Tag: Comércio

  • ECONOMIA – Indústria Brasileira Se Une ao Governo em Busca de Solução Contra Taxação de 50% dos EUA Antes de Agosto

    Na manhã desta terça-feira, 15 de outubro, importantes líderes da indústria brasileira se reuniram com representantes do governo federal para discutir a iminente taxação de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos, que deve entrar em vigor a partir de 1º de agosto. O encontro foi liderado por Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

    Após a reunião, Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), enfatizou a unidade entre o governo e o setor empresarial na busca por uma solução que evite a taxação. Alban destacou a urgência da situação, mencionando que produtos perecíveis estão entre os afetados, o que demanda uma resposta célere e eficaz. Ele defendeu a importância das negociações diplomáticas com os Estados Unidos, enfatizando a necessidade de evitar decisões precipitadas de retaliação.

    Josué Gomes, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), expressou total confiança nas capacidades de negociação do Ministério das Relações Exteriores e do MDIC, afirmando que o setor está pronto para apoiar quaisquer esforços que visem um entendimento benéfico para empresas brasileiras e americanas.

    Geraldo Alckmin também participou da coletiva, agradecendo os empresários pela colaboração e reafirmando o compromisso do governo em solucionar o impasse por meio do diálogo. Ele não descartou a possibilidade de solicitar um adiamento das taxas se não houver um acordo até a data limite estabelecida.

    Outro ponto importante discutido foi a recente aprovação da lei de reciprocidade econômica pelo Congresso, que deverá servir como diretriz para as ações do governo brasileiro frente à situação. Nesta mesma manhã, a regulamentação dessa lei foi publicada, sinalizando uma resposta do governo ao crescente desafio nas relações comerciais com os EUA.

    O clima de otimismo permeia as declarações dos líderes industriais, que acreditam na importância do engajamento e da diplomacia para superar esse obstáculo. Com a data de implementação da taxação se aproximando, as discussões e estratégias para mitigar seus impactos se tornam cada vez mais urgentes. A expectativa é que um entendimento possa ser alcançado em breve, garantindo assim a proteção das indústrias e o fortalecimento das relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos.

  • França Condiciona Apoio a Acordo Mercosul-UE a Salvaguardas Agrícolas para Proteger Setores Locais e Evitar Conflitos Comerciais

    França Condiciona Apoio a Acordo Mercosul-UE a Salvaguardas Agrícolas

    Em meio a um cenário de intensa negociação, a França sinaliza que seu apoio ao acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE) está condicionado à implementação de salvaguardas agrícolas. Este pacto, que se arrasta por mais de duas décadas de debates e diálogos, promete unir os mercados de quatro países sul-americanos—Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai—com a UE, abrangendo uma imensa base de 700 milhões de consumidores.

    A proposta apresentada por Bruxelas visa incluir garantias que protejam os agricultores franceses de uma possível concorrência desleal. Autoridades em Paris expressam preocupações sobre como o influxo de produtos agrícolas da América do Sul poderia afetar negativamente a agricultura local, especialmente nas áreas de carne bovina e açúcar. As medidas sugeridas incluem a criação de um “protocolo político” que estabeleceria mecanismos de “disjuntores”, permitindo que o governo francês atuasse caso as importações excedessem limites estabelecidos.

    Essa movimentação tem como objetivo crucial evitar que a França se torne a principal resistência ao acordo, especialmente considerando que sua rejeição poderia inviabilizar todo o pacto, que requer a aprovação unânime dos 27 membros da UE. O respaldo francês é essencial, pois uma coalizão de apenas quatro países da UE, representando 35% da população, pode bloquear o avanço do acordo.

    Não apenas a França, mas outros países da União também estão preocupados com os impactos potenciais do tratado em suas economias agrícolas. Na Polônia e na Áustria, por exemplo, as autoridades já manifestaram exposição a impactos negativos caso não sejam garantidos mecanismos semelhantes.

    Por sua vez, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, defensor entusiástico do pacto, continua a buscar diálogo com o presidente francês Emmanuel Macron, com a esperança de que a França reavalie sua posição. Entretanto, até o momento, a Comissão Europeia não emitiu qualquer comentário oficial sobre os desdobramentos das negociações.

    Se as salvaguardas forem implementadas, pode ocorrer uma reabertura das discussões sobre o acordo, um resultado que poderia prejudicar o equilíbrio buscado por ambas as partes. O futuro das relações comerciais entre a UE e o Mercosul depende não apenas da capacidade de diálogo, mas também das necessidades e prioridades de cada região envolvida.

  • EUA Iniciam Investigação Comercial Contra Brasil Com Foco em Tarifa e Práticas Desleais

    O governo dos Estados Unidos iniciou uma investigação comercial formal contra o Brasil, com foco em diversas políticas e práticas comerciais que seriam consideradas prejudiciais ao comércio norte-americano. Esta ação, anunciada em meio a tensões políticas e econômicas, visa analisar medidas relacionadas ao comércio digital e sistemas de pagamento eletrônico — áreas fundamentais para as grandes empresas de tecnologia dos EUA.

    O comunicado oficial destaca questões como “tarifas preferenciais e injustas”, ações contra corrupção, proteção da propriedade intelectual e o acesso a mercados importantes, como o de etanol. Também são mencionadas práticas de desmatamento ilegal e discriminação contra cidadãos e empresas americanas, refletindo um clima de rivalidade crescente entre os dois países.

    Essa investigação foi ordenada pelo presidente Donald Trump e pode resultar em punições comerciais severas para o Brasil. A perspectiva de sanções tarifárias não é nova; Trump já aplicou medidas semelhantes contra a China em 2018, apresentando um histórico de aplicabilidade de tarifas e retaliações baseadas em uma legislação particular dos EUA.

    A Seção 301 da Lei de Comércio de 1974 confere ao governo americano a autoridade de implementar retaliações contra nações que não cumpram padrões comerciais que os EUA consideram justos. Essa legislação já foi empregada anteriormente em relação a países como a China, cujas práticas em transferência de tecnologia e inovação foram alvos de críticas.

    É importante ressaltar que essa investigação, além de ser uma preocupação imediata para a economia brasileira, pode afetar a relação diplomática entre Brasília e Washington de maneira significativa. Com as interações comerciais se tornando cada vez mais sofisticadas e integradas, os desdobramentos dessa apuração podem provocar uma série de reações tanto no setor privado quanto em políticas governamentais.

    Analistas recomendam cautela, uma vez que a reversão de punições comerciais, uma vez impostas, é considerada complexa e difícil de ser gerida. Essa situação ressalta a vulnerabilidade da economia brasileira no atual cenário geopolítico, que pode levar a um reequipamento das estratégias comerciais e de negociação do governo brasileiro.

  • MUNICIPIOS – “Projeto ‘Agora é pra Crescer’ impulsiona comércio local em Rio Largo com capacitações gratuitas para micro e pequenos empresários, promovendo transformação econômica”

    Sebrae Alagoas Lança Projeto para Impulsionar o Comércio em Rio Largo

    Em uma movimentação destinada a fortalecer o comércio local, o Sebrae Alagoas, em conjunto com a Prefeitura Municipal de Rio Largo e a Associação Comercial e Empresarial da região, apresentou o projeto “Agora é pra Crescer – Comércio em Foco”. Este programa gratuito se propõe a capacitar lojistas, comerciantes e pequenos empresários, visando aprimorar suas habilidades e impulsionar seus negócios.

    A iniciativa surge com a meta de gerar transformação na dinâmica empreendedora local. Agda Bomfim, analista de relacionamento do Sebrae Alagoas, expressou confiança de que a proposta terá uma adesão significativa. Segundo ela, o foco é mostrar aos empresários a importância da capacitação e a adaptação a novas realidades de mercado, ressaltando que a parceria entre instituições comprometidas resulta em benefícios diretos para a economia local.

    A secretária municipal de Planejamento, Joyce Tenório, sublinhou que mais que simplesmente oferecer cursos, o projeto se afirma como uma ferramenta de transformação social e econômica. O Sebrae, segundo Tenório, tem sido um aliado fundamental para o fortalecimento do empreendedorismo na cidade, com expectativas de alcançar um número crescente de pessoas dispostas a mudar suas realidades.

    O lançamento oficial ocorreu em um workshop realizado na Escola Dom Pedro I, onde a palestra inaugural foi conduzida por Walter Rocha, especialista em Treinamento e Desenvolvimento. A empresária Karla Pedrosa, que participou do evento, expressou seu otimismo sobre o potencial do programa, refletindo a importância do networking e da formação contínua.

    Nos próximos meses, o “Agora é pra Crescer” oferecerá uma série de cursos e oficinas voltados para a capacitação dos empresários de Rio Largo. Entre os eventos agendados, o curso de Marketing Digital e uma oficina sobre Formação do Preço de Venda prometem atrair ainda mais participantes, evidenciando a necessidade de inovação no setor.

    Os interessados em se inscrever ou em obter mais informações podem visitar a Casa do Empreendedor, localizada na Avenida Getúlio Vargas, ou entrar em contato pelo número indicado. O projeto representa uma oportunidade significativa para os pequenos negócios da região, contribuindo para um ambiente comercial mais dinâmico e sustentável.

  • CAMARA DOS DEPUTADOS – Audiência sobre impacto das tarifas dos EUA na economia brasileira é cancelada, enquanto Trump critica STF e impõe tarifas de 50% sobre exportações.

    A audiência pública da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, que estava agendada para ocorrer nesta quarta-feira, dia 16 de julho de 2025, foi cancelada. O debate seria dedicado à análise dos efeitos que o recente aumento das tarifas tarifárias dos Estados Unidos podem causar na economia brasileira. A proposta para a realização do evento partiu do deputado Rogério Correia (PT-MG), mas, até o momento, não há uma nova data definida para a sua realização.

    Esse cancelamento ocorre em um momento de grande tensão nas relações comerciais entre Brasil e EUA, após a recente decisão do presidente americano, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras, com previsão de início a partir de 1º de agosto. Em uma carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Trump fundamentou essa ação em críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, referindo-se ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro como uma “vergonha internacional”. O líder americano também acusou o Brasil de ameaçar eleições justas e de censurar as redes sociais nos Estados Unidos.

    A decisão gerou intensa repercussão no cenário político brasileiro, recebendo severas críticas de diversos deputados. Em resposta, os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre, emitiram uma nota conjunta, onde enfatizaram que o Congresso Nacional está preparado para agir com “equilíbrio e firmeza” em defesa da economia nacional. Para eles, a situação demanda um diálogo construtivo nas esferas diplomática e comercial.

    As vozes do setor industrial também se fizeram ouvir. Durante uma audiência anterior na Câmara, representantes do Instituto Aço Brasil alertaram sobre os graves riscos que a nova tarifa pode representar. A diretora de assuntos institucionais da entidade, Cristina Yuan, destacou que a tarifa pode inviabilizar a exportação de aço e alumínio. Além disso, ela argumentou que, ao contrário do que foi alegado por Trump, a balança comercial entre Brasil e Estados Unidos é superavitária para os norte-americanos.

    O cenário, portanto, está se desenhando como um desafio significativo nas relações bilaterais, exigindo uma resposta rápida e eficaz das autoridades brasileiras.

  • Macron enfrenta Trump: Europa se prepara para contramedidas contra tarifas de 30%, enquanto diálogo continua em meio à crescente tensão.

    O presidente da França, Emmanuel Macron, manifestou uma resposta enérgica diante da recente ameaça do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de implementar tarifas de 30% sobre produtos provenientes da Europa. Macron enfatizou a necessidade urgente de a Comissão Europeia elaborar contramedidas, estabelecendo um prazo até o dia 1º de agosto para que as medidas sejam discutidas e prontas para serem aplicadas, caso a ameaça se concretize. Para o presidente francês, é imperativo que a União Europeia adote uma postura firme em defesa de seus interesses comerciais, diante do que considera uma abordagem protecionista por parte dos EUA.

    Enquanto o ambiente diplomático se torna cada vez mais tenso, especialmente com declarações polarizadoras de figuras como Trump, países como Alemanha, Itália e Irlanda adotam uma postura mais conciliadora. Esses estados membros da União Europeia têm buscado alternativas que priorizam o diálogo e a negociação ao invés de confrontos diretos. Essa divisão sobre como reagir à ameaça de tarifas ilustra as diferentes estratégias que os países europeus estão considerando para lidar com a política comercial americana.

    O desafio agora para a União Europeia é encontrar um equilíbrio entre se proteger contra as implicações de uma guerra comercial e manter um canal de comunicação aberto com seus aliados, que historicamente têm sido importantes parceiros econômicos. No entanto, a continuidade das tensões não deve ser subestimada: a possibilidade de uma escalada nas tarifas pode afetar não apenas a economia da Europa, mas também terá repercussões globais, criando incertezas nos mercados financeiros e impactos diretos em setores específicos, como automotivo e agrícola.

    Diante desse cenário, será crucial que a União Europeia tome decisões estratégicas que não apenas protejam seus interesses econômicos imediatos, mas que também considerem o relacionamento de longo prazo com os Estados Unidos. O desafio agora é encontrar um caminho que evite o confronto aberto, mas que ao mesmo tempo assegure uma defesa robusta frente a ações comerciais que possam prejudicar as economias europeias. As próximas semanas serão fundamentais para definir o rumo desse embate comercial.

  • ECONOMIA –

    Relevância dos EUA nas Exportações do Brasil Cai Dramaticamente, Enquanto China Se Consolida Como Principal Parceiro Comercial

    Nos últimos anos, a relação comercial entre Brasil e Estados Unidos tem demonstrado uma significativa mudança de patamar, evidenciada pelos números que revelam a queda acentuada na participação do país norte-americano nas exportações brasileiras. Entre 2001 e 2024, essa participação despencou de 24,4% para apenas 12,2%, o que representa uma redução de quase 50%. Esse cenário reflete um redirecionamento das parcerias comerciais do Brasil, que agora vê a China como seu principal parceiro, com uma impressionante ascensão de sua participação, que subiu de 3,3% para 28% no mesmo período.

    O declínio nas exportações para os Estados Unidos não é uma exclusividade desta nação. A União Europeia e os países da América do Sul também observam quedas significativas, embora ainda mantenham suas participações acima da dos americanos. A UE conta com 14,3% e a América do Sul com 12,2%. Esses dados fazem parte de um estudo mensal que analisa a balança comercial e outros aspectos do comércio exterior, evidenciando as transformações nas relações comerciais do Brasil.

    Ademais, a diminuição da participação americana se reflete também nas importações brasileiras. A proporção de produtos adquiridos dos Estados Unidos caiu de 22,7% em 2001 para 15,5% em 2024. A China, em contrapartida, viu sua participação aumentar dez vezes, de 2,3% para 24,2%, enquanto as importações da União Europeia e da América do Sul também recuaram consideravelmente.

    Outro aspecto relevante trazido pelo estudo é a diversidade dos produtos que o Brasil exporta para os Estados Unidos, em contraste com a concentração das exportações para a China, onde três produtos — petróleo, soja, e minério de ferro — dominam as transações. Em relação aos EUA, uma gama maior de produtos é responsável por 57% das exportações brasileiras.

    O recente anúncio de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros por parte do presidente americano, Donald Trump, trouxe à tona uma nova esfera de tensões na relação bilateral. As consequências desse tarifaço ainda são incertas, mas é evidente que ele poderia afetar negativamente setores chave da economia brasileira, como a indústria de manufatura.

    Analistas como Lia Valls, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), destacam que, embora existam oportunidades para que certos produtos brasileiros, principalmente commodities, possam encontrar novos mercados, a realidade é que a substituição dos Estados Unidos por outros parceiros não será simples. Além disso, a presença significativa de multinacionais americanas no Brasil e a interdependência dos mercados globais podem influenciar decisões futuras.

    Diante desse panorama desafiador, o governo brasileiro busca alternativas para mitigar os impactos das tarifas, explorando medidas de retaliação e negociações diplomáticas, enquanto se depara com a complexidade de uma relação que, outrora robusta, agora se apresenta repleta de incertezas.

  • Comércio China-EUA encolhe 10,4% no primeiro semestre de 2025 em meio a tensões na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

    O intercâmbio comercial entre os Estados Unidos e a China, as duas maiores economias do mundo, registrou uma queda significativa de 10,4% no primeiro semestre de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior. Essa diminuição elevou o valor total das trocas comerciais para aproximadamente US$ 289,3 bilhões, o que equivale a cerca de R$ 1,6 trilhões. A desvalorização é uma consequência direta da ongoing guerra comercial entre os dois países, que já vinha se intensificando nos últimos anos.

    As exportações da China para os Estados Unidos, que ocupa o status de terceiro maior parceiro comercial de Pequim, tiveram uma redução ainda mais acentuada, com um recuo de 10,9%. Isso representa um total de US$ 215,5 bilhões, ou R$ 1,2 trilhões. Por outro lado, as importações dos EUA pela China também enfrentaram uma diminuição, embora em uma proporção um pouco menor, caindo 8,7% e somando US$ 73,8 bilhões (aproximadamente R$ 411,2 bilhões) no mesmo semestre.

    A balança comercial entre os dois países em junho de 2025 apresentou um saldo de US$ 49,7 bilhões, sendo que a maior parte desse montante correspondeu às exportações chinesas. Este cenário é bastante contrastante com o que foi registrado em 2024, quando o comércio entre as nações havia crescido 3,7% em relação ao ano anterior, alcançando um montante total de US$ 688,2 bilhões (cerca de R$ 3,8 trilhões).

    A Guerra Comercial, agora em seus últimos estágios, originou-se de uma série de tarifas impostas por ambos os lados como forma de pressão econômica e estratégica. Esses desenvolvimentos são observados com atenção, já que repercutem não apenas nas duas potências, mas também em uma rede maior de países que dependem desse comércio bilateral. Enquanto isso, analistas permanecem divididos sobre as perspectivas futuras para as relações comerciais entre ambas as nações, que parecem cada vez mais tensas e incertas.

  • Tarifas de Trump sobre produtos brasileiros: alagoanos devem se preocupar com impactos econômicos e reajustes nos preços de commodities e insumos locais.

    Tarifa de Trump: Impactos Econômicos na Lagoa Mundaú

    Maceió (AL) – A recente decisão do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil promete trazer uma nova onda de tensão econômica que atravessa o Atlântico, chegando diretamente às margens da Lagoa Mundaú. Essa medida reacendeu debates sobre como políticas internacionais moldam realidades econômicas em solo brasileiro, especialmente no estado de Alagoas. A inquietação em torno dessa questão leva à pergunta: devemos nos preocupar?

    Para muitos especialistas, a resposta é complexa e multifacetada.

    Trump anunciou uma estratégia que visa sobretaxar países que, segundo sua perspectiva, “desvalorizam artificialmente suas moedas ou comprometem a competitividade americana”. O Brasil, agora sob as lentes dessa política, pode sofrer consequências significativas, principalmente em setores cruciais como o de commodities, que abrange aço, alumínio e produtos agrícolas. A decisão, ainda em fase de implementação, já provocou reações no setor exportador, acendendo alertas em regiões que dependem de insumos agrícolas e industriais, como é o caso do interior de Alagoas.

    Embora o estado não figure entre os principais exportadores diretos para os Estados Unidos, a interligação das cadeias produtivas sugere que os alagoanos devem ficar atentos às possíveis repercussões dessa tarifa. Produtos do setor sucroalcooleiro, incluindo açúcar e álcool, fundamentais para a economia local e responsáveis por gerar milhares de empregos, podem enfrentar desafios de competitividade. Além disso, empresas que atuam como fornecedoras indiretas para os maiores centros comerciais do Brasil, que possuem relações comerciais significativas com os EUA, podem ver uma queda nas encomendas.

    O economista Diego Farias ressalta que, mesmo com uma exportação direta modesta, o estado está inserido em redes produtivas mais amplas. Assim, se empresas de outros estados enfrentarem dificuldades decorrentes da tarifa, a pressão pode ser sentida em Alagoas, impactando preços e a atividade econômica geral.

    No entanto, é preciso ponderar. A economia alagoana apresenta baixa exposição às exportações para os Estados Unidos. Dados recentes mostram que, em 2024, Alagoas exportou cerca de US$ 90 milhões, com apenas 2% desse total destinado ao mercado americano, indicando que os efeitos imediatos da tarifa tendem a ser mais indiretos e difusos.

    Para o cidadão comum de Alagoas, não há motivos imediatos para alarde. Embora mudanças significativas possam não ser exigidas à primeira vista, a instabilidade econômica gerada por decisões como a de Trump pode reverberar no preço do dólar, aumentando custos de importação para itens essenciais, como eletrônicos e combustíveis, e, consequentemente, pressionando a inflação.

    Em síntese, a tarifa imposta por Trump, embora tenha um caráter geopolítico, possui implicações econômicas que exigem monitoramento cuidadoso. Para Alagoas, o impacto parece ser limitado a priori, mas a situação demanda vigilância, especialmente entre aqueles envolvidos nas cadeias de exportação. O cotidiano do alagoano pode seguir sua rotina habitual, mas com um olho na bomba de combustível e outro no supermercado, sempre atentos às decisões que vêm de Washington.

  • Brasil Reage a Sobretaxa dos EUA: Alckmin Promete Diálogo e Defende Proteção às Empresas Nacionais

    O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, anunciou que novos desdobramentos sobre a recente sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros devem ocorrer nos próximos dias. O comunicado foi feito durante uma entrevista à Rádio CBN, na qual Alckmin destacou que um comitê, formado por diversos ministérios do governo Lula, está estabelecendo diálogos com o setor produtivo e a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham).

    Em sua fala, o ministro enfatizou que é crucial apresentar evidências de que o Brasil não é a fonte dos problemas comerciais dos EUA. De acordo com Alckmin, os Estados Unidos enfrentam um déficit significativo de aproximadamente US$ 1,2 trilhão na balança comercial de bens. No entanto, ele destacou que com o Brasil, há um superávit comercial, o que indica que a denúncia de um “problema” no relacionamento comercial parece infundada.

    Alckmin também ressaltou que, enquanto a alíquota média sobre as exportações de produtos americanos para o Brasil gira em torno de 2,7%, as tarifas impostas pelos Estados Unidos variam entre 10% e valores superiores, especialmente nos setores de aço, alumínio e automotivo. Ele qualificou a nova taxa de 50% como “totalmente equivocada” e sugeriu que, na verdade, o Brasil poderia estar argumentando contra o déficit que os EUA enfrentam na balança comercial.

    Além disso, o vice-presidente abordou o tema da lei de reciprocidade, prometendo que um decreto regulamentar sobre a questão será publicado até a próxima segunda-feira. Ele enfatizou a necessidade de o Brasil proteger suas empresas, embora não tenha revelado se a discussão sobre patentes está em pauta. Alckmin indicou que a legislação de reciprocidade abrangia tanto tarifas quanto questões não tarifárias, reforçando o compromisso do governo em defender os interesses nacionais em um cenário de crescente tensão comercial.