Tag: Desinformação

  • Brigitte Macron Recorre da Absolvição de Criadoras de Fake News sobre sua Identidade de Gênero em Paris

    No último dia 14, o advogado Jean Ennochi, que representa Brigitte Macron, a primeira-dama da França, anunciou que foram interpostos recursos em relação ao caso de fake news que envolve Brigitte. O Tribunal de Apelações de Paris, em uma recente decisão, havia absolvido duas mulheres que divulgaram informações inverídicas sugerindo que Brigitte Macron seria uma mulher trans.

    Além da primeira-dama, o irmão dela, Jean-Michel Trogneux, também decidiu recorrer da decisão do tribunal, assim como o Ministério Público, que se manifestou sobre a gravidade das alegações feitas. A situação reflete um crescente fenômeno de disseminação de notícias falsas, que, apesar de sua falta de fundamentação, podem ter consequências significativas para a reputação dos indivíduos envolvidos.

    Essa fake news em particular ganhou impulso quando um vídeo polêmico foi publicado no YouTube por duas mulheres. No material, Natacha Rey, uma suposta jornalista independente, entrevista Amandine Roy, que se apresenta como médium. Ambas afirmam que a identidade de Brigitte é parte de uma “mentira de estado”, uma alegação absurda que provocou indignação e levou à busca por justiça por parte da primeira-dama e de sua família.

    O impacto de informações falsas se torna particularmente preocupante em uma era em que as redes sociais e plataformas de streaming permitem a rápida propagação de rumores e teorias da conspiração. A decisão do tribunal de absolver as autoras da fake news levantou uma série de questões sobre a liberdade de expressão e os limites da responsabilidade civil em relação à difamação e à privacidade.

    Este caso, que reflete os desafios enfrentados por figuras públicas em tempos de desinformação, destaca a urgência de um debate mais amplo sobre o papel das plataformas digitais na propagação de conteúdo enganoso e sua implicação na vida de indivíduos. O caminho para a justiça, no entanto, promete ser longo para Brigitte Macron e sua família, que almejam restaurar sua integridade diante de tais alegações infundadas.

  • Especialista em China denuncia fake news e ameaças de morte após espionagem pela Abin

    Especialista em China Denuncia Monitoramento Ilegal e Ameaças de Morte

    O professor Evandro Menezes de Carvalho, associado de direito internacional na Universidade Federal Fluminense (UFF), revelou ter sido alvo de um monitoramento ilegal prolongado, realizado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O caso envolveu práticas que, segundo ele, retratam uma grave violação dos direitos dos cidadãos no Brasil.

    Durante um período de oito meses, entre setembro de 2019 e maio de 2020, Carvalho foi monitorado em mais de 100 ocasiões, com seu celular sendo alvo de escuta e suas atividades diárias sendo vigiadas. O professor recebeu um relatório da Polícia Federal que menciona seu nome em diversas instâncias, revelando a intrusão inaceitável em sua privacidade. Em entrevista, Carvalho expressou que, embora se sentisse indignado, não estava surpreso com a revelação, uma vez que já suspeitava de que algo assim estivesse acontecendo.

    Ele criticou a Abin por se desviar de sua função republicana e se transformar em uma ferramenta de vigilância para interesses políticos, especialmente sob a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Para Carvalho, essa "Abin paralela" visava silenciar vozes críticas e manter um controle ideológico sobre adversários políticos, utilizando métodos que remetem a práticas de repressão.

    O especialista também destacou o paradoxo das relações entre Brasil e China, enfatizando que, apesar de a direita brasileira, incluindo setores do agronegócio, lucrar das transações com o gigante asiático, a narrativa popular frequentemente demoniza a China. Carvalho foi especificamente alvo de uma campanha de desinformação que o rotulou como "espião chinês", relacionada a figuras proeminentes da política nacional, o que ele categoricamente nega.

    Mesmo diante das ameaças e das fake news, o professor ressalta a importância de se criar um entendimento mais profundo sobre as relações entre Brasil e China, friso que a estrutura política nacional ainda é dominada por interesses que não refletem uma visão crítica ou informada sobre o país oriental. Em suas palavras, essa dinâmica é prejudicial não apenas à verdade, mas também aos interesses nacionais, alinhando-se, em última análise, aos desejos de potências estrangeiras que veem a China como uma ameaça.

    Com essa experiência, Carvalho se firmou como um símbolo da luta contra a desinformação e as práticas de vigilância estatal, enfatizando a necessidade de um debate livre e esclarecido sobre as relações internacionais e a soberania nacional.