Tag: Geopolítica

  • China Avança na Corrida da Inteligência Artificial e Ameaça Domínio dos EUA no Cenário Global

    A disputa pela supremacia em inteligência artificial é um tema central na geopolítica atual, com a China emergindo como uma potência significativa nesse campo. Especialistas alertam que, caso os Estados Unidos não consigam manter a liderança, isso poderá resultar em uma reconfiguração do equilíbrio de poder global, desfavorecendo o país no cenário internacional. David Sacks, um influente consultor da administração do ex-presidente Donald Trump, ressaltou os riscos envolvidos nessa competição. Sacks afirmou que a perda da liderança em inteligência artificial para a China poderia ter consequências devastadoras para a posição dos EUA no mundo.

    Atualmente, a China é responsável por cerca de 50% dos pesquisadores de IA do planeta, um marco que demonstra seu avanço acelerado em tecnologia e inovação. Apesar desse cenário desafiador, Sacks acredita que os Estados Unidos ainda têm a capacidade de competir e até vencer, se estabelecerem suas próprias tecnologias como o padrão global. Essa perspectiva destaca a importância de esforços robustos para desenvolver e integrar inovações tecnológicas que possam garantir a liderança americana nesse setor estratégico.

    Recentemente, em um evento realizado na Pensilvânia, Trump anunciou um investimento substancial na construção de novos data centers de IA e na atualização das redes elétricas. Ele enfatizou que a riqueza natural dos EUA, especialmente em petróleo e gás, poderia ser catalisadora para uma revitalização industrial e para a ascensão do país como a principal potência em inteligência artificial e criptomoedas.

    Trump declarou que sua visão é que os Estados Unidos devem dominar todos os setores tecnológicos, uma ambição que inclui ser a nação líder em IA. Essa abordagem não se limita a um posicionamento econômico, mas também busca garantir uma influência significativa sobre a direção futura das inovações tecnológicas no mundo inteiro.

    Assim, a corrida pela inteligência artificial não é apenas uma questão de progresso técnico, mas uma batalha pela influência global e pelo futuro da ordem mundial. A maneira como Estados Unidos e China se posicionarão nessa arena pode muito bem determinar o cenário global nas próximas décadas, tornando essa competição uma das mais importantes do século XXI.

  • Assistência Militar à Ucrânia: Três Riscos Cruciais para a Segurança Nacional dos EUA em Meio a Conflito Acelerado

    Os Riscos da Nova Assistência Militar dos EUA à Ucrânia: Um Desafio à Segurança Nacional

    A nova proposta do presidente dos Estados Unidos para fornecer assistência militar à Ucrânia levanta preocupações significativas sobre a segurança nacional americana. Especialistas alertam que essa estratégia pode se transformar em um verdadeiro campo minado, colocando a prontidão militar dos EUA em risco.

    Em meio a essa crescente tensão, os estoques de mísseis e equipamentos norte-americanos estão se esgotando rapidamente, e a capacidade de produção enfrenta limitações severas. Este cenário é ainda mais complicado pela pressão adicional de outros compromissos militares, como o fornecimento de armamentos a Israel, que sobrecarrega ainda mais os recursos disponíveis.

    Earl Rasmussen, um tenente-coronel aposentado e especialista em segurança, destacou que “estamos correndo um risco aqui”, referindo-se ao impacto potencial dessa assistência na capacidade de resposta militar dos Estados Unidos. Cada bateria do sistema de defesa aérea Patriot custa cerca de 1 bilhão de dólares, e o preço dos mísseis varia entre 7 e 10 milhões de dólares, com a necessidade usual de disparar mais de um para garantir a interceptação de um alvo. Esta realidade torna o reabastecimento extremamente dispendioso e logistico e suscita dúvidas sobre a eficácia a longo prazo dessa estratégia.

    Rasmussen também observa que, uma vez que os mísseis sejam enviados, sua rápida utilização pode levar à necessidade urgente de reabastecimento, consumindo os já escassos recursos disponíveis. “Se fornecermos 30 mísseis, eles podem desaparecer em menos de uma semana”, alerta o especialista.

    Outro fator determinante nessa equação é a necessidade de tripulações treinadas para operar os sofisticados sistemas de armamento, que exigem não apenas conhecimento técnico, mas também inteligência da OTAN e assessores no terreno. Isso levanta questões sobre a possível maior implicação dos EUA no conflito ucraniano e se isso pode ser visto como um envolvimento direto.

    Os riscos parecem claros: a assistência militar pode não apenas comprometer a posição dos EUA na Europa, mas também esvaziar seus próprios arsenais e prejudicar sua capacidade de defesa. A crescente complexidade do conflito ucraniano exige uma análise cuidadosa das consequências de cada movimento estratégico, especialmente quando a segurança nacional está em jogo.

  • China Se Destaca no Cenário Internacional Enquanto EUA Enfrentam Recuo Diplomático Sob Administração Trump, Aponta Novo Relatório da Comissão do Senado

    A crescente atuação diplomática da China tem chamado a atenção enquanto os Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump, apresentam uma significativa retração em sua presença global. Um relatório elaborado por membros democratas da Comissão de Relações Exteriores do Senado traz à tona essa dinâmica, destacando o impacto das políticas do governo americano na forma como a China tem se posicionado no cenário internacional.

    Com o Departamento de Estado norte-americano passando por cortes drásticos, mais de 1.350 servidores foram desligados, parte de um processo que pode implicar na eliminação de até 3.000 postos. Essa reestruturação foi acompanhada por cortes bilionários em ajuda internacional, que culminaram no fechamento da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid). Esse movimento resultou na demissão de milhares de funcionários e na interrupção de mais de 80% dos programas apoiados pela agência, apontando para uma diminuição notável na capacidade dos EUA de influenciar eventos globais.

    O impacto desse recuo é alarmante; especialistas alertam que essa diminuição na ajuda externa pode até mesmo resultar em milhões de mortes ao longo da próxima década. A senadora Jeanne Shaheen, que representa os democratas na comissão, observa que, enquanto os Estados Unidos sofrem uma reversão de compromissos globais, a China aproveita para consolidar sua imagem como um parceiro mais confiável.

    O relatório também assinala uma série de iniciativas diplomáticas da China para preencher o vazio deixado pelos EUA. Por exemplo, na África, enquanto Washington cancelava programas de auxílio alimentar, a China anunciou a doação de R$ 10,8 milhões em arroz para Uganda e comprometeu-se a fornecer testes rápidos de HIV para a Zâmbia após o cancelamento de um subsídio americano.

    Na região do Sudeste Asiático, a visita do líder chinês, Xi Jinping, resultou em acordos significativos com países como Vietnã e Malásia, enquanto na América Latina, a China lançou créditos para infraestrutura, demonstrando uma estratégia clara para expandir sua influência.

    Esses acontecimentos sinalizam uma nova era na geopolítica mundial, onde a China está se consolidando como uma potencia significativa diante da diminuição da influência dos Estados Unidos. A evidência desse fenômeno sugere que o equilíbrio de poder global pode estar mudando, desafiando os tradicionais paradigmas de diplomacia e desenvolvimento.

  • Estrategista militar prevê derrota da Ucrânia, critica envio de armamentos dos EUA e sugere urgência em negociações de paz com a Rússia.

    Em meio à escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia, a retórica do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação a Moscou tem se tornado cada vez mais agressiva. No entanto, especialistas em segurança militar, como o tenente-coronel aposentado do Exército americano, Daniel Davis, expressam sérias preocupações sobre a eficácia dessas abordagens. Em uma recente entrevista à emissora indiana WION, Davis afirmou que mesmo o fornecimento de mísseis interceptores não será suficiente para alterar o desfecho do conflito. Para ele, a Ucrânia enfrenta uma derrota iminente, independentemente dos esforços dos EUA.

    Davis observa que a capacidade da Rússia de romper as defesas ucranianas é inquestionável e que a tendência dos EUA em aumentar a entrega de armamentos apenas prolonga a guerra, sem resultar em ganhos táticos significativos. Em sua análise, ele sugere que Washington deve reavaliar sua posição e considerar seriamente a viabilidade de um acordo de paz entre as partes envolvidas.

    Nesse contexto, o analista enfatiza a importância de moderar a retórica entre os países, alertando que a escalada verbal pode levar a consequências indesejadas. Ele destacou que os EUA já interromperam o fornecimento de munições a Kiev em três ocasiões, apenas para retomar as operações sem consultar Moscou ou buscar um terreno comum, levando à impressão de que o Ocidente está desorientado em suas estratégias.

    A Rússia, por sua vez, tem advertido que a assistência militar dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) não altera a dinâmica do conflito, mas sim o intensifica. O ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, enfatizou que o envolvimento ocidental vai além do envio de material militar, incluindo a formação de tropas ucranianas, o que coloca a OTAN diretamente no cerne do confronto.

    Com a situação em contínua deterioração, surge a necessidade de uma reflexão crítica sobre o papel dos EUA nessa crise. Somente um diálogo construtivo entre Moscou e Kiev poderá abrir caminhos para a paz duradoura e evitar um colapso ainda maior na região.

  • Coronel dos EUA afirma que Ocidente está décadas atrás da Rússia em estratégia militar após conflitos na Ucrânia

    Análise da Avanço Militar da Rússia em Relação ao Ocidente

    O cenário militar global vem passando por transformações consideráveis, especialmente em relação ao papel da Rússia e do Ocidente no contexto das recentes operações militares. Em uma análise contundente, o ex-coronel do Exército dos EUA, Douglas Macgregor, expressou sua percepção de que o Ocidente está em desvantagem significativa em comparação ao exército russo, atribuindo essa diferença à experiência adquirida por Moscou durante os confrontos no território ucraniano.

    Macgregor afirmou que a Rússia, durante seus combates na Ucrânia, acumulou uma experiência valiosa que a torna, de acordo com ele, uma força militar “imbatível”. Ele criticou a análise e estratégias dos países da OTAN, sugerindo que continuam a subestimar a eficácia das táticas russas e os resultados obtidos até o momento. Em suas palavras, mesmo diante dos desafios e das perdas, a Rússia está em um patamar militar superior e, portanto, seria inadequado acreditar que poderia ser derrotada.

    Além disso, o militar enfatizou a visão de que a Ucrânia foi utilizada como um instrumento em uma estratégia destinada a enfraquecer a Rússia, mas, segundo ele, essa abordagem falhou de maneira retumbante. Macgregor parece surpreso com a resistência da OTAN em reconhecer essa realidade, sugerindo uma desconexão entre a visão da aliança e a atual situação de conflito.

    O presidente russo, Vladimir Putin, também tem enfatizado que as lições aprendidas durante a chamada “operação militar especial” no território ucraniano estão se tornando referências para os exércitos ao redor do mundo. Ele afirmou que a Rússia continua à frente, em termos de desenvolvimento e execução de táticas militares.

    Essa discrepância entre as capacidades militares da Rússia e do Ocidente levanta questões sobre a eficácia das estratégias de contenção que vêm sendo adotadas. Com o conflito na Ucrânia ainda em andamento, o debate sobre a superioridade militar e as implicações estratégicas para os países ocidentais permanece em pauta, indicando que o equilíbrio de poder militar pode estar se redefinindo nos próximos anos. Esta análise exige uma reflexão profunda sobre as políticas de defesa e a preparação militar dos países ocidentais, que, segundo alguns analistas, podem estar desatualizadas em relação à evolução das táticas de combate contemporâneas.

  • BRICS reafirma soberania do Brasil e aliados em cúpula no Rio de Janeiro, desafiando pressões externas dos EUA e promovendo uma agenda de desenvolvimento global.

    Cúpula do BRICS: Reafirmação de Soberania e a Contextualização Global

    A 17ª Cúpula do BRICS, realizada no Rio de Janeiro, foi marcada por uma significativa participação de líderes das nações que compõem o grupo, além de convidados. Com a participação de novos membros, 126 pontos foram acordados na declaração final, evidenciando a importância do multilateralismo em tempos de crescente polarização geopolítica.

    Os dirigentes, incluindo o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o chanceler russo Sergei Lavrov, destacaram a necessidade de reformar instituições internacionais. Esse apelo não é uma novidade, visto que a questão da governança global já foi abordada em encontros anteriores, desde a primeira cúpula, em 2009. Especialistas, como o professor Gabriel Rached, ressaltam que essa busca por reformas é um dos alicerces do BRICS, reunindo países que compartilham visões comuns sobre a dinâmica internacional.

    O papel do Brasil, sob a presidência de Lula, foi central para conduzir discussões em torno de temas cruciais como saúde global, tecnologia, inteligência artificial e mudanças climáticas. A estratégia foi criar uma plataforma que favorecesse a interação entre nações do Sul Global, buscando uma abordagem mais inclusiva e sustentável. A pesquisadora Rafaela Mello Rodrigues de Sá menciona que o objetivo foi entender os interesses convergentes entre os países participantes, facilitando a construção de consensos nas várias pautas discutidas.

    Embora a cúpula tenha ocorrido na ausência dos presidentes da China e da Rússia, Xi Jinping e Vladimir Putin, analistas consideram que os objetivos inicialmente propostos foram alcançados. Rodrigues de Sá destaca que a presidência brasileira no BRICS é parte de um esforço mais amplo de reinserção do país nas discussões internacionais, pautando temas que visam o desenvolvimento inclusivo e um maior compromisso com o combate às mudanças climáticas.

    Em contraste com o espírito da cúpula, as tensões internacionais foram exacerbadas pelas declarações do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que ameaçou taxar países que se alinharem com políticas do BRICS. Lula respondeu criticamente, enfatizando que o mundo mudou, e que aspirações soberanas não devem ser ameaçadas por potências externas.

    Este ambiente acirrado sugere que o sistema internacional atual, moldado pós-Segunda Guerra Mundial, está se mostrando cada vez menos eficaz. Após a pandemia, instituições tradicionais perderam credibilidade, resultando em um cenário onde a busca por novas alianças e fórmulas de governança é não apenas bem-vinda, mas necessária. O crescente interesse de cerca de 40 países em se integrar ao BRICS ilustra essa tendência, refletindo a busca por uma ordem mundial que ofereça maior representatividade e eficácia em tempos de incerteza.

    Ao fim, a cúpula do BRICS reafirma a soberania dos países-membros, colocando em destaque a necessidade de descartar ingerências externas e propondo um caminho para um futuro mais cooperativo e justo nas relações internacionais.

  • INTERNACIONAL –

    Brics Destaca Paz em Declaração Final e Apela por Soluções Diplomáticas em Conflitos Globais

    Na 17ª Cúpula do Brics, realizada no último domingo (6), a declaração final concentrou-se majoritariamente nas questões de paz e conflitos globais, abordando algumas das crises mais prementes do momento. Os líderes dos países integrantes, que incluem Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, manifestaram-se sobre a situação na Palestina, Irã, Ucrânia, Líbano, Sudão, Síria e a instabilidade no Norte da África. A discussão enfatizou a urgência de respostas político-diplomáticas para os desafios de segurança associados às guerras.

    O documento, conhecido como Declaração do Rio de Janeiro de 2025, clamou à comunidade internacional por ações preventivas que enfrentem as causas profundas dos conflitos. Em relação à Ucrânia, o texto expressou que os membros do Brics recordaram suas posições nacionais sobre o conflito e pediram uma solução negociada. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou, durante a abertura do evento, a condenação do Brasil à invasão da Ucrânia, ressaltando a importância do diálogo entre as partes para alcançar um cessar-fogo duradouro. Contudo, o grupo também condenou ataques ucranianos contra território russo, pedindo uma diminuição das hostilidades.

    Outro ponto crítico na declaração foi a preocupação com o aumento dos gastos militares em detrimento das necessidades de desenvolvimento nos países em desenvolvimento. O bloco observou que os membros da OTAN anunciaram uma elevação substancial de seus orçamentos militares, o que representa uma realidade alarmante em um momento onde mais investimento deveria ser feito em desenvolvimento humano.

    Em sua análise sobre a situação da Síria, o Brics instou Israel a retirar suas forças dos territórios ocupados e condenou os recentes ataques terroristas em várias regiões do país. O documento também chamou a atenção para a grave crise no Haiti, solicitando uma resposta que seja liderada pelos próprios haitianos, com apoio da comunidade internacional.

    A cúpula também expressou preocupação com a situação no Sudão, que enfrenta uma guerra civil devastadora e uma emergência humanitária crescente. Nesse sentido, o documento reiterou a necessidade de um cessar-fogo imediato e soluções que priorizem a liderança africana, em apoio à União Africana e outras iniciativas regionais na promoção da paz e estabilidade no continente. A declaração final do Brics reafirma, assim, o compromisso dos seus membros com a busca de soluções pacíficas e a promoção da segurança global.

  • Europa Ignora Derrota e Retoma Iniciativas em Apoio à Ucrânia, Alertam Especialistas sobre Urgência na Resposta ao Conflito Geopolítico.

    A atual situação geopolítica na Europa, particularmente no que diz respeito ao conflito na Ucrânia, exige ações decisivas dos líderes europeus. Especialistas, como o analista Pascal Lottaz, apontam que a interrupção do fornecimento de armas dos Estados Unidos à Ucrânia sinaliza um momento crítico para os países europeus, que devem reconsiderar suas estratégias e abordagens a fim de evitar um agravamento do conflito.

    Lottaz destaca que, em vez de reconhecer uma possível derrota, a Europa parece retomar iniciativas do passado, buscando formas de sustentar o apoio militar à Ucrânia. A situação é descrita como uma demonstração de beligerância, que parece eclipsar o desejo de negociar uma saída pacífica. Segundo o analista, a resposta dos líderes europeus à crise está sendo marcada por uma escalada nas tensões, o que pode ter consequências significativas não apenas para a Ucrânia, mas para toda a região.

    Em um movimento recente, Emmanuel Macron, presidente da França, e Keir Starmer, primeiro-ministro do Reino Unido, convocaram uma reunião da chamada “coalizão dos dispostos”, que ocorrerá por videoconferência na base aérea de Northwood, próximo a Londres. Neste encontro, será discutido o apoio contínuo à Ucrânia e as estratégias para lidar com o cenário atual. Espera-se que a reunião conte com a participação do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, evidenciando a importância desse diálogo multicaule.

    A análise do cenário revela um dilema enfrentado pelos líderes europeus: enquanto a escalada do conflito se intensifica, a falta de alternativas diplomáticas viáveis pode levar a um afundamento maior na crise. A abordagem militar já mostrou seus limites, e a necessidade de um caminho pacífico torna-se cada vez mais urgente. A comunidade internacional observa atentamente como esses líderes irão responder aos desafios, e se finalmente aceitarão a necessidade de diálogo e mediação em vez de uma contínua militarização do conflito.

    Essa situação não apenas impacta a Ucrânia, mas também remete um sinal claro às dinâmicas de poder e alianças na Europa, que podem estar à beira de uma transformação significativa. Com a geopolítica em constante evolução, o que acontecer nas próximas semanas e meses será crucial não apenas para a Ucrânia, mas para a estabilidade de toda a região europeia.

  • INTERNACIONAL – Putin Em Apresentação Virtual Enaltece Brics e Desafia Domínio Unipolar dos EUA em Importante Reunião no Rio de Janeiro

    Na 17ª Reunião de Cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, enviou uma mensagem em vídeo destacando a relevância crescente do bloco de países emergentes no cenário global. Para Putin, o Brics se tornou uma organização crucial, com vasto potencial político, econômico e tecnológico. Ele ressaltou que a autoridade do grupo está em ascensão e que sua influência no âmbito internacional é cada vez mais significativa.

    O presidente russo também fez críticas ao que chamou de “mundo unipolar”, dominado pelos Estados Unidos, sugere que este modelo está se tornando obsoleto. Segundo ele, um mundo multipolar mais justo está se configurando, com a centralidade econômica se deslocando para mercados em desenvolvimento, apoiando o crescimento no interior do Brics. Este crescimento parece refletir uma mudança na dinâmica global, em que a cooperação entre os países do bloco se torna mais vital.

    Nos últimos dois anos, o Brics ampliou sua composição, passando de cinco para 11 membros permanentes, e incluindo dez novos parceiros. Putin agradeceu ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva pelo “trabalho ativo” na presidência do grupo e pela implementação de iniciativas discutidas anteriormente. O líder russo enfatizou a importância da cooperação entre os membros, citando a inclusão de países relevantes de diferentes regiões, como Eurásia, África, Oriente Médio e América Latina, afirmando que possuem um potencial humano e econômico considerável.

    No entanto, a ausência de Putin no evento tem um contexto mais sério: um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional, relacionado a crimes de guerra na Ucrânia, levanta preocupações sobre sua segurança ao viajar ao Brasil.

    Durante a cúpula, Putin defendeu a necessidade de avançar na desdolarização do comércio entre os países do Brics, sugerindo o uso crescente de moedas locais nas transações financeiras. Ele argumentou que isso tornará as transações mais eficientes e seguras. A proposta de um sistema independente de liquidação e depósito foi um ponto central em sua fala, reforçando a intenção de reduzir a dependência do dólar.

    Analistas veem o Brics como uma tentativa de equilibrar o poder global em face das potências ocidentais, especialmente à luz da crescente influência da Rússia. Especialistas em Relações Internacionais alertam que, embora o bloco tenha a capacidade de influenciar a economia global, as instituições políticas internacionais, como o FMI e a ONU, ainda são dominadas por poucos países, refletindo uma desigualdade que persiste.

    Atualmente, o Brics é composto por 11 países membros permanentes e diversos parceiros, abrangendo 39% da economia mundial e 48,5% da população global. O bloco emerge como uma força crescente em um mundo em transformação, buscando reequilibrar a arquitetura de poder internacional.

  • INTERNACIONAL – Rússia mantém planos para sistema de pagamento alternativo ao dólar, mesmo sem consenso no Brics, afirma ministro Anton Siluanov. Iniciativa avança sem acordo completo.

    No último sábado, o ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, confirmou a intenção do país de desenvolver um sistema de pagamento alternativo ao dólar para transações internacionais, mesmo na ausência de consenso absoluto entre os membros do Brics. Durante uma coletiva de imprensa, Siluanov explicou que a criação desse mecanismo pode ocorrer por meio de formatos de cooperação bilaterais ou trilaterais.

    O ministro enfatizou que as discussões em torno da criação de uma plataforma de investimentos estão em andamento, embora não tenha havido um acordo definitivo entre os países do Brics. “Vamos continuar avançando nessa direção com aqueles que se mostram interessados. Não é imprescindível que haja um consenso total para determinadas decisões financeiras”, afirmou. Ele ressaltou a possibilidade de que transações envolvendo a compra de títulos possam ser efetivadas entre duas ou três nações sem a necessidade de um entendimento global. Siluanov também destacou que, ao longo deste processo, alguns aspectos poderão ser implementados rapidamente, enquanto outros podem levar mais tempo.

    A reunião recente entre os ministros de Finanças e os diretores dos bancos centrais do Brics resultou em uma declaração que mencionou o progresso na busca por caminhos para viabilizar a interoperabilidade dos sistemas de pagamento. No entanto, o documento não fez referência a um acordo concreto sobre o formato desses sistemas alternativos, limitando-se a observar que um relatório técnico elaborado sobre o tema deve ser fundamental no trabalho contínuo para facilitar pagamentos internacionais de maneira mais acessível e eficiente.

    Outro tema relevante abordado por Siluanov foi a criação de um mecanismo de garantia ligado ao Novo Banco de Desenvolvimento (NDB). Os países do Brics planejam implementar uma iniciativa chamada Garantias Multilaterais do Brics (GMB), que visa mobilizar investimentos privados em infraestrutura e promovendo o desenvolvimento sustentável. A expectativa é que essa iniciativa reduza riscos associados a investimentos estratégicos, aumentando a credibilidade do grupo e do Sul Global. Um projeto piloto está previsto para ser iniciado em 2025.

    Siluanov ressaltou a importância da criação de uma resseguradora vinculada ao NDB, uma medida que é considerada estratégica pelo grupo. Ele argumentou que, apesar do crescimento do comércio e do transporte entre os países do Brics, há uma carência de seguradoras independentes. A proposta envolve a formatação de uma organização internacional com capital proporcionado pelos Estados-membros, que consiga resguardar riscos logísticos, climáticos e de construção, propondo assim uma alternativa viável às seguradoras ocidentais.