Tag: Desenvolvimento Sustentável

  • Data Centers podem consumir 10% da energia mundial em cinco anos, alerta diretora da Elea sobre desafios e oportunidades no Brasil

    No dia 3 de outubro, Caroline Ranzani, diretora de Relações Institucionais da Elea Data Centers, trouxe à tona uma previsão preocupante: em um horizonte de cinco anos, estima-se que os data centers serão responsáveis por aproximadamente 10% do consumo global de energia. Esta afirmação ressalta a crescente dependência das infraestruturas digitais, um indicativo claro do aumento na demanda por serviços de tecnologia da informação em âmbito mundial.

    A Elea Data Centers, uma plataforma voltada para a criação de infraestrutura digital sustentável, está avançando em um projeto ambicioso em colaboração com a Prefeitura do Rio de Janeiro. No Parque Olímpico da cidade, está sendo desenvolvida uma “cidade de data centers”, que promete não apenas impulsionar a capacidade de armazenamento e processamento de dados, mas também fomentar a economia local.

    Contudo, um ponto alarmante destacado por Ranzani é a atual posição do Brasil no cenário global de processamento de dados. A executiva apontou que mais da metade dos dados brasileiros é processada na Virgínia, nos Estados Unidos. Essa situação é reflexo da falta de competitividade do país no setor, uma vez que as tarifas de importação de equipamentos de tecnologia da informação podem chegar a impressionantes 60%. Além disso, a incapacidade nacional de produzir esses equipamentos agrava ainda mais o problema.

    Diante desse cenário, surge uma discussão no setor sobre a necessidade de atrair investimentos estrangeiros, que poderiam permitir que as empresas brasileiras se beneficiem de uma matriz energética mais eficiente, ao mesmo tempo em que contribuiriam para o desenvolvimento econômico local.

    A diretora também revelou que uma Medida Provisória que está pronta no Ministério da Casa Civil poderá trazer alívio fiscal para o setor. Essa medida visa desonerar os tributos federais sobre os investimentos em data centers, mas com uma condição: os centros que se beneficiarem da desoneração deverão ser 100% sustentáveis e dedicar 10% de sua capacidade de processamento a cargas nacionais. Essa ação tem como objetivo fomentar um ecossistema de inovação tecnológico dentro do Brasil, almejando um futuro mais sustentável e autônomo na área de tecnologia da informação.

  • Ministra Marina Silva defende ações contra queimadas, mas enfrenta críticas de opositores na Câmara dos Deputados; tensão aumenta em meio à discussão ambiental.

    Na última quarta-feira, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, compareceu à Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. Durante sua participação, ela abordou o aumento das queimadas no Brasil, atribuindo-o a fatores como a seca extrema e incêndios criminosos. No entanto, sua apresentação foi marcada por uma série de contestações e críticas por parte de parlamentares da oposição, que usaram a ocasião para disparar ataques diretos à sua postura e declarações.

    O deputado Zé Trovão, do PL de Santa Catarina, foi um dos mais vocais contra a ministra. Ele sugeriu que Marina teria um comportamento decepcionante, insinuando que ela estaria mentindo em suas declarações sobre a questão das queimadas e questionou sua disposição para o trabalho. Além disso, Trovão acusou-a de omitir informações relevantes e utilizar uma retórica manipulativa, com o intuito de influenciar a opinião pública a seu favor. Essa dinâmica de confronto intensificou o clima da sessão, evidenciando as divisões políticas em torno da pauta ambiental.

    Marina Silva, em reposta aos ataques, defendeu-se de maneira firme. Em um momento de sua fala, questionou por que, durante o governo anterior, não foram tomadas medidas preventivas para evitar a situação atual. Ela criticou a concessão de licenças para atividades potencialmente danosas ao meio ambiente, enfatizando que essas decisões tardias apenas complicaram ainda mais a realidade. “Agora, estão criando bodes expiatórios para culpar o Ministério do Meio Ambiente, a mim, e a outros. Tenho tranquilidade quanto à minha consciência e em relação à defesa do meio ambiente”, afirmou ela, em referência à construção da BR-319, um projeto que gera controvérsia entre ambientalistas, mas que possui respaldo do governo atual.

    As manifestações de Marina Silva ressaltam a complexidade das questões relacionadas ao meio ambiente no Brasil, mostrando que, enquanto algumas políticas buscam desenvolvimento, o desafio de preservar ecossistemas frágeis se torna crescente. Com esse embate no Congresso, a interação entre desenvolvimento econômico e responsabilidade ambiental continuará a ser um tema central nas discussões do cenário político atual.

  • Maranhão firma aliança de 100 milhões com Mercuria para projetos ambientais durante Climate Action Week em Londres, antecipando compromissos para a COP30 em Belém.

    O governador do Maranhão, Carlos Brandão, esteve recentemente na Europa, onde participou da Climate Action Week, um evento crucial que ocorreu em Londres, com foco na discussão sobre ações climáticas. Essa iniciativa reuniu líderes globais e especialistas em meio ambiente para debater temas que serão contemplados na COP30, marcada para novembro de 2023, em Belém, no Pará.

    Durante sua missão na capital britânica, Brandão teve a oportunidade de engajar-se em várias rodadas de negociações, destacando-se a formalização de uma aliança estratégica entre o governo maranhense e a Mercuria Energy Group, uma das maiores trading houses do mundo, com atuação significativa nos mercados de commodities e energia. Essa colaboração visa investir 100 milhões de dólares em um projeto voltado para a recuperação florestal, regularização fundiária e combate às queimadas no estado.

    Brandão enfatizou a importância dessa parceria, citando um projeto anterior em São Bento que já está em andamento. “Com essa nova proposta aprovada, ampliamos um trabalho que se tornará modelo de recuperação de áreas degradadas, não só para o Brasil, mas para o mundo todo”, afirmou o governador. Essa busca por visibilidade e investimentos internacionais está alinhada com a estratégia do Maranhão de fortalecer sua presença em eventos preliminares à COP30.

    A participação ativa do Maranhão também tem proporcionado um impulso significativo a programas ambientais como o Floresta Viva, Paz no Campo e Terras para Elas, este último já recebido apoio financeiro do Canadá por meio do Fundo ONU-Brasil. Os recursos obtidos com a Mercuria Group serão destinados a financiar essas iniciativas, que têm demonstrado resultados positivos no estado.

    O Programa Floresta Viva, considerado um dos pilares desse esforço, gerencia o maior viveiro público do Brasil, localizado em São Bento, com capacidade para produzir até um milhão de mudas anualmente. O projeto visa a proteção e restauração de habitats naturais, beneficiando mais de 100 famílias até o momento e distribuindo sementes em várias cidades maranhenses.

    Além disso, o Programa Paz no Campo tem se destacado na regularização fundiária de comunidades rurais, com mais de 14 mil títulos de terra entregues e beneficiando 18 mil famílias. Já o Maranhão Sem Queimadas é focado em combater queimadas por meio da formação de brigadistas e ações educativas, o que contribui para a redução da degradação ambiental e proteção da biodiversidade.

    O governo do Maranhão continua comprometido em expandir essas iniciativas, criando alternativas de renda e integrando a sustentabilidade no desenvolvimento local, além de preparar o estado para ser um exemplo nas discussões da COP30.