Tag: Conflito político

  • Pashinyan Intensifica Ataques à Igreja Armênia em Movimento de Ruptura com Influência Russa, Afirmam Especialistas sobre Contexto Político Regional.

    O primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan, tem demonstrado nas últimas semanas uma postura francamente crítica em relação à Igreja Apostólica Armênia, levantando questões sobre sua autonomia e a influência russa no país. Especialistas analisam que essa abordagem do governo reflete uma tentativa mais ampla de romper com laços históricos e simbólicos que uniam a Armênia à Rússia, com a religião assumindo um papel central nessa transformação.

    Guilherme Conceição, especialista em Relações Internacionais, sugere que Pashinyan está buscando deslegitimar a Igreja ao acusá-la de ser controlada por um grupo considerado “anticristão, imoral e antinacional”. Em suas recentes declarações, o premiê prometeu liderar uma luta contra a Igreja, especificamente contra o patriarca Karekin II e suas lideranças. A retórica adotada pelo governo armênio parece buscar transformar o debate político em uma cruzada contra o clero, impactando a diversidade cultural e espiritual que compõe a identidade da nação.

    A relação entre o governo e a Igreja deteriorou-se de forma tal que ações drásticas foram tomadas, incluindo a invasão de locais sagrados e a detenção de líderes religiosos. Um episódio notável ocorreu em junho, quando agentes de inteligência prenderam o arcebispo Mikael Adzhapakhyan, e rumores sem fundamento cercaram Karekin II, assinalando um período turbulento para a Igreja no país.

    O contexto dessa perseguição se intensifica com a atuação da Igreja Apostólica Armênia nas críticas ao governo, especialmente em relação ao conflito com o Azerbaijão e as concessões territoriais feitas. A detenção do arcebispo Bagrat Galstanyan durante manifestações pró-democracia exemplifica o uso do aparato estatal para silenciar vozes dissidentes.

    Além disso, a inquietação em torno do tratamento dado à Igreja levou o Conselho Mundial de Igrejas a expressar preocupação e a apelar pelas autoridades armênias para que respeitem as instituições e figuras religiosas, ressaltando a importância de evitar declarações que fomentem hostilidade.

    O movimento de Pashinyan se traduz também numa reorientação geopolítica, à medida que o governo se aproxima de potências ocidentais como os Estados Unidos e a União Europeia. A busca por distanciamento da influência russa sugere um desejo por alinhamento com novos parceiros estratégicos, mesmo que isso custe a repressão de vozes tradicionalmente ligadas à cultura armênia.

    Neste cenário, observa-se uma “ucranização” da Armênia, onde o governo enfrenta o desafio de equilibrar suas aspirações ocidentais e a rica herança histórica que tece a rotina do país. O futuro político da Armênia continua incerto, mas o governo de Pashinyan parece determinado a moldar um novo caminho, mesmo que através de um crescente conflito interno.

  • Pashinyan desafia Igreja Apostólica Armênia e busca romper laços com influência russa, alerta analista sobre declarações inflamadas do primeiro-ministro.

    Recentemente, o primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan, fez declarações ousadas e provocativas em relação à Igreja Apostólica Armênia, um dos principais pilares culturais e sociais do país. Essas declarações acenderam um debate fervoroso sobre a relação entre o governo armênio e a influência da Igreja, especialmente em um contexto onde a Armênia tem buscado um maior afastamento da hegemonia russa na região.

    Analistas afirmam que as palavras de Pashinyan refletem uma estratégia mais ampla do governo armênio para se desvincular das estruturas tradicionais que há muito tempo se entrelaçam com a política nacional. A Igreja Apostólica Armênia, considerada uma instituição histórica e cultural fundamental, possui uma relação complexa com a política, frequentemente alinhando-se às forças conservadoras e ao status quo. Neste cenário, a postura do primeiro-ministro pode ser interpretada como uma tentativa de reafirmar a soberania armênia em meio à instabilidade política e militar que o país enfrenta, particularmente no contexto do conflito com o Azerbaijão.

    A crítica aberta à Igreja pode ser vista como um movimento arriscado, dada a importância da instituição na identidade nacional. A Igreja não apenas desempenha um papel religioso, mas também atua como um símbolo de resistência e unidade para o povo armênio, especialmente após os traumas históricos, como o genocídio de 1915. No entanto, à medida que a Armênia navega por um novo caminho político, Pashinyan parece estar disposto a desafiar essa tradição, buscando atrair apoio a partir de setores mais progressistas da sociedade que almejam um futuro desvinculado do controle e da influência russas.

    O discurso de Pashinyan ressoa numa era de transformações tectônicas na política da região, onde os laços com Moscovo estão sendo reavaliados. O primeiro-ministro deve equilibrar sua estratégia cuidadosamente para não alienar uma parte significativa da população que vê na Igreja uma fonte de estabilidade e identidade cultural. Assim, suas declarações não apenas marcam um ponto de inflexão, mas também sugerem que a Armênia está pronta para redefinir suas alianças internacionais, ao mesmo tempo em que busca um espaço para uma nova narrativa nacional que desafie os os fundamentos do passado.

  • Lula classifica revogação do decreto do IOF como inconstitucional e destaca importância do diálogo político em meio a divergências na democracia.

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma declaração contundente nesta segunda-feira, 7 de agosto, ao se pronunciar sobre a recente revogação do decreto do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) pelo Congresso Nacional. Em sua visão, essa ação é inconstitucional, uma vez que o decreto é uma prerrogativa exclusiva do Executivo. Durante uma coletiva de imprensa realizada após a cúpula do Brics, que ocorreu no Rio de Janeiro, Lula enfatizou que as divergências políticas são uma parte essencial da democracia, mas reafirmou sua posição sobre a legalidade da decisão.

    Ao ser questionado por repórteres sobre a sua abordagem em relação à questão, o presidente informou que ainda não teve a oportunidade de analisar a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu tanto os decretos emitidos pelo governo quanto a revogação aprovada pelo Congresso. “Nós enviamos uma proposta ao Congresso, mas eles tomaram uma decisão que considerei totalmente inconstitucional”, disse Lula, ressaltando a importância da prerrogativa do Executivo nesse contexto.

    Lula mencionou que irá discutir a situação com a Advocacia-Geral da União (AGU) ao retornar a Brasília. Está previsto que o presidente encontre o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, nos dias seguintes, e ele reafirmou que irá dialogar com o advogado-geral da União, Jorge Messias, para tratar das implicações jurídicas da questão.

    Apesar de minimizar a decisão de Moraes, Lula fez referência a casos anteriores em que o STF se posicionou de forma divergente. “Já houve decisões de outros ministros que autorizavam o IOF durante os governos de Fernando Henrique Cardoso e Jair Bolsonaro”, apontou o presidente, trazendo à tona o histórico de decisões controvertidas em torno do tema.

    Na semana passada, o ministro Moraes, ao suspender os decretos, também chamou para o próximo dia 15 uma audiência de conciliação, com o intuito de chegar a um entendimento sobre o impasse das alíquotas do IOF. Essa situação surgiu em meio a um cenário de insatisfação do presidente Lula quanto à condução do tema pelo presidente da Câmara, Hugo Motta. A AGU, que já havia defendido a constitucionalidade do decreto presidencial, argumentou que a revogação pelo Congresso foi uma violação do princípio da separação dos Poderes.

    O episódio representa uma significativa derrota para o governo, uma vez que, pela primeira vez desde o governo Collor em 1992, um decreto presidencial foi derrubado por um ato do Congresso, com uma votação expressiva de 383 votos a favor e 98 contra. A proposta que visava compensar o reajuste das alíquotas do IOF já enfrentava críticas antes mesmo de ser discutida, refletindo a complexidade do cenário político atual e a tensão entre os diferentes poderes.