Tag: economia

  • ECONOMIA – Banco Central só publicará nova carta sobre inflação em abril de 2026 se índice ultrapassar 4,5%, esclarece autoridade monetária após divulgação de justificativa.

    O Banco Central (BC) anunciou que uma nova carta aberta só será divulgada no início de abril de 2026, caso a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ultrapasse o teto da meta, fixado em 4,5% ao término de março de 2026. A informação foi oficializada em um comunicado nesta sexta-feira (11), após o BC ter emitido uma carta para justificar a inflação que, no encerramento do primeiro semestre de 2025, acumulou 5,35%, superando a meta estabelecida.

    De acordo com a instituição, o aumento nos preços é consequência do aquecimento da economia, somado ao impacto dos preços do café e das bandeiras tarifárias com energia, que melhoraram a percepção do ambiente econômico, mas também pressionaram os índices de inflação.

    A meta de inflação, estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), está definida em 3%, com um intervalo de tolerância de até 1,5 ponto percentual, permitindo que o IPCA varie entre 1,5% e 4,5% até que se finalize o período estabelecido pelo BC. Inicialmente, havia a expectativa de que a entidade teria que justificar a violação da meta a cada seis meses. No entanto, o BC esclareceu que tal requisito se aplica apenas à primeira carta após a implementação do modelo contínuo de metas.

    Conforme expresso na carta divulgada anteriormente, o BC indicou o primeiro trimestre de 2026 como um período para que a inflação retornasse ao intervalo de tolerância. Caso isso não ocorra, uma nova carta será redigida, ou o BC poderá decidir por atualizar as medidas ou prazos já estabelecidos.

    Ademais, a previsão do Banco Central é que a inflação se aproxime do centro da meta (3%) somente no quarto trimestre de 2026, que é considerado o prazo estratégico para a atuação da política monetária. Mesmo com análises que indicam taxas de inflação superiores a 3% até o final do próximo ano, a autarquia reforçou que suas decisões em relação à Taxa Selic não necessariamente seguirão o cenário de referência. Assim, as trajetórias de juros utilizadas nas deliberações do Copom visam garantir que a inflação converja para a meta no horizonte de 18 meses, mesmo que não se alinhem diretamente com as previsões de mercado.

  • Taiobeiras Recebe Escola da Moda com Investimento de R$ 6,5 Milhões para Impulsionar Desenvolvimento da Indústria Têxtil na Região Norte de Minas Gerais

    Taiobeiras se prepara para uma Revolução na Moda com a Escola da Moda

    O município de Taiobeiras, localizado no norte de Minas Gerais, está prestes a viver um momento transformador em sua trajetória econômica e social com a implementação do Quarteirão da Moda. Essa iniciativa, que abriga a nova Escola da Moda, faz parte de um projeto mais amplo da Rota da Moda, vinculada às Rotas de Integração Nacional. Com um investimento de R$ 6,5 milhões, proveniente do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), por meio da Codevasf, a escola tem como objetivo elevar a capacitação profissional na área da moda e impulsionar a cadeia produtiva têxtil na região.

    Com capacidade para atender mais de 300 alunos anualmente, a Escola da Moda se dedicará a oferecer cursos de confecção e design de moda. Essa ação visa não apenas qualificar a mão de obra local, mas também criar novas oportunidades de emprego e fontes de renda para a comunidade. Além dos recursos destinados à construção da escola, também foram investidos R$ 400 mil em equipamentos, resultado de uma colaboração entre a Receita Federal, a Associação Moda Íntima e Praia de Taiobeiras, a Codevasf e o MIDR.

    O impacto da Escola da Moda vai além da formação de profissionais. De acordo com a consultora do MIDR, Viviane Ribeiro, a iniciativa representa uma estratégia crucial para fortalecer o arranjo produtivo local no setor têxtil. Concentrar infraestrutura, capacitação e estímulo ao empreendedorismo em um único espaço favorece a criação de empregos e a valorização da produção local, além de facilitar o acesso a novos mercados, especialmente para pequenos e médios empreendedores.

    Desde sua criação em 2021, a Rota da Moda já recebeu um total de R$ 2,9 milhões em investimentos do MIDR, com foco na estruturação da cadeia produtiva em mais de 27 municípios dos estados do Ceará, Minas Gerais e Rio Grande do Norte. A rota conta com cinco polos de atuação, sendo dois em Goiás e um em cada um dos outros estados, e tem se empenhado em promover inovação e inclusão produtiva nas comunidades.

    A implementação da Escola da Moda e do Quarteirão da Moda posiciona Taiobeiras como um novo centro de referência no cenário da moda regional. Essa iniciativa não só amplia o acesso a cursos profissionalizantes, mas também contribui para o fortalecimento de cooperativas e pequenos negócios, integrando a produção local a mercados nacionais e internacionais.

    Dessa maneira, a entrega da Escola da Moda transcende a mera construção de uma nova estrutura. Representa um compromisso firme em promover um desenvolvimento regional mais integrado, inclusivo e sustentável, que valoriza as potencialidades do território e busca transformar a vivência socioeconômica de seus habitantes.

  • ECONOMIA – Estimativa de crescimento da economia brasileira sobe para 2,5%, mas previsão de inflação continua acima do teto da meta de 2023, afirma Ministério da Fazenda.

    A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda elevou sua estimativa de crescimento da economia brasileira para este ano, passando de 2,4% para 2,5%. Essa atualização foi publicada no recente Boletim Macrofiscal, revelando um panorama otimista, em meio a um contexto econômico instável. A análise também trouxe uma redução na projeção da inflação, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 5% para 4,9% para o ano de 2025.

    A revisão da previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) deve-se em grande parte ao desempenho positivo nos setores agropecuário e de trabalho. A produção agrícola, particularmente em cultivos como milho, café, algodão e arroz, apresenta forte crescimento, com a previsão de aumento na agropecuária subindo de 6,3% para impressionantes 7,8%. Contudo, a SPE também alerta que a economia deve desacelerar no segundo semestre, refletindo restrições em outras áreas, como a indústria, cuja expectativa de crescimento caiu de 2,2% para 2%, impactada por juros altos que começam a afetar a produção.

    Para 2026, as perspectivas são menos otimistas, com a previsão de crescimento reduzida de 2,5% para 2,4%. Essa desaceleração é apesar da inflação projetada para 2026 continuar em 3,6%, ainda acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) de 3%, com uma margem de tolerância de 4,5% para cima.

    A SPE também abordou as implicações dos possíveis aumentos nas tarifas impostos pelo governo de Donald Trump, destacando que os impactos se concentrarão em setores específicos. Apesar da incerteza política, a projeção de crescimento para 2025 não deverá ser significativamente afetada.

    Além disso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), essencial para definir o salário mínimo e ajustes em aposentadorias, deve encerrar o ano com uma variação de 4,7%, ligeiramente inferior à estimativa anterior de 4,9%. O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), por sua vez, foi revisado de 5,6% para 4,6%, refletindo variações mais robustas no mercado atacadista e no custo da construção civil.

    Esses dados são cruciais para a elaboração do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, que será divulgado em breve, revelando ao público e aos investidores as expectativas de execução orçamentária, influenciadas pelo desempenho dos indicadores econômicos. A continuação da estabilidade fiscal e orçamentária será um fator decisivo para o futuro da economia brasileira nos próximos anos.

  • INTERNACIONAL – Lula defende Brasil contra sanções de Trump e critica Bolsonaro por tentações golpistas durante evento em Linhares, Espírito Santo. País não se curvará a chantagens.

    Na última sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou a determinação do Brasil em enfrentar as sanções econômicas impostas pelo governo dos Estados Unidos, destacando que a nação não se submeterá a chantagens e ameaças, especialmente vindas do ex-presidente Donald Trump. Durante uma cerimônia em Linhares, no Espírito Santo, que marcou o lançamento de indenizações para os afetados pela tragédia da barragem de Mariana, Lula enfatizou a resistência do povo brasileiro.

    “Esse país não baixará a cabeça para ninguém. Ninguém porá medo nesse país com discurso e bravata. E, nesse aspecto, contamos com o apoio do povo, que não aceita provocações”, afirmou Lula. Sua fala se alinha com as críticas generalizadas à decisão do governo Trump de taxar produtos brasileiros em 50%, uma medida que causou descontentamento em diversos setores da sociedade, incluindo entidades empresariais e trabalhadores.

    Lula também sugeriu a possibilidade de utilizar a Lei de Reciprocidade como resposta às tarifas impostas por Trump, especialmente se as negociações diplomáticas não apresentarem resultados favoráveis. O presidente brasileiro contestou a alegação de Trump sobre um suposto déficit comercial dos EUA em relação ao Brasil, afirmando que, na verdade, há uma diferença de cerca de 410 bilhões de dólares em termos comerciais e de serviços nos últimos dez anos.

    Em outro ponto da cerimônia, Lula criticou seu antecessor, Jair Bolsonaro, que atualmente enfrenta investigações por supostas articulações para promover sanções contra o Brasil como forma de escapar de julgamento no Supremo Tribunal Federal. Bolsonaro é acusado de tentativas de golpe de Estado, e enquanto Lula o confrontava, ele questionou a postura de Bolsonaro e de seu filho Eduardo, que buscou apoio nos Estados Unidos, solicitando a Trump ações contra o Brasil.

    “Que tipo de homem é esse, que não tem vergonha de encarar um processo de cabeça erguida e demonstrar sua inocência? Quem o denuncia não é a oposição, mas seus próprios generais e assistentes”, criticar Lula.

    As tensões entre os ex-presidentes não param por aí. Segundo a Procuradoria-Geral da República, Bolsonaro teria tentado anular as eleições de 2022 e pressionado militares a se unirem a um golpe. Enquanto isso, em postagens nas redes sociais, Bolsonaro comparou a tarifa imposta por Trump ao distanciamento do Brasil de compromissos históricos com a liberdade, pedindo ação urgente dos poderes para restaurar a “normalidade institucional”.

    Analistas acreditam que a sanção imposta por Trump pode representar uma tentativa de interferir na política interna e de direção ao emergente bloco BRICS. As consequências das tarifas seguem incertas, mas os desdobramentos políticos e econômicos certamente seguirão em debate nos próximos meses.

  • PT Reage com Indignação à Tarifa de 50% de Trump sobre Exportações Brasileiras, Afirmando que é um Ataque à Soberania Nacional e às Instituições.

    Na última terça-feira, o líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias, manifestou-se de maneira vehemente contra a decisão do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras a partir de 1º de agosto. A medida foi interpretada como uma retaliação a recentes decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em sua declaração, transmitida ao vivo pela TV Câmara, Farias considerou a ação um ataque à economia nacional, além de representar uma afronta às instituições democráticas e à soberania do Brasil.

    O deputado, conhecido por suas posições firmes, não poupou críticas à decisão de Trump. Ele argumentou que a taxação imposta não possui qualquer justificativa econômica ou técnica e, na verdade, configura-se como uma chantagem política que busca interferir diretamente nas questões internas do Brasil e nas decisões do STF. Farias enfatizou que este incidente não se trata apenas de uma questão financeira; segundo ele, é um ataque à democracia e aos pilares que sustentam o Estado de Direito no país.

    Além de suas declarações contundentes, o líder petista anunciou que levará o caso ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Farias planeja responsabilizar o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, insinuando que ele poderia estar envolvido em um conluio com interesses estrangeiros que motivaram a decisão de Trump. Essa acusação adiciona uma camada de complexidade à situação, indicando que, para Farias, a resposta não deve ser apenas uma defesa econômica, mas também uma defesa da integridade das instituições brasileiras.

    A afirmação de Farias ressoa em um momento delicado na política nacional, em que as relações internacionais e as ações de líderes estrangeiros podem influenciar diretamente os rumos da economia e da soberania brasileira. O cenário gerado por essa crise pode demandar uma resposta unificada do governo brasileiro e mesmo de parlamentares de diversas esferas, a fim de proteger os interesses do país frente a ações que possam ser vistas como interferências externas.

  • ECONOMIA – Brasil tem medidas comerciais contra EUA que não afetam a inflação, afirma ministro da Fazenda Fernando Haddad. Diplomacia segue aberta para resolver impasse.

    Na quinta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, abordou as possibilidades de retaliação comercial do Brasil em resposta às sanções impostas pelos Estados Unidos, enfatizando que tais medidas não impactariam a inflação interna. Haddad destacou a Lei de Reciprocidade Econômica, que foi aprovada recentemente pelo Congresso, como um mecanismo que permite ao Brasil adotar ações não tarifárias e aumentos de tarifas que não afetam os preços aos consumidores nacionais.

    O ministro explicou que o governo está avaliando uma série de opções para responder às novas tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os EUA, anunciadas pelo presidente Donald Trump. Ele ressaltou que as medidas brasileiras estão sendo cuidadosamente estudadas por um grupo de trabalho, e que o foco não está em criar pressões inflacionárias, mas sim em desenvolver estratégias de retaliação justas e ponderadas.

    Haddad também mencionou que os canais de diálogo entre Brasil e Estados Unidos permanecem abertos, reafirmando a intenção de buscar um entendimento que evite uma escalada de tensões comerciais. “Estamos comprometidos em encontrar soluções através da diplomacia”, afirmou. A lei, segundo ele, recebeu apoio significativo no Congresso, incluindo votos de setores da oposição, o que indica um consenso amplo sobre a importância da soberania nacional nas relações comerciais.

    Em suas declarações, o ministro não hesitou em criticar a postura dos Estados Unidos, classificando as tarifas como “irracionais” e sem justificativa econômica plausível. Ele lembrou que, nos últimos 15 anos, os Estados Unidos mantiveram um superávit em sua balança comercial com o Brasil, o que levanta questões sobre a necessidade de tais medidas protecionistas. Haddad reforçou que o Brasil não busca adotar posturas de proteção comercial, mas sim assegurar um comércio justo e equilibrado.

    Além das discussões comerciais, Haddad também comentou rapidamente sobre a audiência de conciliação relacionada ao decreto que eleva o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), reiterando a posição da Fazenda de que o ato é constitucional. Essa posição indica que o governo está se preparando para possíveis desafios legais, enquanto tenta equilibrar a agenda fiscal do país com as necessidades do comércio exterior.

  • ECONOMIA – Brasil Busca Novos Mercados Após Anúncio de Tarifas de 50% dos EUA que Ameaçam Exportações Agrícolas e Pecuárias.

    O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) está adotando estratégias para mitigar os impactos das novas tarifas que o governo dos Estados Unidos, liderado pelo presidente Donald Trump, impôs sobre produtos brasileiros. A medida, que prevê uma taxação de 50% sobre diversas importações do Brasil, levanta preocupações significativas no setor de agronegócios, especialmente entre os principais produtos exportados, como açúcar, café, suco de laranja e carne bovina.

    Em uma coletiva de imprensa realizada recentemente, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, destacou que medidas estão sendo desenvolvidas para buscar novos mercados e alternativas que possam compensar a perda de vendas para os Estados Unidos. Ele mencionou que o foco recairá sobre países do Oriente Médio, Sul da Ásia e outras regiões com potencial para absorver a produção brasileira. O ministro reforçou a importância de ações diplomáticas, destacando que a resposta do governo brasileiro será estratégica e proativa.

    Fávaro também fez críticas à decisão da Administração Trump, classificando-a como “indecente”. Em função da gravidade da situação, reuniões com organizações representativas dos setores mais atingidos foram realizadas, visando elaborar um plano de ação que ajude a preservar os interesses do agronegócio brasileiro. A colaboração entre os setores produtivos é considerada crucial para enfrentar o desafio que se aproxima.

    A nova tarifa de importação pode também resultar em repercussões econômicas aqui no Brasil, como a queda nos preços das commodities agrícolas no mercado interno, uma vez que os produtos afetados poderão ter menos saída para exportação. Especialistas têm alertado que essa condição poderá prejudicar produtores que já enfrentam dificuldades no contexto econômico atual.

    A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) já expressou sua preocupação com a nova política comercial dos EUA. De acordo com cálculos feitos pela entidade, a elevação de custos imposta pela taxa de Trump pode inviabilizar a exportação de carne brasileira para o mercado norte-americano, um dos mais significativos para este setor.

    Nesse cenário, a mobilização do Ministério da Agricultura e Pecuária se faz necessária para assegurar que o impacto das tarifas seja minimizado e que a agropecuária brasileira continue a buscar e consolidar novas oportunidades de mercado.

  • ECONOMIA – Governo Liberará R$ 3 Bilhões para Ressarcir Descontos Ilegais de Benefícios do INSS a Milhões de Aposentados e Pensionistas

    Nos próximos dias, o governo federal deve divulgar uma Medida Provisória (MP) que liberará um crédito extraordinário em torno de R$ 3 bilhões no Orçamento deste ano. Este montante será destinado a ressarcir uma parcela dos valores que foram descontados ilegalmente de benefícios previdenciários, afetando milhões de aposentados e pensionistas vinculados ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em todo o Brasil.

    Durante uma coletiva de imprensa em Brasília, o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, anunciou que a MP será encaminhada ao parlamento, destacando a urgência da situação. Juntamente com o presidente do INSS, Gilberto Waller, Queiroz revelou que o período de adesão ao acordo de restituição das quantias descontadas sem autorização começará em breve, a partir do dia 11 deste mês.

    As medidas provisórias têm o poder de produzir efeitos imediatos uma vez publicadas no Diário Oficial da União, mas precisam posteriormente ser aprovadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado dentro de um prazo de 120 dias para se tornarem leis definitivas. A abertura de crédito extraordinário é uma prática comum em casos que exigem atenção prioritária do governo, visando cobrir despesas imprevisíveis e urgentes.

    O ministro mencionou que a situação é alarmante e gerou indignação, referindo-se aos desdobramentos da Operação Sem Desconto, que foi acionada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU) em abril último. A operação visa investigar um esquema fraudulento que permitiu a realização de descontos não autorizados que perjudicaram milhões de segurados do Regime Geral da Previdência Social.

    Waller, por sua vez, forneceu dados alarmantes: dos aproximadamente 9,3 milhões de segurados que pagaram por mensalidades associativas através de descontos na folha entre março de 2020 e março de 2025, cerca de 3,8 milhões contestaram as cobranças, alegando que não tinham autorizado esses descontos. Ele estimou que, se o governo fosse restituir 100% das reclamações, a quantia corrigida chegaria a cerca de R$ 2,6 bilhões. O restante do valor, aproximadamente R$ 400 milhões, será destinado ao ressarcimento de grupos vulneráveis, como indígenas e quilombolas, assim como aqueles com mais de 80 anos que não questionaram os descontos.

    Essa medida visa ampliar a reparação para cerca de 4,1 milhões de pessoas afetadas pelos descontos ilegais. Waller destacou que mais de 1,86 milhão de aposentados e pensionistas que questionaram anteriormente as cobranças ilegais estão agora aptos a iniciar o processo de restituição a partir da data prevista. Para aqueles que ainda não contestaram os descontos, o processo pode ser iniciado pelo aplicativo Meu INSS, pela central telefônica 135 ou diretamente em uma agência dos Correios. O governo se compromete a aceitar novas contestações até pelo menos 14 de novembro de 2025, quando avaliará a necessidade de uma prorrogação do prazo para reclamações.

  • SENADO FEDERAL – Senadores Reagem a Tarifa de 50% de Trump sobre Exportações Brasileiras e Defendem Diálogo e União para Mitigar Impactos Econômicos

    A recente decisão do presidente Donald Trump de impor uma tarifa adicional de 50% sobre as exportações brasileiras para os Estados Unidos gerou uma onda de críticas no Senado brasileiro. Parlamentares expressaram suas preocupações em relação ao impacto que essa medida poderá ter em diversos setores estratégicos da economia nacional, como aço, alumínio, carnes, café e aviação.

    A situação foi alvo de intensos debates na casa legislativa, onde senadores não hesitaram em questionar a condução da política externa do Brasil. A decisão de Trump não só pode prejudicar a competitividade das exportações brasileiras, como também colocar em risco milhares de empregos nas indústrias afetadas. A atitude do presidente americano foi interpretada por muitos como uma maneira de pressionar o Brasil em questões comerciais, gerando um clima de incerteza econômica.

    Diante desse cenário, a necessidade de um diálogo construtivo e de uma diplomacia ativa foi reforçada por diversos senadores. Eles defendem que o Congresso Nacional se una em torno de uma estratégia clara para enfrentar os desafios impostos pela medida norte-americana. Alguns parlamentares sugeriram a formação de uma comissão especial que teria como objetivo principal negociar diretamente com as autoridades dos Estados Unidos, buscando reverter ou ao menos atenuar os efeitos das tarifas.

    A expectativa é que, por meio desse diálogo, seja possível construir uma relação comercial mais equilibrada, evitando assim represálias que possam ser prejudiciais a países latino-americanos, como o Brasil. A preocupação com a integralidade da política externa do Brasil também foi evidenciada, com muitos senadores ressaltando a importância de manter um relacionamento positivo com os parceiros comerciais estratégicos, especialmente em um contexto de desafios globais.

    A construção de consenso e a habilidade de negociação se mostram, portanto, essenciais neste momento difícil para a economia brasileira. A reação dos senadores reflete não apenas o temor por impactos econômicos imediatos, mas também uma visão ampla sobre o futuro das relações comerciais do Brasil no cenário internacional.

  • ECONOMIA – Aumento nos preços e bandeira tarifária elevam inflação acima da meta, aponta Banco Central em carta aberta do primeiro semestre de 2023.

    O cenário econômico brasileiro apresenta desafios significativos, conforme revelado pelo Banco Central em uma recente comunicação sobre a inflação no primeiro semestre do ano. O documento expõe a preocupação com o aumento nos preços de produtos industrializados, como o café, e o impacto da bandeira tarifária na energia elétrica, que contribuíram para o estouro da meta estabelecida para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

    Segundo a nova abordagem de metas em vigor desde o início do ano, o Banco Central é obrigado a emitir uma carta aberta sempre que a inflação exceder o teto de 4,5% fixado pelo Conselho Monetário Nacional. No último mês de junho, o IPCA registrou um aumento de 0,24%, resultando em uma inflação acumulada de 5,35% nos últimos doze meses, superando assim o limite estabelecido. O Banco Central, ao abordar essa questão, indexa as elevações nos preços de gasolina, serviços e alguns alimentos como fatores primordiais para esse desvio.

    Particularmente, a carta também menciona a influência de fatores administrados, cuja variação de preços apresentou resultados acima do esperado, principalmente em virtude da energia elétrica, que tem sido afetada pela escassez de chuvas. Curiosamente, essa pressão foi compensada, em grau considerável, pela queda nos preços de alimentação em domicílio, que surpreendeu os analistas de forma positiva.

    Dentre as razões que levaram ao desvio de 2,35 pontos percentuais da meta de 3%, a autoridade monetária elencou a inércia inflacionária dos últimos doze meses, expectativas de inflação, e a inflação importada como os mais impactantes. Além disso, a bandeira tarifária também havia influência significante nesse cálculo.

    O Banco Central projetou que a inflação não deve convergir para níveis abaixo do teto até o primeiro trimestre de 2026. A expectativa é de que a inflação permaneça na faixa de 5,4% a 5,5% nos primeiros trimestres do próximo ano, descendendo para 4,2% no final do primeiro trimestre de 2026.

    Para controlar a inflação, o Banco Central mantém a Taxa Selic em 15% ao ano, o nível mais elevado desde 2006. A política monetária permanecerá contracionista por um período prolongado, visando restaurar a inflação dentro dos limites desejados. O Comitê de Política Monetária (Copom) estará atento, podendo ajustar a taxa conforme necessário para enfrentar os desafios que possam surgir.