Tag: Política Global

  • General francês elogia Exército russo como exemplo de planejamento estratégico e destaca suas capacidades militares avançadas e potencial nuclear.

    Recentemente, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da França, general Thierry Burkhard, fez declarações impactantes sobre a força militar da Rússia, reconhecendo a potência e sofisticação do seu Exército. Em suas palavras, a Rússia não apenas se destaca como uma potência militar, mas também tem um arsenal totalmente equipado com as mais diversas armas e tecnologias disponíveis atualmente.

    Burkhard destacou que a Rússia investe consideráveis recursos em suas capacidades militares, garantindo um Exército bem preparado e efetivo. Entre os equipamentos destacados, o general mencionou sistemas de defesa antiaérea, artilharia de longo alcance e capacidades avançadas de criptografia, o que demonstra a evolução e o comprometimento da Rússia em manter sua força armada em um alto nível de prontidão.

    Outro ponto importante abordado foi a estrutura do modelo nuclear russo. O general francês afirmou que esse modelo é funcional e abrangente, abrangendo componentes em terra, mar e ar. Essa diversidade no sistema nuclear, que inclui tanto armas estratégicas quanto táticas, é acompanhada por um sistema de comando robusto e testado ao longo do tempo. Essa configuração, de acordo com Burkhard, representa o que ele considera um dos melhores exemplos de planejamento estratégico em nível mundial.

    Entretanto, o general também fez alerta sobre a diminuição do apoio militar dos Estados Unidos à Europa, um cenário que, em sua avaliação, pode impactar diretamente a segurança do continente europeu. Ele enfatizou a necessidade de que a União Europeia esteja atenta a esses desdobramentos, sugerindo que uma complacência nesse contexto poderia colocar o bloco em uma situação vulnerável, “na base da cadeia alimentar” em termos de segurança.

    Essas observações provocam reflexão sobre o futuro geopolítico da Europa e a maneira como as potências ocidentais reagirão às crescentes tensões no cenário internacional, especialmente com um adversário que possui um arsenal militar tão diversificado e preparado como o da Rússia. Com a Rússia demonstrando não apenas uma capacidade militar robusta, mas também um planejamento estratégico longo e complexo, a necessidade de uma resposta conjunta da Europa à crescente ameaça é mais urgente do que nunca.

  • ECONOMIA – BRICS Ignoram Ameaças de Trump e Avançam em Comércio com Moedas Locais, Afirma Especialista

    As recentes ameaças do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não devem desviar os países membros do Brics de seus objetivos de estreitar relações comerciais que utilizem suas próprias moedas, ao invés do dólar. Essa é a análise de especialistas no assunto, que consideram que tais declarações não devem ter o efeito desejado sobre o grupo, composto por nações como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

    Durante a 17ª Cúpula do Brics, que ocorreu recentemente no Rio de Janeiro, foi divulgada a Declaração Final do encontro, onde os membros do bloco defenderam uma ordem mundial mais equitativa. Em resposta, Trump fez postagens em suas redes sociais, ameaçando taxações adicionais sobre países que se alinharem com o Brics. No entanto, especialistas como Luiz Belluzzo, professor da Universidade Estadual de Campinas, ponderam que as nações estão, na verdade, buscando maneiras de minimizar os impactos negativos que o uso do dólar como moeda padrão impõe sobre suas economias.

    Belluzzo explicou que a desvalorização e valorização constante do dólar traz inseguranças às economias em desenvolvimento, levando-as a estabelecer acordos bilaterais que priorizam o uso de suas próprias moedas. Ele destacou que o foco não está em criar uma nova moeda de reserva global, mas em fomentar transações financeiras diretas entre os países membros, como já acontece nas relações entre China e Brasil, e China e Índia.

    No mesmo sentido, Antonio Jorge Ramalho da Rocha, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, apontou que a retórica hostil de Trump pode, paradoxalmente, incentivar os países a reduzirem sua dependência econômica em relação aos EUA. Ele ressalta que a ideia de utilizar moedas locais e alternativas econômicas é uma discussão antiga dentro do Brics e visa principalmente a redução de custos operacionais nas transações.

    André Roncaglia, diretor-executivo do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI), também reforçou a importância da formatação de relações bilaterais que fortaleçam sistemas de pagamentos nacionais. Ele enfatizou que a criação de uma infraestrutura monetária robusta pode aumentar a resiliência dos países frente a crises financeiras globais, especialmente em um contexto de incerteza econômica.

    Adicionalmente, o grupo condenou o uso de sanções comerciais e tarifas unilaterais como instrumentos políticos, observando que tais praticas prejudicam especialmente os países em desenvolvimento. De acordo com os líderes do Brics, o protecionismo fere os direitos humanos e aumenta a desigualdade no mundo.

    Por fim, a cúpula reforçou a importância de seguir adiante com negociações sobre a interoperabilidade dos sistemas de pagamento entre os membros, buscando estimular o uso de moedas locais e facilitar transações comerciais. A ênfase está na continuidade dessa discussão, que terá prosseguimento no segundo semestre, quando a Índia assumirá a presidência do Brics. Com um bloco que representa 39% da economia mundial e uma população que abrange quase metade do planeta, as expectativas são altas em relação ao impacto desses acordos no cenário global.