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  • CAMARA DOS DEPUTADOS – Assédio Sexual e Moral em Polícias de MG: Audiência Revela Denúncias Alarmantes e Propostas de Proteção para Vítimas nas Forças de Segurança

    Denúncias Alarmantes de Assédio Sexual e Moral nas Polícias de Minas Gerais

    Em um intenso debate realizado na Câmara dos Deputados, membros das Polícias Civil e Militar de Minas Gerais expuseram relatos de assédio sexual e moral, assim como outras violações institucionais graves. A audiência, convocada pela deputada Duda Salabert, ocorreu na manhã de quinta-feira e trouxe à tona a amarga realidade enfrentada por muitas mulheres nas corporações de segurança.

    A deputada Duda Salabert, em sua introdução, destacou a natureza assustadora das denúncias, que incluem casos de assédio sexual por superiores, perseguições a aquelas que se atreveram a denunciar abusos, e manipulações em laudos médicos que acabam levando profissionais a serem afastados de suas funções. Salabert enfatizou que a situação não é um caso isolado, mas sim um padrão recorrente. Entre 2018 e 2023, mais de mil policiais cometeram suicídio, um indicativo alarmante do adoecimento crônico que aflige essas instituições.

    Para abordar essas questões, a deputada propôs a criação de um protocolo nacional que ofereça proteção adequada às mulheres que denunciam violência e assédio. Ela também sugeriu a instalação de corregedorias externas independentes e a formação de um grupo de trabalho com a participação de representantes da sociedade civil, visando a atualização do Código Penal Militar para garantir punições mais severas para casos de assédio.

    Relatos como o de Aldair Drumond, pai da escrivã Rafaela Drumond, que se suicidou após ser vítima de assédio, chamaram a atenção, levando à proposta de que a “Lei Rafaela Drumond” se torne uma legislação federal. Esta lei prevê a demissão de servidores envolvidos em assédio moral.

    Os depoimentos apresentados evidenciaram um quadro preocupante. A investigadora Jaqueline Evangelista relatou ter sido submetida a uma série de violências institucionais após denunciar assédio, e expressou sua sensação de vulnerabilidade, afirmando que sua vida estava em risco. Outra prestadora de serviço, Pamella Gabryelle, compartilhou sua experiência traumática, incluindo internações involuntárias e o agravamento de sua saúde mental.

    Além disso, a coordenadora do Programa Segurança Previne, Maria das Neves, reiterou que uma parcela significativa de mulheres nas forças de segurança já sofreu algum tipo de assédio. O Ministério da Justiça também está ciente do problema e, por meio de iniciativas, busca melhorar o atendimento psicológico aos policiais, bem como melhorar a coleta de dados sobre suicídios na categoria.

    A audiência deixou claro que a luta contra o assédio nas forças policiais é uma questão urgentemente necessária, exigindo o engajamento de todos os setores da sociedade e revisões nas práticas institucionais para garantir um ambiente seguro e respeitoso para todos os profissionais de segurança.

  • ECONOMIA – Banco Central Suspende Três Instituições do Pix em Investigação de Desvio de R$ 400 Milhões Após Ataque Cibernético à C&M Software

    Na sequência de um ataque cibernético que comprometia a segurança da C&M Software, uma provedora de serviços tecnológicos para instituições financeiras, o Banco Central (BC) decidiu suspender cautelarmente a participação de três instituições no sistema de pagamentos instantâneos, conhecido como Pix. As empresas afetadas foram a Transfeera, a Soffy e a Nuoro Pay, que estão sendo investigadas por possíveis ligações com o desvio de recursos que ultrapassou a marca de R$ 400 milhões.

    A suspensão, que poderá durar até 60 dias, foi determinada com base no Artigo 95-A da Resolução 30 do BC, que regulamenta o uso do Pix. Essa medida visa proteger a integridade do sistema de pagamentos e garantir a segurança da operação, enquanto as investigações sobre o desvio estão em andamento. O Banco Central enfatiza que pode suspender a participação de qualquer instituição que coloque em risco o funcionamento regular do sistema.

    A Transfeera, uma sociedade de capital fechado autorizada pelo BC, confirmou ter sua funcionalidade do Pix interrompida, mas assegurou que continua operando normalmente em relação a outros serviços. A empresa destacou que nem ela nem seus clientes foram afetados diretamente pelo incidente e se colocou à disposição para colaborar com as autoridades.

    Por outro lado, as fintechs Soffy e Nuoro Pay, que participam do sistema de transferências por meio de parcerias com outras instituições, ainda não se manifestaram sobre a situação. Vale ressaltar que estas fintechs não possuem autorização direta do Banco Central para operar no Pix.

    O ataque em si ocorreu na noite do dia 1º, quando o sistema da C&M Software foi comprometido, resultando no desvio de importantes recursos financeiros dos bancos. Esse dinheiro foi transferido via Pix e, posteriormente, convertido em criptomoedas. A C&M, que atua como um elo entre diferentes instituições e o Sistema de Pagamentos Brasileiro, conseguiu autorização do BC para retomar suas operações.

    A investigação está sob responsabilidade da Polícia Federal e da Polícia Civil de São Paulo. Um funcionário da C&M foi preso sob suspeita de ter fornecido acesso a hackers em troca de R$ 15 mil. O suspeito admitiu ter fornecido credenciais de acesso, evidenciando a vulnerabilidade do sistema.

    À medida que as investigações prosseguem, o foco permanece em proteger o sistema financeiro brasileiro e assegurar que a integridade e a segurança das transações sejam restabelecidas.