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  • Ex-Secretário de Segurança do DF Defende Cumprimento de Protocolos em Posse de Lula, Apesar de Investigações sobre Atos de 8 de Janeiro

    O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Júlio Danilo, reforçou que a atuação da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) foi conforme o planejamento de segurança estabelecido para a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, realizada em janeiro de 2023. O depoimento de Danilo se concentra em sua gestão na Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) até o dia 3 de janeiro, quando seu sucessor, Anderson Torres, assumiu o cargo.

    Durante o seu discurso, Danilo enfatizou que todas as medidas de segurança programadas foram devidamente seguidas, ressaltando que a responsabilidade pela proteção do presidente Lula estava sob a alçada do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). “A segurança da posse do presidente foi cumprida pela Polícia Militar. O planejamento do Protocolo de Ações Integradas (PAI) foi seguido”, afirmou o ex-secretário. A declaração surge em meio a um contexto de incertezas e investigações em curso sobre eventos ocorridos em 8 de janeiro, data marcada por uma tentativa de golpe de Estado, que culminou na invasão de prédios públicos em Brasília.

    O ex-secretário Danilo, que atua como delegado da Polícia Federal (PF), foi convocado como testemunha pelo ex-secretário-executivo da SSP-DF, Fernando de Sousa Oliveira, que é réu em uma ação penal relacionada aos tumultos do dia 8 de janeiro. O depoimento levantou questões sobre o cumprimento de protocolos de segurança pela PMDF, levando Danilo a confirmar que, sob sua supervisão, a corporação sempre atendeu às diretrizes estabelecidas.

    A defesa de Fernando mencionou uma conversa entre ele e o coronel da PMDF, Marcelo Casimiro, na véspera da possessa, na qual foi afirmado que tudo estava em “ordem”. Essa informação provocou questionamentos sobre a confiabilidade da comunicação no comando da segurança pública do DF antes dos eventos que se seguiram. Durante uma sessão no tribunal, a condução das perguntas pela defesa foi criticada pela Procuradoria-Geral da República, e o juiz que supervisionava a audiência acabou interrompendo o procedimento.

    Adicionalmente, os advogados questionaram Danilo se sempre informava ao governador Ibaneis Rocha quando se ausentava para férias. A resposta foi positiva, ressaltando que a comunicação era uma obrigação do cargo. Importante lembrar que Torres, que era o secretário na data dos tumultos, não estava presente, pois se encontrava em viagem para Orlando no dia dos acontecimentos.

    Por fim, as investigações relacionadas ao 8 de janeiro não se limitam a Danilo e sua gestão, abrangendo figuras de destaque de diferentes esferas de segurança pública que são atualmente alvos de processos judiciais. O núcleo investido da ação penal é composto por figuras proeminentes, incluindo ex-membros de forças de segurança e assessores do governo, acusados de utilizar recursos públicos para agir em desacordo com as normas democráticas durante as eleições de 2022. A denúncia destaca atos que visavam a subversão do processo democrático, refletindo um cenário de grande complexidade e tensão política no Brasil.

  • Candidatos da PMDF denunciam erros no edital de concurso e pedem justiça após eliminações por supostas falhas na avaliação da documentação exigida.

    Suspensão do Concurso da Polícia Militar do DF Gera Controvérsias e Incertezas nos Candidatos

    Os candidatos ao cargo de oficial da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) enfrentam uma situação de incerteza após a suspensão do concurso, que ocorreu em 12 de maio de 2025. A decisão da banca examinadora, Cebraspe, foi motivada por alegações de falhas no critério de avaliação, resultando em uma série de indeferimentos e eliminações que afetaram dezenas de participantes.

    Hugo Paulo, um candidato de 30 anos, compartilha sua experiência frustrante. Ele se preparou intensamente para o concurso e apresentou todos os documentos exigidos dentro do prazo estipulado. No entanto, recebeu a notificação de que sua inscrição havia sido negada sob a justificativa de não ter apresentado a documentação necessária. Hugo, que conseguiu tirar print da resposta do Cebraspe, informou que a página com a justificativa foi posteriormente removida do ar, dificultando o acesso à informação para outros candidatos que também foram desclassificados.

    Outro candidato, de 27 anos e que preferiu não se identificar por temor de represálias, mencionou que seu recurso foi negado com base na alegação de que ele não atendia à exigência de idade. Segundo o edital do concurso, os candidatos deveriam ter no máximo 30 anos até a data limite das inscrições. A angústia é palpável entre os aspirantes, que se veem obrigados a buscar alternativas legais diante do indeferimento de suas solicitações de reavaliação.

    De acordo com a PMDF, após o lançamento do edital, foi aberto um prazo para que os candidatos com inscrições negadas pudessem regularizar suas situações. O Cebraspe afirmou que, como o concurso está suspenso, as publicações e atividades referentes ao certame também estão interrompidas, deixando os candidatos à espera de novas orientações.

    A polêmica aumentou quando, após a eliminação de vários candidatos devido a questões de idade em maio, o Tribunal de Justiça do DF suspendeu o concurso a pedido do Ministério Público, que argumentou que deveria haver uma reserva de cotas para pessoas com deficiência (PCDs). A Justiça reconheceu a necessidade de garantir oportunidades para esses candidatos, destacando que a falta de inclusão representa um risco substancial.

    A inclusão de cotas para PCDs já gerou controvérsias para a PMDF, que a princípio alegou que a reserva de vagas não se aplicava aos cargos militares. Entretanto, diversas recomendações do Ministério Público sugerem que essa exclusão é discriminatória e que deve-se garantir fair play na competição profissional, com espaços dedicados a todos os tipos de candidatos.

    Enquanto a questão judicial ainda se desenrola, centenas de pessoas continuam a viver a ansiedade de um futuro incerto, esperando que seus direitos sejam respeitados e que a justiça prevaleça na reabertura do concurso. O cenário é um lembrete da importância da transparência e da equidade nos processos seletivos públicos, que devem ser acessíveis a todos, independentemente de suas condições.