Tag: economia

  • Presidente dos Correios pede demissão em meio a crise financeira e disputas políticas por novo comando da estatal

    Na noite de sexta-feira, 4 de outubro, o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, apresentou sua carta de demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sua saída marca um momento crítico para a estatal, que enfrenta uma severa crise financeira, com um prejuízo registrado de R$ 1,7 bilhão apenas no primeiro trimestre de 2025. Em um cenário preocupante, os Correios lideraram o ranking de déficit entre as estatais brasileiras em 2024, evidenciando os desafios que a empresa enfrenta.

    A situação financeira delicada da estatal desperta interesses políticos, e informações indicam que o partido União Brasil, que já detém o controle do Ministério das Comunicações, está interessado em assumir a liderança dos Correios. Sob a liderança de Davi Alcolumbre, senador do partido, articulações estão em curso para uma indicação que preencha a vaga deixada por Fabiano Silva. Espera-se que Lula realize uma reunião com Silva na próxima semana, onde discutirão os termos finais da saída do presidente da estatal.

    Em meio a essa turbulência, o governo lançou recentemente a plataforma de e-commerce “Mais Correios”, que oferece mais de 500 mil produtos, como parte de um esforço para modernizar e diversificar os serviços da empresa. Essa iniciativa visa não apenas aumentar a competitividade dos Correios, mas também repositionar a empresa como uma relevante opção no mercado. A implementação de um meio de pagamento digital próprio, projetado para estrear ainda este ano, é outro passo significativo nessa estratégia de revitalização.

    As mudanças se tornam ainda mais relevantes em um cenário onde os Correios precisam se adaptar às novas demandas do mercado, buscando não apenas recuperar a confiança do público, mas também garantir sua viabilidade no futuro. A saída de Fabiano Silva pode ser um momento decisivo para o futuro da estatal e suas operações, deixando a expectativa sobre quem assumirá a presidência em um contexto tão desafiador. A próxima reunião entre Lula e Silva poderá delinear os próximos passos e direcionar a nova gestão em uma fase tão crítica para a estatal.

  • Angra dos Reis: Novo Destino Promissor para Turistas Russos com Acordo do Fórum Internacional dos Municípios BRIC

    Angra dos Reis: Novo Destino Promissor para Turistas Russos

    A encantadora cidade de Angra dos Reis, localizada na Costa Verde do Brasil, está caminhando para se tornar um novo e atrativo destino para turistas da Federação Russa. Um acordo recente assinado entre o Fórum Internacional dos Municípios BRIC e a prefeitura de Angra dos Reis visa a promoção de roteiros turísticos conjuntos, um passo significativo que pode redefinir o panorama turístico da região.

    O presidente do comitê organizador do fórum, Mikhail Cherepanov, expressou sua empolgação ao anunciar que o intuito do acordo é expandir o fluxo de visitantes para esta cidade de cerca de 150 mil habitantes, que possui uma costa deslumbrante e oferece diversas opções de lazer e turismo. Cherepanov destacou a importância de promover Angra dos Reis entre cidades dos países integrantes do BRICS e seus aliados, apresentando-a como uma alternativa segura e atraente para os turistas russos.

    Um dos principais pontos abordados durante a assinatura do acordo foi a queda nos índices de criminalidade na região nos últimos cinco anos. A prefeitura apresentou estatísticas que sustentam essa afirmação e discutiu planos para melhorar ainda mais a infraestrutura turística. Essa segurança e infraestrutura aprimorada são essenciais para atrair viajantes que buscam novas experiências em um ambiente exótico e acolhedor.

    Além do aspecto turístico, Angra dos Reis oferece oportunidades comerciais para empresas russas que desejam investir na área. Isso inclui a possibilidade de desenvolver projetos de parceria público-privada, que abrangem desde a construção de hotéis até o estabelecimento de indústrias. Cherepanov mencionou que os pescadores locais enfrentam o desafio de processar a pesado, sugerindo que a colaboração com parceiros russos poderia ser mutuamente benéfica.

    Apesar das promissoras perspectivas, a questão da dificuldade de voos diretos entre a Rússia e o Brasil foi reconhecida como um desafio. Cherepanov indicou que essa é uma preocupação que será abordada no próximo Conselho Empresarial do BRICS, visando simplificar a logística para os cidadãos de ambos os países.

    Em suma, Angra dos Reis se posiciona como um novo capítulo na narrativa do turismo e intercâmbio econômico entre o Brasil e a Rússia, com um potencial a ser explorado por turistas e investidores. A combinação de beleza natural, redução da criminalidade e iniciativas de cooperação empresarial promete fazer desta cidade um ponto de interesse crescente no cenário internacional.

  • BRICS Debate Criação de Serviço de Nuvem para Reduzir Dependência Tecnológica na Próxima Cúpula no Rio de Janeiro

    A próxima Cúpula do BRICS, agendada para os dias 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro, promete trazer à tona uma proposta inovadora: a criação de um serviço de nuvem exclusivo para os países que compõem o bloco. Essa iniciativa foi destacada por Eugênio Vargas Garcia, diretor do Departamento de Ciência, Tecnologia, Inovação e Propriedade Intelectual do Itamaraty, ao discutir os temas que estarão em evidência durante o encontro.

    A proposta de um serviço de nuvem do BRICS está em análise e precisa da aprovação dos líderes dos países membros, que incluem Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Vargas Garcia enfatizou que a necessidade de um sistema de nuvem próprio é urgente, já que atualmente esse segmento é dominado, de forma significativa, por empresas de países que não fazem parte do bloco, particularmente os Estados Unidos. Essa dependência externa em uma área tão crítica levanta questões de soberania e segurança, uma vez que muitos dados e informações sensíveis dos países do BRICS estão armazenados em servidores no exterior.

    “Muitos serviços de armazenamento em nuvem hoje estão localizados fora das fronteiras dos países do BRICS, o que não garante uma abordagem completamente soberana. O Brasil, portanto, está engajado em atrair investimentos para o desenvolvimento de centros de armazenamento e processamento de dados que respeitem nossa autonomia”, disse Vargas Garcia, explicando a diretriz estratégica do Brasil nesse contexto.

    Este ano, a 17ª Cúpula do BRICS se destaca ainda pela presença de novos países que foram recentemente incorporados ao bloco, o que certamente trará uma nova dinâmica às discussões e à cooperação entre as nações. A ideia de um serviço de nuvem compartilhado não apenas visa reduzir a dependência tecnológica, mas também fortalecer os laços entre os países membros, possibilitando uma troca de informação e inovação mais robusta e impregnada de autonomia.

    Com esses debates, a Cúpula do BRICS se posiciona como um momento crucial para o futuro da cooperação entre os países em desenvolvimento, buscando alternativas que garantam maior independência em um mundo cada vez mais digital e interconectado.

  • INTERNACIONAL – Rússia mantém planos para sistema de pagamento alternativo ao dólar, mesmo sem consenso no Brics, afirma ministro Anton Siluanov. Iniciativa avança sem acordo completo.

    No último sábado, o ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, confirmou a intenção do país de desenvolver um sistema de pagamento alternativo ao dólar para transações internacionais, mesmo na ausência de consenso absoluto entre os membros do Brics. Durante uma coletiva de imprensa, Siluanov explicou que a criação desse mecanismo pode ocorrer por meio de formatos de cooperação bilaterais ou trilaterais.

    O ministro enfatizou que as discussões em torno da criação de uma plataforma de investimentos estão em andamento, embora não tenha havido um acordo definitivo entre os países do Brics. “Vamos continuar avançando nessa direção com aqueles que se mostram interessados. Não é imprescindível que haja um consenso total para determinadas decisões financeiras”, afirmou. Ele ressaltou a possibilidade de que transações envolvendo a compra de títulos possam ser efetivadas entre duas ou três nações sem a necessidade de um entendimento global. Siluanov também destacou que, ao longo deste processo, alguns aspectos poderão ser implementados rapidamente, enquanto outros podem levar mais tempo.

    A reunião recente entre os ministros de Finanças e os diretores dos bancos centrais do Brics resultou em uma declaração que mencionou o progresso na busca por caminhos para viabilizar a interoperabilidade dos sistemas de pagamento. No entanto, o documento não fez referência a um acordo concreto sobre o formato desses sistemas alternativos, limitando-se a observar que um relatório técnico elaborado sobre o tema deve ser fundamental no trabalho contínuo para facilitar pagamentos internacionais de maneira mais acessível e eficiente.

    Outro tema relevante abordado por Siluanov foi a criação de um mecanismo de garantia ligado ao Novo Banco de Desenvolvimento (NDB). Os países do Brics planejam implementar uma iniciativa chamada Garantias Multilaterais do Brics (GMB), que visa mobilizar investimentos privados em infraestrutura e promovendo o desenvolvimento sustentável. A expectativa é que essa iniciativa reduza riscos associados a investimentos estratégicos, aumentando a credibilidade do grupo e do Sul Global. Um projeto piloto está previsto para ser iniciado em 2025.

    Siluanov ressaltou a importância da criação de uma resseguradora vinculada ao NDB, uma medida que é considerada estratégica pelo grupo. Ele argumentou que, apesar do crescimento do comércio e do transporte entre os países do Brics, há uma carência de seguradoras independentes. A proposta envolve a formatação de uma organização internacional com capital proporcionado pelos Estados-membros, que consiga resguardar riscos logísticos, climáticos e de construção, propondo assim uma alternativa viável às seguradoras ocidentais.

  • ECONOMIA – Nova Tarifa Social de Energia Elétrica garante gratuidade a 4,5 milhões de famílias a partir de sábado, promovendo alívio nas contas de luz.

    A partir deste sábado, 5 de agosto, entra em vigor a nova Tarifa Social de Energia Elétrica, uma iniciativa que visa beneficiar famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) com isenção total na conta de luz, desde que o consumo mensal não ultrapasse 80 kWh. De acordo com o governo federal, este programa deve proporcionar gratuidade na conta de energia para aproximadamente 4,5 milhões de famílias em todo o país.

    Além das 4,5 milhões de famílias que terão acesso à gratuidade total, outras 17,1 milhões também poderão se beneficiar da Tarifa Social, com a isenção do pagamento pelos primeiros 80 kWh consumidos a cada mês. Essa medida busca aliviar a carga financeira sobre as famílias de baixa renda, que muitas vezes enfrentam dificuldades para arcar com os custos da energia elétrica.

    As diretrizes da Tarifa Social foram aprovadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que determinou que somente os consumidores que utilizam instalações trifásicas e consomem até 80 kWh por mês têm direito à total isenção. Para esses usuários, a conta será acrescida apenas de encargos que não estão relacionados ao consumo direto de energia, como custos de iluminação pública ou o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), conforme as legislações estaduais e municipais.

    Para aqueles que possuem instalações trifásicas e consomem mais de 80 kWh, a cobrança se manterá nos primeiros 100 kWh, e o consumidor terá que pagar a diferença entre 80 e 100 kWh utilizados. O custo de disponibilidade representa uma taxa mínima cobrada pelas distribuidoras, destinada a cobrir os investimentos necessários para a manutenção da infraestrutura elétrica utilizada para entregar energia aos consumidores.

    O acesso à Tarifa Social é simplificado. Para que uma família possa usufruir do benefício, é preciso que se enquadre em uma das categorias estabelecidas, como ter uma renda mensal per capita inferior a meio salário-mínimo, ser idoso ou portador de deficiência que já recebe o Benefício de Prestação Continuada, ou ainda que exista alguém na família que necessite do uso de equipamentos que demandem energia elétrica devido a uma condição médica, entre outros requisitos.

    Importante ressaltar que não há necessidade de solicitar o benefício, pois a concessão é automática para as famílias que atendem aos critérios. O responsável pelo contrato de fornecimento de energia precisa estar registrado entre os beneficiários dos programas sociais mencionados para ser contemplado.

    Essa nova tarifa faz parte da Medida Provisória (MP) 1300/2025, que foi publicada em maio deste ano. Agora, a Câmara dos Deputados e o Senado têm 120 dias para aprovar a proposta antes que expire sua validade, o que torna a mobilização em torno do tema ainda mais relevante. A expectativa é que essa medida traga alívio e apoio às famílias em situação de vulnerabilidade social, garantindo acesso à energia elétrica de forma mais justa e acessível.

  • INTERNACIONAL –

    Cúpula do Brics no Rio Enfrenta Desafios Geopolíticos em Meio à Tensão Global e Expansão do Bloco

    A relação entre Israel e Estados Unidos (EUA) e a tensão com o Irã, um dos novos membros permanentes do Brics, representa um desafio significativo para o bloco que busca se fortalecer institucionalmente na Cúpula do Rio de Janeiro, marcada para os dias 6 e 7 de outubro. Nos últimos dois anos, o Brics cresceu de cinco para 11 integrantes permanentes e agora conta com dez novos membros parceiros. A presidência do Brasil enfrenta a difícil tarefa de gerenciar essa expansão, com o objetivo de transformar o mecanismo de cooperação multilateral e modificar a atual configuração do poder global.

    O clima de incerteza já era presente antes do conflito com o Irã, exacerbado pela guerra comercial iniciada pelo ex-presidente Donald Trump e as medidas contra países que tentam substituir o dólar em transações comerciais. Essa discussão já estava em pauta na Cúpula de Kazan, na Rússia, em 2024, à medida que as nações buscam alternativas à moeda americana, especialmente em um cenário de cerco econômico e financeiro contra a Rússia, engajada na guerra na Ucrânia.

    Dentre os temas em destaque estão Inteligência Artificial, mudanças climáticas, questões relacionadas ao Irã e à Palestina, e debates sobre saúde global e segurança. Especialistas em Brics apontam que a agenda ambiciosa proposta pela Rússia em 2022 foi moderada no Brasil, com o intuito de não provocar ainda mais a principal potência do Ocidente. A professora Ana Garcia, especialista em relações internacionais, observa que essa redução de ambição é uma estratégia para evitar tensões desnecessárias.

    A ideia de criar uma bolsa de grãos para estabilizar os preços internacionais e a ênfase na desdolarização são pautas importantes. Contudo, a cautela é evidente entre os países do Brics, que buscam um equilíbrio em um cenário global tenso. Na prática, eles evitam uma postura que possa antagonizar os EUA diretamente.

    A criação de um sistema de pagamento utilizando moedas locais, que poderia reduzir a dependência do dólar, é um dos pontos mais controversos da agenda do Brics. Essa proposta enfrenta resistência, especialmente dos EUA, que veem a perda do poder do dólar como uma ameaça. Contudo, para muitos dos países membros, essa transição gradual é necessária, mesmo que repleta de desafios.

    Além disso, a Cúpula poderá apresentar avanços em relação à institucionalização do bloco. Há a necessidade urgente de definir regras e procedimentos claros para a tomada de decisões, já que atualmente esse processo é informal e depende de consenso. A formalização deste diálogo entre os membros pode dar ao Brics uma sustentação mais robusta frente a pressões externas.

    A situação geopolítica, marcada por uma crescente polarização, exige que os membros do Brics naveguem com cautela. Enquanto a Rússia e o Irã mantêm uma postura mais assertiva, demais nações como Índia e Brasil procuram evitar proselitismos que poderiam complicar suas relações internacionais. Essa busca por uma agenda neutra, centrada no Sul Global, pode ser o caminho para um futuro mais coeso e harmonioso dentro do bloco.

    O Brics, que agora inclui 11 países – Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia – e uma lista de dez países parceiros, representa uma expressiva fatia da economia global. Com 39% do PIB mundial, 48,5% da população e 23% do comércio internacional, o Brics se posiciona como um ator relevante no cenário econômico e político mundial. Para os próximos anos, a interdependência econômica entre os membros promete crescer, refletindo a importância do agrupamento em um mundo cada vez mais multipolar.

  • Novo Banco de Desenvolvimento recebe Colômbia e Uzbequistão como novos membros durante reunião em Copacabana com Dilma Rousseff.

    Neste sábado, 5 de agosto, a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff, anunciou a inclusão da Colômbia e do Uzbequistão como novos membros da instituição financeira. A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa em Copacabana, no Rio de Janeiro, após a realização da reunião anual do Conselho de Governadores do banco.

    A expectativa quanto à adesão da Colômbia já circulava entre analistas e especialistas há alguns meses. Durante o evento, Dilma detalhou que a decisão do conselho foi unânime, refletindo um consenso sobre a necessidade de expandir a representação e influência do NDB em um cenário global em constante mudança. Com a entrada da Colômbia e do Uzbequistão, a instituição passa a contar com novos aliados estratégicos, ampliando ainda mais sua capacidade de arrecadação de fundos e financiamento de projetos de desenvolvimento sustentável.

    A presidente do NDB ressaltou que a inclusão da Colômbia e do Uzbequistão se junta a outros membros já aprovados, como a Argélia, consolidando um grupo diversificado que já inclui países como Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Emirados Árabes Unidos, Bangladesh e Egito. Essa ampliação não apenas reforça o papel do banco como uma vital alternativa às instituições financeiras tradicionais, mas também demonstra um compromisso com a cooperação entre os países em desenvolvimento.

    “Ao estender nosso alcance e parcerias, buscamos fortalecer a colaboração regional e global, essencial para enfrentar desafios comuns, como o investimento em infraestrutura, desenvolvimento econômico e sustentabilidades ambientais”, comentou Rousseff, enfatizando a importância da união entre as nações para promover o crescimento inclusivo.

    A adição desses novos membros marca um passo significativo na trajetória do NDB, indicando uma clara estratégia de crescimento e fortalecimento da influência dos países emergentes na governança econômica global. O banco, fundado pelos BRICS, segue, assim, sua missão de financiar projetos que promovam prosperidade e desenvolvimento equitativo em nível internacional.

  • Rússia Resiste a 30 Mil Sanções e Surpreende com Crescimento Econômico, Afirma Assessor de Putin

    No encerramento do BRICS Business Forum, realizado no Rio de Janeiro no último sábado, o assessor econômico do presidente russo, Maxim Oreshkin, fez declarações contundentes sobre a resiliência da economia russa frente às sanções internacionais. Desde o início da operação militar na Ucrânia, mais de 30 mil sanções foram impostas à Rússia, com a intenção de paralisar sua economia. Contudo, Oreshkin anunciou que, ao contrário do esperado, o PIB do país cresceu mais de 4% nos últimos anos, superando a média global.

    No evento, ele destacou que a taxa de desemprego é a mais baixa da história da Rússia, atingindo apenas 2,8%. O assessor atribuiu o crescimento a uma transformação necessitada pelas sanções, que obrigaram o país a desenvolver soluções autossuficientes em setores estratégicos, como tecnologia, ciência e produção agrícola. Ele frisou que a dependência anterior de importações foi convertida em oportunidades, permitindo ao empresariado russo responder com inovação e autonomia.

    Além do fortalecimento interno, Oreshkin enfatizou a importância de novas parcerias internacionais, especialmente fora do eixo ocidental, mirando na Ásia, América Latina e África. Essas novas alianças são vistas como uma forma de a Rússia estabelecer novos padrões econômicos em um mundo multipolar, ao mesmo tempo que contorna as limitações das estruturas financeiras tradicionais.

    Outro ponto discutido no fórum foi a transformação do setor agrícola, com a participação do vice-presidente da PhosAgro, Mikhail Sterkin. Ele destacou que, para alimentar uma população global de cerca de 10 bilhões de pessoas até 2050, a modernização agrícola e a utilização de fertilizantes minerais serão cruciais. A Rússia, reconhecida como uma potência na exportação de grãos, tem potencial de liderar neste aspecto.

    No cenário de inovação, Anna Nesterova, presidente da GlobalRusTrade, abordou o papel das mulheres na digitalização e no desenvolvimento de inteligência artificial. Embora reconhecendo os avanços, ela observou que a representação feminina no setor de inovação ainda é insuficiente, com apenas 22% de participação nos países do BRICS. Para alterar essa realidade, foi apresentada uma nova plataforma digital, que já conta com mais de mil projetos liderados por mulheres, com intuito de conectar essas iniciativas a investidores.

    Em suma, as declarações e a agenda discutida no BRICS Business Forum oferecem um retrato da ambição russa de não apenas resistir às sanções, mas também de se reinventar em um novo contexto econômico global. Oreshkin, em suas palavras, demonstrou otimismo e confiança no futuro, alicerçado na autossuficiência e no espírito inovador do povo russo.

  • ECONOMIA – Banco Central Suspende Três Instituições do Pix Após Desvio de R$ 530 Milhões em Ataque Cibernético a Provedora de Serviços Tecnológicos

    O Banco Central do Brasil (BC) implementou a suspensão cautelar de mais três instituições financeiras do sistema de pagamentos instantâneos, conhecido como Pix, em decorrência de um ataque cibernético que resultou no desvio de significativos recursos financeiros. As entidades afetadas são a Voluti Gestão Financeira, Brasil Cash e S3 Bank, que se juntam a outras três já desconectadas: Transfeera, Soffy e Nuoro Pay. O total de valores desviados pode ultrapassar a quantia de R$ 530 milhões.

    Esse ataque à provedora de serviços tecnológicos C&M Software, que serve de intermediária entre as instituições financeiras e o Banco Central, provocou uma série de investigações para apurar se houve participação dessas empresas nos crimes digitais. A suspensão, que pode durar até 60 dias, foi estabelecida sob as diretrizes do Artigo 95-A da Resolução 30 do Banco Central, sancionada em outubro de 2020, que regulamenta o funcionamento do Pix. A resolução permite ao BC interromper a participação de qualquer instituição do sistema caso existam indícios de que sua atuação possa comprometer a integridade do arranjo de pagamentos.

    A Transfeera, que também foi suspensa, confirmou que sua funcionalidade no Pix foi desativada, mas garantiu que os demais serviços permanecem ativos. Em nota, a empresa declarou que nem ela nem seus clientes foram impactados pelo incidente e que estão colaborando com as investigações para retomar suas operações rapidamente.

    As fintechs Soffy e Nuoro Pay, que não têm autorização do BC para operar diretamente no Pix, realizam operações por meio de parcerias com outras instituições. Até o momento, não houve manifestação pública de sua parte sobre a situação. A Voluti, Brasil Cash e S3 Bank também não retornaram aos questionamentos sobre a suspensão.

    O Banco Central comunicou que a medida visa garantir a segurança do sistema de pagamentos enquanto as investigações sobre o desvio de recursos ainda estão em andamento. O atentado ocorrido na C&M Software concluiu-se em transferências de valores das contas de reserva mantidas pelos bancos no BC, que foram subsequentemente convertidos em criptomoedas.

    As investigações estão sendo conduzidas pela Polícia Federal e pela Polícia Civil do Estado de São Paulo, e já resultaram na prisão de um funcionário da C&M que se envolveu com os criminosos, facilitando o acesso aos sistemas internos da empresa por meio de um pagamento de R$ 15 mil. O suspeito admitiu que recebeu valores em troca de informações confidenciais.

    A situação evidencia o delicado equilíbrio entre inovação financeira e a segurança dos sistemas, ressaltando a necessidade de vigilância constante e a responsabilidade das empresas em prevenir tais incidentes.

  • NDB: Dilma Rousseff destaca expansão do Banco do BRICS e respeito à soberania dos países na 10ª Reunião Anual, no Rio de Janeiro.

    O Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), comumente referenciado como Banco do BRICS, se consolida como uma figura proeminente no cenário financeiro internacional, especialmente entre nações do Sul Global. A instituição, que foi criada por nações em desenvolvimento para servir às suas próprias necessidades, prioriza a igualdade de seus membros e busca promover um ambiente de cooperação financeira. Recentemente, a presidente do NBD, Dilma Rousseff, destacou esses aspectos em uma coletiva de imprensa realizada durante a 10ª Reunião Anual do banco, que teve lugar no Rio de Janeiro.

    Dilma Rousseff enfatizou que o NBD está atualmente focado em duas principais prioridades: a expansão do número de seus membros, incorporando nações estratégicas, e a ampliação dos financiamentos com recursos em moedas locais. Ela anunciou a adesão recente de dois novos países ao banco: Uzbequistão e Colômbia. Rousseff fez questão de ressaltar que a adesão ao banco, assim como a concessão de empréstimos, é feita sem exigências de condicionalidade. Essa abordagem respeitosa à soberania dos países membros é um dos pilares fundamentais da governança do NBD.

    Em suas palavras, Dilma ilustrou a postura do banco, afirmando que não seria correto impor condições sobre investimentos em infraestrutura, como a privatização de empresas estatais, para viabilizar suporte financeiro. Esse compromisso em respeitar as decisões soberanas de cada país membro é fundamental para a credibilidade e sustentação do NBD.

    Outro ponto abordado pela presidente foi a importância do financiamento em moedas locais. Embora Dilma não tenha afirmado categoricamente que um processo de desdolarização esteja em andamento, observou-se que o dólar perdeu parte de sua antiga reputação como um “porto seguro” em tempos de crise. De acordo com Dilma, a dinâmica atual é distinta, já que não houve uma corrida para o dólar em momentos de turbulência econômica, ao contrário do que ocorreu em crises anteriores, como a de 2008.

    Com essas declarações, Dilma Rousseff reafirmou o papel do NBD como uma alternativa viável e respeitosa às práticas tradicionais de instituições financeiras internacionais, colocando as necessidades dos países do Sul Global em primeiro plano.