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  • INTERNACIONAL –

    Trump Tarifa Produtos Brasileiros em Resposta à Regulação de Big Techs no Brasil, Afirmam Especialistas

    Impacto da Pressão das Big Techs Americanas na Relação Brasil-EUA

    A crescente influência das grandes empresas tecnológicas dos Estados Unidos (as chamadas big techs) no cenário internacional está ganhando novos contornos, especialmente nas relações com o Brasil. Especialistas analisam que a recente decisão do ex-presidente Donald Trump, que impôs uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, reflete a pressão dessas empresas contra a regulação do setor no país sul-americano. A carta enviada por Trump ao governo brasileiro destaca “ataques contínuos” às atividades comerciais das empresas americanas, além de acusações de censura contra suas plataformas de redes sociais.

    A professora Camila Vidal, especialista em relações internacionais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), explica que tanto as decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação às big techs quanto a criação de regras pelo governo Lula sobre as plataformas digitais contribuíram para a retaliação de Trump. Com os serviços dominando a economia americana, existe um temor de que a regulação brasileira possa desencadear um efeito dominó em outras nações, limitando a atuação das big techs globalmente.

    A Meta, empresa controladora de Facebook, Instagram e WhatsApp, também se alinhou politicamente com Trump, manifestando resistência à regulação em diversos países, incluindo Brasil, Austrália e na União Europeia, onde medidas regulatórias já foram implementadas.

    No Brasil, o debate em torno da responsabilidade das plataformas digitais por conteúdos criminosos, como apologia à violência e outros crimes, também está em evidência. Recentemente, o STF determinou que as redes sociais devem ser responsabilizadas por conteúdos que violam a lei. Esse contexto gera um debate sobre a soberania nacional e até que ponto o Brasil deve acomodar as pressões externas.

    Os analistas ressaltam que o que Trump demanda pode ser visto como uma externa ingerência na política interna brasileira, desconsiderando a autonomia do Judiciário e as leis locais. A retórica de Trump, que descreve a situação como uma questão de censura, encontra eco junto aos aliados de Bolsonaro, mas a perspectiva de censura legítima à liberdade de expressão se contrapõe à necessidade de proteção das instituições democráticas.

    Defensores da democracia e da legislação brasileira afirmam que não existe liberdade de expressão ilimitada e que todos os atores, incluindo plataformas digitais, devem obedecer às leis do país onde operam. Com a ação das big techs provocando tensões, a tramitação de leis que criariam regras para as redes sociais foi suspensa, refletindo a capacidade de influência dessas gigantes sobre o cenário político brasileiro.

    Diante desse panorama, especialistas projetam que a luta entre a regulação das big techs e as suas respostas, como as medidas tarifárias, será um capítulo significativo nas relações Brasil-EUA nos próximos anos.

  • INTERNACIONAL – Putin Em Apresentação Virtual Enaltece Brics e Desafia Domínio Unipolar dos EUA em Importante Reunião no Rio de Janeiro

    Na 17ª Reunião de Cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, enviou uma mensagem em vídeo destacando a relevância crescente do bloco de países emergentes no cenário global. Para Putin, o Brics se tornou uma organização crucial, com vasto potencial político, econômico e tecnológico. Ele ressaltou que a autoridade do grupo está em ascensão e que sua influência no âmbito internacional é cada vez mais significativa.

    O presidente russo também fez críticas ao que chamou de “mundo unipolar”, dominado pelos Estados Unidos, sugere que este modelo está se tornando obsoleto. Segundo ele, um mundo multipolar mais justo está se configurando, com a centralidade econômica se deslocando para mercados em desenvolvimento, apoiando o crescimento no interior do Brics. Este crescimento parece refletir uma mudança na dinâmica global, em que a cooperação entre os países do bloco se torna mais vital.

    Nos últimos dois anos, o Brics ampliou sua composição, passando de cinco para 11 membros permanentes, e incluindo dez novos parceiros. Putin agradeceu ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva pelo “trabalho ativo” na presidência do grupo e pela implementação de iniciativas discutidas anteriormente. O líder russo enfatizou a importância da cooperação entre os membros, citando a inclusão de países relevantes de diferentes regiões, como Eurásia, África, Oriente Médio e América Latina, afirmando que possuem um potencial humano e econômico considerável.

    No entanto, a ausência de Putin no evento tem um contexto mais sério: um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional, relacionado a crimes de guerra na Ucrânia, levanta preocupações sobre sua segurança ao viajar ao Brasil.

    Durante a cúpula, Putin defendeu a necessidade de avançar na desdolarização do comércio entre os países do Brics, sugerindo o uso crescente de moedas locais nas transações financeiras. Ele argumentou que isso tornará as transações mais eficientes e seguras. A proposta de um sistema independente de liquidação e depósito foi um ponto central em sua fala, reforçando a intenção de reduzir a dependência do dólar.

    Analistas veem o Brics como uma tentativa de equilibrar o poder global em face das potências ocidentais, especialmente à luz da crescente influência da Rússia. Especialistas em Relações Internacionais alertam que, embora o bloco tenha a capacidade de influenciar a economia global, as instituições políticas internacionais, como o FMI e a ONU, ainda são dominadas por poucos países, refletindo uma desigualdade que persiste.

    Atualmente, o Brics é composto por 11 países membros permanentes e diversos parceiros, abrangendo 39% da economia mundial e 48,5% da população global. O bloco emerge como uma força crescente em um mundo em transformação, buscando reequilibrar a arquitetura de poder internacional.

  • Prada Gera Polêmica ao Criar Sandálias Inspiradas em Kolhapuri e Movimenta Vendas de Artesãos Indianos

    A recente polêmica envolvendo as sandálias da coleção primavera/verão 2026 da renomada grife italiana Prada gerou um amplo debate sobre apropriação cultural. O design das sandálias foi comparado às tradicionais Kolhapuri chappals da Índia, que são confeccionadas artesanalmente há séculos. Embora a grife tenha admitido a inspiração, a repercussão trouxe um resultado inesperado: um aumento nas vendas das versões autênticas feitas por artesãos indianos.

    A demanda por Kolhapuris vinha enfrentando desafios devido à concorrência com calçados mais sofisticados. Contudo, a notoriedade gerada pela discussão em torno da apropriação cultural parece ter revitalizado o setor. As vendas dos artesãos locais, que são predominantemente de Maharashtra e Karnataka, dispararam, com algumas peças sendo vendidas a preços cinco vezes superiores à média tradicional. Esse aumento no valor das Kolhapuris originais, que são confeccionadas em couro e costuradas à mão, é uma resposta direta à atenção global gerada pela marca de luxo.

    Marcas locais, como Ira Soles e Niira, aproveitaram o ‘hype’ e começaram a oferecer promoções nas redes sociais, enfatizando a autenticidade de suas Kolhapuris. O design dessas sandálias já possui um selo de Indicação Geográfica, que assegura sua origem local e proteção contra cópias.

    Por outro lado, a Prada, que até então não havia incluído menção à Índia em seu desfile na Semana de Moda de Milão, enfrentou críticas nas redes sociais devido ao que muitos consideraram uma falta de reconhecimento adequado pelos criadores das sandálias. A grife finalmente declarou seu respeito pela herança cultural indiana e se comprometeu a dialogar com os artesãos locais para potencialmente desenvolver uma colaboração.

    Renee Lima, uma especialista em mercado de luxo, aponta que a prática de transformar símbolos culturais em produtos, desconsiderando seus criadores originais, pode prejudicar a credibilidade das marcas. A confiança construída em torno de valores como memória e significado é fundamental na indústria do luxo. A expectativa é que marcas como a Prada adotem uma postura mais consciente em relação à valorização das culturas que as inspiram, promovendo colaborações autênticas e reconhecimento efetivo para os criadores originais.

  • Putin e Trump Reforçam Diálogo em Nova Conversa Telefônica e Abordam Conflitos Globais e Projetos de Cooperação Econômica

    Na última quinta-feira (3), os líderes mundiais Vladimir Putin, presidente da Rússia, e Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, tiveram uma conversa telefônica que reacendeu o debate sobre suas complexas e polêmicas relações. A chamada foi detalhada pelo assessor presidencial russo, Yuri Ushakov, em entrevista à imprensa, e abordou questões cruciais como o conflito na Ucrânia, a situação na Síria e potenciais colaborações econômicas.

    Durante a conversa, Putin reiterou a posição da Rússia em relação à busca por uma solução negociada para o conflito ucraniano. O presidente russo enfatizou que Moscou não desistirá de eliminar todas as causas subjacentes que alimentam o conflito. Este ponto foi acompanhado pela menção de Trump sobre a possibilidade de um fim antecipado da ação militar na Ucrânia, indicando um potencial espaço para diálogo e solução pacífica.

    Além das questões geopolíticas, os líderes também discutiram a recente aprovação de um projeto de lei no Senado americano, que abrange reformas tributárias e imigratórias, uma vitória significativa para Trump em sua política interna. A troca de informações sobre política interna dos Estados Unidos sugere um interesse mútuo nas dinâmicas que moldam cada país.

    A conversa ainda se estendeu a outros tópicos relevantes, como a situação na Síria, onde ambos concordaram em continuar o diálogo, demonstrando um reconhecimento das complexidades do Oriente Médio. Além disso, Putin e Trump exploraram a possibilidade de projetos econômicos conjuntos, especialmente nas áreas de energia e exploração espacial, marcando um passo em direção a um futuro colaborativo, apesar das tensões históricas entre as nações.

    Curiosamente, a conversa também teve um momento mais leve, quando Putin parabenizou Trump pelo Dia da Independência dos EUA, lembrando o papel significativo que a Rússia teve na formação do próprio estado americano. Os dois líderes concordaram em manter a linha de comunicação aberta, ressaltando a possibilidade de ligações frequentes sempre que necessário.

    O diálogo entre Putin e Trump reflete não apenas a continuidade de relações diplomáticas complexas, mas também a busca por oportunidades de cooperação em um cenário mundial onde as interações entre potências estão cada vez mais essenciais.