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  • ARAPIRACA – Arapiraca avança na saúde: cidade agora faz parte da Rede Nacional de Carga Viral Rápida, ampliando o acesso a diagnósticos de ISTs e HIV.

    Arapiraca, cidade localizada no interior de Alagoas, acaba de dar um significativo passo na direção de uma rede de saúde mais inclusiva e robusta. Com o apoio da Secretaria Municipal de Saúde, o município agora faz parte da Rede Nacional de Carga Viral Rápida (CVR), uma iniciativa criada pelo Ministério da Saúde com o intuito de ampliar o acesso a exames de biologia molecular. Com essa inclusão, a cidade se prepara para oferecer diagnóstico e monitoramento de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), como HIV, hepatites B e C, clamídia e gonorreia.

    Nos dias 2 e 3 de julho de 2025, Arapiraca foi palco de um treinamento técnico promovido pelo Ministério da Saúde para capacitar os profissionais que atuarão com o equipamento GeneXpert, já instalado no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA)/Serviço de Atendimento Especializado (SAE) do município. O novo equipamento será compartilhado com o Laboratório Municipal, o que permitirá uma maior agilidade na liberação dos resultados. Anteriormente, os exames necessitavam ser enviados para Maceió, o que gerava atrasos nos diagnósticos.

    A secretária municipal de Saúde, Rafaella Albuquerque, destaca que essa nova fase representa um marco para Arapiraca e também para os municípios da 7ª Região de Saúde. Segundo ela, a iniciativa significará um avanço significativo no cuidado às pessoas que vivem com HIV, hepatites virais e outras ISTs. “Com exames realizados localmente, conseguimos melhorar o tempo, o acesso e a qualidade do atendimento. Arapiraca reafirma seu compromisso com a saúde integral e com a equidade no SUS”, declarou.

    A metodologia empregada pela Rede CVR é especialmente indicada para regiões com limitações na estrutura laboratorial. A instalação em Arapiraca foi possibilitada pelo cumprimento de todos os critérios técnicos estabelecidos pelo Ministério da Saúde, que incluíram a adequação da estrutura física, a capacitação dos profissionais e a garantia de integração aos sistemas de informação nacionais.

    O superintendente de Vigilância em Saúde, Evandro Melo, afirma que a introdução do GeneXpert qualifica a resposta da vigilância em saúde, ampliando a capacidade diagnóstica com base em evidências e em tempo oportuno. “Esse equipamento fortalece a integração entre os diferentes níveis de atenção à saúde e contribui para o controle das ISTs, permitindo decisões mais precisas em nosso município”, ressalta.

    Além dos testes de carga viral para HIV, Hepatites B e C, a nova tecnologia possibilitará a realização de exames para a detecção rápida de clamídia e gonorreia, ampliando, assim, a capacidade de resposta de Arapiraca frente às infecções sexualmente transmissíveis. Essa ação se insere em um esforço nacional mais amplo, que visa melhorar o acesso ao diagnóstico e ao monitoramento em tempo oportuno, desencadeando um impacto direto na saúde de gestantes, recém-nascidos expostos, pessoas vivendo com HIV/AIDS e usuários em tratamento para hepatites.

  • CAMARA DOS DEPUTADOS – Câmara dos Deputados Aprova Projeto que Reconhece Valor Econômico da Economia do Cuidado para o Desenvolvimento Social e Econômico do Brasil

    Na última terça-feira, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que busca trazer à tona o valor econômico e social da chamada “economia do cuidado” no Brasil. Esse tema, que abrange atividades não remuneradas realizadas dentro de casa, como o cuidado com pessoas idosas e com deficiência, ganha relevância significativa na composição do desenvolvimento econômico e social do país.

    O Projeto de Lei 638/19, de autoria da deputada Luizianne Lins (PT-CE), foi discutido amplamente antes de sua aprovação, que ocorreu em 1º de julho de 2025. A relatora, Talíria Petrone (Psol-RJ), apresentou um substitutivo que propõe a criação de uma conta específica dentro do sistema de contas nacionais, permitindo que atividades frequentemente desconsideradas sejam avaliadas e utilizadas para a formulação de políticas públicas.

    A relatora enfatizou a importância do projeto em dar visibilidade ao trabalho doméstico realizado majoritariamente por mulheres, que muitas vezes não é reconhecido nem valorizado financeiramente. Segundo Talíria, a iniciativa possibilita uma compreensão mais aprofundada da riqueza gerada no país e as formas como essa riqueza é produzida.

    A implementação da criação dessa “conta satélite” será detalhada em regulamento futuro, que levará em consideração pesquisas sobre o uso do tempo. O Conselho Nacional dos Direitos da Mulher será responsável por acompanhar o processo, trabalhando em colaboração com diversas instituições e organizações da sociedade civil.

    Durante a apreciação do projeto, foi incorporada uma emenda de Plenário do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que ressalta que as atividades não remuneradas não serão contabilizadas como produção de bens e serviços para o cálculo do Produto Interno Bruto (PIB). Em contraste, o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) expressou preocupações de que reconhecer a economia do cuidado como parte do PIB poderia criar uma “falsa sensação” de crescimento econômico.

    Luizianne Lins, por sua vez, argumentou que a inclusão da economia do cuidado, se contada, poderia até quase dobrar o valor do PIB do setor agropecuário, refletindo assim a vasta contribuição dessas atividades para a estrutura social e econômica do país. O projeto também especifica quais atividades serão consideradas dentro dessa nova conta, abrangendo desde a organização do lar e a manutenção da casa até a educação e o cuidado de crianças e pessoas com deficiência.

    Essa discussão ressalta a necessidade de uma mudança na maneira como a sociedade enxerga e valoriza o trabalho invisível que sustenta a economia, reforçando a importância do reconhecimento das atividades de cuidado no Brasil.