Tag: EUA

  • Bolsonaro pede anistia para reverter tarifas dos EUA enquanto Lula promete levar jabuticaba a Trump como símbolo de união e diplomacia brasileira.

    No último domingo, 13 de julho, o ex-presidente Jair Bolsonaro renovou seu apelo por anistia a políticos e aliados envolvidos nos eventos de 8 de janeiro, em uma tentativa de mitigar as tarifas de 50% que os Estados Unidos impuseram sobre produtos brasileiros. Em uma postagem nas redes sociais, Bolsonaro declarou que a medida de Donald Trump está mais relacionada a “valores e liberdade” do que às questões econômicas, instando as autoridades brasileiras a agirem rapidamente para evitar danos maiores.

    Bolsonaro enfatizou que o tempo é curto, visto que as sanções entrariam em vigor a partir de 1º de agosto. Ele colocou a responsabilidade nas mãos do governo para buscar um entendimento, sugerindo que a anistia poderia trazer paz à economia do país. Em suas palavras, a harmonia entre os Poderes poderia resultar em “perdão entre irmãos”, indicando a necessidade de cooperação para enfrentar a crise tarifária.

    Enquanto isso, o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva também se manifestou sobre as tarifas. Em um vídeo compartilhado pela primeira-dama Janja, Lula comentou que planeja enviar jabuticabas ao presidente Trump. Ele fez uma analogia entre a fruta e a diplomacia, argumentando que quem consome jabuticabas não fica de mau humor e, portanto, deve haver um foco na união e nas boas relações, em vez de disputas tarifárias.

    Essas tarifas têm gerado reação entre membros do governo e figuras da direita brasileira. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, foi incisivo ao comparar a postura da família Bolsonaro à de “sequestradores”, citando vídeos de seus filhos. Ele criticou a falta de ações concretas para resolver a crise e disse que a busca por culpados é contraproducente.

    Por outro lado, o senador Flávio Bolsonaro se defendeu, acusando Rui Costa de estar mais interessado em culpar do que em solucionar o problema. Além disso, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, expressou sua posição de não apoiar o discurso de anistia, priorizando a defesa da economia paulista.

    Diante da situação, Tarcísio alertou a Bolsonaro sobre sua decisão, influenciada pela pressão de empresários do setor agrícola e aliados que veem como inviável a possibilidade de uma anistia que comprometa a soberania nacional em meio a pressões externas. Essa discussão reflete a complexidade das relações Brasil-EUA e o impacto disso sobre o mercado interno, trazendo à tona não apenas questões econômicas, mas também tensões políticas significativas.

  • Brasil prepara decreto para retaliação econômica contra tarifas dos EUA, anuncia Alckmin durante inauguração em São Paulo. Medidas devem ser regulamentadas até terça-feira.

    Em um evento realizado em São Paulo, o vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou que o Governo Federal deve publicar um decreto relacionado à lei de reciprocidade econômica até a próxima terça-feira. Essa regulamentação permitirá ao Brasil responder proporcionalmente às tarifas elevadas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, uma medida que gerou preocupações no setor produtivo nacional.

    Durante a inauguração do viaduto de Francisco Morato, Alckmin destacou a importância da lei de reciprocidade aprovada pelo Congresso Nacional, que estabelece diretrizes claras para a adoção de tarifas em resposta a medidas protecionistas de outros países. “O que é tarifado lá, será tarifado aqui”, afirmou, sublinhando que a regulamentação não se limita apenas a questões tarifárias, mas também abrange medidas não tarifárias, reforçando a necessidade de uma ação efetiva do governo diante das novas ameaças comerciais.

    Ao comentar sobre o contexto atual, Alckmin classificou a taxação americana como “inadequada” e confirmou que o Brasil buscará mecanismos para reverter essa decisão, incluindo a possibilidade de recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC). Estabelecer um diálogo com o setor privado também está entre as prioridades do governo, já que a análise dos impactos econômicos da medida é essencial para formular uma resposta eficaz.

    Além disso, um grupo de trabalho foi criado para investigar alternativas de negociação e avaliar possíveis retaliações. A criação desse grupo revela a determinação do governo em adotar medidas que protejam os interesses do Brasil, ao mesmo tempo em que considera as possíveis repercussões para a economia nacional.

    No cenário econômico atual, no qual as relações comerciais são cada vez mais desafiadas, o Brasil se prepara para defender sua posição no mercado internacional e garantir um ambiente comercial mais equilibrado. O decreto que está por vir poderá representar um passo significativo nessa direção, refletindo a luta do país para manter-se competitivo e livre das imposições unilaterais que levantam barreiras ao comércio justo e à cooperação internacional.

  • POLÍTICA – Governo Brasileiro Responde a Tarifas dos EUA e Promete Medidas Contra Imposição Comercial de Trump e Ação na Organização Mundial do Comércio

    O governo federal brasileiro manifestou sua intenção de contestar a recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impôs tarifas comerciais de 50% sobre as exportações do Brasil. O anúncio foi feito pelo vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, em uma cerimônia na cidade de Francisco Morato, em São Paulo.

    Alckmin argumentou que a tarifa não apenas é inadequada, mas também prejudica os consumidores norte-americanos. Ele enfatizou que essa medida não faz sentido e que o Brasil busca uma resolução por meio da Organização Mundial do Comércio (OMC). O governo se comprometeu a reunir-se com representantes do setor privado para discutir as melhores estratégias de resposta, incluindo o uso da recém-sancionada Lei de Reciprocidade Econômica. Essa legislação permite ao Brasil adotar medidas comerciais em resposta a ações prejudiciais adotadas por outros países.

    Durante sua fala, Alckmin fez questão de destacar a longa relação de amizade entre Brasil e Estados Unidos, com 200 anos de cooperação. Ele ressaltou que o Brasil não é um problema comercial para os Estados Unidos, que, segundo ele, enfrentam déficits em sua balança comercial. Essa integração produtiva entre os dois países, segundo o vice-presidente, deve ser preservada em nome da estabilidade econômica global.

    A imposição das tarifas será efetiva a partir do dia 1º de agosto e foi comunicada por Trump a Lula, justificando sua decisão com argumentações que envolvem questões legais que cercam o ex-presidente Jair Bolsonaro, que atualmente enfrenta processos no Supremo Tribunal Federal (STF). Trump criticou a forma como o Brasil tem lidado com Bolsonaro, acusando o país de violar a liberdade de expressão.

    Além da polêmica envolvendo as tarifas, Alckmin falou sobre uma nova medida do governo que isenta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) veículos sustentáveis. Essa iniciativa já anunciada por Lula visa tornar carros mais acessíveis e sustentáveis, reduzindo o preço de modelos de entrada em até R$ 12.000. A proposta integra o Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação, que busca fomentar a descarbonização da frota automotiva brasileira.

    Para que os veículos se beneficiem dessa isenção, devem atender a critérios rigorosos, como baixa emissão de CO₂ e alto percentual de materiais recicláveis, além de serem fabricados no Brasil. Essa estratégia visa não apenas desenvolver uma indústria mais sustentável, mas também ampliar o acesso da população a veículos que não agridem o meio ambiente. Com essas medidas, o governo brasileiro se posiciona ativamente em defesa de seus interesses econômicos, buscando mitigar os impactos das decisões externas que afetam o comércio.

  • Peste Pneumônica: Primeira Morte em Arizona Desde 2007 Acende Alerta Sobre Infecções Raras nos EUA

    Uma tragédia recente abalou o estado do Arizona, nos Estados Unidos, com a confirmação da morte de um paciente devido à peste pneumônica, uma doença causada pela bactéria Yersinia pestis. Este micro-organismo é notoriamente conhecido por ser o agente etiológico da Grande Peste, que devastou a população europeia durante a Idade Média, levando à morte de milhões de pessoas.

    O incidente ocorreu no condado de Coconino, onde o Flagstaff Medical Center Emergency atendeu o paciente. Segundo informações divulgadas pela instituição, o cidadão deu entrada na emergência e, menos de 24 horas depois, veio a falecer. Apesar de receber tratamento inicial adequado, as tentativas de reanimação não tiveram sucesso, apontando para a gravidade da infecção e a rapidez com que a doença progrediu.

    Determinadas informações, como a identidade do paciente e a data da morte, não foram tornadas públicas em respeito à privacidade da família enlutada. Vale destacar que o condado de Coconino não registrava casos fatais de peste desde 2007, fazendo com que essa ocorrência seja um motivo de preocupação e alerta para as autoridades de saúde pública locais.

    A peste, enquanto doença, se apresenta em três formas principais: a pneumônica, a septicêmica e a bubônica, sendo a pneumônica a mais letal e rápida em se alastrar. A infecção por Yersinia pestis é considerada rara nos dias atuais, principalmente em regiões urbanas, com incidências mais frequentes em áreas rurais, onde as condições de sobrevivência do vetor, como roedores e pulgas, são muito mais propícias.

    Diante deste evento trágico, especialistas em saúde pública reiteram a importância de medidas preventivas e educativas para manter a população informada sobre os riscos de infecções e a necessidade de intervenções rápidas em casos suspeitos. A história da peste, mesmo após séculos, reforça que vigilância e educação são fundamentais para evitar que doenças de épocas passadas ainda causem dor e sofrimento na atualidade.

  • Trump afirma que procuradora investiga fraudes nas eleições de 2020 e sugere possibilidade de terceiro mandato em declaração polêmica.

    No último sábado, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez declarações contundentes a respeito das eleições presidenciais de 2020 durante um post em sua plataforma Truth Social. Trump afirmou que a procuradora-geral da Flórida, Pam Bondi, está investigando supostas fraudes que teriam ocorrido nas eleições daquele ano. Recorde-se que, na disputa, Trump foi derrotado pelo democrata Joe Biden, um resultado que o ex-presidente nunca aceitou plenamente.

    “O resultado das eleições de 2020 foi fraudulento e roubado. Eles estão tentando repetir o mesmo esquema para 2024”, disse Trump, referindo-se à investigação conduzida por Bondi. Essa retórica não é nova: desde o dia da eleição, Trump e seus apoiadores questionaram a integridade do processo eleitoral. A situação alcançou um pico dramático em janeiro de 2021, quando uma multidão de seus seguidores invadiu o Capitólio em um intento de interromper a certificação dos votos que confirmariam a vitória de Biden. Chegou a ser acusado de incitação à insurreição, mas os processos contra ele foram posteriormente arquivados.

    Além de relembrar a conturbada transição de poder, Trump também efervesceu o cenário político ao comentar sobre uma possível candidatura para um terceiro mandato nas eleições de 2024. Em março, o ex-presidente afirmou que “não está brincando” ao considerar essa possibilidade. Ele explicou que, embora muitos o incentivem a tentar uma nova corrida presidencial, ainda vê como prematuro discutir a questão detalhadamente.

    É importante lembrar que a Constituição dos Estados Unidos, por meio da 22ª Emenda, limita um presidente a dois mandatos, independentemente de serem consecutivos ou não. No entanto, Trump insinuou que existem formas de contornar essa restrição, embora não tenha especificado quais seriam.

    O cenário político americano está longe de se estabilizar, e as palavras de Trump reacendem um debate que divisões profundas na sociedade e no próprio sistema político, enquanto a nação se prepara para novas eleições que prometem ser igualmente disputadas e polarizadas.

  • Sheinbaum critica repressão a migrantes nos EUA e alerta sobre impactos econômicos negativos para o país.

    A presidente do México, Claudia Sheinbaum, manifestou sua forte desaprovação em relação às recentes operações de repressão contra migrantes nos Estados Unidos, considerando tais ações não apenas injustas, mas também prejudiciais à economia americana. Em declarações feitas em um evento, Sheinbaum ressaltou que os migrantes, especialmente os mexicanos e outros latino-americanos, desempenham um papel vital na força de trabalho que sustenta a economia dos EUA.

    Sheinbaum trouxe à tona um evento recente em que o Departamento de Segurança Interna dos EUA conduzira uma operação em plantações na Califórnia, resultando na prisão de aproximadamente 200 migrantes em situação irregular. Durante essa ação, dez crianças que acompanhavam os migrantes foram encontradas, levantando preocupações sobre exploração e tráfico de pessoas. A operação também enfrentou resistência significativa, com relatos de confrontos entre agentes e grupos de até 500 indivíduos, culminando em um episódio em que um migrante disparou contra os agentes.

    A presidente mexicana informou que, naquele mesmo dia, recebendo notícias de detenções, as autoridades mexicanas contabilizaram 25 chamadas de cidadãos relatando prisões na Califórnia. De acordo com Sheinbaum, o governo mexicano está investigando o número exato de seus nacionais detidos, e desde o início dessa campanha, já somam 355 mexicanos que foram presos.

    Desde a posse de Donald Trump, as deportações de mexicanos aumentaram significativamente, com mais de 67 mil repatriações registradas apenas neste período, levando o total geral de deportações a ultrapassar a marca de 73 mil. A presidente enfatizou que essas práticas não apenas ferem os direitos humanos, mas também comprometem a produção agrícola e outros setores da economia americana, destacando que a ausência desse grupo trabalhista poderia resultar em catástrofes na colheita.

    Com isso, Sheinbaum levantou um questionamento importante sobre a política migratória dos Estados Unidos e suas consequências amplas, não apenas para os migrantes, mas também para a economia do país. A dinâmica entre as nações, especialmente em temas tão sensíveis como a migração, continua a gerar debates acalorados e desdobramentos complexos.

  • Eduardo Bolsonaro Considera Proposta de Isenção de Tarifas de Trump um “Convite Tentador” para Empresários Brasileiros nos EUA

    O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro, vinculado ao PL de São Paulo, fez uma análise enfática sobre um trecho da carta do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O comunicado, que inclui a proposta de isenção tarifária para empresários brasileiros que optarem por investir e produzir nos EUA, foi classificado por Bolsonaro como um “convite tentador”. A proposta surge em um contexto delicado, já que Trump anunciou a implementação de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, em um movimento que muitos interpretam como uma retaliação política, especialmente direcionada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ministro Alexandre de Moraes.

    Em uma transmissão ao vivo, o deputado, que reside nos Estados Unidos desde março, não apenas leu a carta de Trump, mas também enfatizou a mensagem contida nela. Para ele, a proposta não só indica que os empresários brasileiros seriam bem-vindos nos Estados Unidos, mas também sugere um ambiente mais favorável, com uma redução significativa da burocracia e um processo de adesão mais ágil. Eduardo afirmou que “é um recado: a tarifa é contra Lula e Alexandre de Moraes, mas se você quiser vir, o processo é rápido e sem preconceito”. Essa declaração ressalta sua percepção sobre a oferta de Trump como uma janela de oportunidades para investidores brasileiros em busca de um solo mais favorável.

    Além disso, Bolsonaro comparou as condições de negócios entre Brasil e Estados Unidos, elogiando o ambiente econômico norte-americano. Destacou a simplicidade do sistema tributário e a existência de acordos de livre comércio como fatores que atraem investimentos. Na visão do deputado, a carta de Trump não apenas acentua a competitividade de uma economia robusta como a americana, mas também serve como um alerta para os desafios enfrentados pelos empreendedores no Brasil. Para ele, a proposta indica que os EUA podem se tornar um destino mais atrativo para investimentos em comparação com o Brasil, um tema que levanta reflexões sobre as políticas econômicas e o clima de negócios em ambos os países.

  • INTERNACIONAL – China critica tarifa de 50% dos EUA a produtos brasileiros e defende livre comércio em meio a tensões comerciais internacionais.

    O Ministério das Relações Exteriores da China se manifestou com veemência contra a imposição de uma tarifa de importação de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada recentemente pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A resposta veio através da porta-voz da pasta, Mao Ning, que, em uma coletiva de imprensa, ressaltou a importância dos princípios de igualdade soberana e de não interferência nos assuntos internos, conforme estabelecido pela Carta das Nações Unidas e pelas normas fundamentais nas relações internacionais.

    De acordo com Mao, o uso de tarifas como uma ferramenta de coerção ou intimidação é inaceitável. Este posicionamento se alinha à crítica contínua da China ao protecionismo norte-americano, especialmente em momentos de tensão comercial. Em um contexto em que os Estados Unidos já estavam enviando notificações a vários parceiros comerciais sobre possíveis aumentos de tarifas, a porta-voz reafirmou que não existem vencedores em uma guerra tarifária e que o protecionismo traz prejuízos a todas as partes envolvidas.

    Na quarta-feira, 9 de agosto, Trump notificou o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva sobre a nova tarifa, alegando razões ligadas a fatos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta sérios problemas legais no Brasil. Este gesto não só demonstra uma tentativa de pressão econômica, mas também pode ser interpretado como uma manobra política.

    Em resposta à ação de Trump, Lula defendeu a soberania do Brasil, afirmando que a elevação unilateral das tarifas seria contestada por meio da Lei de Reciprocidade Econômica. Além disso, expressou a intenção do governo brasileiro de apresentar uma reclamação oficial à Organização Mundial do Comércio (OMC) para questionar essa medida.

    Analistas afirmam que a iniciativa de Trump representa uma tentativa de chantagem política, possivelmente relacionada à influência crescente do Brasil no contexto do Brics, um bloco econômico e político que inclui países emergentes. Durante a recente cúpula do Brics realizada no Rio de Janeiro, Trump já havia ameaçado taxar países que buscassem se alinhar ao grupo.

    O cenário atual evidencia as complexas dinâmicas econômicas e políticas no cenário internacional, mostrando que as medidas tarifárias vão além da mera questão comercial, refletem também tensões geopolíticas em um mundo cada vez mais interconectado.

  • SENADO FEDERAL – Brasil Debate Estratégias Após Tarifa de 50% dos EUA Sobre Produtos Importados em Audiência da Comissão de Relações Exteriores

    Na manhã desta terça-feira, 15, a Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado Federal se reúne para discutir a nova estratégia do Brasil em resposta à recente decisão dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre os produtos importados do país. Este encontro, que terá início às 10h, foi convocado pelo presidente da comissão, o senador Nelsinho Trad, do PSD de Mato Grosso do Sul.

    A solicitação para o debate, formalizada por meio do requerimento 17/2025, destaca as repercussões negativas das tarifas, que foram implementadas sob o governo do ex-presidente Donald Trump. Segundo Nelsinho, a imposição dessas taxas afeta diretamente a competitividade das exportações brasileiras, uma vez que setores estratégicos da economia nacional, como o agronegócio e a indústria, estão entre os mais prejudicados.

    O senador argumenta que essas políticas comerciais não só impactam a economia, mas também interferem nas relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos, exigindo uma resposta coordenada e estratégica por parte do governo brasileiro para minimizar os danos. Os efeitos adversos já são observados e demandam um posicionamento claro e efetivo do Brasil no cenário internacional.

    Para enriquecer a discussão, a CRE convidou representantes de várias instituições chave do governo e da iniciativa privada. Entre os convidados estão membros do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, do Ministério das Relações Exteriores, do Ministério da Agricultura e Pecuária, além de representantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A inclusão dessas vozes é crucial, considerando que a reivindicação mais urgente é salvar e fortalecer os setores da economia nacional que se encontram ameaçados por essa mudança abrupta nas políticas comerciais dos Estados Unidos.

    O debate, portanto, se mostra vital para traçar um caminho a seguir, buscando soluções que não apenas defendam os interesses do Brasil, mas que também abram espaço para uma futura negociação com o governo americano, de forma a reverter ou, ao menos, amenizar os impactos dessa nova tarifa.

  • EUA buscam energia de Itaipu, acendendo tensões históricas entre Brasil e Paraguai e elevando preocupações sobre a influência americana na região.

    O desejo crescente dos Estados Unidos de adquirir a energia excedente da usina de Itaipu, especificamente aquela gerada pelo lado paraguaio, traz à tona tensões históricas entre Brasil e Paraguai. A exploração desse recurso energético não apenas pode influenciar a segurança energética do Brasil, mas também comprometer investimentos em integração regional no continente sul-americano.

    Recentemente, o cenário foi intensificado pela crescente demanda por energia, especialmente em função da expansão dos data centers e dos avanços na inteligência artificial. Segundo especialistas em relações internacionais, como Regiane Bressan, a proposta americana aponta para uma política pragmática que visa inserir empresas de tecnologia na região, utilizando as energias limpas disponíveis. Este movimento, segundo analistas, gera inquietude no Brasil, que percebe a interferência de uma potência extrarregional em uma área tradicionalmente marcada por disputas bilaterais.

    Bressan também destaca que a energia excedente de Itaipu é gerida por um acordo binacional que historicamente permitiu ao Brasil acessá-la a um custo reduzido. A possibilidade de os Estados Unidos monopolizarem essa energia coloca em risco a viabilidade de um recurso renovável que poderia ser vital para diversas iniciativas brasileiras.

    Além das tensões energéticas, surgem ainda acusações de espionagem da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) contra instituições paraguaias, prática que se intensificou durante os últimos três governos brasileiros. Vinícius Rodrigues Vieira, professor da Fundação Armando Alvares Penteado, enfatiza que esse tipo de atividade pode minar a confiança bilateral essencial para a integração sul-americana.

    Outro ponto que complica a relação é a ascensão do Paraguai em direção a uma maior aproximação com os EUA, impulsionado pela afinidade política entre o novo presidente paraguaio e a administração de Donald Trump. Essa mudança pode ser vista como uma estratégia americana para evitar qualquer projeto regional que busque maior autonomia.

    Criar um novo pacto sobre a gestão da energia de Itaipu, que inclua contrapartidas tecnológicas e um planejamento integrado, poderia ser uma possível saída para o impasse. Entretanto, o histórico de desconfiança, agravado pela assimetria econômica entre os dois países – a cidade de São Paulo, por exemplo, possui um PIB superior ao de todo o Paraguai – ainda desafia qualquer esforço de aproximação.

    A complexidade dessa situação não se limita ao campo energético; ela ressoa com o peso da história e permite perceber que, numa era de novos alinhamentos geopolíticos, a autonomia do Paraguai é um fator crucial, não apenas para sua própria soberania, mas para a estabilidade regional.