Tag: Direito Penal

  • PGR pede condenação de Bolsonaro por cinco crimes em trama golpista com pena total de até 43 anos, segundo parecer enviado ao STF.

    A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou a condenação do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, por meio de um parecer que destaca a atribuição de cinco crimes relacionados a uma suposta tentativa de golpe. A ação, que foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), elenca uma série de acusações graves, podendo resultar em uma pena total que chega a 43 anos, caso Bolsonaro seja condenado em todos os delitos na pena máxima. Este parecer foi entregue ao STF em uma sessão que se estendeu pela noite.

    Entre os crimes atribuído ao ex-presidente, destaca-se a liderança de uma organização criminosa, cujas penas variam de 3 a 8 anos. Adicionalmente, há a possibilidade de agravos de pena por uso de arma de fogo e pela participação de funcionários públicos. A PGR também menciona a tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, com penas que podem oscilar entre 4 e 8 anos, e a acusação de golpe de Estado, que pode resultar em uma pena de 4 a 12 anos. Além disso, há as acusações de dano qualificado e a deterioração de patrimônio tombado, cujos períodos de pena são mais curtos, mas somam-se ao conjunto das acusações.

    O procurador-geral, Paulo Gonete, enfatizou que Bolsonaro exerceu um papel central e deliberado em um esquema que visava desestabilizar as instituições democráticas do país. Segundo Gonete, as ações do ex-presidente foram orquestradas com a colaboração de figuras chave de seu governo e setores das Forças Armadas, visando disseminar narrativas falsas e incitar a desordem social, além de buscar a implementação de medidas autoritárias que afrontariam os princípios democráticos.

    Bolsonaro e outros sete colaboradores são citados na proposta da PGR, que caracteriza o ex-presidente como o principal articulador da movimentação golpista. O envolvimento de membros do alto escalão do governo reforça a gravidade da acusação, assim como os elementos que indicam uma estrutura organizada em torno da realização de atos antidemocráticos.

    Essas acusações têm gerado um intenso debate na sociedade brasileira, e a expectativa quanto ao desdobramento deste processo no STF persiste, levantando questões sobre a segurança das instituições democráticas e os limites da ação política no país.

  • Câmara aprova propostas rigorosas para aumentar penas e incluir castração química em crimes sexuais, com foco na proteção de vulneráveis.

    A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados deu um passo significativo na luta contra crimes sexuais ao aprovar na última terça-feira um conjunto de propostas que visam endurecer as punições para esses delitos. Dentre as iniciativas destacadas, o Projeto de Lei 6831/2010, de autoria do deputado Alfredo Gaspar (União-AL), se destaca por prever um aumento substancial nas penas para os crimes de estupro e estupro de vulnerável, refletindo um movimento crescente em busca de maior justiça para as vítimas.

    Uma das principais mudanças propostas é a introdução da castração química como requisito para a progressão do regime penitenciário de condenados por esses tipos de crimes. Essa medida, defendida também pela proposta apensada do deputado General Girão (PL-RN), visa alterar a Lei de Crimes Hediondos e estabelece que a concessão de benefícios, como a progressão de pena, esteja condicionada à realização do procedimento. De acordo com os defensores da proposta, essa exigência busca garantir que os condenados não voltem a cometer os delitos graves.

    Além disso, o texto revisado traz um endurecimento nas penas estabelecidas para os crimes. Atualmente, a pena para estupro varia de 6 a 10 anos, mas, com a nova proposta, essa pena pode ser esticada até 12 anos em situações agravantes. Já no caso do estupro de vulnerável, as punições poderão variar de 8 a 20 anos, e a redação atualizada pode permitir que a pena máxima chegue a 36 anos de reclusão, representando um aumento significativo no tempo de encarceramento para os perpetradores.

    A aprovaçã na CCJ não é o ponto final; o texto já segue para a próxima etapa, que é a votação no plenário da Câmara. Essa mobilização parlamentar reflete um crescente clamor social por mais proteção às vítimas de crimes sexuais e um esforço para que tais delitos sejam tratados com a gravidade que merecem no sistema de justiça brasileiro. A expectativa agora recai sobre como os parlamentares reagirão a essas propostas em sua próxima votação, em um cenário onde questões de segurança e direitos das vítimas estão em evidência na agenda política do país.