Tag: Comércio Internacional

  • Crescimento da Economia Chinesa Chega a 5,2% no Segundo Trimestre, Apesar das Tensões Comerciais com os Estados Unidos

    A economia da China apresentou um crescimento significativo de 5,2% no segundo trimestre de 2025, em comparação ao mesmo período do ano anterior, conforme divulgado pelo Escritório Nacional de Estatísticas do país. Essa expansão do Produto Interno Bruto (PIB) ocorre em um cenário marcado por tensões comerciais persistentes com os Estados Unidos e a manutenção de uma trajetória de crescimento que já havia registrado 5,4% no primeiro trimestre do ano.

    A performance do mercado chinês no primeiro semestre pode ser atribuída a uma combinação de estímulos governamentais e uma trégua temporária nas disputas comerciais com o governo americano. Essa pausa nas hostilidades permitiu que os exportadores antecipassem suas transações, preparando-se para possíveis aumentos nas tarifas, o que resultou em uma ligeira elevação nas exportações chinesas. No entanto, especialistas indicam que a segunda metade do ano pode apresentar desafios adicionais, à medida que as incertezas econômicas e as tensões comerciais se intensificam.

    A estratégia do governo chinês visou não apenas fortalecer suas exportações, mas também estimular a economia interna em um momento em que a demanda global pode ser volátil. Os analistas projetam que, para sustentar esse ritmo de crescimento, serão necessários esforços contínuos para mitigar os efeitos da guerra comercial e para incentivar o consumo interno, que é um pilar crucial do crescimento econômico.

    É evidente que, apesar do crescimento registrado, a economia da China enfrenta uma série de obstáculos que podem afetar sua trajetória nos próximos meses. A vigilância em relação às políticas comerciais dos EUA e aos possíveis desdobramentos de uma nova escalada nas tarifas são fatores que continuam a gerar incertezas para o futuro econômico do país asiático. A resiliência da economia chinesa, contudo, será posta à prova, e os próximos trimestres serão decisivos para determinar se o crescimento poderá ser mantido em um cenário global desafiador. Com essa combinação de desempenho positivo e desafios iminentes, os olhos do mundo permanecem voltados para a China, na expectativa de como a nação lidará com as pressões internas e externas.

  • ECONOMIA – Câmaras de Comércio dos EUA e Brasil pedem suspensão de tarifa de 50% sobre produtos brasileiros para evitar impactos graves nas relações econômicas.

    Recentemente, duas importantes entidades, a U.S. Chamber of Commerce e a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), emitiram um comunicado conjunto solicitando ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a suspensão de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Essas tarifas estão programadas para entrar em vigor no dia 1º de agosto e levantam preocupações significativas entre os setores comerciais de ambos os países.

    O comunicado destaca que essa decisão unilateral do governo americano poderá impactar negativamente não apenas as exportações brasileiras, mas também a economia dos Estados Unidos. Os líderes das câmaras de comércio argumentam que os produtos que seriam afetados são essenciais para várias cadeias produtivas e consumidores norte-americanos, aumentando os custos para as famílias e diminuindo a competitividade de indústrias estratégicas. A previsão é de que, se as tarifas forem implementadas, haverá um aumento nos preços dos produtos, o que pode comprometer o bem-estar econômico de muitos cidadãos.

    Além disso, as entidades enfatizaram a necessidade urgente de que Brasil e Estados Unidos se engajem em negociações de alto nível para evitar a implementação dessa tarifa. O comunicado informa que mais de 6.500 pequenas empresas americanas dependem das importações do Brasil, enquanto aproximadamente 3.900 empresas operam com investimentos significativos no país sul-americano. Essa interdependência comercial faz do Brasil um dos dez principais mercados para as exportações dos Estados Unidos, com um fluxo anual que chega a cerca de US$ 60 bilhões em bens e serviços.

    A relação comercial entre Brasil e Estados Unidos é vista como fundamental para a prosperidade de ambos os países. A estabilidade e o crescimento dessa relação não apenas beneficiam os consumidores, mas também sustentam empregos e criam oportunidades de desenvolvimento econômico. Portanto, as duas câmaras de comércio se ofereceram para apoiar iniciativas que promovam um diálogo construtivo, visando uma resolução que evite a escalada de tensões e assegure os benefícios de um comércio bilateral saudável.

  • ECONOMIA – Setor Agropecuário Emite Alerta: Taxação dos EUA Pode Gerar Perdas Milionárias e Crise no Comércio Brasileiro a Partir de Agosto

    Na última terça-feira, 15 de agosto, representantes do setor agropecuário brasileiro se reuniram em Brasília com membros do governo federal, incluindo os ministros Geraldo Alckmin, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, e Carlos Fávaro, da Agricultura e Pecuária. O foco do encontro foi a recente decisão dos Estados Unidos de impor uma taxa de 50% sobre produtos brasileiros, uma medida que ameaça a competitividade e viabilidade das exportações de diversas commodities nacionais.

    Durante a reunião, os produtores expressaram seu apoio e confiança nas ações do governo para reverter a medida punitiva, porém alertaram sobre as graves consequências que a imposição dessa taxa poderá causar. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Roberto Perosa, a nova taxa tornaria a exportação de carne bovina para o mercado norte-americano praticamente inviável, resultando em prejuízos significativos para a indústria. Ele destacou que muitos frigoríficos já suspenderam a produção, embora cerca de 30 mil toneladas de carne estejam atualmente em trânsito para os Estados Unidos.

    Perosa sugeriu que o governo busque a prorrogação do início da taxação, ressaltando que a maioria dos contratos já está em andamento. Ele defendeu que não é justo implementar um novo imposto em um setor que já enfrenta uma carga tributária de cerca de 36%. O clima de apreensão não se limita à carne; o presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Guilherme Coelho, evidenciou a preocupação entre os produtores de manga, que já planejaram sua safra e contrataram 2,5 mil contêineres para atender à demanda do mercado americano.

    Coelho enfatizou a necessidade de excluir os alimentos do pacote de taxas, alertando que alternativas logísticas não são viáveis. Ele insistiu que a colheita não pode ser descartada ou realocada para outros mercados, dado o potencial colapso na demanda interna e o consequente desemprego em massa.

    Os produtores de laranja, por sua vez, também levantaram preocupações relevantes, já que 40% das suas exportações têm como destino os Estados Unidos. O presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), Ibiapaba Netto, ressaltou que 70% do suco de laranja consumido nos EUA é brasileiro. Ele mostrou-se esperançoso de que haja tempo para negociações e que o governo consiga um resultado favorável.

    Por fim, o setor de café, representado por Márcio Ferreira, presidente do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé), destacou a importância do café brasileiro para o mercado americano, com 33% do consumo total nos EUA oriundo do Brasil. Ferreira elogiou os esforços do governo em abrir mercados e manifestou confiança em que uma solução benéfica para todos será alcançada.

    O encontro, portanto, refletiu a seriedade da situação em que se encontram os setores afetados e a necessidade urgente de ações decisivas por parte do governo para mitigar os riscos associados a essa nova taxação.

  • Crescimento da Economia Chinesa Supera Tarifas de Trump e Revisa Projeções de Mercado para 2025

    A economia da China apresentou resultados surpreendentes no segundo trimestre de 2025, demonstrando um crescimento estável mesmo diante das tensões comerciais com os Estados Unidos e da imposição de tarifas altas. O desempenho, que foi impulsionado por robustas exportações e investimentos significativos em infraestrutura, desafia as previsões pessimistas que se estabeleceram durante a intensa guerra tarifária promovida pelo ex-presidente Donald Trump.

    Entre março e maio, a economia chinesa registrou um crescimento de 1,1% em relação ao primeiro trimestre, resultando em uma taxa anual projetada em 4,1%. Este crescimento, embora um pouco abaixo da taxa do primeiro trimestre, é notável considerando o cenário desafiador das tarifas, que excederam 145% em alguns produtos americanos. As exportações para os Estados Unidos começaram a mostrar sinais de recuperação em junho, após uma breve trégua no conflito comercial, embora os números ainda estivessem abaixo do esperado. Em compensação, as exportações para mercados na Ásia, Europa e África aumentaram, ajudando a equilibrar as contas do comércio externo.

    Entretanto, os desafios internos persistem. O consumo doméstico tornou-se uma preocupação, com as vendas no varejo caindo em junho em relação a maio, evidenciando a fragilidade do setor. A desaceleração do mercado imobiliário, que já sofreu uma queda de 11,2%, também restringe os gastos dos consumidores, ressaltando a dependência da China em relação à demanda externa.

    Apesar destas dificuldades, instituições como a Oxford Economics revisaram suas projeções de crescimento para a economia chinesa, elevando suas expectativas de 4,3% para 4,7%. Essa revisão é um indicativo de que, apesar do excesso de capacidade e da pressão downward sobre os preços dos produtos manufaturados, o investimento em fábricas e nas infraestruturas continuou a ser uma prioridade para o governo.

    Para tentar estimular o consumo interno e revitalizar a demanda, o governo chinês implementou um programa de subsídios destinado a facilitar a aquisição de carros elétricos e eletrodomésticos eficientes. No entanto, a eficácia desse programa tem enfrentado desafios, como o esgotamento de recursos em algumas regiões, levando a restrições na oferta de subsídios.

    Em resumo, a China está navegando por uma fase complexa de sua economia, com medidas governamentais em andamento para estimular o crescimento e o consumo. Embora as tarifas e a desaceleração interna representem grandes obstáculos, a resiliência da economia chinesa ainda consegue surpreender analistas e especialistas do mundo todo.

  • INTERNACIONAL – Lula anuncia ação na OMC contra tarifas de Trump e promete retaliações se necessário para proteger comércio brasileiro.

    Em uma entrevista concedida à Record TV na última quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o governo brasileiro tomará medidas diplomáticas para contestar as novas tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre as exportações de produtos brasileiros. Essa decisão foi comunicada por Donald Trump e, segundo Lula, o Brasil se mobilizará para formalizar uma reclamação na Organização Mundial do Comércio (OMC) na busca pela reversão dessa imposição. Caso as negociações não sejam frutíferas, o presidente afirmou que o país não hesitará em aplicar retaliações proporcionais, com base na Lei da Reciprocidade.

    Lula enfatizou que a prioridade inicial será a negociação e a articulação com outras nações que também estão sendo afetadas por tarifas norte-americanas. “Dentro da OMC, podemos formar uma coalizão de países afetados pelas taxas. Se os esforços para resolver a situação não derem certo, precisaremos acionar a Lei da Reciprocidade”, disse. Essa lei, que foi sancionada em abril, estabelece diretrizes para responder a medidas comerciais prejudiciais adotadas por outros países ou blocos econômicos.

    Além das ações na OMC, o presidente anunciou a criação de um comitê com a participação de empresários do setor exportador, solene na missão de repensar a estratégia comercial brasileira com os EUA. Ele rejeitou a ideia de constituir um “gabinete de crise”, preferindo adotar uma abordagem mais proativa. Lula reafirmou seu compromisso em apoiar o setor empresarial, buscando redirecionar os produtos que poderiam deixar de ser vendidos nos EUA para novos mercados.

    O presidente também aproveitou a oportunidade para criticar a forma como a comunicação sobre as tarifas ocorreu, chamando de inadequada a divulgação da carta de Trump antes de ser oficialmente recebida pelo governo brasileiro. Lula ressaltou a importância do respeito nas relações diplomáticas, sublinhando a longa história entre Brasil e Estados Unidos, marcada por um diálogo respeitoso e cooperativo.

    Em relação ao superávit comercial dos EUA com o Brasil, Lula contestou os argumentos de Trump, afirmando que os Estados Unidos têm se beneficiado economicamente da relação bilateral ao longo dos anos. Ele ainda mencionou a independência do Judiciário brasileiro ao responder a uma exigência de Trump, ressaltando que as decisões judiciais no Brasil são autônomas e não devem ser influenciadas por pressões externas.

    Por fim, Lula responsabilizou o ex-presidente Jair Bolsonaro pela atual situação comercial, argumentando que ele, juntamente com seu filho, influenciou de forma negativa as relações com os Estados Unidos, contribuindo assim para a atual penalização do comércio brasileiro.

  • ECONOMIA – Centrais Sindicais Reagem ao Tarifaço dos EUA e Defendem Soberania Nacional em Manifesto Conjunto Contra Medida de 50% sobre Exportações Brasileiras.

    As centrais sindicais do Brasil expressaram vehemente oposição, nesta quinta-feira, a uma drástica tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras, recentemente anunciada pelo governo dos Estados Unidos. Essa medida, segundo os representantes sindicais, não apenas representa um ataque à soberania nacional, mas também evoca memórias dolorosas da participação dos EUA no golpe militar de 1964.

    O presidente dos EUA, Donald Trump, notificou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por meio de uma carta, sobre a imposição dessa nova tarifa, que entrará em vigor a partir do dia 1º de agosto. Trump ressalta, em seu comunicado, que a decisão está relacionada a questões envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe. As centrais sindicais interpretam essa ação como uma reação hostil às resoluções da Justiça brasileira, e veem na medida um conluio com setores bolsonaristas que buscam polarizar ainda mais a política nacional.

    De acordo com as centrais, a iniciativa ameaça diretamente setores cruciais da economia, como a indústria e o agronegócio, colocando em risco milhares de empregos e fomentando um cenário propenso à recessão. Com o aumento das tarifas, os custos de produção devem subir, o que pode resultar em uma inflação descontrolada e no encarecimento da vida dos cidadãos. Além disso, o aumento da tarifa pode gerar instabilidade no mercado cambial, complicando ainda mais a situação econômica do país.

    Em resposta ao que consideram um ataque à soberania brasileira, as centrais sindicais pedem ao governo que adote uma postura firme. Elas apoiam a aprovação da Lei da Reciprocidade Econômica e sugerem que o governo utilize todos os recursos legais disponíveis para proteger a economia e os interesses da população. O manifesto também demanda a cassação do mandato do deputado Eduardo Bolsonaro, que, mesmo vivendo no exterior, estaria incentivando sanções contra o Brasil, o que as centrais interpretam como um crime contra a pátria.

    As centrais enfatizam a importância de preservar relações internacionais saudáveis, clamando por soluções pacíficas e multilaterais que respeitem os direitos da classe trabalhadora e a dignidade nacional. Reafirmando o seu compromisso com a soberania, as entidades sindicais esperam que o governo equilibre firmeza e diplomacia para evitar uma escalada de tensões, ratificando seu apoio incondicional às instituições democráticas e aos direitos dos trabalhadores. As centrais que assinam o manifesto incluem a CUT, a Força Sindical, a UGT, entre outras.

  • ECONOMIA – Dólar supera R$ 5,50 pela primeira vez desde junho após ameaças tarifárias de Trump; Bolsa de Valores registra terceira queda consecutiva.

    Em um dia marcado por reviravoltas no cenário econômico, o dólar comercial encerrou sua cotação acima de R$ 5,50 pela primeira vez desde o final de junho, fechando a R$ 5,503 com uma alta de 1,06%, ou R$ 0,058. Essa valorização da moeda norte-americana não foi um evento isolado; pela terceira sessão consecutiva, a bolsa de valores registrou perdas, desta vez caindo mais de 1,31%, terminando o dia aos 137.481 pontos.

    O peso do mercado financeiro não pode ser ignorado, pois a moeda operou com uma leve alta até os meados da tarde, quando a situação se intensificou após declarações do presidente dos EUA, Donald Trump. Ele ameaçou impor tarifas sobre produtos brasileiros, o que desencadeou um movimento de desvalorização do real e nova pressão sobre o mercado de ações. No fim do dia, a cotação do dólar disparou após Trump divulgar uma carta anunciando uma tarifa de 50% sobre diversos produtos brasileiros a ser implementada a partir de agosto.

    Vale destacar que a última vez que o dólar atingiu a marca de R$ 5,50 tinha sido em 25 de junho. Desde então, a moeda americana já contabiliza uma alta de 1,26% em julho e, em contrapartida, uma queda acumulada de cerca de 10,97% no ano de 2025.

    A instabilidade no mercado não se limitou apenas ao câmbio. O índice Ibovespa da B3, principal indicador da bolsa brasileira, viu quase todas as suas ações caírem, refletindo um movimento de liquidez baixa, especialmente devido ao feriado de 9 de julho em São Paulo.

    Na carta, Trump fez referências ao ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, e mencionou as restrições impostas pela corte a apoiadores de Bolsonaro que residem nos EUA. O presidente americano defendeu suas decisões tarifárias com base em alegações de ataques à democracia brasileira e violação da liberdade de expressão.

    Diante desse cenário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu à noite com o vice, Geraldo Alckmin, e outros ministros para discutir uma resposta adequada. A balança comercial entre os dois países já demonstra um déficit significativo para o Brasil, que importou US$ 1,675 bilhão a mais do que exportou aos Estados Unidos no primeiro semestre deste ano. A situação, portanto, exige não apenas medidas políticas, mas também um planejamento estratégico para mitigar os impactos econômicos decorrentes destas tensões.

  • BRICS fortalece comércio entre membros: ministro russo revela novas medidas para facilitar negociações sem barreiras econômicas.

    Em uma entrevista reveladora, o ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, abordou a importância das iniciativas para facilitar as negociações entre os países membros do BRICS, um agrupamento que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Siluanov enfatizou a necessidade de implementar um sistema mais eficiente que elimine barreiras comerciais, permitindo que as nações do bloco possam fortalecer suas economias por meio de acordos bilaterais e multilaterais.

    As declarações do ministro refletem um movimento mais amplo dentro do BRICS, que visa impulsionar a cooperação econômica e criar um ambiente onde as trocas comerciais possam fluir livremente. Siluanov apontou que as dificuldades enfrentadas nas transações internacionais, especialmente em um contexto de crescente tensão geopolítica, exigem soluções inovadoras. O objetivo principal é desenvolver mecanismos que não apenas simplifiquem as transações, mas que também promovam a utilização de moedas locais, reduzindo a dependência do dólar americano.

    Com o cenário global em constante mudança, a autonomia monetária e a flexibilidade nas relações comerciais tornaram-se prioridades para o BRICS. Durante a conversa, o ministro ressaltou que a criação de um espaço econômico onde os países possam negociar diretamente, sem a intervenção de terceiros, representa um passo significativo para a integração econômica do bloco. Isso não apenas fortalecerá as economias locais, mas também poderá servir como um modelo para outras nações em desenvolvimento.

    Siluanov declarou que a colaboração entre os países do BRICS deve ser baseada em princípios de respeito mútuo e benefício compartilhado. Além disso, ele mencionou que as reuniões periódicas entre os ministros das Finanças dos países do grupo são fundamentais para discutir estratégias e implementar essas políticas de maneira eficaz. O fortalecimento das relações comerciais dentro do BRICS pode ser considerado um movimento estratégico em um momento em que a economia global enfrenta desafios sem precedentes.

    A visão de Anton Siluanov para o futuro das negociações entre os países do BRICS não apenas destaca a relevância do bloco no cenário internacional, mas também ressalta uma verdadeira vontade de inovar e buscar soluções que beneficiem todos os membros. Ao adotar essas medidas, o BRICS se posiciona como um protagonista em um mundo em transformação, buscando não apenas a independência econômica, mas também a promoção do desenvolvimento sustentável entre suas nações.

  • INTERNACIONAL – BRICS Rejeita Tarifas Unilaterais e Defende Comércio Justo em Encontro no Rio de Janeiro antes da Cúpula de Líderes do Grupo.

    Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais do Brics Condenam Tarifas Unilaterais

    Em uma recente reunião realizada no Rio de Janeiro, os ministros de Finanças e os presidentes dos Bancos Centrais dos países que compõem o Brics emitiram uma declaração robusta contra o aumento unilateral de tarifas comerciais, considerando tais medidas como distorções ao comércio internacional e incompatíveis com as normas da Organização Mundial do Comércio (OMC). Apesar de não citarem diretamente os Estados Unidos, a retórica clara remete às políticas tarifárias adotadas pela administração de Donald Trump.

    O encontro preparatório para a Cúpula dos Líderes do Brics, que ocorrerá nos dias 6 e 7 de novembro, resultou em um conjunto de documentos que abordam questões cruciais para a economia global. Um dos trechos da declaração enfatiza a resiliência dos membros do bloco e a intenção de cooperar entre si e com outras nações, com vistas a proteger e fortalecer um sistema multilateral de comércio que seja aberto, justo e transparente. Segundo esse documento, uma escalada em guerras comerciais pode levar a uma recessão global e agravar o crescimento econômico já contido.

    Além das questões comerciais, os ministros também discutiram a necessidade de reformar o sistema financeiro internacional, destacando que as cotas do FMI ainda não refletem o crescimento vigoroso das economias emergentes. Eles propuseram um realinhamento de cotas que respeite a posição relativa dos países na economia global, ao mesmo tempo em que protejam os interesses das nações mais pobres.

    Outro ponto abordado foi a cooperação tributária internacional, com a defesa de um sistema que promova a transparência fiscal e o diálogo entre países. Os ministros ressaltaram a importância de combater a evasão fiscal e os fluxos financeiros ilícitos, especialmente aqueles associados a indivíduos de alta renda.

    O evento também trouxe à tona a próxima Conferência das Partes (COP 30), que ocorrerá em Belém em novembro. Os ministros destacaram a relevância da participação ativa dos Ministérios da Fazenda e dos Bancos Centrais nas discussões climáticas, chamando atenção para a necessidade de angariar investimentos significativos para o financiamento climático.

    A declaração sublinha que enfrentar os desafios relacionados às mudanças climáticas e à transição energética pode abrir portas para investimentos sustentáveis e oportunidades de crescimento, reiterando o compromisso dos países do Brics em buscar soluções que promovam não apenas o crescimento econômico, mas também a erradicação da pobreza e a preservação ambiental.

  • INTERNACIONAL – Rússia mantém planos para sistema de pagamento alternativo ao dólar, mesmo sem consenso no Brics, afirma ministro Anton Siluanov. Iniciativa avança sem acordo completo.

    No último sábado, o ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, confirmou a intenção do país de desenvolver um sistema de pagamento alternativo ao dólar para transações internacionais, mesmo na ausência de consenso absoluto entre os membros do Brics. Durante uma coletiva de imprensa, Siluanov explicou que a criação desse mecanismo pode ocorrer por meio de formatos de cooperação bilaterais ou trilaterais.

    O ministro enfatizou que as discussões em torno da criação de uma plataforma de investimentos estão em andamento, embora não tenha havido um acordo definitivo entre os países do Brics. “Vamos continuar avançando nessa direção com aqueles que se mostram interessados. Não é imprescindível que haja um consenso total para determinadas decisões financeiras”, afirmou. Ele ressaltou a possibilidade de que transações envolvendo a compra de títulos possam ser efetivadas entre duas ou três nações sem a necessidade de um entendimento global. Siluanov também destacou que, ao longo deste processo, alguns aspectos poderão ser implementados rapidamente, enquanto outros podem levar mais tempo.

    A reunião recente entre os ministros de Finanças e os diretores dos bancos centrais do Brics resultou em uma declaração que mencionou o progresso na busca por caminhos para viabilizar a interoperabilidade dos sistemas de pagamento. No entanto, o documento não fez referência a um acordo concreto sobre o formato desses sistemas alternativos, limitando-se a observar que um relatório técnico elaborado sobre o tema deve ser fundamental no trabalho contínuo para facilitar pagamentos internacionais de maneira mais acessível e eficiente.

    Outro tema relevante abordado por Siluanov foi a criação de um mecanismo de garantia ligado ao Novo Banco de Desenvolvimento (NDB). Os países do Brics planejam implementar uma iniciativa chamada Garantias Multilaterais do Brics (GMB), que visa mobilizar investimentos privados em infraestrutura e promovendo o desenvolvimento sustentável. A expectativa é que essa iniciativa reduza riscos associados a investimentos estratégicos, aumentando a credibilidade do grupo e do Sul Global. Um projeto piloto está previsto para ser iniciado em 2025.

    Siluanov ressaltou a importância da criação de uma resseguradora vinculada ao NDB, uma medida que é considerada estratégica pelo grupo. Ele argumentou que, apesar do crescimento do comércio e do transporte entre os países do Brics, há uma carência de seguradoras independentes. A proposta envolve a formatação de uma organização internacional com capital proporcionado pelos Estados-membros, que consiga resguardar riscos logísticos, climáticos e de construção, propondo assim uma alternativa viável às seguradoras ocidentais.