Tag: China

  • China Intensifica Aquisições de Mineradoras no Exterior em Busca de Terras Raras e Tensão Geopolítica Crescente Desafia Investimentos Ocidentais

    Nos últimos anos, a China tem se destacado em uma corrida global por minerais de terras raras, com suas empresas aumentando significativamente a aquisição de mineradoras ao redor do mundo. Esse movimento, que atingiu seu pico em 2024 desde 2013, reflete a urgência do país em garantir acesso a matérias-primas essenciais para sua economia e tecnologia.

    Recentemente, foram registradas várias transações de grande porte, incluindo dez que superaram a marca de US$ 100 milhões. Essa onda de investimentos ocorre em um ambiente de crescente tensão geopolítica, o que tem dificultado a aceitação das empresas chinesas em países como Canadá e Estados Unidos.

    O apetite da China por minerais é enorme, já que ela é a maior consumidora global de diversas matérias-primas cruciais. Com isso, muitos analistas acreditam que essas aquisições são uma estratégia para se precaver contra possíveis restrições e sanções que possam surgir no futuro. Essa intensidade na busca por recursos não mostra sinais de desaceleração; por exemplo, a Zijin Mining anunciou recentemente a compra de uma mina de ouro no Cazaquistão por US$ 1,2 bilhão, enquanto outras empresas chinesas, como a Baiyin Nonferrous, adquiriram operações de cobre e ouro no Brasil.

    Embora a Iniciativa Cinturão e Rota, um dos principais projetos de investimento chinês em infraestrutura, tenha sido parcialmente reduzida, os investimentos em mineração permanecem robustos, alinhados com a transição do país para setores de alta tecnologia, como baterias elétricas e energia renovável. As empresas chinesas estão se tornando cada vez mais sofisticadas em suas operações, adotando abordagens mais estratégicas tanto em termos financeiros quanto operacionais.

    Enquanto a China continua a dominar o processamento de recursos minerais críticos, ela ainda depende da importação de matérias-primas. Em resposta, países ocidentais têm buscado alternativas para reduzir essa dependência, com nações como Canadá e Austrália mostrando maior cautela em relação a investimentos chineses, destacando a importância estratégica desses recursos no atual cenário global. Com empresas como CMOC, MMG e Zijin à frente das aquisições, a tendência é que as operações no setor se intensifiquem ainda mais nos próximos anos.

  • INTERNACIONAL – Cúpula do Brics no Rio terá ausência de líderes da China e Rússia, que serão representados por seus ministros. Brasil e Índia confirmam presença.

    Neste final de semana, o Rio de Janeiro se prepara para sediar a Cúpula do Brics, um grupo que, desde sua formação, compõe-se de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Contudo, a reunião contará com a ausência de dois de seus membros fundadores. O presidente chinês, Xi Jinping, optou por não comparecer ao evento, delegando sua representação ao primeiro-ministro Li Qiang. Da mesma forma, o presidente russo, Vladimir Putin, também não estará presente fisicamente, mas deverá participar virtualmente. A Rússia será representada, na cúpula, pelo ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov.

    As presenças confirmadas incluem o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que são figuras-chave no contexto da aliança. A Cúpula do Brics está prevista para acontecer nos dias 6 e 7 de novembro, e é um momento significativo para a discussão de pautas que envolvem questões econômicas, políticas e de desenvolvimento.

    Atualmente, o Brics evoluiu de sua formação inicial e conta com um total de onze países-membros. Além das cinco nações fundadoras, o grupo expandiu-se para incluir Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Etiópia, Indonésia e Irã. Também há uma gama de países-parceiros que participam do bloco, como Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã. Essa diversidade reflete um desafio e uma oportunidade para que o Brics, enquanto agente de influência global, possa jogar um papel significativo no cenário internacional.

    A presidência do grupo é exercida de maneira rotativa e atualmente é ocupada pelo Brasil, com mandato que se estenderá até 31 de dezembro de 2025. Esse modelo de liderança rotativa é uma tentativa de balancear o poder entre as nações envolvidas e garantir uma voz equitativa para os membros, promovendo um diálogo construtivo e cooperativo em um mundo cada vez mais multipolar. A reunião no Rio de Janeiro será um ponto crucial para o futuro das relações entre estas nações, dando sequência ao debate sobre colaboração e integração econômica e política.

  • EUA Anunciam Fim das Restrições à Exportação de Softwares de Chips para a China, Acelerando a Competição Tecnológica entre as Potências

    Na manhã desta quarta-feira, os Estados Unidos anunciaram a revogação das restrições sobre a exportação de softwares para o design de microchips destinados à China. Essa decisão foi comunicada à mídia pela Siemens, uma das principais empresas envolvidas nesse setor, que declarou que já retomou o fornecimento dos produtos aos seus clientes chineses.

    Essas restrições foram implementadas em maio de 2025, sob a administração do então presidente Donald Trump, quando o Departamento de Comércio dos EUA enviou notificações a fabricantes de tecnologia requerendo a suspensão das entregas a clientes na China. Na ocasião, o governo norte-americano justificou a medida, afirmando que o acesso das entidades chinesas a tecnologias sensíveis poderia comprometer a segurança nacional dos EUA. De acordo com as regras anteriores, empresas que não obtivessem as licenças necessárias antes de exportar tais tecnologias poderiam enfrentar sanções legais severas, além de terem suas operações limitadas no mercado americano.

    Os microchips, que vão além de simples componentes eletrônicos, são fundamentais em uma gama de aplicações, desde centros de dados até veículos autônomos e telecomunicações. Além disso, eles são vitais para o desenvolvimento de inteligência artificial (IA) na China, uma área que gera intensa concorrência com empresas de tecnologia dos EUA, como Nvidia e Google. A revogação das restrições pode ser um sinal de que a administração atual dos Estados Unidos está buscando aliviar tensões e promover uma dinâmica comercial mais equilibrada com a China.

    Ao retirar essas barreiras, os Estados Unidos podem facilitar a recuperação de suas relações comerciais com o país asiático, que têm enfrentado desafios significativos nos últimos anos em razão de uma crescente guerra tarifária e outras disputas geopolíticas. A interação entre as economias das duas nações continua a ser um assunto de interesse global, com implicações que vão desde a inovação tecnológica até a estabilidade econômica mundial.

    Esse passo é, portanto, um indicativo de uma possível nova fase nas relações comerciais e nas estratégias de concorrência tecnológica entre EUA e China, temas que permanecem no centro das discussões sobre o futuro econômico global.

  • Especialista em China denuncia fake news e ameaças de morte após espionagem pela Abin

    Especialista em China Denuncia Monitoramento Ilegal e Ameaças de Morte

    O professor Evandro Menezes de Carvalho, associado de direito internacional na Universidade Federal Fluminense (UFF), revelou ter sido alvo de um monitoramento ilegal prolongado, realizado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O caso envolveu práticas que, segundo ele, retratam uma grave violação dos direitos dos cidadãos no Brasil.

    Durante um período de oito meses, entre setembro de 2019 e maio de 2020, Carvalho foi monitorado em mais de 100 ocasiões, com seu celular sendo alvo de escuta e suas atividades diárias sendo vigiadas. O professor recebeu um relatório da Polícia Federal que menciona seu nome em diversas instâncias, revelando a intrusão inaceitável em sua privacidade. Em entrevista, Carvalho expressou que, embora se sentisse indignado, não estava surpreso com a revelação, uma vez que já suspeitava de que algo assim estivesse acontecendo.

    Ele criticou a Abin por se desviar de sua função republicana e se transformar em uma ferramenta de vigilância para interesses políticos, especialmente sob a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Para Carvalho, essa "Abin paralela" visava silenciar vozes críticas e manter um controle ideológico sobre adversários políticos, utilizando métodos que remetem a práticas de repressão.

    O especialista também destacou o paradoxo das relações entre Brasil e China, enfatizando que, apesar de a direita brasileira, incluindo setores do agronegócio, lucrar das transações com o gigante asiático, a narrativa popular frequentemente demoniza a China. Carvalho foi especificamente alvo de uma campanha de desinformação que o rotulou como "espião chinês", relacionada a figuras proeminentes da política nacional, o que ele categoricamente nega.

    Mesmo diante das ameaças e das fake news, o professor ressalta a importância de se criar um entendimento mais profundo sobre as relações entre Brasil e China, friso que a estrutura política nacional ainda é dominada por interesses que não refletem uma visão crítica ou informada sobre o país oriental. Em suas palavras, essa dinâmica é prejudicial não apenas à verdade, mas também aos interesses nacionais, alinhando-se, em última análise, aos desejos de potências estrangeiras que veem a China como uma ameaça.

    Com essa experiência, Carvalho se firmou como um símbolo da luta contra a desinformação e as práticas de vigilância estatal, enfatizando a necessidade de um debate livre e esclarecido sobre as relações internacionais e a soberania nacional.

  • China lança incentivos fiscais de até 10% para atrair investimento estrangeiro em meio a tensões comerciais com EUA e Europa, buscando restaurar confiança no mercado.

    Em um contexto de crescente incerteza geopolítica, a China anunciou uma série de novos incentivos fiscais visando atrair investimentos estrangeiros, destacando-se das políticas mais restritivas adotadas por países como os Estados Unidos. Essas iniciativas, comunicadas por três agências governamentais, permitem que empresas internacionais deduzam até 10% do valor repatriado em impostos locais quando reinvestirem seus lucros na economia chinesa.

    A medida surge em um momento crítico para a economia da China, que enfrenta desafios significativos, como tensões comerciais com os EUA e a União Europeia, além da recente onda de desinvestimentos que resultou em uma saída líquida de capital de US$ 168 bilhões em 2024 — o pior resultado desde 1990. Deste modo, o governo chinês visa criar um ambiente de negócios mais atraente, reafirmando sua disposição para se integrar ao mercado global e garantir estabilidade para investidores externos.

    Os incentivos fiscais anunciados não são apenas uma forma de atrair capital, mas também de estimular o crescimento econômico no país. Eles incluem a possibilidade de transferir créditos fiscais não utilizados até o final de 2028, além de permitir que os lucros reinvestidos sejam utilizados para abrir novos negócios ou adquirir ações de empresas não afiliadas, desde que não sejam listadas em bolsa. Essa abordagem pretende não apenas aumentar a confiança dos investidores, mas também criar um ciclo positivo de reinvestimento no território chinês.

    Enquanto a China busca aumentar a atratividade de seu mercado, os Estados Unidos têm adotado uma abordagem oposta, reforçando tarifas e restrições ao comércio. Essa discrepância nas políticas comerciais faz com que muitos analistas considerem a iniciativa chinesa como uma estratégia crucial para garantir sua relevância nas cadeias de suprimentos globais e impulsionar a recuperação econômica.

    O compromisso de integração da China com a economia mundial foi reiterado pelo premiê Li Qiang durante o Fórum Econômico Mundial, onde enfatizou a importância do investimento estrangeiro para a geração de empregos e a transferência de tecnologia. Mesmo como a segunda maior receptora de investimento do mundo, a China experimentou uma queda de 13,2% nos aportes no primeiro trimestre de 2025, pressionando ainda mais sua administração a agir.

    Diante deste cenário, as novas iniciativas fiscais refletem uma determinação não apenas de restaurar o fluxo de capital estrangeiro, mas também de assegurar que o país continue a ser um destino preferido para investidores em um ambiente econômico global cada vez mais competitivo.

  • ECONOMIA – Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa de cúpulas do Mercosul e Brics, com foco em acordos internacionais e mudanças climáticas.

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, inicia uma agenda intensa de compromissos internacionais nesta semana, que envolve encontros com representantes de nações estratégicas. Sua primeira parada é em Buenos Aires, onde participará da reunião de cúpula do Mercosul, marcada para esta terça-feira. Haddad integra a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e terá a oportunidade de dialogar com o ministro da Economia argentino, Luis Caputo, sobre temas cruciais, incluindo o aguardado acordo do Mercosul com a União Europeia.

    O encontro, que também contará com a presença de ministros de Finanças e presidentes de Bancos Centrais de outros países-membros do Mercosul, discutirá não apenas questões econômicas, mas também políticas, especialmente em relação à transição da presidência rotativa do bloco para o Brasil, que ocorrerá até 31 de dezembro deste ano.

    Na manhã de quarta-feira, Haddad se reunirá com seus pares do Mercosul, antes de seguir para o Rio de Janeiro, onde se concentrará em outra serie de reuniões importantes relacionadas ao Brics. Nesta nova etapa, temas como as políticas do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) e as preparações para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30) estarão no centro das discussões.

    As atividades no Rio de Janeiro começam na quinta-feira, quando Haddad encontrará os ministros de Finanças da China e da Rússia, conversando sobre o futuro do NDB e sua atuação nas questões climáticas. Na sexta-feira, ele participará de um seminário do NDB e se reunirá com representantes dos países governadores do banco, preparando o terreno para a Cúpula do Brics, que ocorrerá nos dias 6 e 7 de outubro.

    No sábado, Haddad se reunirá com os ministros das Finanças do Egito e dos Emirados Árabes Unidos, onde as relações comerciais do Brasil com essas nações serão o foco principal. Ao longo de todos esses encontros, o ministro busca fortalecer os laços internacionais e promover a posição do Brasil no cenário global.

    Com uma agenda repleta de compromissos relevantes, Haddad retornará a Brasília apenas na terça-feira da semana seguinte, depois de ter participado de eventos fundamentais para a política e economia brasileira no contexto mundial.