Tag: economia

  • Trump Anuncia Acordo Tarifário com Indonésia: “EUA Não Pagarão Nada” e Fecham Compra de Jatos Boeing e Contratos Bilionários em Energia e Agricultura.

    Na última terça-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez um anúncio significativo sobre as relações comerciais entre Washington e Jacarta, capital da Indonésia. Durante uma publicação em sua rede social, Trump revelou que os EUA e a Indonésia conseguiram chegar a um acordo em relação a tarifas comerciais, o que promete impactar positivamente o fluxo de mercadorias entre os dois países.

    De acordo com o presidente, o acordo estabelece que os produtos exportados da Indonésia para os Estados Unidos serão isentos de tarifas adicionais, que poderiam ter alcançado até 32%. Esta medida era vista como uma resposta a um impasse nas negociações, já que os EUA haviam ameaçado impor novas taxas a partir do próximo mês. A isenção é vista como um avanço importante para exportadores indonésios, que estavam preocupados com os impactos financeiros que essas tarifas poderiam gerar.

    Além da questão tarifária, Trump também informou que o acordo inclui a compra de cerca de US$ 15 bilhões em produtos energéticos dos Estados Unidos, assim como uma aquisição de US$ 4,5 bilhões em produtos agrícolas. Esta troca não apenas fortalece a parceria entre as duas nações, mas também abre novas oportunidades de negócios e colaborações.

    Outro ponto relevante do acordo é a inclusão da venda de 50 aeronaves Boeing, predominantemente do modelo 777. A fabricante americana de aeronaves busca ampliar sua presença no mercado indonésio, um potencial receptor de novas tecnologias e inovações na aviação.

    Ao longo de sua comunicação, Trump enfatizou que os EUA não arcarão com impostos extras para exportações destinadas à Indonésia, reforçando sua política de promoção do comércio exterior como um fator central no fortalecimento da economia americana. Essa estratégia se alinha com sua abordagem anterior de renegociações comerciais que visam beneficiar os trabalhadores e as empresas dos Estados Unidos.

    Em suma, este recente entendimento entre os Estados Unidos e a Indonésia sinaliza um passo em direção ao fortalecimento das relações comerciais entre as duas nações e pode ser visto como um indicativo do desejo de ambos os países de estabelecer um comércio mais equilibrado e mutuamente vantajoso. A análise e monitoramento das repercussões desse acordo estarão no centro das atenções em um cenário de crescente concentração de esforços diplomáticos e comerciais na região da Ásia-Pacífico.

  • Tarifaço de Trump Gera Divisão na Direita Brasileira e Desconfiança sobre Futuro do Bolsonarismo

    Tarifaço de Trump Revela Divisões na Direita Brasileira e Desperta Dúvidas sobre o Bolsonarismo

    Recentes ações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desencadearam um intenso debate no Brasil, especialmente nas esferas da direita política. Trump anunciou uma taxação de 50% sobre as importações brasileiras, alegando uma suposta perseguição política a Jair Bolsonaro, que enfrenta sérias acusações por sua conduta durante o governo. Essa medida gerou um racha significativo entre os aliados de Bolsonaro, levando a uma revisão urgente de estratégias por parte de figuras proeminentes da direita para lidar com a nova realidade económicos.

    Logo após o anúncio de Trump, políticos como Romeu Zema, governador de Minas Gerais, e Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, atribuiu a responsabilidade das tarifas a Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil. No entanto, a reação pública não tardou a questionar essa narrativa, promovendo um clamor pela defesa da soberania brasileira. A pressão popular levou tanto Zema quanto Tarcísio a adotar uma postura mais conciliatória, buscando alternativas de negociação para atenuar os efeitos do tarifaço.

    Contrapondo-se a essa onda de contenção, Eduardo Bolsonaro, deputado federal e filho de Jair Bolsonaro, se posicionou a favor das ações de Trump, pedindo que seus seguidores agradecessem ao presidente americano. Tal posição, no entanto, desencadeou críticas. Especialistas em política afirmam que essa iniciativa não apenas fragiliza a imagem da família Bolsonaro, mas também ilustra divisões internas dentro da direita.

    Professores e analistas destacam que a reação a essa taxa vai além da mera política, com implicações profundas na estrutura social e econômica do Brasil. A insatisfação entre a classe média e empresários, que se sentem ameaçados pelas novas tarifas, pode sinalizar uma mudança nas alianças políticas, com setores que tradicionalmente apoiaram Bolsonaro começando a reconsiderar seus vínculos.

    O impacto do tarifaço de Trump pode ser visto como uma oportunidade para Lula capitalizar politicamente. Ele agora possui uma pauta robusta para reivindicar a soberania e promover uma narrativa de unidade frente a desafios estrangeiros, algo que pode reforçar sua popularidade em tempos de crise. Analistas observam que essa situação não apenas expõe as fissuras na direita, mas também abre espaço para um potencial realinhamento político em preparação para o cenário eleitoral de 2026.

    Enquanto a direita brasileira luta para encontrar um caminho coeso, a figura de Lula pode se fortalecer ainda mais, à medida que o governo navega pelas complexidades de um panorama político cada vez mais fragmentado e desafiador. Em resumo, o tarifaço imposto por Trump não apenas redefine as dinâmicas da política brasileira, mas também questiona o futuro do bolsonarismo, em uma época em que os interesses nacionais parecem estar sob disputa.

  • CAMARA DOS DEPUTADOS – Audiência sobre impacto das tarifas dos EUA na economia brasileira é cancelada, enquanto Trump critica STF e impõe tarifas de 50% sobre exportações.

    A audiência pública da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, que estava agendada para ocorrer nesta quarta-feira, dia 16 de julho de 2025, foi cancelada. O debate seria dedicado à análise dos efeitos que o recente aumento das tarifas tarifárias dos Estados Unidos podem causar na economia brasileira. A proposta para a realização do evento partiu do deputado Rogério Correia (PT-MG), mas, até o momento, não há uma nova data definida para a sua realização.

    Esse cancelamento ocorre em um momento de grande tensão nas relações comerciais entre Brasil e EUA, após a recente decisão do presidente americano, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras, com previsão de início a partir de 1º de agosto. Em uma carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Trump fundamentou essa ação em críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, referindo-se ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro como uma “vergonha internacional”. O líder americano também acusou o Brasil de ameaçar eleições justas e de censurar as redes sociais nos Estados Unidos.

    A decisão gerou intensa repercussão no cenário político brasileiro, recebendo severas críticas de diversos deputados. Em resposta, os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre, emitiram uma nota conjunta, onde enfatizaram que o Congresso Nacional está preparado para agir com “equilíbrio e firmeza” em defesa da economia nacional. Para eles, a situação demanda um diálogo construtivo nas esferas diplomática e comercial.

    As vozes do setor industrial também se fizeram ouvir. Durante uma audiência anterior na Câmara, representantes do Instituto Aço Brasil alertaram sobre os graves riscos que a nova tarifa pode representar. A diretora de assuntos institucionais da entidade, Cristina Yuan, destacou que a tarifa pode inviabilizar a exportação de aço e alumínio. Além disso, ela argumentou que, ao contrário do que foi alegado por Trump, a balança comercial entre Brasil e Estados Unidos é superavitária para os norte-americanos.

    O cenário, portanto, está se desenhando como um desafio significativo nas relações bilaterais, exigindo uma resposta rápida e eficaz das autoridades brasileiras.

  • Conflito sobre alíquota do IOF no STF pode impulsionar Lula ou aprofundar crise política, afirmam especialistas

    Nesta terça-feira, 15 de julho de 2025, o Supremo Tribunal Federal (STF) convoca uma audiência de conciliação envolvendo representantes da presidência da República, da Câmara e do Senado, além da Procuradoria-Geral da República e da Advocacia-Geral da União. O tema em pauta é o recente aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que se transformou em um dos principais embates do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

    A discussão se acirrou após a Câmara e o Senado considerarem o aumento do IOF um desvio de finalidade do imposto, que deveria ter uma função regulatória, mas foi utilizado para fins arrecadatórios. Essa postura legislativa levou à derrubada de um decreto do Executivo que visava incrementar a alíquota. Em contrapartida, o Planalto questionou a constitucionalidade dessa ação, insinuando que o Legislativo ultrapassou seus limites.

    O impacto desse conflito é significativo para a administração de Lula. Especialistas analisam que a resistência do Legislativo não apenas desafiou a autoridade do presidente como também abriu espaço para que ele posicionasse o governo como defensor das classes mais baixas, propondo uma taxação maior sobre os super-ricos. Essa situação criou uma narrativa política que pode favorecer Lula, especialmente em um cenário onde a Câmara e o Senado podem ser percebidos como opostos aos interesses populares.

    Fábio Sobral, professor da Universidade Federal do Ceará, considera que a ação do Congresso foi “fora da Constituição”, mas a reação governamental ofereceu uma chance para que Lula se aliéntasse à defesa das classes menos favorecidas. A popularidade de Lula, portanto, está em jogo, à medida que ele busca consolidar sua imagem de líder voltado para a defesa dos mais vulneráveis.

    Por outro lado, Afonso de Albuquerque, da Universidade Federal Fluminense, destaca que, independente do resultado da audiência, a percepção de que o Congresso atua contra o país pode ser uma estratégia de comunicação eficaz para Lula. Essa narrativa pode gerar divisões e desgastes na imagem do Legislativo, ao mesmo tempo que confere ao Executivo uma aura de resistência em defesa do povo.

    Roberto Bocaccio Piscitelli, da Universidade de Brasília, também aponta que, na atual conjuntura, há uma luta de poder acirrada entre os dois poderes. O comportamento do Congresso nesse período, que se intensificou durante o governo de Jair Bolsonaro, resultou em um fortalecimento de sua capacidade de veto, levando a uma complexa dinâmica onde propostas significativas para o Brasil podem encontrar obstáculos consideráveis.

    Lula enfrenta, assim, uma escolha crucial. Ele deve resistir à pressão do Legislativo sobre a alíquota do IOF para reafirmar sua posição de força, mas esta estratégia precisa ser acompanhada de uma habilidade negociadora, a fim de evitar qualquer possibilidade de impeachment. A luta pela alíquota do IOF pode, portanto, tanto solidificar a sua administração quanto aprofundar uma crise institucional, refletindo a crescente tensão entre os poderes no Brasil contemporâneo.

  • Jamie Dimon do JPMorgan Avalia Riscos Comerciais e Defende Independência do Fed em Meio a Incertezas Econômicas

    No cenário financeiro atual, o CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, destacou que os riscos associados ao comércio internacional diminuíram desde o Dia da Libertação, em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, implementou tarifas sobre uma variedade de países. Embora Dimon tenha considerado que as conversas diplomáticas em andamento podem levar a um desfecho favorável, ele não hesitou em alertar sobre a persistência de incertezas no horizonte econômico.

    Durante uma teleconferência com analistas e investidores na manhã de terça-feira, Dimon expressou otimismo ao afirmar que espera que algumas das negociações comerciais sejam resolvidas antes do dia 1º de agosto. “Ainda existem riscos significativos, mas sigo esperançoso de que encontremos soluções em breve”, comentou o banqueiro, refletindo sobre o desempenho do JPMorgan no segundo trimestre do ano.

    A análise de Dimon acerca da economia americana indica que, no segundo trimestre, ela se manteve resiliente. Ele sublinhou que iniciativas como a reforma tributária e a desregulamentação promovidas pela administração Trump são vistas como positivas para a economia no futuro. “A extensão do projeto de lei tributária para as empresas, permitindo que elas tenham clareza sobre seus impostos, é um passo na direção certa”, disse Dimon, sugerindo que tal medida ajudaria a mitigar a ansiedade sobre a aprovação legislativa.

    Contudo, o CEO também enfatizou a existência de riscos persistentes. Ele citou preocupações com tarifas comerciais, instabilidades geopolíticas, déficits fiscais e a elevação dos preços de ativos como desafios que ainda podem impactar negativamente o mercado. Esse alerta foi reiterado em meio aos comentários sobre os resultados financeiros da instituição.

    Além disso, em uma declaração à imprensa, Dimon destacou a fundamental importância da independência do Federal Reserve, especialmente considerando as recentes críticas de Trump ao presidente da instituição, Jerome Powell. “A independência do Fed é crucial. Interferir nas suas operações pode gerar consequências indesejadas, em vez de alcançar o efeito desejado”, afirmou Dimon, reiterando a necessidade de autonomia para garantir a estabilidade econômica.

    Com essas declarações, Dimon não só oferece um panorama do que está por vir, mas também reflete sobre os desafios complexos enfrentados tanto pelo JPMorgan quanto pela economia americana como um todo.

  • Vendas de combustíveis no Brasil em 2024: gasolina em queda, etanol e biodiesel em alta significativa

    Em 2024, o Brasil registrou um impressionante volume de 133,1 bilhões de litros em vendas de combustíveis líquidos automotivos, conforme os dados recentemente divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Esta quantidade reflete a movimentação do setor, destacando-se a gasolina C, que, após a adição de etanol anidro, alcançou 44,19 bilhões de litros. No entanto, esse valor representa uma diminuição de 4% em relação a 2023, demonstrando uma leve queda na demanda deste combustível tradicional.

    Em contrapartida, o etanol hidratado, utilizado como opção sustentável, mostrou um desempenho exuberante, com vendas chegando a 21,66 bilhões de litros, resultando em um crescimento de 33,4%. Esses números reforçam a tendência crescente da busca por fontes renováveis, alinhando-se com as políticas de sustentabilidade e redução de emissões de gases poluentes.

    No segmento do diesel B, que já conta com a adição de biodiesel, os números apresentaram um aumento de 2,6%, com 67,25 bilhões de litros comercializados. Esse crescimento é um indicativo de que o mercado está se adaptando, aumentando a participação de biocombustíveis em resposta à demanda por alternativas mais sustentáveis.

    Os dados foram apresentados em um seminário híbrido realizado no Rio de Janeiro, onde a ANP, representada por seus diretores, abriu as discussões sobre as avaliações do mercado de combustíveis até 2025. O evento reuniu agentes do setor e interessados, proporcionando uma plataforma para o diálogo sobre as tendências e desafios futuros.

    Além disso, a produção de gasolina A, que é o combustível puro antes da mistura com etanol, manteve-se robusta, compreendendo 90% da oferta interna, com as importações preenchendo a lacuna de 10%. O cenário do diesel A, por sua vez, também incluiu uma significativa dependência de importações, que somaram 25% do total de vendas.

    O gás liquefeito de petróleo (GLP) também registrou um crescimento de 2,2% em 2024, totalizando 7,57 milhões de metros cúbicos comercializados, com as importações respondendo também por 25% deste montante. O biodiesel segue uma tendência de alta, com seu volume de vendas alcançando 8,96 bilhões de litros, um salto em relação aos 7,34 bilhões em 2023, impulsionado pelo aumento do teor de biodiesel no diesel fóssil de 12% para 14%.

    Esses dados ressaltam a dinâmica do mercado de combustíveis no Brasil, refletindo tanto desafios quanto oportunidades para o setor, que busca um equilíbrio entre demanda e sustentabilidade em um cenário em constante evolução.

  • Trump propõe redução drástica da taxa de juros nos EUA; especialistas alertam sobre riscos à economia e à confiança nas instituições financeiras.

    A proposta do ex-presidente Donald Trump de reduzir a taxa básica de juros da Reserva Federal (Fed) para 1% levanta sérias preocupações em relação à economia dos Estados Unidos. Históricos de intervenções monetárias em momentos de crise mostram que essa estratégia pode ser prejudicial, especialmente em um contexto onde a economia americana, atualmente, apresenta indicadores robustos.

    Durante os mandatos de George W. Bush e Barack Obama, a diminuição nas taxas de juros foi uma resposta a crises significativas. No caso de Bush, isso ocorreu após os ataques de 11 de setembro e a invasão do Iraque, períodos em que a economia estava em frangalhos. Já Obama herdou uma economia em recessão, com taxas quase zeradas à luz da crise financeira global. Contudo, o cenário atual é de estabilidade, com uma inflação em 2,5%, uma taxa de desemprego de 4,1% e um crescimento econômico de 2%. A sugestão de Trump de um corte drástico nas taxas parece ir na contramão das condições prevalecentes.

    Economistas afirmam que uma mudança tão radical no ambiente financeiro poderia não apenas não gerar os efeitos esperados, mas também provocar um aumento nas taxas de juros de longo prazo, em decorrência de um aumento da inflação. Essa ansiedade no mercado de títulos poderia levar a uma perda de confiança na independência da Reserva Federal, que se vê pressionada pela administração política.

    Além disso, a política fiscal, definida pelo presidente e pelo Congresso, desempenha um papel crucial na determinação da taxa de juros dos títulos públicos. Os gastos geralmente superam as receitas, levando a déficits que precisam ser cobertos pela emissão de novos títulos, o que, por sua vez, pode pressionar as taxas de juros para cima, especialmente após a implementação das novas leis orçamentárias propostas por Trump.

    Diante desses dados, é evidente que depender de uma política monetária expansionista sem fundamentos sólidos pode comprometer a capacidade dos EUA em gerenciar a inflação e o crescimento econômico. O que gera preocupação é a confiança nas instituições financeiras, um pilar essencial. A reação do Fed, que se reúne regularmente para definir sua política monetária, será fundamental para preservar essa confiança, especialmente em tempos de incerteza econômica. Portanto, a cautela na implementação das medidas é essencial para evitar potencialmente graves distúrbios na economia.

  • Macron enfrenta Trump: Europa se prepara para contramedidas contra tarifas de 30%, enquanto diálogo continua em meio à crescente tensão.

    O presidente da França, Emmanuel Macron, manifestou uma resposta enérgica diante da recente ameaça do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de implementar tarifas de 30% sobre produtos provenientes da Europa. Macron enfatizou a necessidade urgente de a Comissão Europeia elaborar contramedidas, estabelecendo um prazo até o dia 1º de agosto para que as medidas sejam discutidas e prontas para serem aplicadas, caso a ameaça se concretize. Para o presidente francês, é imperativo que a União Europeia adote uma postura firme em defesa de seus interesses comerciais, diante do que considera uma abordagem protecionista por parte dos EUA.

    Enquanto o ambiente diplomático se torna cada vez mais tenso, especialmente com declarações polarizadoras de figuras como Trump, países como Alemanha, Itália e Irlanda adotam uma postura mais conciliadora. Esses estados membros da União Europeia têm buscado alternativas que priorizam o diálogo e a negociação ao invés de confrontos diretos. Essa divisão sobre como reagir à ameaça de tarifas ilustra as diferentes estratégias que os países europeus estão considerando para lidar com a política comercial americana.

    O desafio agora para a União Europeia é encontrar um equilíbrio entre se proteger contra as implicações de uma guerra comercial e manter um canal de comunicação aberto com seus aliados, que historicamente têm sido importantes parceiros econômicos. No entanto, a continuidade das tensões não deve ser subestimada: a possibilidade de uma escalada nas tarifas pode afetar não apenas a economia da Europa, mas também terá repercussões globais, criando incertezas nos mercados financeiros e impactos diretos em setores específicos, como automotivo e agrícola.

    Diante desse cenário, será crucial que a União Europeia tome decisões estratégicas que não apenas protejam seus interesses econômicos imediatos, mas que também considerem o relacionamento de longo prazo com os Estados Unidos. O desafio agora é encontrar um caminho que evite o confronto aberto, mas que ao mesmo tempo assegure uma defesa robusta frente a ações comerciais que possam prejudicar as economias europeias. As próximas semanas serão fundamentais para definir o rumo desse embate comercial.

  • SENADO FEDERAL – Renan Calheiros Afirma que Tarifas de Trump São Tentativa de Interferência e Defende Resposta Brasileira Firme e Proporcional ao “Terrorismo Tarifário”

    Na última segunda-feira, o senador Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, expressou sua preocupação em relação à recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impôs tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros. Durante seu discurso no Plenário, Calheiros considerou essa medida uma tentativa clara de interferência nas instituições brasileiras, apontando especificamente para a carta enviada por Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O senador acredita que a intenção do mandatário norte-americano é pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) e influenciar o julgamento referente ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

    Renan Calheiros defendeu a adoção da Lei da Reciprocidade, que foi aprovada pelo Congresso, como uma estratégia de resposta a essa pressão externa e ao que ele chamou de “terrorismo tarifário” oriundo do governo dos EUA. O senador enfatizou que, embora o Brasil deva sempre buscar o diálogo, é crucial proteger a soberania nacional e agir com firmeza nas relações internacionais.

    Calheiros declarou: “A carta de Trump a Lula, com seus afrontamentos ao Supremo Tribunal Federal e à chamada ‘caça às bruxas’, busca subjugar a Suprema Corte e alterar os rumos do processo penal em curso.” Ele reiterou que a diplomacia brasileira, amplamente reconhecida por sua habilidade em evitar contenciosos, deve prevalecer, embora uma resposta proporcional desempenhe um papel essencial caso o diálogo não se mostre viável.

    Além disso, o senador destacou que a imposição de tarifas reflete o desconforto dos Estados Unidos com o fortalecimento do agrupamento conhecido como Brics. Este bloco, que agrupa países com cerca de 40% da população mundial, tem se destacado na economia global, promovendo discussões sobre uma moeda única para facilitar o comércio entre suas nações-membro. Para Calheiros, a preocupação dos EUA reside no possível enfraquecimento do dólar e na perda de influência global, uma situação que ele considera natural e legítima, visto que os países do Brics buscam aprimorar suas relações comerciais.

    Portanto, o posicionamento de Renan Calheiros evidencia um momento delicado nas relações entre Brasil e Estados Unidos, enfatizando a necessidade de uma resposta estratégica e a importância da soberania nacional em um cenário econômico global em transformação.

  • Crescimento de Think Tanks Impulsiona Desenvolvimento do BRICS com Foco em Inovação e Soberania Digital

    Nos últimos anos, a expansão e consolidação do BRICS têm gerado um impacto significativo em várias esferas, especialmente no desenvolvimento de think tanks e instituições de pesquisa que se dedicam a estudar e promover as dinâmicas do grupo. De acordo com Camila Modanez, diretora de projetos do iBRICS+, essa crescente transformação se reflete no crescente interesse por parte de grupos de pesquisa acerca do BRICS, que se torna um elemento vital para o intercâmbio cultural e científico entre seus membros.

    Modanez defende que o Brasil, fortemente influenciado pela cultura norte-americana e europeia, deve buscar diversificar seus referenciais e fortalecer laços com outros parceiros do grupo. O iBRICS+, sob sua liderança, não apenas promove eventos para apresentar estudos e conectar pessoas, mas também tem um papel ativo em iniciativas concretas. Um dos projetos em andamento, por exemplo, envolve a parceria com o governo do Maranhão para intercâmbio de estudantes e desenvolvimento de habilidades técnicas com instituições russas.

    Entretanto, o desenvolvimento de um ecossistema de cooperação formal entre think tanks e universidades ainda apresenta desafios. Embora iniciativas individuais já estejam em andamento, a criação de uma plataforma digital que conecte os diversos projetos ainda é um pré-requisito para uma colaboração efetiva. O financiamento dessas iniciativas é um dos principais obstáculos enfrentados.

    Isabela Rocha, pesquisadora da Universidade de Brasília e presidente do Fórum para Tecnologia Estratégica do BRICS+, acrescenta que a institucionalização do BRICS é crucial para formalizar a atuação desses think tanks. A especialista ressalta a necessidade de acordos e regulamentações que garantam respaldo internacional para as iniciativas que emergem desse ecossistema.

    A proposta de criar métodos alternativos de pagamento, assim como uma criptomoeda própria para o BRICS, reflete a urgência de desenvolver um sistema financeiro que não dependa do SWIFT. Além disso, Rocha enfatiza a importância da soberania digital, ressaltando a necessidade de data centers locais que promovam segurança e proteção dos dados nacionais.

    Nesse contexto, a promoção da soberania tecnológica se destaca como um objetivo central das ações dessas entidades. O desenvolvimento de infraestrutura crítica, como a construção de data centers em solo nacional, é um passo necessário para garantir a segurança digital e afastar a dependência de tecnologias estrangeiras. Este caminho, embora repleto de desafios, é considerado imprescindível para que o BRICS possa desempenhar um papel significativo na nova ordem mundial multipolar.