Tag: Consumo

  • ECONOMIA – Medida Provisória busca conter alta nas contas de luz com teto para CDE e substituição de termelétricas por pequenas centrais hidrelétricas no Brasil.

    Uma nova medida provisória, publicada na última sexta-feira, tem como objetivo mitigar o impacto da alta nas tarifas de energia elétrica, consequência da recente derrubada de vetos relacionados à Lei das Eólicas Offshore no Congresso Nacional. Essa MP introduz importantes mudanças no setor elétrico, estabelecendo um teto para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e substituindo a contratação de termelétricas por pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).

    A CDE é um fundo fundamental que suporta políticas públicas na área de energia, incluindo tarifas sociais para consumidores de baixa renda e a universalização do acesso à eletricidade. Contudo, com a derrubada dos vetos, espera-se que os custos da CDE aumentem de maneira significativa nos próximos anos, o que poderá pressionar os consumidores. A nova MP fixa um limite para o orçamento da CDE a partir de 2026. Caso esse teto seja extrapolado, o excedente será pago pelas empresas que se beneficiam diretamente dos subsídios, como distribuidoras e geradoras.

    Um novo encargo, denominado Encargo de Complemento de Recursos (ECR), será implementado assim que o teto for superado. Essa nova cobrança será proporcional ao benefício recebido, e a partir de 2027, começará a ser aplicada de maneira gradual, com uma cobrança de 50% em seu primeiro ano e a totalidade a partir de 2028. É importante ressaltar que esse encargo não afetará programas como Luz para Todos e Tarifa Social.

    A medida também aborda as recentes decisões do Congresso que exigem a contratação de novas usinas, mesmo sem só necessidade, o que poderia elevar os custos de energia em até R$ 35 bilhões anuais. A MP busca evitar essa situação, substituindo a obrigatoriedade de termelétricas pela de PCHs, permitindo a contratação de até 3 gigawatts (GW) em PCHs até o início do próximo ano.

    Além disso, a nova legislação concede maior controle ao governo federal na regulação do uso do gás natural. O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) agora terá a responsabilidade de definir as condições e os preços para o acesso às infraestruturas de gás, com a intenção de reduzir custos para a indústria e aumentar a competitividade em setores como fertilizantes e siderurgia.

    As medidas visam portanto não apenas aliviar a carga dos consumidores, mas também reorganizar um setor vital para a economia nacional, buscando alternativas mais sustentáveis e eficientes.

  • ECONOMIA – Cesta básica apresenta quedas em 11 capitais, mas São Paulo continua com o maior custo do país; variações entre produtos chamam atenção na pesquisa do Dieese.

    A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, revelou um cenário misto em relação ao custo da cesta básica em diversas capitais brasileiras. O estudo, que percorreu os meses de maio e junho, apontou que em 11 localidades os preços diminuíram, enquanto em seis capitais foi registrada alta.

    As principais reduções foram observadas em Aracaju, com uma queda de 3,84%, seguida de Belém e Goiânia, que tiveram uma diminuição de 2,39% e 1,90%, respectivamente. Outras capitais que também apresentaram queda significativa foram São Paulo (-1,49%) e Natal (-1,25%). Apesar da diminuição, São Paulo ainda lidera como a capital com a cesta básica mais cara, avaliada em R$ 831,37. Florianópolis e Rio de Janeiro vêm logo em seguida, com valores de R$ 867,83 e R$ 843,27.

    Por outro lado, as capitais com os custos mais baixos têm uma composição de produtos diferente. Aracaju, por exemplo, apresenta uma cesta que custa R$ 557,28, enquanto Salvador e João Pessoa têm preços de R$ 623,85 e R$ 636,16, respectivamente.

    Ao se analisar a variação anual entre junho do ano passado e junho deste ano, a maioria das capitais viu um aumento no preço da cesta. Salvador e Recife, por exemplo, tiveram altas de 1,73% e 9,39%. Contudo, Aracaju foi a exceção, apresentando uma leve redução de 0,83%. No acumulado do ano, entre dezembro de 2024 e junho de 2025, todas as cidades pesquisadas registraram alta, variando de 0,58% em Aracaju a 9,10% em Fortaleza.

    Dentre os produtos analisados, a batata apresentou forte queda de preços em capitais do centro-sul, com diminuições significativas de 12,62% em Belo Horizonte e 0,51% em Porto Alegre. Já o açúcar teve um comportamento misto: caiu em 12 cidades, mas teve alta em quatro, sendo Campo Grande a que registrou a maior alta, de 1,75%. Ao mesmo tempo, o preço do leite integral caiu em 11 capitais, com aumentos em cinco cidades, destacando Recife com uma alta expressiva de 8,93%.

    Outro produto que se destacou nas variações de preço foi o tomate, que aumentou em dez capitais, com uma elevação notável de 16,90% em Porto Alegre. Contudo, em outras sete capitais, os preços caíram, especialmente em Aracaju, onde a redução foi de 21,43%. Nos últimos 12 meses, o tomate teve uma queda expressiva em 16 capitais, com Aracaju novamente liderando as reduções, com -25,29%.

    Esta pesquisa evidencia a complexidade do mercado de alimentos e as disparidades regionais significativas, refletindo como a inflação e as condições econômicas impactam a cesta básica no Brasil.

  • Carga de suco de uva é saqueada em Maceió após queda de carreta; vídeo flagra ação de motoristas e motociclistas no local.

    Na tarde desta sexta-feira, um incidente curioso e preocupante ocorreu no Polo Multissetorial Governador Luiz Cavalcante, conhecido como Distrito Industrial, localizado no bairro Tabuleiro do Martins, em Maceió. A situação começou quando uma carreta transportando sucos de uva teve parte de sua carga deixada no chão após um acidente ao fazer uma curva. O que se seguiu foi um verdadeiro tumulto, registrado por imagens do sistema de videomonitoramento da Secretaria de Segurança Pública.

    As cenas capturadas mostram diversos motoristas e motociclistas que, ao testemunhar a carga derrubada, imediatamente saíram de seus veículos e correram em direção aos produtos que estavam se espalhando pela via. A situação rapidamente se transformou em um saque, com as pessoas pegando as garrafas de suco de uva que estavam ao alcance. As imagens revelam uma afluência notável de indivíduos que, conscientes do que estava acontecendo, não hesitaram em se envolver na coleta do que podiam, ignorando questões éticas ou de propriedade.

    O episódio gerou um engarrafamento significativo na região, complicando ainda mais o trânsito local, já que muitos veículos pararam próximos à curva onde a carga havia caído. O cenário se tornou caótico, com a lentidão nas vias provocando frustração entre os motoristas que apenas queriam passar pelo local. Apenas após a chegada da Polícia Militar, acionada para controlar a situação, é que o saque foi interrompido e a ordem foi restaurada.

    Esse tipo de incidente levanta questões sobre a segurança nas estradas e o comportamento coletivo diante de situações inesperadas. A ação rápida das autoridades foi fundamental para lidar com a situação, mas acontecimentos assim ressaltam a necessidade de uma discussão mais ampla sobre segurança pública e responsabilidade. O que parecia ser um mero acidente se transformou em um foco de desordem, refletindo desafios maiores na construção de um setor industrial mais seguro e organizado.

  • Prada Gera Polêmica ao Criar Sandálias Inspiradas em Kolhapuri e Movimenta Vendas de Artesãos Indianos

    A recente polêmica envolvendo as sandálias da coleção primavera/verão 2026 da renomada grife italiana Prada gerou um amplo debate sobre apropriação cultural. O design das sandálias foi comparado às tradicionais Kolhapuri chappals da Índia, que são confeccionadas artesanalmente há séculos. Embora a grife tenha admitido a inspiração, a repercussão trouxe um resultado inesperado: um aumento nas vendas das versões autênticas feitas por artesãos indianos.

    A demanda por Kolhapuris vinha enfrentando desafios devido à concorrência com calçados mais sofisticados. Contudo, a notoriedade gerada pela discussão em torno da apropriação cultural parece ter revitalizado o setor. As vendas dos artesãos locais, que são predominantemente de Maharashtra e Karnataka, dispararam, com algumas peças sendo vendidas a preços cinco vezes superiores à média tradicional. Esse aumento no valor das Kolhapuris originais, que são confeccionadas em couro e costuradas à mão, é uma resposta direta à atenção global gerada pela marca de luxo.

    Marcas locais, como Ira Soles e Niira, aproveitaram o ‘hype’ e começaram a oferecer promoções nas redes sociais, enfatizando a autenticidade de suas Kolhapuris. O design dessas sandálias já possui um selo de Indicação Geográfica, que assegura sua origem local e proteção contra cópias.

    Por outro lado, a Prada, que até então não havia incluído menção à Índia em seu desfile na Semana de Moda de Milão, enfrentou críticas nas redes sociais devido ao que muitos consideraram uma falta de reconhecimento adequado pelos criadores das sandálias. A grife finalmente declarou seu respeito pela herança cultural indiana e se comprometeu a dialogar com os artesãos locais para potencialmente desenvolver uma colaboração.

    Renee Lima, uma especialista em mercado de luxo, aponta que a prática de transformar símbolos culturais em produtos, desconsiderando seus criadores originais, pode prejudicar a credibilidade das marcas. A confiança construída em torno de valores como memória e significado é fundamental na indústria do luxo. A expectativa é que marcas como a Prada adotem uma postura mais consciente em relação à valorização das culturas que as inspiram, promovendo colaborações autênticas e reconhecimento efetivo para os criadores originais.

  • ECONOMIA – Tarifas da Enel em São Paulo aumentam em média 13,94% a partir de hoje; reajuste afeta 24 municípios, inclusive a capital.

    A partir desta sexta-feira, 4 de agosto, os consumidores atendidos pela concessionária Enel na região metropolitana de São Paulo, incluindo a capital, enfrentarão um significativo aumento nas tarifas de energia. O reajuste médio anunciado é de 13,94%, impactando cerca de 24 municípios. Essa mudança nas tarifas foi oficializada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na última terça-feira, 2.

    Especificamente para os consumidores residenciais que estão conectados à rede de baixa tensão, a elevação nas tarifas será de 13,26%. Para pequenos comércios e demais unidades sob a mesma categoria, o reajuste médio é projetado em 13,47%. No entanto, os grandes consumidores que utilizam alta tensão, como indústrias, sentirão um impacto mais acentuado, com um aumento previsto de 15,77%.

    Os fatores que contribuem para esses percentuais elevados são diversos. A Aneel destacou que os principais aspectos incluem os custos relacionados a encargos setoriais— que financiam políticas públicas — além dos custos de aquisição de energia e os componentes financeiros apurados no processo tarifário anterior. A Enel também corroborou essa análise, afirmando que os encargos e a aquisição de energia, definidos por regulamentações federais, juntamente com custos de transmissão e tributos, têm uma influência direta no valor final das faturas, independentemente do controle da distribuidora.

    O processo de reajuste tarifário implementado pela Enel é dividido em duas parcelas principais: A e B. A Parcela A engloba custos não gerenciáveis pela distribuidora, resultando em uma variação de 7,30%, enquanto a Parcela B, que corresponde a custos que a distribuidora pode gerenciar, apresentou um aumento de 1,02%. Adicionalmente, a empresa mencionou que há componentes financeiros que são ajustados conforme a apuração regulatória. Eles influenciam na estrutura do reajuste, resultando em um efeito médio que leva em consideração o aumento dos custos das duas parcelas, a inclusão de componentes financeiros atuais e o ajuste a valores do ano anterior.

    Com essas mudanças, a Enel e a Aneel buscam equilibrar os custos e as tarifas, refletindo a realidade do mercado energético e seus desafios, mas também colocando pressão sobre os consumidores, que devem se preparar para um impacto significativo em suas contas de energia.