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  • Loro Piana Sob Administração Judicial: Tribunal Investiga Exploração de Trabalhadores em Produção de Roupas de Luxo na Itália

    Um tribunal em Milão determinou, nesta segunda-feira, que a renomada grife italiana Loro Piana, parte do conglomerado LVMH, será colocada sob administração judicial por um período de um ano. Essa decisão decorre de investigações que indicam práticas de exploração de trabalhadores na cadeia produtiva da marca, famosa por seu luxuoso cashmere.

    O juiz Paolo Storari, responsável pela instância, apontou que a Loro Piana teria terceirizado sua produção para locais de trabalho com condições laborais precárias. As autoridades alegam que a marca não implementou medidas adequadas para assegurar a conformidade com os padrões trabalhistas, sendo incapaz de monitorar as condições reais enfrentadas por seus colaboradores.

    A investigação revelou que a produção de peças, como jaquetas de cashmere, foi atribuída a uma empresa externa chamada Evergreen. No entanto, esta subcontratou outra empresa, a Sor-Man, com sede em Nova Milanese, que também não possuía a capacidade adequada para cumprir as demandas. A situação se agravou quando essas empresas buscaram formas de reduzir custos, o que as levou a recorrer a fábricas na China que operavam em condições irregulares. Essas instalações foram fechadas pelas autoridades após a prisão de um dos proprietários, e os trabalhadores eram submetidos a ambientes insalubres e jornadas excessivas, muitas vezes em condições clandestinas.

    As investigações também revelaram como esse sistema foi utilizado para maximizar lucros. De acordo com os documentos judiciais, a fábrica chinesa, responsável pela produção efetiva, reduziu os custos com mão de obra, infringindo normas de saúde e segurança, além de descumprir convenções coletivas laborais. Um representante da Sor-Man explicou em seu depoimento que o preço combinado com a Loro Piana para a produção de jaquetas poderia chegar a 118 euros por peça em pedidos maiores, enquanto o custo em loja variava de mil a três mil euros, resultando em uma margem de lucro que variava entre mil e dois mil euros.

    Com a decisão do tribunal, a Loro Piana terá um ano para adequar suas práticas às legislações trabalhistas. Caso consiga fazer essas alterações, a administração pode ser suspensa antes do prazo estipulado. Este não é um caso isolado; outras marcas de prestígio como Dior e Armani também enfrentaram processos semelhantes, indicando um padrão preocupante na indústria da moda de luxo.

  • Jamie Dimon do JPMorgan Avalia Riscos Comerciais e Defende Independência do Fed em Meio a Incertezas Econômicas

    No cenário financeiro atual, o CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, destacou que os riscos associados ao comércio internacional diminuíram desde o Dia da Libertação, em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, implementou tarifas sobre uma variedade de países. Embora Dimon tenha considerado que as conversas diplomáticas em andamento podem levar a um desfecho favorável, ele não hesitou em alertar sobre a persistência de incertezas no horizonte econômico.

    Durante uma teleconferência com analistas e investidores na manhã de terça-feira, Dimon expressou otimismo ao afirmar que espera que algumas das negociações comerciais sejam resolvidas antes do dia 1º de agosto. “Ainda existem riscos significativos, mas sigo esperançoso de que encontremos soluções em breve”, comentou o banqueiro, refletindo sobre o desempenho do JPMorgan no segundo trimestre do ano.

    A análise de Dimon acerca da economia americana indica que, no segundo trimestre, ela se manteve resiliente. Ele sublinhou que iniciativas como a reforma tributária e a desregulamentação promovidas pela administração Trump são vistas como positivas para a economia no futuro. “A extensão do projeto de lei tributária para as empresas, permitindo que elas tenham clareza sobre seus impostos, é um passo na direção certa”, disse Dimon, sugerindo que tal medida ajudaria a mitigar a ansiedade sobre a aprovação legislativa.

    Contudo, o CEO também enfatizou a existência de riscos persistentes. Ele citou preocupações com tarifas comerciais, instabilidades geopolíticas, déficits fiscais e a elevação dos preços de ativos como desafios que ainda podem impactar negativamente o mercado. Esse alerta foi reiterado em meio aos comentários sobre os resultados financeiros da instituição.

    Além disso, em uma declaração à imprensa, Dimon destacou a fundamental importância da independência do Federal Reserve, especialmente considerando as recentes críticas de Trump ao presidente da instituição, Jerome Powell. “A independência do Fed é crucial. Interferir nas suas operações pode gerar consequências indesejadas, em vez de alcançar o efeito desejado”, afirmou Dimon, reiterando a necessidade de autonomia para garantir a estabilidade econômica.

    Com essas declarações, Dimon não só oferece um panorama do que está por vir, mas também reflete sobre os desafios complexos enfrentados tanto pelo JPMorgan quanto pela economia americana como um todo.

  • Lula e os Cartões Corporativos: Despesas de R$252 mil em Julho Levam a Críticas e Sigilos na Presidência. Gastos Superam R$56 Milhões no Primeiro Semestre.

    Em um cenário marcado pela crescente discussão sobre a transparência nos gastos públicos, veio à tona um episódio que levanta preocupações em relação à utilização dos cartões corporativos do governo federal. Durante o mês de julho, um cartão vinculado à Presidência da República, sob a administração de Luiz Inácio Lula da Silva, efetuou um pagamento referente a uma única conta no valor impressionante de R$ 252 mil. Apesar do montante exorbitante, os detalhes dessa transação permanecem envoltos em sigilo, o que gera inquietações nos cidadãos sobre a real natureza das despesas.

    No geral, os cartões corporativos, um mecanismo comum usado por altos funcionários para cobrir despesas, têm mostrado um uso substancial. Apenas no primeiro semestre deste ano, esses cartões geraram uma despesa de mais de R$ 56 milhões, financiados pelos contribuintes. O Ministério da Justiça, notadamente com a participação da Polícia Federal, lidera o ranking de gastos, alcançando R$ 15,3 milhões, seguido pela própria Presidência, que consumiu R$ 12 milhões, distribuídos entre apenas 11 portadores de cartões.

    Em um mês anterior, outra despesa alarmante foi registrada, com um pagamento de R$ 189 mil também atribuído a um cartão da Presidência. Em um governo que contabiliza aproximadamente 4.325 cartões em funcionamento, a média mensal de gastos fica em torno de R$ 12,5 mil, um valor que ultrapassa em mais de oito vezes o salário mínimo no país. Esses números alarmantes não incluem os R$ 216,3 milhões dos cartões utilizados pela Defesa Civil, fundamental em situações emergenciais em diferentes estados.

    Esses dados provocam um questionamento sobre o uso consciente e ético dos recursos públicos, especialmente em um período em que a população clama por maior responsabilidade fiscal e transparência por parte de suas autoridades. O cenário levanta não apenas a reflexão sobre gastos em épocas de dificuldades financeiras, mas também sobre a necessidade de uma gestão que preze pelo bem-estar dos cidadãos e pela prestação de contas clara e acessível. Diante desses acontecimentos, a sociedade observa com atenção e expectativa como as autoridades responderão às demandas por esclarecimentos e responsabilidade.

  • Eduardo Bolsonaro Considera Proposta de Isenção de Tarifas de Trump um “Convite Tentador” para Empresários Brasileiros nos EUA

    O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro, vinculado ao PL de São Paulo, fez uma análise enfática sobre um trecho da carta do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O comunicado, que inclui a proposta de isenção tarifária para empresários brasileiros que optarem por investir e produzir nos EUA, foi classificado por Bolsonaro como um “convite tentador”. A proposta surge em um contexto delicado, já que Trump anunciou a implementação de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, em um movimento que muitos interpretam como uma retaliação política, especialmente direcionada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ministro Alexandre de Moraes.

    Em uma transmissão ao vivo, o deputado, que reside nos Estados Unidos desde março, não apenas leu a carta de Trump, mas também enfatizou a mensagem contida nela. Para ele, a proposta não só indica que os empresários brasileiros seriam bem-vindos nos Estados Unidos, mas também sugere um ambiente mais favorável, com uma redução significativa da burocracia e um processo de adesão mais ágil. Eduardo afirmou que “é um recado: a tarifa é contra Lula e Alexandre de Moraes, mas se você quiser vir, o processo é rápido e sem preconceito”. Essa declaração ressalta sua percepção sobre a oferta de Trump como uma janela de oportunidades para investidores brasileiros em busca de um solo mais favorável.

    Além disso, Bolsonaro comparou as condições de negócios entre Brasil e Estados Unidos, elogiando o ambiente econômico norte-americano. Destacou a simplicidade do sistema tributário e a existência de acordos de livre comércio como fatores que atraem investimentos. Na visão do deputado, a carta de Trump não apenas acentua a competitividade de uma economia robusta como a americana, mas também serve como um alerta para os desafios enfrentados pelos empreendedores no Brasil. Para ele, a proposta indica que os EUA podem se tornar um destino mais atrativo para investimentos em comparação com o Brasil, um tema que levanta reflexões sobre as políticas econômicas e o clima de negócios em ambos os países.

  • ECONOMIA – Brasil Busca Novos Mercados Após Anúncio de Tarifas de 50% dos EUA que Ameaçam Exportações Agrícolas e Pecuárias.

    O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) está adotando estratégias para mitigar os impactos das novas tarifas que o governo dos Estados Unidos, liderado pelo presidente Donald Trump, impôs sobre produtos brasileiros. A medida, que prevê uma taxação de 50% sobre diversas importações do Brasil, levanta preocupações significativas no setor de agronegócios, especialmente entre os principais produtos exportados, como açúcar, café, suco de laranja e carne bovina.

    Em uma coletiva de imprensa realizada recentemente, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, destacou que medidas estão sendo desenvolvidas para buscar novos mercados e alternativas que possam compensar a perda de vendas para os Estados Unidos. Ele mencionou que o foco recairá sobre países do Oriente Médio, Sul da Ásia e outras regiões com potencial para absorver a produção brasileira. O ministro reforçou a importância de ações diplomáticas, destacando que a resposta do governo brasileiro será estratégica e proativa.

    Fávaro também fez críticas à decisão da Administração Trump, classificando-a como “indecente”. Em função da gravidade da situação, reuniões com organizações representativas dos setores mais atingidos foram realizadas, visando elaborar um plano de ação que ajude a preservar os interesses do agronegócio brasileiro. A colaboração entre os setores produtivos é considerada crucial para enfrentar o desafio que se aproxima.

    A nova tarifa de importação pode também resultar em repercussões econômicas aqui no Brasil, como a queda nos preços das commodities agrícolas no mercado interno, uma vez que os produtos afetados poderão ter menos saída para exportação. Especialistas têm alertado que essa condição poderá prejudicar produtores que já enfrentam dificuldades no contexto econômico atual.

    A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) já expressou sua preocupação com a nova política comercial dos EUA. De acordo com cálculos feitos pela entidade, a elevação de custos imposta pela taxa de Trump pode inviabilizar a exportação de carne brasileira para o mercado norte-americano, um dos mais significativos para este setor.

    Nesse cenário, a mobilização do Ministério da Agricultura e Pecuária se faz necessária para assegurar que o impacto das tarifas seja minimizado e que a agropecuária brasileira continue a buscar e consolidar novas oportunidades de mercado.

  • Irmãs de Diddy Lançam Marca de Roupas Após Condenação do Pai, 12Twinty1 Almeja Representar Conexão e Identidade das Gêmeas.

    As irmãs gêmeas Jessie e D’Lila Combs revelaram na última terça-feira (8 de julho) seu novo projeto no mundo da moda: uma marca de roupas chamada 12Twinty1. O lançamento ocorre em um momento delicado, visto que seu pai, Sean “Diddy” Combs, enfrenta acusações graves e foi condenado em dois casos de transporte para fins de prostituição. O julgamento, que recebeu atenção significativa da mídia, durou sete semanas e contou com a presença das gêmeas na corte, onde demonstraram apoio ao pai durante o processo judicial.

    Legadas ao mundo da fama e da moda, as filhas de Diddy apresentaram a 12Twinty1 em um vídeo na conta que compartilham no Instagram. O nome da marca é uma alusão ao aniversário das duas, e as designers prometem que suas criações refletirão conceitos de ousadia, liderança e identidade. Embora ainda não tenha sido anunciada uma data específica para o lançamento, a marca já possui um site ativo e uma lista de espera para interessados.

    Jessie e D’Lila destacam que a nova empreitada não é apenas sobre moda, mas também sobre a conexão que têm entre si. Em suas postagens, afirmam que suas criações serão inspiradas não só nas suas escolhas diárias, mas também na expressão individual e na busca pela identidade. As gêmeas, já conhecidas por seus estilos marcantes e autênticos, prometem trazer inovação e personalidade às peças.

    Enquanto isso, a situação de seu pai complica o cenário familiar. Diddy, atualmente preso, foi declarado culpado em apenas duas das cinco acusações que enfrentava, um desfecho que causou revolta em parcela do público. A condenação e a maneira como o processo se desenrolou levantaram questões sobre machismo e a dinâmica de poder nas relações. O rapper aguarda, agora, a definição da pena, enquanto sua imagem continua em debate nas redes sociais.

    As irmãs, agora em um caminho desconhecido e desafiador na indústria da moda, esperam que a 12Twinty1 represente não só um novo começo para elas, mas também uma forma de expressar suas vivências e valores, em um momento de pressão e mudança. O futuro da marca pode trazer à tona não apenas uma nova estética, mas também a força e a resiliência que as gêmeas prometem ao encarar esse novo desafio.

  • OPORTUNIDADES – Grupo Equatorial Destina R$ 17 Milhões para Projetos Educacionais, Culturais e Esportivos em Sete Estados e 72 Municípios Gaúchos

    O Grupo Equatorial anunciou o lançamento do segundo edital de seleção pública para patrocínio de projetos nas áreas de educação, cultura, esportes e ação social, utilizando leis federais de incentivo. Alagoas, junto com outros estados como Amapá, Goiás, Maranhão, Pará, Piauí e 72 municípios do Rio Grande do Sul, serão beneficiados. Essa iniciativa prevê um investimento total de aproximadamente R$ 17 milhões nas áreas onde a empresa atua.

    As inscrições, que se encerram em 25 de julho, podem ser realizadas pela plataforma Prosas. Os interessados devem ser Pessoa Jurídica, com ou sem fins lucrativos, e precisam ter autorização para captar recursos através das leis federais de incentivo, conforme publicação no Diário Oficial.

    Para projetos culturais amparados pela Lei Rouanet, apenas aqueles com PRONAC publicados até 07 de julho deste ano serão aceitos. A avaliação permitirá a submissão de até dois projetos por participante, e os critérios são detalhados no site oficial da empresa.

    O resultado da seleção será divulgado em 30 de setembro, e os investimentos ocorrerão de 01 de novembro a 31 de dezembro. A execução dos projetos se iniciará a partir de novembro. No ano anterior, 28 projetos foram executados, recebendo mais de R$ 16 milhões.

    Kézia Marques, gerente de Responsabilidade Social, enfatiza que o aumento no valor destinado ao edital reflete o compromisso da empresa em promover diversidade cultural, educação e esportes, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Entre os eixos prioritários do edital estão a valorização cultural, educação, geração de renda, inclusão social e projetos voltados para idosos e pessoas com deficiência.

    Aqueles que necessitarem de mais informações podem entrar em contato via e-mail com a equipe de responsabilidade social do grupo. Esse edital reforça o compromisso do Grupo Equatorial com transformações positivas nas comunidades onde atua.

  • ByteDance Desmente Rumores de Venda do TikTok para Consórcio Norte-Americano Liderado pela Oracle e Reitera Foco em Negociações Comerciais com os EUA

    ByteDance Reitera Compromisso com o TikTok e Descarta Negociações de Venda ao Consórcio Norte-Americano

    A ByteDance, empresa chinesa responsável pela popular plataforma TikTok, vem a público para desmentir rumores sobre a venda do controle da rede social a um consórcio norte-americano liderado pela Oracle. Em um comunicado emitido nesta terça-feira (8), a companhia reafirmou sua posição, destacando que não há planos de transação em andamento.

    As especulações sobre uma possível venda surgiram após a divulgação de que o governo dos Estados Unidos, durante a administração de Donald Trump, estava em tratativas para adquirir o TikTok. Autoridades da época acreditavam que a aquisição, em parceria com investidores norte-americanos, poderia mitigar preocupações de segurança nacional a respeito dos dados dos usuários. Em resposta a essas acusações, o Ministério das Relações Exteriores da China exortou os EUA a manter um ambiente de negócios “aberto, justo e não discriminatório” para as empresas chinesas operando em seu território.

    Históricamente, a ByteDance tem enfrentado várias tentativas de imposição de restrições e regulamentações por parte do governo dos EUA, especialmente durante o período de tensões comerciais entre as duas potências. Em abril deste ano, a empresa já havia negado rumores semelhantes a respeito de uma venda do TikTok. Recentemente, um artigo publicado pelo New York Post sugeriu que a China estava deliberadamente adiando a venda da plataforma para maximizar suas vantagens nas negociações comerciais com Washington.

    Em meados de junho, o ex-presidente Trump afirmou que revelaria em breve a identidade dos potenciais compradores do TikTok, referindo-se a eles como “indivíduos muito ricos”. Além disso, ele havia condicionado a licença de operação do TikTok a uma reestruturação que garantisse controle majoritário a investidores dos Estados Unidos. A ByteDance, por sua vez, expressou que qualquer acordo passaria por análises rigorosas e pela resolução das disputas tarifárias entre os dois países.

    Por fim, em 2024, o Congresso norte-americano aprovou a “Lei de Proteção aos Americanos Contra Aplicativos Controlados por Adversários Estrangeiros”, exigindo que a ByteDance vendesse seus ativos nos Estados Unidos ou enfrentasse uma proibição total em seu funcionamento. Essa legislação surgiu em um contexto marcado por preocupações crescentes em relação à segurança digital, uma vez que o TikTok continua a ser visto como um ponto de vulnerabilidade ligado ao governo chinês.

    Nesse cenário repleto de incertezas, a posição da ByteDance reafirma não apenas seu compromisso com a plataforma, mas também suas aspirações de contornar pressões externas mantendo suas operações intactas nos Estados Unidos.

  • ECONOMIA – BRICS Ignoram Ameaças de Trump e Avançam em Comércio com Moedas Locais, Afirma Especialista

    As recentes ameaças do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não devem desviar os países membros do Brics de seus objetivos de estreitar relações comerciais que utilizem suas próprias moedas, ao invés do dólar. Essa é a análise de especialistas no assunto, que consideram que tais declarações não devem ter o efeito desejado sobre o grupo, composto por nações como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

    Durante a 17ª Cúpula do Brics, que ocorreu recentemente no Rio de Janeiro, foi divulgada a Declaração Final do encontro, onde os membros do bloco defenderam uma ordem mundial mais equitativa. Em resposta, Trump fez postagens em suas redes sociais, ameaçando taxações adicionais sobre países que se alinharem com o Brics. No entanto, especialistas como Luiz Belluzzo, professor da Universidade Estadual de Campinas, ponderam que as nações estão, na verdade, buscando maneiras de minimizar os impactos negativos que o uso do dólar como moeda padrão impõe sobre suas economias.

    Belluzzo explicou que a desvalorização e valorização constante do dólar traz inseguranças às economias em desenvolvimento, levando-as a estabelecer acordos bilaterais que priorizam o uso de suas próprias moedas. Ele destacou que o foco não está em criar uma nova moeda de reserva global, mas em fomentar transações financeiras diretas entre os países membros, como já acontece nas relações entre China e Brasil, e China e Índia.

    No mesmo sentido, Antonio Jorge Ramalho da Rocha, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, apontou que a retórica hostil de Trump pode, paradoxalmente, incentivar os países a reduzirem sua dependência econômica em relação aos EUA. Ele ressalta que a ideia de utilizar moedas locais e alternativas econômicas é uma discussão antiga dentro do Brics e visa principalmente a redução de custos operacionais nas transações.

    André Roncaglia, diretor-executivo do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI), também reforçou a importância da formatação de relações bilaterais que fortaleçam sistemas de pagamentos nacionais. Ele enfatizou que a criação de uma infraestrutura monetária robusta pode aumentar a resiliência dos países frente a crises financeiras globais, especialmente em um contexto de incerteza econômica.

    Adicionalmente, o grupo condenou o uso de sanções comerciais e tarifas unilaterais como instrumentos políticos, observando que tais praticas prejudicam especialmente os países em desenvolvimento. De acordo com os líderes do Brics, o protecionismo fere os direitos humanos e aumenta a desigualdade no mundo.

    Por fim, a cúpula reforçou a importância de seguir adiante com negociações sobre a interoperabilidade dos sistemas de pagamento entre os membros, buscando estimular o uso de moedas locais e facilitar transações comerciais. A ênfase está na continuidade dessa discussão, que terá prosseguimento no segundo semestre, quando a Índia assumirá a presidência do Brics. Com um bloco que representa 39% da economia mundial e uma população que abrange quase metade do planeta, as expectativas são altas em relação ao impacto desses acordos no cenário global.

  • Lula Enfatiza Oportunidades de Negócios no Fórum do BRICS e Defende o Sul Global como Protagonista em Desenvolvimento Sustentável

    Na manhã de 5 de julho de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu início ao Fórum Empresarial do BRICS, sediado no Rio de Janeiro. O evento reúne empresários de 11 países membros e dez nações parceiras, destacando a relevância da aliança econômica em um mundo em constante transformação. Durante sua fala, Lula destacou a necessidade de os governos facilitarem a criação de novos negócios, enfatizando que “os presidentes abrem as portas, mas quem sabe fazer negócios são os empresários”.

    Lula também comentou sobre o convite que recebeu para participar da cúpula da Associação dos Países do Sudeste Asiático (ASEAN), que ocorrerá em setembro na Malásia. Segundo ele, o BRICS já representa quase 40% do PIB global em paridade de poder de compra e mantém um crescimento médio superior ao da maioria das economias mundiais.

    O presidente brasileiro ressaltou que o Sul Global deve liderar uma nova abordagem de desenvolvimento sustentável, focada em industrialização verde e práticas agrícolas com baixo impacto ambiental. Ele argumentou que a região está pronta para essa transformação, baseada em seus recursos ecológicos e comprometimento social. “Temos 33% das terras agricultáveis do planeta e investimos em energia renovável. É nosso papel apresentar soluções para os desafios mundiais”, enfatizou.

    Além disso, ele alertou que a descarbonização das economias é um caminho sem volta e que uma revolução tecnológica se faz necessária em diversas áreas, incluindo infraestrutura e inteligência artificial. Lula também destacou o papel do BRICS em enfrentar questões como a fome e a pobreza, exigindo mobilização de recursos e uma maior capacitação na cadeia global de suprimentos. Nesse contexto, reiterou a importância de simplificar o comércio internacional e criar alternativas de pagamento que reforcem a soberania econômica dos países do Sul.

    Em seu discurso, Lula fez um apelo à paz, criticando a falta de liderança internacional que contribui para crises humanitárias e conflitos. Ele enfatizou que a responsabilidade pela estabilidade mundial recai sobre os líderes de Estado, e que é preciso unir forças para buscar um futuro mais seguro. No encerramento, o primeiro-ministro da Malásia, Anwar bin Ibrahim, ressaltou a importância do Sul Global como defensores do multilateralismo, reconhecendo Lula como uma voz corajosa das aspirações dessas nações.