Tag: economia

  • Preço do café arábica sobe 1,6% após EUA anunciarem tarifas de 50% sobre produtos brasileiros

    Na última quinta-feira, o mercado de café arábica viu um aumento significativo de quase 1,6% em seus preços nas bolsas globais, uma reação direta ao anúncio feito pelos Estados Unidos sobre a imposição de tarifas sobre produtos brasileiros. Estes tributos, que entrarão em vigor em 1º de agosto, serão de 50% sobre todas as mercadorias provenientes do Brasil, país que desempenha um papel essencial na produção de café arábica em nível mundial.

    Com a nova política comercial, os futuros de café arábica para setembro apresentaram um crescimento de 1,55%, atingindo o patamar de R$ 18 por libra-peso, o que equivale a aproximadamente R$ 38,2 mil por tonelada. Essa alta nos preços do arábica contrasta com a situação da variedade robusta, que, por outro lado, enfrentou uma queda de 3,17%, alcançando seu valor mais baixo desde maio do ano anterior,iferindo-se a R$ 20,160 por tonelada.

    O presidente dos EUA, Donald Trump, justificou a imposição das tarifas em uma carta oficial, enfatizando preocupações econômicas que, segundo ele, justificam a medida. Em resposta, Luiz Inácio Lula da Silva, presidente brasileiro, declarou que o Brasil não hesitará em adotar contramedidas apropriadas sob a Lei de Reciprocidade Econômica, alertando sobre as possíveis repercussões da decisão americana.

    Esses eventos não ocorrem em um vácuo. A relação comercial entre os dois países tem sido marcada por tensões, e o agronegócio brasileiro, um dos pilares da economia nacional, está no centro desse embate. O café, principal produto de exportação do Brasil, representa não apenas uma fonte de renda para milhões de produtores, mas também é cuidadosamente monitorado por seus impactos nas economias globais.

    A resposta do mercado ao anúncio de tarifas evidencia a sensibilidade dos preços agrícolas a mudanças políticas e comerciais. A continua interdependência entre as economias dos EUA e do Brasil, especialmente no setor de commodities, sugere que mudanças adicionais podem ocorrer à medida que ambos os países buscam equilibrar seus interesses econômicos e comerciais. Assim, o futuro próximo pode ser crucial para o mercado de café e suas dinâmicas comerciais.

  • CAMARA DOS DEPUTADOS – Banco Central reafirma compromisso com meta de 3% de inflação em meio a críticas sobre taxa de juros de 15% ao ano e a situação econômica do país.

    No dia 9 de julho de 2025, durante uma audiência na Câmara dos Deputados, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, apresentou um panorama preocupante sobre a inflação no Brasil. Ele destacou que mais de 70% dos itens que integram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estão acima da meta estabelecida de 3% ao ano. Este cenário, conforme Galípolo, justifica a taxa de juros básica de 15% ao ano fixada pelo Comitê de Política Monetária, evidenciando que o aumento de preços não é uma questão pontual, mas sim um fenômeno disseminado.

    Galípolo enfatizou que a alta taxa de juros no Brasil se deve à peculiaridade da política monetária nacional, que não apresenta os mesmos efeitos que em outras economias. Ele explicou que há subsídios cruzados no mercado, permitindo que algumas empresas consigam financiamento a custos inferiores ao que seria considerado normal.

    Durante a sessão, parlamentares expressaram suas preocupações. O deputado Sidney Leite (PSD-AM), por exemplo, fez críticas à taxa de juros, argumentando que uma redução abaixo de dois dígitos poderia proporcionar um ambiente mais favorável para a indústria da Zona Franca de Manaus, permitindo que as fábricas operassem em três turnos. Já o deputado Paulo Guedes (PT-MG) questionou a situação atual da dívida pública, considerada injusta, e ressaltou que o aumento da dívida mina os esforços do governo em manter a estabilidade fiscal.

    Apesar das críticas e preocupações, Galípolo manteve a posição de que o Banco Central não deve flexibilizar sua busca pela meta de inflação. Ele alegou que as expectativas do mercado para a inflação em 2027 permanecem em 4%. Em relação aos números mais recentes, Galípolo apontou uma queda na inflação de alimentos, que passou de 17,5% em março para 12,5% em maio, oferecendo uma perspectiva moderadamente otimista em meio ao panorama negativo.

    Adicionalmente, Galípolo mencionou que o Banco Central está avaliando novas formas de regular o sistema financeiro, especialmente com a entrada de novos agentes que oferecem crédito. Sobre a recente invasão de contas em instituições participantes do sistema de pagamentos instantâneos (PIX), o presidente do Banco Central garantiu que a situação está sob investigação da Polícia Federal, esclarecendo que a falha ocorreu devido à corrupção interna, e não por um ataque cibernético externo.

    Por fim, ele comentou sobre a negociação do banco Master com o BRB, ressaltando que os termos ainda estão sendo definidos e que apenas após a conclusão desse processo o Banco Central se pronunciará sobre a viabilidade da compra. Essa transparência nas declarações reflete o compromisso do Banco Central em manter a credibilidade do sistema financeiro e a proteção do poder de compra da população.

  • ECONOMIA – “Uso de Moedas Locais nos Financiamentos do Brics é Defendido por Dilma Rousseff em Seminário Sobre Desenvolvimento Sustentável”

    Dilma Rousseff Pleiteia Uso de Moedas Locais para Financiamentos no Brics

    A presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff, voltou a enfatizar a importância do uso de moedas locais em financiamentos realizados pelos países que fazem parte do Brics. Em um seminário realizado nesta quarta-feira na sede do BNDES, no Rio de Janeiro, Dilma argumentou que essa estratégia poderia possibilitar maior desenvolvimento sustentável nas economias emergentes.

    Durante sua apresentação no evento denominado “A Transição Energética e a Sustentabilidade do Futuro”, Dilma destacou a critica realidade enfrentada pelos países em desenvolvimento em relação ao acesso ao financiamento. Segundo ela, as instituições como o NDB e os bancos nacionais de desenvolvimento ajudam, mas é imprescindível um debate global para solucionar essa questão. “Muitos países têm uma deficiência de acesso a recursos financeiros adequados, e é necessário discutirmos formas efetivas de mitigar esse problema”, afirmou.

    Ela descreveu que uma das abordagens mais promissoras é a ampliação do uso de moedas locais nos financiamentos disponibilizados pelos bancos multilaterais. De acordo com Dilma, essa prática poderia resultar em taxas de juros menores, proporcionando segurança financeira e amenizando as flutuações de câmbio que muitas vezes complicam o pagamento das dívidas.

    Ela explicou ainda que o risco associado ao financiamento em moedas internacionais pode ser um entrave significativo. “Financiamentos de longo prazo, como os exigidos em projetos de energia, estão sujeitos a incertezas que não conseguimos controlar. O uso de moedas locais permitiria um maior controle sobre esses riscos”, detalhou. Hoje, cerca de 25% da carteira do NDB é composta por financiamentos em moedas locais, com a meta de chegar a 30% até 2026.

    A posição de Dilma não passou despercebida e provocou reações internacionais, especialmente do governo dos Estados Unidos. O presidente Donald Trump criticou as iniciativas que favorecem uma maior autonomia financeira entre os países do Brics, considerando essas ações como um possível movimento antiamericano.

    O NDB, conhecido como Banco do Brics, foi criado com o intuito de mobilizar recursos e financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável. Desde sua fundação, em 2014, o banco já aprovou 122 projetos, totalizando aproximadamente US$ 40 bilhões, com destaque para 29 de seus projetos dirigidos ao Brasil, totalizando US$ 7 bilhões. Este fluxo financeiro representa cerca de 18% dos desembolsos totais do banco, reafirmando sua importância na promoção do desenvolvimento sustentável na região.

    À medida que a discussão sobre o uso de moedas locais se propaga, o NDB se coloca na vanguarda das instituições multilaterais, buscando adaptar-se às necessidades financeiras específicas de seus países membros e promover um desenvolvimento mais coeso e inclusivo.

  • Trump Anuncia Tarifa de 50% sobre o Cobre e Promete Retomar Domínio do Setor nos EUA a Partir de Agosto

    Na noite de quarta-feira, 9 de agosto, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez um anúncio significativo ao informar que a tarifa de 50% sobre o cobre será implementada a partir de 1º de agosto. A decisão tem por objetivo fortalecer a indústria norte-americana em setores estratégicos que dependem desse metal, essencial para uma variedade de tecnologias e armamentos.

    Em uma publicação nas redes sociais, Trump destacou a importância do cobre no contexto atual, mencionando sua relevância em indústrias críticas como a de semicondutores, a fabricação de aeronaves e navios, além de sistemas de defesa, como radar e antimísseis. Ele também destacou o papel do cobre em baterias de íon-lítio, que são fundamentais para o avanço da tecnologia de veículos elétricos e armazenamento de energia. A ênfase na necessidade deste metal é clara, considerando as crescentes demandas por inovações tecnológicas e segurança nacional.

    O presidente não hesitou em criticar a administração anterior, afirmando que a nova tarifa é uma resposta ao que chamou de decisões “impensadas” e “estúpidas” do governo de Joe Biden. Trump acredita que, com essa medida, os Estados Unidos poderão recuperar seu status de líder na produção de cobre, reforçando a ideia de que estamos vivendo uma “era de ouro”. Sua retórica sugere uma forte confiança em que essa política impulsionará a economia e a capacidade industrial do país.

    Além da tarifa sobre o cobre, Trump anunciou durante a mesma sessão que nomeará Sean Duffy como administrador interino da NASA, uma mudança que ocorre após Duffy ter atuado como secretário de Transportes. Essa movimentação no governo indica uma tentativa de Trump de alinhar suas políticas espaciais com suas propostas de revitalização industrial, refletindo uma estratégia mais ampla de reformulação da abordagem dos Estados Unidos em vários setores.

    Com essa proposta, o presidente visa não apenas posicionar os EUA como um centro produtivo dominante, mas também assegurar que as indústrias essenciais estejam preparadas para os desafios tecnológicos e de segurança que o futuro reserva. Essa é uma medida que segue a linha de outras ações econômicas implementadas por Trump durante seu governo, mostrando que a competição global ainda é uma prioridade na agenda da atual administração.

  • Tarcísio de Freitas culpa Lula pela nova tarifa de 50% imposta aos produtos brasileiros nos EUA e critica ideologia acima da economia no governo.

    O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, fez forte críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atribuindo a ele a responsabilidade pela recente imposição de uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos. A declaração foi publicada em suas redes sociais nesta quarta-feira (9), abrindo uma nova frente de debate sobre as relações comerciais entre Brasil e EUA.

    Em sua postagem, Tarcísio expressou preocupação com a decisão americana, que ele vê como resultado de uma postura ideológica que, segundo ele, foi priorizada em detrimento dos interesses econômicos do Brasil. O governador acusou Lula de “prestigiar ditaduras” e de desviar o foco do governo das negociações comerciais necessárias para proteger a economia nacional. “Lula colocou sua ideologia acima da economia, e esse é o resultado”, afirmou. Ele ainda sugeriu que outros países estavam em busca de acordos diplomáticos enquanto o Brasil se distanciava de aliados comerciais.

    Além disso, Tarcísio reforçou seu argumento ao criticar a tentativa do governo Lula de utilizar o ex-presidente Jair Bolsonaro como um bode expiatório para a crise atual. “Não adianta se esconder atrás do Bolsonaro. A responsabilidade é de quem governa. Narrativas não resolverão o problema”, disse o governador, sublinhando a importância da responsabilidade política e da tomada de ações concretas.

    A tarifa, que até então era de 10%, foi anunciada pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, em uma carta direcionada a Lula, e entrará em vigor a partir de 1º de agosto. Trump justificou sua decisão, alegando que ela é uma resposta a “ataques insidiosos” contra a democracia brasileira. A medida inclui críticas sobre o manejo de eleições no Brasil e o julgamento de Jair Bolsonaro, que enfrenta acusações relacionadas a uma tentativa de golpe de Estado no ano passado.

    Assim, o cenário se torna cada vez mais tenso, com o comércio entre os dois países a caminho de uma nova fase de incerteza. A postura de Tarcísio reflete a preocupação de muitos dentro do governo de São Paulo em relação ao impacto que essas tarifas podem ter no comércio exterior e na economia regional, aumentando a pressão sobre o governo federal para encontrar soluções que amenizem os danos emergentes dessa nova realidade comercial.

  • ECONOMIA – Tarifa de 50% de Trump sobre produtos brasileiros gera preocupação intensa no setor produtivo e pode inviabilizar exportações, alertam entidades do agronegócio.

    A recente decisão do governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre diversos produtos brasileiros gerou apreensão no setor produtivo do Brasil. Entidades empresariais e representativas do agronegócio expressaram suas preocupações, alertando para as potenciais repercussões negativas sobre as exportações e a economia nacional em geral.

    A Confederação Nacional da Indústria (CNI) foi uma das primeiras a se manifestar, argumentando que não existe justificativa econômica plausível para essa imponente tarifa. O presidente da entidade, Ricardo Alban, enfatizou a necessidade de intensificar as conversas entre os dois países, destacando a importância de manter um diálogo construtivo. Segundo Alban, a interdependência econômica entre o Brasil e os Estados Unidos torna essa relação muito delicada, e uma eventual deterioração poderia acarretar impactos severos na indústria brasileira.

    O setor de carnes, por sua vez, destaca-se como um dos mais vulneráveis a essa política tarifária. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) alertou que o aumento no custo das carnes poderá inviabilizar a exportação para os Estados Unidos, comprometendo não só os negócios, mas também a segurança alimentar, uma preocupação em um mundo cada vez mais interconectado.

    A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) também se juntou aos protestos, ressaltando que essa nova alíquota afeta diretamente o agronegócio e, consequentemente, a competitividade das exportações brasileiras. A FPA sugere uma resposta estratégica e cautelosa da diplomacia brasileira, reafirmando que o caminho mais eficaz para contornar a situação é manter um canal de comunicação aberto e ativo entre os países.

    Além disso, a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) manifestou sua indignação, considerando a ação uma medida política que trará sérios impactos econômicos. O presidente-executivo da AEB, José Augusto de Castro, expressou preocupação sobre como essa medida poderá prejudicar a imagem do Brasil no cenário internacional, uma vez que muitos importadores podem hesitar em fechar negócios com os brasileiros por medo de descontentar o governo americano.

    Frente a esse cenário desafiador, líderes do setor produtivo esperam que as negociações sejam intensificadas para evitar um embate econômico que poderia prejudicar não apenas os exportadores, mas toda a economia brasileira. O consenso entre as entidades é claro: o diálogo é essencial para garantir que essa questão não evolua para uma crise maior.

  • Salário mínimo será reajustado para R$ 1.630 em 2026, o maior valor real em 50 anos, segundo anunciamento da ministra Simone Tebet.

    Na última terça-feira, 8 de agosto, a Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, fez um anúncio de grande impacto durante uma audiência pública na Comissão Mista de Orçamento. Após anos de estagnação, o salário mínimo brasileiro passará de R$ 1.518 para R$ 1.630 a partir de 2026. Este é um reajuste que promete ser o maior ganho real em meio século, levantando expectativas de mudança e evolução nas condições de vida da população.

    Simone enfatizou que a elevação do salário mínimo não se trata apenas de um incremento nominal, mas sim de uma recuperação do poder de compra, algo fundamental para resgatar a dignidade dos trabalhadores. Com um aumento de aproximadamente 7,38%, essa correção visa fortalecer o mercado interno e possibilitar que os brasileiros tenham mais acesso a bens essenciais. “Esse aumento significa mais comida na mesa, mais dignidade no fim do mês e mais justiça para quem sempre foi deixado para trás”, destacou o deputado Cauê Castro durante a audiência.

    Essa política de valorização do salário mínimo representa não apenas uma promessa, mas uma ação concreta do governo, que prioriza o bem-estar social em vez de optar por medidas austeras que poderiam castigar ainda mais os cidadãos. A Ministra desafiou os críticos, especialmente aqueles que promovem soluções de arrocho, afirmando que este governo opta pela valorização do povo, mostrando-se comprometido com a classe trabalhadora.

    O marco do reajuste reflete a retórica do presidente Lula sobre a necessidade de retomar as políticas que garantem a dignidade dos trabalhadores brasileiros. Em tempos em que o salário mínimo não conseguia cobrir as necessidades básicas, o novo patamar representa uma mudança significativa, simbolizando esperança e uma nova era de oportunidades. “Quando o governo é sério, quando governa com o povo e para o povo, as mudanças acontecem”, finalizou Cauê Castro, ressaltando que essa proposta poderá gerar descontentamento entre as elites e políticos tradicionais, mas é um passo necessário para criar um Brasil mais justo e igualitário.

  • Governo Brasileiro Responde às Tarifas de Trump: “Defenderemos Nossa Soberania e Aplicaremos Reciprocidade”

    Em uma recente troca de farpas diplomáticas, o governo brasileiro reagiu com vigor às declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O episódio se desenrolou após Trump criticar investigações da justiça brasileira sobre os eventos de 8 de janeiro de 2023, quando ocorreram tentativas de golpe contra a democracia no Brasil. Em sua resposta, o governo brasileiro enfatizou sua soberania e a independência de seus processos judiciais, afirmando que não aceitará quaisquer ameaças ou tentativas de ingerência.

    No comunicado oficial, o governo ressaltou que o Brasil é uma nação soberana, com instituições voltadas para a defesa da democracia, e que as intervenções externas não serão toleradas. Além disso, reforçou a importância de regulação das plataformas digitais, destacando a necessidade de proteger a sociedade contra conteúdos nocivos, como discursos de ódio, racismo e fraudes.

    ### Retórica e Comércio

    A troca de palavras ainda incluiu a crítica de Trump sobre um suposto déficit comercial da relação Brasil-EUA. A resposta foi contundente: o governo brasileiro afirmou que as estatísticas mostram um superávit dos EUA no comércio de bens e serviços com o Brasil, estimado em US$ 410 bilhões nos últimos 15 anos. Além disso, foi advertido que qualquer aumento unilateral de tarifas por parte dos EUA seria respondido conforme a Lei de Reciprocidade Econômica do Brasil.

    Trump também anunciou a imposição de tarifas de 50% sobre produtos exportados do Brasil, uma ação que, segundo analistas, ocorre em um contexto mais amplo de competição com o grupo BRICS — bloco que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O presidente dos EUA justificou essa medida afirmando que o BRICS visa minar a hegemonia do dólar.

    ### Reações de Líderes

    O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, não hesitou em criticar Trump, chamando suas declarações de imprudentes e dizendo que o mundo mudou. Ele reafirmou que o Brasil é uma nação soberana e que os tempos de imperialismo estão superados. Outras vozes, como a do ex-presidente russo Dmitry Medvedev, interpretaram a atitude de Trump como um sinal da crescente força do BRICS no cenário internacional.

    Esse episódio revela a complexidade das relações diplomáticas contemporâneas, onde a retórica e a estratégia comercial se entrelaçam, refletindo não apenas interesses bilaterais, mas também dinâmicas geopolíticas em evolução. O Brasil, ao resistir a pressões externas, reafirma sua posição como ator significativo e soberano no cenário global. O desfecho dessa disputa comercial e política poderá moldar não apenas o futuro das relações Brasil-EUA, mas também as interações do Brasil com outros países do BRICS.

  • ECONOMIA – Dólar supera R$ 5,50 pela primeira vez desde junho após ameaças tarifárias de Trump; Bolsa de Valores registra terceira queda consecutiva.

    Em um dia marcado por reviravoltas no cenário econômico, o dólar comercial encerrou sua cotação acima de R$ 5,50 pela primeira vez desde o final de junho, fechando a R$ 5,503 com uma alta de 1,06%, ou R$ 0,058. Essa valorização da moeda norte-americana não foi um evento isolado; pela terceira sessão consecutiva, a bolsa de valores registrou perdas, desta vez caindo mais de 1,31%, terminando o dia aos 137.481 pontos.

    O peso do mercado financeiro não pode ser ignorado, pois a moeda operou com uma leve alta até os meados da tarde, quando a situação se intensificou após declarações do presidente dos EUA, Donald Trump. Ele ameaçou impor tarifas sobre produtos brasileiros, o que desencadeou um movimento de desvalorização do real e nova pressão sobre o mercado de ações. No fim do dia, a cotação do dólar disparou após Trump divulgar uma carta anunciando uma tarifa de 50% sobre diversos produtos brasileiros a ser implementada a partir de agosto.

    Vale destacar que a última vez que o dólar atingiu a marca de R$ 5,50 tinha sido em 25 de junho. Desde então, a moeda americana já contabiliza uma alta de 1,26% em julho e, em contrapartida, uma queda acumulada de cerca de 10,97% no ano de 2025.

    A instabilidade no mercado não se limitou apenas ao câmbio. O índice Ibovespa da B3, principal indicador da bolsa brasileira, viu quase todas as suas ações caírem, refletindo um movimento de liquidez baixa, especialmente devido ao feriado de 9 de julho em São Paulo.

    Na carta, Trump fez referências ao ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, e mencionou as restrições impostas pela corte a apoiadores de Bolsonaro que residem nos EUA. O presidente americano defendeu suas decisões tarifárias com base em alegações de ataques à democracia brasileira e violação da liberdade de expressão.

    Diante desse cenário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu à noite com o vice, Geraldo Alckmin, e outros ministros para discutir uma resposta adequada. A balança comercial entre os dois países já demonstra um déficit significativo para o Brasil, que importou US$ 1,675 bilhão a mais do que exportou aos Estados Unidos no primeiro semestre deste ano. A situação, portanto, exige não apenas medidas políticas, mas também um planejamento estratégico para mitigar os impactos econômicos decorrentes destas tensões.

  • JUSTIÇA – STF Autoriza Ressarcimento do INSS e Afirma que Gastos Não Afetarão Meta Fiscal do Governo

    Na última quarta-feira, o ministro Dias Toffoli, integrante do Supremo Tribunal Federal (STF), anunciou importantes informações sobre o plano do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) relacionado ao ressarcimento dos descontos considerados irregulares nos benefícios de aposentados e pensionistas. Durante o pronunciamento, Toffoli enfatizou que os gastos referentes a esse plano poderão ser excluídos tanto da meta fiscal do governo quanto das restrições impostas pelo novo arcabouço fiscal.

    Na semana anterior, Toffoli já havia homologado a proposta de ressarcimento, permitindo que os recursos destinados a essa finalidade não fossem incluídos no teto de despesas do novo sistema fiscal, que estabelece a limitação do crescimento das despesas em até 70% da variação da receita acumulada nos doze meses anteriores. Agora, conforme sua mais recente declaração, fica claro que as obrigações financeiras decorrentes deste acordo também estão isentas da apuração fiscal estabelecida pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que é um indicador chave da saúde financeira do governo.

    Na decisão, Toffoli ressaltou a necessidade de corrigir um erro material na liminar anterior, garantindo assim que a dotação orçamentária atrelada ao ressarcimento seja excluída dos limites estabelecidos. A homologação do plano implica que os pagamentos aos beneficiários lesados devem começar a ocorrer em 24 de julho, em parcelas quinzenais, beneficiando cerca de 1,5 milhão de aposentados a cada lote. Esses valores serão corrigidos conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

    Para que os aposentados possam ter acesso ao ressarcimento, é necessário que eles entrem em contato com o INSS. A adesão ao acordo será voluntária, mas aqueles que já procuraram a Justiça para reaver os descontos deverão desistir de suas ações judiciais. O INSS também se compromete a pagar honorários advocatícios de 5% sobre valores de ações individuais que foram ajuizadas antes de uma data limite.

    As fraudes em questão estão sendo apuradas pela Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal, que investiga um esquema nacional de descontos indevidos em mensalidades associativas. As estimativas apontam que cerca de R$ 6,3 bilhões teriam sido descontados de aposentados e pensionistas entre os anos de 2019 e 2024. Até agora, a Justiça já bloqueou R$ 2,8 bilhões em bens dos envolvidos nas investigações. O INSS ainda não anunciou o calendário completo para o ressarcimento, mas a expectativa é de que essas informações sejam divulgadas em breve.