflitos como o da Gaza e manifestaram condenação a ataques militares contra o Irã.

    No que diz respeito à cooperação econômica, a cúpula destacou a intenção de aprofundar os laços comerciais e financeiros entre os membros do Brics. Combinados, os países-membros apresentam uma parcela significativa da economia mundial, sendo responsáveis por quase 40% do PIB global e cerca de 49% da população.

    Os líderes também abordaram questões prementes como mudanças climáticas e inteligência artificial. A Declaração sublinha a necessidade de regulamentação global da IA, que deve oferecer segurança e acessibilidade a todos os países, especialmente aos menos desenvolvidos. Além disso, reafirmaram seu compromisso com tratados internacionais relacionados ao clima, como o Acordo de Paris, e apoiaram iniciativas inovadoras, como o Fundo Florestas Tropicais proposto pelo Brasil, que visa financiar a conservação das florestas tropicais.

    Os resultados da cúpula foram consolidados em um documento abrangente intitulado “Declaração do Rio de Janeiro”, que inclui 126 pontos divididos em cinco temas principais, como a promoção da paz e a reforma da governança global. Além da declaração principal, três outros documentos foram ratificados, mostrando a união dos países em torno de questões cruciais de governança global e desenvolvimento sustentável. A cúpula representa, portanto, um passo significativo para a consolidação de uma aliança que busca não só atender às necessidades de seus membros, mas também promover um diálogo construtivo no cenário internacional.

  • INTERNACIONAL –

    Brics Destaca Paz em Declaração Final e Apela por Soluções Diplomáticas em Conflitos Globais

    Na 17ª Cúpula do Brics, realizada no último domingo (6), a declaração final concentrou-se majoritariamente nas questões de paz e conflitos globais, abordando algumas das crises mais prementes do momento. Os líderes dos países integrantes, que incluem Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, manifestaram-se sobre a situação na Palestina, Irã, Ucrânia, Líbano, Sudão, Síria e a instabilidade no Norte da África. A discussão enfatizou a urgência de respostas político-diplomáticas para os desafios de segurança associados às guerras.

    O documento, conhecido como Declaração do Rio de Janeiro de 2025, clamou à comunidade internacional por ações preventivas que enfrentem as causas profundas dos conflitos. Em relação à Ucrânia, o texto expressou que os membros do Brics recordaram suas posições nacionais sobre o conflito e pediram uma solução negociada. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou, durante a abertura do evento, a condenação do Brasil à invasão da Ucrânia, ressaltando a importância do diálogo entre as partes para alcançar um cessar-fogo duradouro. Contudo, o grupo também condenou ataques ucranianos contra território russo, pedindo uma diminuição das hostilidades.

    Outro ponto crítico na declaração foi a preocupação com o aumento dos gastos militares em detrimento das necessidades de desenvolvimento nos países em desenvolvimento. O bloco observou que os membros da OTAN anunciaram uma elevação substancial de seus orçamentos militares, o que representa uma realidade alarmante em um momento onde mais investimento deveria ser feito em desenvolvimento humano.

    Em sua análise sobre a situação da Síria, o Brics instou Israel a retirar suas forças dos territórios ocupados e condenou os recentes ataques terroristas em várias regiões do país. O documento também chamou a atenção para a grave crise no Haiti, solicitando uma resposta que seja liderada pelos próprios haitianos, com apoio da comunidade internacional.

    A cúpula também expressou preocupação com a situação no Sudão, que enfrenta uma guerra civil devastadora e uma emergência humanitária crescente. Nesse sentido, o documento reiterou a necessidade de um cessar-fogo imediato e soluções que priorizem a liderança africana, em apoio à União Africana e outras iniciativas regionais na promoção da paz e estabilidade no continente. A declaração final do Brics reafirma, assim, o compromisso dos seus membros com a busca de soluções pacíficas e a promoção da segurança global.

  • INTERNACIONAL – Brics condena sanções comerciais unilaterais e pede respeito ao direito internacional em comunicado sem citar diretamente os EUA ou Trump.

    Na recente cúpula do Brics, os países integrantes do bloco emitiram um comunicado que reflete uma forte oposição ao uso de sanções comerciais e tarifas unilaterais como ferramentas de pressão política. Embora o texto não tenha mencionado especificamente os Estados Unidos ou a administração anterior de Donald Trump, a crítica a essas práticas é clara e enfática.

    O documento ressalta que o protecionismo comercial, quando desrespeita o direito internacional, prejudica particularmente as nações em desenvolvimento, exacerbando as desigualdades globais. Isso, por sua vez, contribui para uma expansão da exclusão digital e acarreta uma série de desafios ambientais.

    O comunicado condena explicitamente a imposição de medidas coercitivas unilaterais que ferem o direito internacional. Destaca que as sanções econômicas e as sanções secundárias não apenas impactam negativamente os direitos humanos, mas também comprometem direitos fundamentais como os referentes ao desenvolvimento, à saúde e à segurança alimentar das populações afetadas. Em um chamado à ação, o documento pede a suspensão dessas medidas e uma regulação que esteja de acordo com os critérios estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Os países do Brics enfatizam que apenas sanções autorizadas pelo Conselho de Segurança da ONU, onde Rússia e China detêm poder de veto, devem ser consideradas legítimas.

    Além disso, os membros do Brics expressaram sua preocupação com os conflitos existentes em várias partes do mundo e com a crescente polarização da ordem internacional. Eles defendem uma abordagem multilateral que valorize as distintas perspectivas e posições nacionais em questões globais vitais.

    Em relação ao multilateralismo, o bloco reafirmou a importância do engajamento conjunto no enfrentamento das mudanças climáticas e na ampliação do financiamento para países em desenvolvimento, visando investimentos em infraestrutura e transição energética. O comunicado conclui que a colaboração entre os associados do Brics é essencial para promover um futuro sustentável e transições justas em nível global.

    O Brics, um agrupamento que abrange 11 países – entre eles Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, além de outros membros e parceiros – representa uma parcela significativa da economia global. Com a realização da 17ª Reunião de Cúpula no Rio de Janeiro, onde se discutam temas críticos para a economia e a política internacional, o Brics se posiciona como um ator relevante na busca de soluções colaborativas para desafios globais.

  • Trump ameaça tarifas de 10% para países que apoiarem BRICS em meio a cúpula internacional no Brasil. Crises comerciais à vista?

    Na mais recente declaração, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, trouxe à tona uma ameaça que pode impactar a dinâmica econômica global. Ele anunciou que impondrá uma tarifa adicional de 10% a qualquer país que manifeste apoio às políticas do BRICS, um bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A declaração foi feita por meio de sua plataforma, Truth Social, e coincide com a realização de uma cúpula dos líderes do BRICS no Rio de Janeiro, onde acordos comerciais significativos estão prestes a ser firmados.

    Trump classificou as ações do BRICS como “antiamericanas” e expressou que não há espaço para exceções nessa nova política tarifária. A medida ocorre em um contexto de crescente tensão entre os Estados Unidos e os países que compõem o bloco, os quais têm promovido um modelo de cooperação que desafia a hegemonia econômica e política dos EUA no cenário internacional.

    A cúpula do BRICS, que se inicia num momento crucial, visa fortalecer laços comerciais e discutir estratégias de desenvolvimento conjunto. Com a proposta de Trump, a pressão sobre esses países pode aumentar, já que muitos deles buscam alternativas ao domínio econômico norte-americano. Ao elevar as tarifas, os EUA buscam não apenas proteger sua economia, mas também reafirmar sua influência em um momento em que novos blocos de poder estão emergindo na arena global.

    Essa estratégia tarifária, além de ser uma medida protecionista, pode levar a um ambiente de maior instabilidade nas relações comerciais internacionais. Os países afetados poderão avaliar se a dependência dos EUA em termos comerciais vale o custo adicional imposto por suas regulamentações. Observadores de economia internacional comentam que essa postura pode agravar tensões já existentes e desencadear uma série de reações que afetarão os mercados globais.

    Enquanto a situação evolui, especialistas e líderes políticos ao redor do mundo ficarão atentos ao desenrolar dos eventos, principalmente em relação às repercussões que essa ameaça pode ter não apenas sobre as relações entre os EUA e os países do BRICS, mas também sobre o comércio global como um todo.

  • INTERNACIONAL – Brics Defende Solução de Dois Estados para Conflito Israel-Palestina e Critica Ações de Israel na Cúpula do Rio de Janeiro.

    Na 17ª Cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro, o grupo reiterou seu apoio à solução de dois Estados para o conflito israelense-palestino, um tema abordado em edições anteriores do encontro. A declaração final menciona a necessidade de um Estado da Palestina soberano e independente, dentro das fronteiras reconhecidas internacionalmente de 1967. Esse ano é significativo, pois marca a ocupação da Faixa de Gaza e da Cisjordânia por Israel. A posição do Brics contrasta com a de Israel, que tem resistido a propostas desse tipo.

    Entretanto, a declaração foi recebida com divergências, especialmente pelo Irã, que, mesmo sendo membro do Brics, posicionou-se de forma distinta. O chanceler iraniano, Seyed Abbas Araghchi, caracterizou a solução de dois Estados como “irreal” e defendeu um modelo de Estado único que abrangeria muçulmanos, cristãos e judeus. Ele sugeriu que a justiça para a Palestina poderia ser alcançada por meio de um referendo envolvendo todos os habitantes da região, similar ao processo que levou ao fim do apartheid na África do Sul.

    O documento assinala a retirada completa de Israel da Faixa de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental, além de expressar a “profunda preocupação” com a intensificação dos ataques israelenses em Gaza e a obstrução da ajuda humanitária, que é criticada como uma forma de usar a fome como arma de guerra. O Brics também fez um apelo por um cessar-fogo imediato e incondicional, enfatizando a importância da liberação de reféns e o acesso irrestrito à assistência humanitária.

    A declaração surge em meio a uma grave escalada das hostilidades na região. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, chegou aos Estados Unidos para discussões sobre a situação em Gaza, enquanto líderes norte-americanos, como Donald Trump, têm sugerido soluções controversas, incluindo a migração forçada de palestinos. O Brics, por sua vez, rejeitou categoricamente tais propostas.

    Enquanto o conflito persiste, o cenário na Cisjordânia também é alarmante, com relatos de deslocamentos forçados que já afetaram cerca de 40 mil palestinos, representando uma das operações militares mais virulentas da última década. A declaração do Brics sublinhou a integração da Faixa de Gaza como parte indivisível do território palestino, destacando a necessidade de a Cisjordânia e Gaza serem unificadas sob a autoridade palestina.

    O histórico do conflito remonta a 1947, com um plano da ONU que previa a divisão da Palestina em dois Estados, proposta que nunca foi implementada. A proclamada independência de Israel em 1948 resultou no deslocamento massivo de palestinos, e as tensões somente aumentaram com a guerra de 1967, quando Israel ocupou a Faixa de Gaza e a Cisjordânia. A situação atual é um reflexo de décadas de disputas e promessas não cumpridas e continua a gerar preocupação internacional acerca das condições dos direitos humanos e das perspectivas de paz na região.

  • INTERNACIONAL – Brics reafirma apoio à solução de dois Estados para Palestina e Israel, enquanto Irã propõe referendo de Estado único em meio ao conflito em Gaza.

    A 17ª Cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro, reafirmou seu apoio à solução de dois Estados para o conflito entre palestinos e israelenses, que já dura mais de setenta anos. A declaração final do encontro destaca a importância da criação de um Estado palestino viável e soberano nas fronteiras internacionalmente reconhecidas de 1967, um tema que continua sendo central nas discussões sobre a paz na região. Desde que Israel assumiu o controle da Faixa de Gaza e da Cisjordânia naquele ano, a questão da soberania palestina tem gerado intensos debates e tensões.

    O texto oficial da cúpula também expressa preocupação com a situação atual nos territórios ocupados, enfatizando a necessidade da retirada total das forças israelenses dessas áreas. O Brics condenou os ataques contínuos de Israel sobre Gaza e a obstrução da ajuda humanitária, apelando a todas as partes envolvidas que se unam em conversações de boa-fé para um cessar-fogo imediato e a liberação dos reféns palestinos detidos.

    Por outro lado, a posição do Irã, um membro do Brics, diverge da proposta de dois Estados. O chanceler iraniano descreveu essa solução como “irreal” e fez um apelo por um referendo que envolva todos os habitantes históricos da Palestina, independentemente de sua crença religiosa. Essa abordagem, segundo ele, se equipara à luta contra o apartheid sul-africano, onde a democracia e o referendo foram os meios de trazer mudanças significativas, ao invés da simples divisão territorial.

    Além das discussões sobre a solução de dois Estados, a cúpula manifestou firme oposição ao deslocamento forçado da população palestina e a qualquer alteração demográfica na região. Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, se dirigiu aos Estados Unidos para tratar sobre o futuro da guerra em Gaza, onde a proposta de emigração forçada de palestinos tem sido amplamente debatida.

    A situação nos territórios ocupados se agrava, com um aumento no deslocamento forçado de palestinos, especialmente na Cisjordânia, onde até 40 mil pessoas teriam sido expelidas de suas casas nos últimos meses, o que configura a maior operação militar na região em duas décadas. O Brics destacou a indissociabilidade da Faixa de Gaza do território palestino e a necessidade de unificação sob a Autoridade Palestina.

    Este conflito, que tem raízes profundas na história da Palestina, remonta a 1947, quando uma resolução da ONU propôs a divisão da Palestina histórica em dois Estados, proposta que nunca foi implementada e que levou à criação do Estado de Israel. As tensões que se desencadearam desde então resultaram na expulsão massiva de palestinos e na contínua luta pela autodeterminação e reconhecimento de seus direitos.

    Em meio a essa realidade, a comunidade internacional continua a olhar para soluções que possam trazer paz duradoura ao Oriente Médio, mas os desafios permanecem imensos.