Tag: crise política

  • Tenente-coronel revela que ex-assessor de Bolsonaro apresentou minuta golpista com planos para prisão de ministros do STF durante audiência no Supremo.

    Na audiência realizada no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira, 14 de agosto, o tenente-coronel Mauro Cid, que se tornou uma figura central nas investigações sobre as tentativas de desestabilização do governo, apresentou informações explosivas. Durante seu depoimento, Cid revelou que o ex-assessor presidencial Filipe Martins foi o responsável por levar ao conhecimento do ex-presidente Jair Bolsonaro a minuta de um projeto de documento que visava medidas drásticas para contestar o resultado das últimas eleições. Este documento, segundo Cid, previa ações extremas, incluindo a prisão de ministros do STF e do então presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

    Cid, que se encontra na condição de delator e réu no que é denominado o “núcleo crucial” da suposta conspiração golpista, detalhou que o ex-presidente solicitou modificações no texto original. Ele pediu que ficasse apenas a prisão de um ministro do STF, especificamente Alexandre de Moraes, um dos principais alvos do grupo. De acordo com o depoimento, após essa solicitação, Martins teria se dedicado a fazer as alterações necessárias no documento utilizando seu próprio computador, logo após a reunião com Bolsonaro.

    Em contrapartida, Filipe Martins refutou as alegações de Cid, negando categoricamente a elaboração ou apresentação de qualquer minuta relacionada a esse conteúdo. Martins ainda disse não ter estado presente nas reuniões mencionadas e contestou as afirmações de Cid, insinuando que sua postura como delator poderia estar influenciando suas declarações.

    O STF segue ouvindo testemunhas e desenvolvendo uma investigação aprofundada sobre os diferentes aspectos da tentativa de golpe, na qual reproduz-se uma série de depoimentos que podem eventualmente elucidar a extensão das ações e movimentos que tentaram minar a democracia. À medida que o inquérito avança, mais informações e personagens envolvidos poderão vir à tona, contribuindo para a compreensão desse episódio conturbado da política brasileira.

  • Crise em Israel: Partido Ultraortodoxo Judaísmo Unido da Torá Deixa Governo de Netanyahu em Protesto Contra Recrutamento de Estudantes da Yeshivá

    Na última segunda-feira, o partido ultraortodoxo Judaísmo Unido da Torá (UTJ) tomou uma decisão significativa ao deixar a coalizão do governo liderada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Esta ação reflete uma disputa em curso relacionada ao recrutamento de estudantes da yeshivá, uma instituição educacional judaica dedicada ao estudo de textos rabínicos.

    A ala Degel Hatorah do UTJ foi a primeira a formalizar sua saída, com seu porta-voz, Dov Lando, anunciando que, seguindo as diretrizes do rabino responsável, os membros do Knesset vinculados a essa ala deixariam o governo. Lando sustentou que o governo de Netanyahu tem frustrado os esforços para garantir melhorias nas condições de vida dos estudantes da Torá, alegando que não cumpriu sua obrigação de regularizar o status legal desses estudantes.

    Em comunicado posterior, a delegação da Knesset deixou claro que a decisão de renunciar se baseava em repetidas violações por parte do governo em relação aos compromissos assumidos em relação ao bem-estar dos estudantes da yeshivá. Os membros do partido afirmaram que a participação na coalizão deveria ser encerrada imediatamente, incluindo a renúncia a todos os cargos ocupados.

    O ministro de Assuntos de Jerusalém, Meir Porush, destacou que a decisão de se afastar do governo foi motivada pelo exame de um novo projeto de lei sobre recrutamento Haredi, que, segundo ele, não atendia às demandas do partido nem dos seus líderes espirituais. Entre os membros que deixaram o governo estão figuras influentes, como Moshe Gafni, presidente do Comitê de Finanças do Knesset, e Uri Maklev, vice-ministro dos Transportes.

    As renúncias, que entrarão em vigor em 48 horas, abrem uma janela para que Netanyahu tente persuadi-los a permanecer na coalizão, almejando assim evitar uma possível instabilidade política em um momento delicado para seu governo. A saída do UTJ, um apoio crucial em uma coalizão já tenuemente mantida, pode ter repercussões significativas para a governabilidade de Netanyahu nas próximas semanas.

  • Pashinyan desafia Igreja Apostólica Armênia e busca romper laços com influência russa, alerta analista sobre declarações inflamadas do primeiro-ministro.

    Recentemente, o primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan, fez declarações ousadas e provocativas em relação à Igreja Apostólica Armênia, um dos principais pilares culturais e sociais do país. Essas declarações acenderam um debate fervoroso sobre a relação entre o governo armênio e a influência da Igreja, especialmente em um contexto onde a Armênia tem buscado um maior afastamento da hegemonia russa na região.

    Analistas afirmam que as palavras de Pashinyan refletem uma estratégia mais ampla do governo armênio para se desvincular das estruturas tradicionais que há muito tempo se entrelaçam com a política nacional. A Igreja Apostólica Armênia, considerada uma instituição histórica e cultural fundamental, possui uma relação complexa com a política, frequentemente alinhando-se às forças conservadoras e ao status quo. Neste cenário, a postura do primeiro-ministro pode ser interpretada como uma tentativa de reafirmar a soberania armênia em meio à instabilidade política e militar que o país enfrenta, particularmente no contexto do conflito com o Azerbaijão.

    A crítica aberta à Igreja pode ser vista como um movimento arriscado, dada a importância da instituição na identidade nacional. A Igreja não apenas desempenha um papel religioso, mas também atua como um símbolo de resistência e unidade para o povo armênio, especialmente após os traumas históricos, como o genocídio de 1915. No entanto, à medida que a Armênia navega por um novo caminho político, Pashinyan parece estar disposto a desafiar essa tradição, buscando atrair apoio a partir de setores mais progressistas da sociedade que almejam um futuro desvinculado do controle e da influência russas.

    O discurso de Pashinyan ressoa numa era de transformações tectônicas na política da região, onde os laços com Moscovo estão sendo reavaliados. O primeiro-ministro deve equilibrar sua estratégia cuidadosamente para não alienar uma parte significativa da população que vê na Igreja uma fonte de estabilidade e identidade cultural. Assim, suas declarações não apenas marcam um ponto de inflexão, mas também sugerem que a Armênia está pronta para redefinir suas alianças internacionais, ao mesmo tempo em que busca um espaço para uma nova narrativa nacional que desafie os os fundamentos do passado.

  • Alcolumbre ameaça promulgar lei para aumentar número de deputados se Lula não sancionar proposta até 16 de julho, desafiando pressão política do governo.

    Na tarde de terça-feira (8), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, do partido União Brasil, fez uma declaração contundente sobre o futuro do projeto que propõe um aumento no número de deputados federais, de 513 para 531. Durante sua fala, Alcolumbre revelou que caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva opte por não sancionar essa proposta, ele mesmo tomará a iniciativa de promulgar a nova lei. A declaração vem em meio a um clima de incerteza e discussão acalorada sobre o tema, especialmente considerando o desgaste político que a aprovação da medida pode gerar para o Executivo.

    Na noite anterior, em uma participação no programa “Roda Viva”, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, havia expressado sua opinião de que a probabilidade de Lula assinar a proposta era relativamente baixa. Essa visão de Costa ecoa entre alguns aliados do governo, que têm aconselhado o presidente a evitar o ônus político de sancionar um aumento no número de representantes do povo, principalmente em um momento tão delicado economicamente. O aumento de deputados é particularmente polêmico, pois se insere em um debate mais amplo sobre cortes de gastos públicos e a necessidade de se manter uma responsabilidade fiscal rigorosa.

    O projeto, que já recebeu a aprovação do Congresso, está agora em uma fase crítica, com prazo para sanção até o dia 16 de julho. De acordo com a Constituição, se o presidente não se manifestar dentro de um intervalo de 15 dias úteis, a proposta será considerada sancionada de forma tácita. Além disso, se Lula não promulgar a lei em até 48 horas após o término desse prazo, a responsabilidade pela formalização da medida recairá sobre Davi Alcolumbre, que, como presidente do Congresso, terá a autoridade de assinar o ato necessário para que o aumento de representantes entre em vigor.

    Essa situação levanta questões sobre a repercussão política e econômica da decisão, bem como o impacto nas relações entre os diferentes poderes da República, colocando em evidência o jogo político que permeia as decisões legislativas no Brasil.

  • CPMI do INSS: Líder da Oposição Aposta em Responsabilização de Todos os Envolvidos em Fraudes Previdenciárias, Sem Importar Partido ou Ideologia

    A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS foi recentemente estabelecida com o objetivo de investigar denúncias de fraudes que comprometem bilhões de reais relacionados a aposentadorias, pensões e outros benefícios previdenciários. Izalci Lucas, senador do PL-DF e líder da oposição no Congresso Nacional, é um dos membros titulares deste importante colegiado. Ele ressaltou que a comissão tem um compromisso inabalável com a transparência e a responsabilização, afirmando que “ninguém será poupado”, independentemente de afiliações políticas.

    Ao se pronunciar sobre a atuação da CPMI, o senador destacou que todos os envolvidos em desvios de recursos, sejam aliados ou opositores, deverão enfrentar as consequências de seus atos. “Não iremos passar a mão na cabeça de ninguém, independentemente do partido”, afirmou Izalci. Essa postura firme reflete o desejo de agir contra a impunidade e recuperar recursos que foram indevidamente desviados, afetando diretamente aposentados e pensionistas.

    Izalci também mencionou sua experiência ao relatar a Medida Provisória 871/2019, que visava endurecer regras para concessão de benefícios e combater fraudes no INSS. Ele observou que as irregularidades detectadas na Previdência não se limitam às aposentadorias, mas se estendem também ao seguro-defeso, evidenciando um cenário preocupante em que o número de beneficiários ultrapassa a capacidade real de atendimento.

    No entanto, o senador expressou receios em relação à composição da CPMI, especialmente pela possibilidade de que a base governista tenha uma vantagem numérica que possa ameaçar a imparcialidade das investigações. A escolha de Omar Aziz, aliado do governo, para a presidência do colegiado, intensificou essas preocupações. Apesar disso, Izalci acredita que Aziz irá permitir um verdadeiro percurso investigativo. “Ele quer apurar os detalhes e não colocará empecilhos”, comentou.

    Além disso, o senador defendeu que a relatoria da comissão seja ocupada por um membro da minoria, como uma medida para garantir a integridade e o equilíbrio nas apurações. Os trabalhos da CPMI estão programados para iniciar em agosto, após o recesso parlamentar, e a expectativa é que os membros estejam prontos para enfrentar os desafios que essa investigação exigirá. O clima de seriedade e a determinação em buscar justiça são claros, refletindo um esforço conjunto em prol da transparência e do combate à corrupção na esfera previdenciária.