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  • Ministro da Previdência anuncia auditoria na Crefisa após denúncias de empréstimos consignados irregulares e investigações da CGU e PF sobre o INSS.

    Na última sexta-feira, 11 de julho, o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, anunciou que a Crefisa está sob uma auditoria interna para investigar as inúmeras reclamações sobre empréstimos consignados oferecidos pela empresa. O esclarecimento foi dado durante uma sabatina no 20º Congresso da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), onde o ministro foi questionado por jornalistas renomados, como Breno Pires, Basília Rodrigues e Luiz Vassallo.

    O foco das investigações não se limita apenas à Crefisa; inclui também um exame mais amplo do crédito consignado no Brasil. O ministro destacou que as denúncias de irregularidades são motivo de preocupação tanto para o ministério quanto para outras instituições de fiscalização. De acordo com Wolney, a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal já estão em campo para investigar eventuais relações entre as fraudes nos descontos de aposentadorias e empresas de crédito consignado.

    Recentemente, a Crefisa conquistou 25 dos 26 lotes em um leilão do INSS para processar pagamentos de benefícios previdenciários, iniciando suas operações em janeiro. Contudo, a empresa tornou-se alvo de queixas semelhantes às denúncias que envolvem associações de aposentados, atualmente sob investigação da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal.

    O ministro da Previdência relatou que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) enviou ofício solicitando esclarecimentos urgentemente sobre supostas violações contratuais cometidas pela Crefisa, incluindo a concessão de empréstimos não solicitados. Em resposta a estas preocupações, Queiroz informou que a auditoria se extenderá a outras instituições financeiras, não se limitando à Crefisa. Ele mencionou a realização de um “pente fino” juntamente com a força-tarefa previdenciária.

    Além disso, Wolney Queiroz enfatizou a diferença entre associações fraudulentas, que buscam lucrar à custa dos aposentados, e os créditos consignados operados por correspondentes bancários, que são regulamentados e supervisionados pelo Banco Central. Ele elencou que há cerca de 320 mil correspondentes bancários atuando no Brasil, todos vinculados a bancos que atendem às exigências legais.

    O escândalo dos descontos indevidos no INSS gerou amplo desgaste, com acusações de fraude nas associações de aposentados, levando à abertura de inquéritos pela Polícia Federal e à suspensão de lideranças no INSS. Em sua primeira ação ao assumir a pasta, Queiroz se reuniu com a Associação Brasileira de Bancos e a Federação Brasileira de Bancos para buscar soluções e apresentar dados que comprovem a regularidade das operações de crédito consignado.

    A repercussão das investigações e ações do ministério ainda está em desenvolvimento, e a Crefisa não respondeu aos pedidos de esclarecimento feitos pela imprensa até o momento. A questão, sem dúvida, continuará a ser um dos focos de atenção do governo e da sociedade brasileira nas próximas semanas.

  • SENADO FEDERAL – Cuidado com o Superendividamento: Novo Crédito Consignado Usando FGTS é Debate na Comissão de Direitos Humanos

    Na última audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos (CDH), um intenso debate envolveu parlamentares e especialistas sobre a recente modalidade de crédito consignado que utiliza como garantia o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Denominada Crédito do Trabalhador, essa novidade tem gerado preocupações significativas, especialmente no que diz respeito à saúde financeira dos trabalhadores brasileiros.

    A senadora Damares Alves, do partido Republicanos-DF, que solicitou a realização da audiência, expressou sua profunda apreensão em relação ao potencial risco de superendividamento da população ao aderir a essa forma de crédito. Ela enfatizou que o uso do FGTS como garantia pode resultar em sérias consequências financeiras, comprometendo dados financeiros críticos que são essenciais em momentos de transição da vida dos cidadãos, como a aposentadoria, a demissão ou mesmo a aquisição de um imóvel.

    Damares Alves alertou que, embora o Crédito do Trabalhador possa oferecer vantagens imediatas, como a facilidade de acesso a valores mais altos em situações emergenciais, ele pode trazer um ônus excessivo no futuro. A preocupação centrada no superendividamento é válida, já que muitos trabalhadores podem não ter plena noção dos riscos envolvidos na utilização do FGTS como um colchão financeiro. As prioridades de um cidadão podem mudar rapidamente, e o que hoje parece ser uma solução viável pode se transformar em uma armadilha financeira.

    Durante a audiência, outros especialistas também levantaram questões essenciais sobre a responsabilidade dos bancos e das instituições financeiras na oferta deste tipo de crédito. As discussões giraram em torno da necessidade de regulamentações mais rigorosas que garantam a proteção dos direitos dos consumidores. Além disso, enfatizaram a importância de educar os trabalhadores sobre finanças pessoais para que possam tomar decisões mais informadas e conscientes ao considerar a adesão a esse tipo de crédito.

    Em resumo, o Crédito do Trabalhador representa tanto uma oportunidade quanto um desafio para a economia brasileira, e a preocupação expressa por parlamentares como Damares Alves sublinha a importância de uma abordagem cautelosa e equilibrada nesse novo cenário financeiro.