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  • INTERNACIONAL – Lula Defende Brics como Alternativa ao Multilateralismo Tradicional em Cúpula no Rio: “Não Nasceu para Afrontar Ninguém” e Critica Austeridade do FMI

    Na última segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez declarações significativas a respeito do Brics, grupo formado por países emergentes, logo após a 17ª Cúpula de Líderes, realizada no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro. Durante sua coletiva de imprensa, Lula destacou que o Brics não nasceu com a intenção de desafiar nenhum país, mas sim como uma alternativa política que prioriza a solidariedade entre nações.

    “O Brics é um novo modelo, que visa a colaboração, e não um confronto”, afirmou Lula, enfatizando a necessidade de mudar a maneira como a política global é conduzida. O presidente também criticou o atual sistema de governança internacional, notadamente o Fundo Monetário Internacional (FMI), que, segundo ele, tem imposto políticas de austeridade ineptas que levam países em desenvolvimento à falência.

    Lula sustentou que o modelo de empréstimos do FMI, frequentemente atrelado a exigências rigorosas, tem exacerbado as dificuldades financeiras dos países mais pobres, tornando suas dívidas cada vez mais impagáveis. Ele também questionou a estrutura do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que permite que apenas cinco dos 15 membros tenham assento permanente e poder de veto, o que, segundo ele, é inadmissível em um mundo em mudança.

    O presidente evocou o aumento de conflitos desde a Segunda Guerra Mundial, mencionando eventos como a guerra do Iraque e invasões da Líbia e da Ucrânia. Lula salientou que a percepção de impotência do Conselho de Segurança em evitar guerras mina a credibilidade da ONU na mediação de conflitos.

    Além dessas questões, Lula manifestou apoio à ideia de que Brasil e Índia desempenhem papéis mais significativos no Conselho de Segurança da ONU, como respondido na declaração final da cúpula, que contou com apoio dos líderes da China e da Rússia.

    Lula dedicou parte de sua fala à situação na Faixa de Gaza, condenando a ofensiva israelense e caracterizando os ataques como genocídio, um ponto que já havia abordado anteriormente.

    O Brics, atualmente, é composto por 11 países membros e 10 parceiros, e apresenta-se como um espaço inclusivo, não como um “clube de privilegiados”, conforme ressaltou Lula, defendendo que o grupo está aberto à adesão de novas nações. Em sua análise sobre o comércio, ele abordou a ideia de transações em moedas locais, sugerindo que a dependência do dólar americano precisa ser superada, embora reconheça os desafios históricos desse movimento.

    Por fim, o Brics, que representa 39% da economia global e abrange quase metade da população mundial, continua a se consolidar como uma alternativa viável de cooperação internacional, à medida que busca transformar suas relações econômicas e sociais. A presidência do bloco será assumida pela Índia em 2026, após o período de liderança brasileira.

  • Rússia Destaca Crescimento do Comércio com BRICS em Discurso na Cúpula e Critica Dominância do Dólar e Sanções Ocidentais.

    Neste domingo, durante a sessão plenária da cúpula do BRICS, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, destacou um dado significativo: quase metade do comércio externo russo no último ano teve como destino os demais países que compõem o bloco. Lavrov afirmou que a participação dos membros do BRICS no comércio exterior da Rússia cresceu de forma constante, alcançando 48% no final de 2024, com impressionantes 90% das transações realizadas em moedas locais.

    O chanceler russo aproveitou a oportunidade para criticar o modelo tradicional de globalização, que, segundo ele, é dominado por nações ocidentais consideradas “avançadas”. De acordo com Lavrov, essa estrutura está enfrentando profundas transformações, impulsionadas por sanções unilaterais e ilegais, bem como pelo uso do dólar como ferramenta de punição. Essas práticas, segundo o ministro, têm contribuído para a erosão da ordem econômica global, levando a uma busca por alternativas.

    Lavrov defendeu a tese de que a multipolaridade, que se refere à distribuição de poder entre várias nações e blocos de países, não é apenas uma perspectiva futura, mas uma realidade já existente. Ele mencionou que essa nova configuração está se estabelecendo como um contraponto ao antigo modelo neoliberal, que ele descreveu como ultrapassado e ligado a práticas neocoloniais.

    A cúpula do BRICS, que prossegue até a próxima segunda-feira, abordará uma extensa agenda de temas relevantes, incluindo saúde, comércio, investimentos, finanças, mudanças climáticas, gestão de inteligência artificial e a promoção da paz e da segurança. Este encontro é crucial para aprofundar as relações entre essas potências emergentes e explorar formas de cooperação em um mundo em rápida transformação.

    O evento é uma oportunidade para que os países membros discutam estratégias para fortalecer seus laços, especialmente em um momento em que a dinâmica econômica global está em constante evolução. A busca por novas formas de colaboração é um tópico central, refletindo a necessidade de se adaptar a um cenário internacional complexo e desafiador.