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  • ECONOMIA – Inflação desacelera com queda nos alimentos, mas aumento da energia elétrica pressiona IPCA, que permanece acima da meta do governo por sexto mês consecutivo.

    O mês de junho de 2023 trouxe uma mudança significativa no cenário econômico brasileiro, ao registrar a primeira queda nos preços dos alimentos em um período de nove meses. Essa redução foi um fator crucial para a desaceleração da inflação oficial, que fechou em 0,24%, marcando o quarto mês consecutivo de tendência de baixa. Esse desempenho alivia a pressão sobre os consumidores que, ao longo do último ano, enfrentaram aumentos consideráveis nos preços.

    Entretanto, nem todos os indicadores foram positivos. A tarifa de energia elétrica se destacou como um dos principais responsáveis pelo aumento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O subitem energia elétrica teve um aumento de 2,96%, impactando o índice em 0,12 pontos percentuais. A fase de bandeira vermelha tarifária, que acrescenta uma cobrança extra a cada 100 quilowatts-hora consumidos, contribuiu significativamente para esse encarecimento. Este cenário acontece em um contexto de estiagem, que limita a geração hidrelétrica, forçando o acionamento de usinas térmicas que apresentam custos mais elevados.

    Embora a inflação tenha registrado um alívio em junho, o acumulado dos últimos 12 meses ainda alcançou 5,35%, permanecendo acima do teto da meta do governo, fixada em 4,5%. Esse desvio da meta é alarmante, pois se estende por seis meses consecutivos. Em abril, essa taxa atingiu o seu ponto mais alto no ano, com 5,53%.

    Entre os grupos de preços analisados pelo IBGE, apenas alimentos e bebidas apresentaram deflação, com uma queda de 0,18%. A diminuição nos preços do arroz, ovos e frutas foram os principais responsáveis por essa queda. O excelente desempenho da safra atual, segundo especialistas, impulsionou o aumento da oferta desses produtos.

    Além disso, o índice de difusão, que mede a proporção de itens com aumento de preços, foi de 54%, o menor desde julho de 2024. Em contrapartida, o grupo de transportes também contribuiu para o IPCA, com um aumento de 0,27%, mesmo com variações no preço dos combustíveis.

    Por fim, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) também foi divulgado, registrando uma inflação de 0,23% em junho e um acumulado de 5,18% nos últimos 12 meses. O INPC, que considera famílias de até cinco salários mínimos, é crucial para muitos brasileiros, pois influencia os reajustes salariais de diversas categorias ao longo do ano, refletindo diretamente nas finanças do poder aquisitivo da população. A disparidade nos pesos dos grupos de preços entre os dois índices revela como as famílias de diferentes faixas de renda são afetadas de maneiras distintas pelo aumento dos preços.

  • ECONOMIA – Caderneta de Poupança Registra Superávit de R$ 2,1 Bilhões em Junho Após Quatro Meses de Retiradas Intensas

    Em um cenário onde as alternâncias financeiras são comuns, a caderneta de poupança no Brasil apresentou um desempenho positivo pelo segundo mês consecutivo, conforme os números revelados pelo Banco Central. Durante o mês de junho, o saldo da poupança teve um acréscimo, refletindo a diferença entre depósitos e saques. O valor das entradas superou o montante das saídas em R$ 2,1 bilhões, um indicativo de que a confiança na modalidade de investimento está voltando a crescer.

    No total, foram registrados depósitos de R$ 365,7 bilhões, enquanto os saques alcançaram R$ 363,5 bilhões. Além desse movimento, os rendimentos creditados durante o período somaram R$ 6,4 bilhões, elevando o saldo geral da poupança para pouco mais de R$ 1 trilhão. Este crescimento vem após um período desafiador, onde os quatro primeiros meses do ano apresentaram um saldo líquido negativo significativo, totalizando R$ 49,6 bilhões em retiradas até agora em 2025.

    Observando um panorama mais amplo, nos anos anteriores, a caderneta tem enfrentado uma tendência de mais saques do que depósitos. Em 2023 e 2024, os números de retiradas líquidas superaram os depósitos em R$ 87,8 bilhões e R$ 15,5 bilhões, respectivamente. Essa situação tem sido influenciada pela alta na taxa Selic, que atualmente se encontra em 15% ao ano, um patamar que tem atraído investidores para opções de aplicação que oferecem rendimentos superiores.

    O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que recentemente decidiu manter a Selic elevada, considera que esta taxa deve permanecer em vigência por um período prolongado enquanto observa os efeitos dessa decisão sobre a economia. Em suas reuniões, o Copom não descartou a possibilidade de novos aumentos nas taxas caso a inflação mostre sinais de crescimento. Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic permaneça estagnada neste nível até o final de 2025.

    Assim, a recuperação da caderneta de poupança sugere um movimento de retorno dos investidores a essa forma de investimento, embora a pressão das altas taxas de juros continue a moldar o comportamento dos poupadores. A situação demanda uma atenção cuidadosa, tanto para o governo quanto para os investidores, diante das flutuações econômicas.

  • ECONOMIA – Balança comercial brasileira registra superávit mais baixo em junho em seis anos, refletindo queda nas exportações e aumento nas importações de bens.

    A balança comercial brasileira enfrenta um momento desafiador, principalmente diante da queda acentuada nos preços de várias commodities e do aumento nas importações. Em junho, o superávit se estabeleceu em US$ 5,889 bilhões, o menor registro para este mês em seis anos e uma diminuição de 6,9% em comparação ao mesmo período de 2024. Essa situação foi divulgada na última sexta-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

    O resultado do mês passado marca o menor superávit desde 2019, quando o saldo positivo atingiu US$ 4,362 bilhões. Com um acumulado de US$ 30,092 bilhões nos primeiros seis meses de 2025, este valor é 27,6% inferior ao registrado no mesmo intervalo do ano anterior, representando a pior performance desde 2020. Parte dessa diminuição deve-se a um déficit de US$ 471,6 milhões em fevereiro, impulsionado pela importação de uma plataforma de petróleo, que afetou negativamente o saldo.

    Embora as exportações tenham mostrado uma leve alta, as importações cresceram ainda mais. Em junho, o Brasil exportou US$ 29,147 bilhões, uma variação positiva de 1,4% em relação ao mesmo mês do ano passado, registrando o terceiro maior valor histórico. Por outro lado, as importações totalizaram US$ 23,257 bilhões, com um aumento de 3,8%, sendo este o segundo valor mais alto de todos os tempos para o mês.

    Uma análise detalhada mostra que, apesar de um aumento de 6,1% nas quantidades exportadas, os preços médios caíram 4,3%. No lado das importações, a quantidade também teve um crescimento de 5,8%, mas acompanhada pela queda de preços em 1,1%.

    Na esfera das commodities, a soja, o principal produto agropecuário do Brasil, sofreu uma queda significativa de 12,5% nas exportações devido à baixa nas cotações médias. O milho, segunda principal cultura de exportação, teve uma redução de 56,6%, mesmo com um aumento considerável no preço médio.

    Por outro lado, a alta no preço do café, que apresentou um aumento máximo de 56,1% em 12 meses, e da carne bovina, com uma elevação de 22%, garante uma certa estabilidade à balança comercial. Além disso, setores como o de veículos, ouro e produtos semiacabados de aço mostraram crescimento nas vendas.

    O MDIC, em resposta a essa realidade, revisou suas previsões para a balança comercial de 2025, apontando um superávit estimado de US$ 50,4 bilhões, o que representa uma queda de 32% em relação ao ano anterior. Para o final do ano, as exportações devem chegar a US$ 341,9 bilhões, enquanto as importações, com crescimento de 10,9%, devem atingir US$ 291,5 bilhões. Entretanto, essas projeções contrastam com o otimismo do mercado, que prevê um superávit mais robusto em torno de US$ 73 bilhões. A próxima atualização das estimativas do MDIC será divulgada em outubro, sinalizando um cenário econômico em constante transformação.

  • ECONOMIA – Crescimento do Mercado de Veículos Novos em 2023 é Impulsionado por Motocicletas, Apesar de Queda Mensal nas Vendas Geralmente Registadas em Junho.

    O mercado de veículos novos apresentou um crescimento de 4,82% entre janeiro e junho deste ano, com 1.143.657 unidades emplacadas. No entanto, em junho, os números não foram tão favoráveis, registrando uma queda de 5,66% em relação a maio e um leve declínio de 0,63% comparado ao mesmo mês do ano anterior. No total, foram 212.897 novos veículos vendidos em junho, refletindo uma tendência de desaceleração.

    Ao analisar apenas a categoria dos automóveis e utilitários leves, o segmento teve um desempenho positivo, com um incremento de 5,05% sobre o mesmo semestre do ano anterior, contabilizando 1.076.896 emplacamentos. Porém, assim como no mercado geral, junho trouxe um contraste negativo, apresentando uma redução de 5,69% em relação ao mês anterior e uma queda de 0,14% comparado ao mesmo mês de 2022, totalizando 202.164 veículos vendidos.

    Quando abrange todos os segmentos, incluindo caminhões, ônibus e motocicletas, o crescimento no primeiro semestre foi ainda mais expressivo, alcançando 6,99% com 2.187.738 veículos comercializados. Contudo, houve uma queda mensal de 6,36% de maio a junho. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o mercado mostrou um leve crescimento de 2,62%.

    Um dos pontos positivos destacados pelo setor é o aumento nas vendas de motocicletas. Com a crescente demanda por entregas e transporte de pessoas, espera-se que o segmento ultrapasse a marca de 2 milhões de unidades vendidas até o final do ano. Em junho, 179.358 motocicletas foram comercializadas, representando um crescimento significativo de 8,14% em relação ao ano passado. No acumulado do ano, foram 932.932 unidades comercializadas, com um aumento de 10,33%.

    Os especialistas atribuem as quedas registradas em junho, em parte, à redução no número de dias úteis. Além disso, a elevada taxa de juros, fixada em 15% para a Selic, tem impactado negativamente o mercado de veículos, especialmente nas categorias de caminhões e implementos rodoviários, levando a uma revisão nas expectativas de crescimento.

    De acordo com as autoridades do setor, a previsão para a distribuição de veículos automotores é um crescimento de cerca de 6,2% para o ano, embora essa expectativa tenha sido ajustada para baixo, refletindo a previsão de queda nas vendas de caminhões. Para automóveis e utilitários leves, espera-se um crescimento modesto, podendo chegar a 4,4%.

    Apesar dos desafios enfrentados, o cenário permanece otimista para a maior parte dos segmentos, com destaque para motocicletas, automóveis e ônibus, que devem manter uma trajetória de crescimento ao longo de 2023.