Tag: impacto econômico

  • Crescimento da Economia Chinesa Chega a 5,2% no Segundo Trimestre, Apesar das Tensões Comerciais com os Estados Unidos

    A economia da China apresentou um crescimento significativo de 5,2% no segundo trimestre de 2025, em comparação ao mesmo período do ano anterior, conforme divulgado pelo Escritório Nacional de Estatísticas do país. Essa expansão do Produto Interno Bruto (PIB) ocorre em um cenário marcado por tensões comerciais persistentes com os Estados Unidos e a manutenção de uma trajetória de crescimento que já havia registrado 5,4% no primeiro trimestre do ano.

    A performance do mercado chinês no primeiro semestre pode ser atribuída a uma combinação de estímulos governamentais e uma trégua temporária nas disputas comerciais com o governo americano. Essa pausa nas hostilidades permitiu que os exportadores antecipassem suas transações, preparando-se para possíveis aumentos nas tarifas, o que resultou em uma ligeira elevação nas exportações chinesas. No entanto, especialistas indicam que a segunda metade do ano pode apresentar desafios adicionais, à medida que as incertezas econômicas e as tensões comerciais se intensificam.

    A estratégia do governo chinês visou não apenas fortalecer suas exportações, mas também estimular a economia interna em um momento em que a demanda global pode ser volátil. Os analistas projetam que, para sustentar esse ritmo de crescimento, serão necessários esforços contínuos para mitigar os efeitos da guerra comercial e para incentivar o consumo interno, que é um pilar crucial do crescimento econômico.

    É evidente que, apesar do crescimento registrado, a economia da China enfrenta uma série de obstáculos que podem afetar sua trajetória nos próximos meses. A vigilância em relação às políticas comerciais dos EUA e aos possíveis desdobramentos de uma nova escalada nas tarifas são fatores que continuam a gerar incertezas para o futuro econômico do país asiático. A resiliência da economia chinesa, contudo, será posta à prova, e os próximos trimestres serão decisivos para determinar se o crescimento poderá ser mantido em um cenário global desafiador. Com essa combinação de desempenho positivo e desafios iminentes, os olhos do mundo permanecem voltados para a China, na expectativa de como a nação lidará com as pressões internas e externas.

  • ECONOMIA – Brasil tem medidas comerciais contra EUA que não afetam a inflação, afirma ministro da Fazenda Fernando Haddad. Diplomacia segue aberta para resolver impasse.

    Na quinta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, abordou as possibilidades de retaliação comercial do Brasil em resposta às sanções impostas pelos Estados Unidos, enfatizando que tais medidas não impactariam a inflação interna. Haddad destacou a Lei de Reciprocidade Econômica, que foi aprovada recentemente pelo Congresso, como um mecanismo que permite ao Brasil adotar ações não tarifárias e aumentos de tarifas que não afetam os preços aos consumidores nacionais.

    O ministro explicou que o governo está avaliando uma série de opções para responder às novas tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os EUA, anunciadas pelo presidente Donald Trump. Ele ressaltou que as medidas brasileiras estão sendo cuidadosamente estudadas por um grupo de trabalho, e que o foco não está em criar pressões inflacionárias, mas sim em desenvolver estratégias de retaliação justas e ponderadas.

    Haddad também mencionou que os canais de diálogo entre Brasil e Estados Unidos permanecem abertos, reafirmando a intenção de buscar um entendimento que evite uma escalada de tensões comerciais. “Estamos comprometidos em encontrar soluções através da diplomacia”, afirmou. A lei, segundo ele, recebeu apoio significativo no Congresso, incluindo votos de setores da oposição, o que indica um consenso amplo sobre a importância da soberania nacional nas relações comerciais.

    Em suas declarações, o ministro não hesitou em criticar a postura dos Estados Unidos, classificando as tarifas como “irracionais” e sem justificativa econômica plausível. Ele lembrou que, nos últimos 15 anos, os Estados Unidos mantiveram um superávit em sua balança comercial com o Brasil, o que levanta questões sobre a necessidade de tais medidas protecionistas. Haddad reforçou que o Brasil não busca adotar posturas de proteção comercial, mas sim assegurar um comércio justo e equilibrado.

    Além das discussões comerciais, Haddad também comentou rapidamente sobre a audiência de conciliação relacionada ao decreto que eleva o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), reiterando a posição da Fazenda de que o ato é constitucional. Essa posição indica que o governo está se preparando para possíveis desafios legais, enquanto tenta equilibrar a agenda fiscal do país com as necessidades do comércio exterior.

  • INTERNACIONAL –

    Trump Impõe Tarifa de 50% a Produtos Brasileiros, Lula Responde com Lei de Reciprocidade Econômica

    A recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para o país está causando alvoroço na mídia internacional. O anúncio foi feito em uma carta divulgada nas redes sociais, endereçada ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, e a tarifa entrará em vigor a partir de 1º de agosto.

    No documento, Trump justifica sua medida citando o ex-presidente Jair Bolsonaro, que atualmente enfrenta acusações no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. O próprio Trump menciona também ações judiciais contra apoiadores de Bolsonaro que residem em solo americano, como parte de uma narrativa mais ampla que busca justificar a tarifa.

    Em uma resposta firme, Lula utilizou suas plataformas sociais para reforçar que o Brasil reagirá à imposição tarifária de maneira proporcional, invocando a Lei de Reciprocidade Econômica. O presidente brasileiro destacou que a alegação de Trump sobre um suposto déficit na balança comercial entre os dois países é infundada e clamou pela defesa da soberania nacional e dos interesses do povo brasileiro.

    “Qualquer medida que represente uma elevação unilateral de tarifas será considerada sob a égide da legislação brasileira de reciprocidade econômica. A soberania e o respeito aos interesses do nosso povo são fundamentais na nossa interação global”, afirmou Lula.

    A repercussão do caso foi rápida e abrangente nos principais jornais do mundo. O The New York Times descreveu o episódio como uma “guerra comercial repentina”, enquanto o The Washington Post caracterizou a ação como uma “escalada forte” na disputa diplomática entre as duas nações. Já o britânico The Guardian expressou preocupações sobre como essas táticas comerciais erráticas poderiam impactar a inflação nos Estados Unidos.

    Na América Latina, o argentino Clarín ressaltou o “aumento drástico” das tarifas e as crescentes tensões, ligando-as ao apoio da Casa Branca a Bolsonaro. O alemão Deutsche Welle também refletiu sobre a retaliação brasileira e a desmentida de Lula em relação aos motivos apresentados por Trump. O francês Le Monde destacou o uso dessas tarifas por Trump como uma tentativa de sustentar Bolsonaro em meio a suas dificuldades legais.

    Por fim, o espanhol El País indicou que Trump superou limites em suas ameaças comerciais, não apenas ao Brasil, mas a outros países, com a intenção de forçar negociações até a data limite definida. Com a situação ainda em evolução, o cenário entre Brasil e Estados Unidos continua tenso e cheio de incertezas.

  • ECONOMIA – Desigualdades fiscais custam ao governo brasileiro mais de R$ 200 bilhões anuais, revela estudo do Ipea sobre justiça tributária e reformas necessárias.

    Em um cenário marcado por intensos debates no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a reforma tributária e a arrecadação de impostos, um estudo recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) expõe a gravidade de ineficiências no sistema atual. O relatório revela que o Estado brasileiro deixa de arrecadar anualmente cerca de R$ 200 bilhões devido a discrepâncias nas regras de cobrança de impostos.

    O documento, escrito por Sérgio Wulff Gobetti, pesquisador da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, alega que as “iniquidades perpetuadas” nas regras de cobrança geram não apenas ineficiência econômica, mas também comprometem a justiça tributária. O princípio da progressividade, que deveria fazer com que os mais ricos contribuíssem proporcionalmente mais em impostos do que os mais pobres, é enfraquecido por essas distorções.

    O estudo emerge em um momento crítico, quando tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que isenta do Imposto de Renda pessoas que ganham até R$ 5 mil, além de prever uma tributação mínima para rendimentos superiores a R$ 600 anuais. Esse contexto destaca a urgência de discutir justiça tributária, um tema que se tornou central nas pautas do governo.

    Entre as principais críticas do estudo à legislação vigente, está a diferenciação entre regimes de tributação do lucro empresarial, como o Simples Nacional e o lucro presumido. Embora essa segmentação tenha o intuito de incentivar as micro e pequenas empresas, Gobetti argumenta que ela frequentemente resulta em injustiças tributárias, beneficiando mais os empresários que menos investem e lucram.

    Além disso, o estudo aponta que as divergências no tratamento tributário facilitam práticas que reduzem artificialmente a base de cálculo dos impostos, permitindo que grandes conglomerados operem com estratégias que minimizam sua contribuição tributária. Com isso, a pesquisa levanta questões sobre a equidade do sistema atual e a necessidade de ajustes.

    Gobetti sugere que a tributação de dividendos, atualmente isentos de Imposto de Renda no Brasil, poderia ser uma solução para tornar o sistema mais progressivo. Ele ressalta que, ao contrário do Brasil, a maioria dos países desenvolvidos já tributa essa forma de renda, o que poderia ajudar a equilibrar a carga tributária.

    A análise também foca no setor petrolífero, sugerindo a criação de uma taxa adicional para lucros extraordinários quando os preços do barril de petróleo superarem a média histórica de US$ 70. Esse mecanismo poderia aumentar significativamente a arrecadação e capturar parte dos ganhos extraordinários do setor sem comprometer os incentivos a investimentos.

    Nesse contexto de reformas e discussões, o estudo do Ipea não apenas revela as falhas do sistema tributário brasileiro, mas também apresenta propostas que, se implementadas, poderiam contribuir para uma maior justiça fiscal e uma arrecadação mais eficiente. O aprimoramento do sistema tributário é uma questão urgente, e as decisões tomadas neste momento terão um impacto significativo na economia e na igualdade social nos próximos anos.