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  • INTERNACIONAL – Brics Defende Solução de Dois Estados para Conflito Israel-Palestina e Critica Ações de Israel na Cúpula do Rio de Janeiro.

    Na 17ª Cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro, o grupo reiterou seu apoio à solução de dois Estados para o conflito israelense-palestino, um tema abordado em edições anteriores do encontro. A declaração final menciona a necessidade de um Estado da Palestina soberano e independente, dentro das fronteiras reconhecidas internacionalmente de 1967. Esse ano é significativo, pois marca a ocupação da Faixa de Gaza e da Cisjordânia por Israel. A posição do Brics contrasta com a de Israel, que tem resistido a propostas desse tipo.

    Entretanto, a declaração foi recebida com divergências, especialmente pelo Irã, que, mesmo sendo membro do Brics, posicionou-se de forma distinta. O chanceler iraniano, Seyed Abbas Araghchi, caracterizou a solução de dois Estados como “irreal” e defendeu um modelo de Estado único que abrangeria muçulmanos, cristãos e judeus. Ele sugeriu que a justiça para a Palestina poderia ser alcançada por meio de um referendo envolvendo todos os habitantes da região, similar ao processo que levou ao fim do apartheid na África do Sul.

    O documento assinala a retirada completa de Israel da Faixa de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental, além de expressar a “profunda preocupação” com a intensificação dos ataques israelenses em Gaza e a obstrução da ajuda humanitária, que é criticada como uma forma de usar a fome como arma de guerra. O Brics também fez um apelo por um cessar-fogo imediato e incondicional, enfatizando a importância da liberação de reféns e o acesso irrestrito à assistência humanitária.

    A declaração surge em meio a uma grave escalada das hostilidades na região. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, chegou aos Estados Unidos para discussões sobre a situação em Gaza, enquanto líderes norte-americanos, como Donald Trump, têm sugerido soluções controversas, incluindo a migração forçada de palestinos. O Brics, por sua vez, rejeitou categoricamente tais propostas.

    Enquanto o conflito persiste, o cenário na Cisjordânia também é alarmante, com relatos de deslocamentos forçados que já afetaram cerca de 40 mil palestinos, representando uma das operações militares mais virulentas da última década. A declaração do Brics sublinhou a integração da Faixa de Gaza como parte indivisível do território palestino, destacando a necessidade de a Cisjordânia e Gaza serem unificadas sob a autoridade palestina.

    O histórico do conflito remonta a 1947, com um plano da ONU que previa a divisão da Palestina em dois Estados, proposta que nunca foi implementada. A proclamada independência de Israel em 1948 resultou no deslocamento massivo de palestinos, e as tensões somente aumentaram com a guerra de 1967, quando Israel ocupou a Faixa de Gaza e a Cisjordânia. A situação atual é um reflexo de décadas de disputas e promessas não cumpridas e continua a gerar preocupação internacional acerca das condições dos direitos humanos e das perspectivas de paz na região.

  • Rússia Destaca Crescimento do Comércio com BRICS em Discurso na Cúpula e Critica Dominância do Dólar e Sanções Ocidentais.

    Neste domingo, durante a sessão plenária da cúpula do BRICS, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, destacou um dado significativo: quase metade do comércio externo russo no último ano teve como destino os demais países que compõem o bloco. Lavrov afirmou que a participação dos membros do BRICS no comércio exterior da Rússia cresceu de forma constante, alcançando 48% no final de 2024, com impressionantes 90% das transações realizadas em moedas locais.

    O chanceler russo aproveitou a oportunidade para criticar o modelo tradicional de globalização, que, segundo ele, é dominado por nações ocidentais consideradas “avançadas”. De acordo com Lavrov, essa estrutura está enfrentando profundas transformações, impulsionadas por sanções unilaterais e ilegais, bem como pelo uso do dólar como ferramenta de punição. Essas práticas, segundo o ministro, têm contribuído para a erosão da ordem econômica global, levando a uma busca por alternativas.

    Lavrov defendeu a tese de que a multipolaridade, que se refere à distribuição de poder entre várias nações e blocos de países, não é apenas uma perspectiva futura, mas uma realidade já existente. Ele mencionou que essa nova configuração está se estabelecendo como um contraponto ao antigo modelo neoliberal, que ele descreveu como ultrapassado e ligado a práticas neocoloniais.

    A cúpula do BRICS, que prossegue até a próxima segunda-feira, abordará uma extensa agenda de temas relevantes, incluindo saúde, comércio, investimentos, finanças, mudanças climáticas, gestão de inteligência artificial e a promoção da paz e da segurança. Este encontro é crucial para aprofundar as relações entre essas potências emergentes e explorar formas de cooperação em um mundo em rápida transformação.

    O evento é uma oportunidade para que os países membros discutam estratégias para fortalecer seus laços, especialmente em um momento em que a dinâmica econômica global está em constante evolução. A busca por novas formas de colaboração é um tópico central, refletindo a necessidade de se adaptar a um cenário internacional complexo e desafiador.

  • DIREITOS HUMANOS – Brics se Compromete com Direitos Humanos e Combate à Discriminação em Reunião no Rio de Janeiro

    A recente reunião de cúpula do Brics, que ocorreu no Rio de Janeiro, trouxe à tona questões cruciais no cenário global, destacando-se pelo compromisso coletivo dos líderes presentes em lutar contra todas as formas de discriminação. A declaração final, conhecida como a Carta do Rio de Janeiro, enfatiza a importância da promoção e proteção dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, alicerçada nos princípios da igualdade e respeito mútuo.

    Os 11 países-membros do Brics, que incluem potências emergentes como Brasil, Índia, e China, ressaltaram a necessidade de uma cooperação robusta em áreas socioeconômicas, com particular ênfase na promoção dos direitos de grupos vulneráveis, como mulheres e pessoas com deficiência. Neste sentido, foi destacada a relevância do desenvolvimento da juventude, a criação de empregos, a urbanização, além de questões relacionadas à migração e ao envelhecimento populacional.

    Um dos trechos mais significativos da declaração faz um apelo claro à não seletividade e à não politicagem na promoção dos direitos humanos, reafirmando a importância do diálogo construtivo entre as nações. Os líderes mencionaram a luta contra o racismo, a xenofobia e a intolerância religiosa, enfatizando a necessidade de combater discursos de ódio e desinformação, que têm se tornado preocupações alarmantes no cenário atual.

    O documento também endossa a decisão da União Africana de declarar 2025 como o ano de reparação para africanos e afrodescendentes, reconhecendo os desdobramentos históricos do colonialismo e do tráfico de escravizados. Nesse contexto, a valorização do empoderamento feminino é reiterada, com ênfase na participação plena e significativa das mulheres em todas as esferas da sociedade.

    Além disso, o Brics incentivou o desenvolvimento de políticas que estimulem as economias culturais e criativas, reconhecendo a importância do patrimônio cultural e a necessidade de devolvê-lo a seus locais de origem. Outro ponto abordado foi o impacto da Inteligência Artificial nas relações de trabalho, que, embora traga oportunidades, também apresenta desafios significativos, como o aumento da desigualdade.

    Por fim, os líderes reafirmaram seu compromisso em assuntos climáticos, especialmente à medida que a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas se aproxima. A manutenção da solidariedade e resiliência no enfrentamento das crises climáticas, com foco no Sul Global, foi um dos pilares da discussão.

    O Brics, formado por países que representam quase 40% da economia global e mais de 48% da população do planeta, continua a traçar seu caminho, promovendo um diálogo contínuo em busca de um mundo mais justo e igualitário.

  • Lula Defende Reforma do Multilateralismo e Critica Sistema de Ajuda Internacional na Cúpula do BRICS no Rio de Janeiro

    Na abertura da plenária “Fortalecimento do Multilateralismo, Assuntos Econômico-Financeiros e Inteligência Artificial”, realizada no Rio de Janeiro, Lula, presidente do Brasil, fez críticas contundentes às práticas atuais dos organismos multilaterais. Ele destacou a necessidade de se acabar com o que chamou de “plano Marshall às avessas”, uma alusão à assistência econômica americana à Europa após a Segunda Guerra Mundial, para enfatizar que as instituições como o FMI e o Banco Mundial favorecem as nações mais ricas em detrimento dos países em desenvolvimento.

    Durante a dissertativa, Lula mencionou a Conferência da ONU de Sevilha, onde ficou evidente que a agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável não está recebendo os recursos necessários para erradicar a pobreza e garantir a prosperidade global. O presidente brasileiro lamentou a queda nos fluxos de ajuda internacional e aumento do custo da dívida para os países mais vulneráveis, ressaltando que o modelo neoliberal aprofunda as desigualdades sociais.

    Subindo o tom, ele falou sobre a criação de uma “Convenção Quadro da ONU sobre Cooperação Tributária Internacional”, que poderia ajudar a realinhar as cotas de participação no FMI, num sistema mais justo e transparente. Segundo Lula, a atual configuração das cotas não reflete o peso econômico das nações emergentes, que deveriam ter pelo menos 25% do poder de voto, comparado aos 18% atuais.

    Ele também defendeu reformas urgentes na Organização Mundial do Comércio (OMC) e discutiu propostas para aprimorar as infraestruturas de tecnologia e comunicação entre os países membros do BRICS, como a instalação de cabos submarinos, que aumentariam a segurança e a velocidade na troca de dados.

    Ao adotar a Declaração sobre Governança da Inteligência Artificial, Lula enfatizou que as novas tecnologias devem ser implementadas de maneira justa e inclusiva. O encontro também foi marcado pela admissão da Indonésia como novo membro do bloco, sinalizando a ampliação da influência do BRICS em um mundo em transformação.

    As declarações de Lula sobre o futuro do multilateralismo e a urgência de mudanças nas estruturas de poder econômico global geraram amplo debate sobre os desafios enfrentados por países em desenvolvimento e a necessidade de um sistema mais equitativo e sustentável.

  • ECONOMIA – Brics Propõe Renegociação de Dívidas para Economias de Baixa Renda em Documento Histórico da Cúpula no Rio de Janeiro

    Na recente cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro, líderes dos países integrantes e associados do grupo manifestaram a necessidade de renegociação das dívidas de nações de renda baixa e média. Essa proposta figura na Declaração de Líderes, que foi assinada no último domingo. O clamor por um enfrentamento abrangente do endividamento internacional se torna ainda mais premente em um cenário global marcado por crises econômicas, destacando a vulnerabilidade de países menos favorecidos que vêm enfrentando choques financeiros nos últimos anos.

    A declaração enfatiza os impactos negativos que taxas de juros elevadas e condições de crédito restritivas exercem sobre as economias emergentes, exacerbando suas dificuldades financeiras. O texto ressalta a importância de uma abordagem holística para lidar com a questão da dívida, com o objetivo de apoiar a recuperação econômica e promover um desenvolvimento sustentável, respeitando as leis e os procedimentos internos de cada nação envolvida.

    Nesse contexto, os países do Brics endossaram a implementação do Marco Comum do G20 para Tratamento da Dívida, concebido para facilitar diálogos entre governos, credores privados e bancos multilaterais, como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento. Esse mecanismo é um passo fundamental para enfrentar coletivamente as fragilidades econômicas, promovendo um tratamento ordenado e previsível das dívidas, em conformidade com o princípio da ação conjunta.

    Adicionalmente, a declaração trouxe à tona a proposta de uma iniciativa de Garantias Multilaterais (GMB), com o intuito de estabelecer um sistema que reunisse ativos de diversos países, funcionando como uma rede de proteção contra inadimplências. A implementação da GMB poderia resultar em condições mais favoráveis para empréstimos, refletindo em juros mais baixos para financiamentos externos. Essa iniciativa visa reduzir riscos de investimentos e alavancar a credibilidade das nações do Brics e do Sul Global.

    Outro ponto abordado foi a revisão do Acordo de Reservas Contingentes (ARC), criando novas composições monetárias para oferecer suporte financeiro em momentos críticos. Este mecanismo, que existe desde 2014, tem sido vital para proporcionar assistência a países de média e baixa renda enfrentando problemas no balanço de pagamentos.

    O Brics, composto por 11 países que representam uma parcela significativa da economia e população mundial, continua buscando soluções para desafios globais, enfatizando a cooperação entre suas nações membros. A cúpula também foi um momento para relembrar a importância da integração econômica dentro do bloco, que em 2024 foi responsável por uma grande fatia do comércio exterior brasileiro. A movimentação reafirma a relevância do Brics como um fórum estratégico na ordem econômica global contemporânea.

  • POLÍTICA – Lula aponta reforma da ONU como urgente para evitar instabilidade global e criticou intervenção militar e gasto em armas durante cúpula do Brics no Rio de Janeiro.

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou, durante a abertura da cúpula do Brics, no Rio de Janeiro, que a morosidade na reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) contribui para aumentar a instabilidade e o perigo no cenário mundial. Lula foi o primeiro a discursar na sessão sobre Paz e Segurança, onde expressou sua preocupação com as crises globais, ressaltando que esta é a presidência do Brics em um contexto internacional mais desfavorável.

    Ele enfatizou que, atualmente, o multilateralismo enfrenta um colapso sem precedentes, afirmando que o Brics deve ser considerado como herdeiro do Movimento Não-Alinhado, que historicamente resiste às imposições ocidentais, comandadas pelos Estados Unidos. A falta de autonomia e o ataque ao multilateralismo geram ameaças a conquistas em áreas vitais como comércio, meio ambiente e saúde global.

    Além da crítica à inércia do Conselho de Segurança, o presidente argumentou que as decisões deste órgão se tornaram desprovidas de credibilidade e estão, muitas vezes, à margem de conflitos já em curso. Ele citou a necessidade de reforma para incluir mais países com assento permanente, uma demanda que o Brasil tem levado adiante há anos. Lula apontou que, em muitos casos, o Conselho não é sequer consultado antes de ações militares serem tomadas, o que não apenas enfraquece sua autoridade, mas também compromete sua relevância.

    O presidente abordou, ainda, o aumento dos gastos militares, que, segundo ele, priorizam a corrida armamentista em detrimento de investimentos em desenvolvimento e assistência humanitária. Ele denunciou as intervenções de potências no Oriente Médio e no norte da África, o que, a seu ver, reforça a necessidade de um diplomacia mais eficaz e respeito ao direito internacional. Em relação às tensões no Irã, Lula reafirmou a posição de não respaldo a ofensivas militares, enquanto condenou tanto o terrorismo do Hamas quanto as ações de Israel em Gaza.

    Por fim, Lula convocou o Brics a desempenhar um papel ativo na reestruturação da governança global, afirmando que é urgente tornar o Conselho de Segurança mais legítimo e inclusivo. Ele defende que isso não apenas representa uma questão de equidade, mas é crucial para a sobrevivência da ONU em uma era cada vez mais multipolar. Para o presidente, adiar essa reforma só serve para perpetuar a instabilidade e o risco global.

  • INTERNACIONAL – Brics Propõe Responsabilidade Climática aos Países Desenvolvidos e Reforça Compromisso com Acordo de Paris em Nova Declaração sobre Mudanças Climáticas.

    Na tarde do último domingo, os líderes dos países que compõem o Brics apresentaram uma declaração significativa, abordando 21 tópicos dedicados às mudanças climáticas. De acordo com o documento, os 11 países que integram esse grupo internacional concordam que o financiamento climático deve ser primariamente responsabilidade das nações mais desenvolvidas. A declaração enfatiza a importância de prover aos países em desenvolvimento recursos financeiros acessíveis e sustentáveis, destacando a urgência dessa ação para garantir transições justas que combinem esforços para combater as mudanças climáticas com o desenvolvimento sustentável.

    Os líderes, em mensagem oficial conhecida como Declaração do Rio, destacam que a mobilização de recursos financeiros deve ser alinhada com as diretrizes estabelecidas pela Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) e pelo Acordo de Paris. Nesse contexto, a declaração apela para que todos os países honrem os compromissos assumidos e intensifiquem suas ações para enfrentar os desafios climáticos.

    Além da necessidade de um sistema financeiro global mais justo, o documento ressalta a urgência de reformar a governança do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF), pleading for uma representação mais equilibrada dos países em desenvolvimento. Em relação à preservação florestal, os líderes do Brics incentivam doadores a contribuírem com valores ambiciosos para o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), que será lançado durante a COP30.

    A transição energética é outro ponto focal da declaração. Embora integrantes como Brasil, Rússia, China, Arábia Saudita, Irã e Emirados Árabes sejam grandes produtores de petróleo, o Brics reafirma seu compromisso com uma transição energética justa e inclusiva, respeitando as especificidades de cada nação. O acesso universal a fontes de energia confiáveis, sustentáveis e a preços acessíveis é considerado crucial, com ênfase em combustíveis de aviação sustentáveis e de baixo carbono.

    A declaração também aborda preocupações específicas, como desertificação, degradação do solo, seca e poluição plástica, evidenciando a necessidade de ações concretas. Além disso, os líderes do Brics introduzem iniciativas, como os Princípios do Brics para Contabilidade de Carbono Justa, e expressam oposição a práticas protecionistas que, sob a justificativa de preocupações ambientais, possam prejudicar o comércio internacional.

    Por fim, o grupo destaca a importância da cooperação na exploração espacial com fins pacíficos, sugerindo que agências espaciais possam contribuir para apoiar os esforços da COP30. A cúpula do Brics no Rio de Janeiro afirmou que a declaração constitui um importante ponto de partida para a arrecadação de recursos destinados ao combate às mudanças climáticas, prometendo um futuro mais forte e justo para todos os países envolvidos.

  • Rio de Janeiro Registra Crescimento de 54,6% no Turismo de Países do BRICS nos Primeiros Cinco Meses de 2025

    Entre janeiro e maio de 2025, o Rio de Janeiro registrou um notável aumento de 54,6% no fluxo de turistas provenientes dos países membros do BRICS. Esse crescimento representa um salto significativo em comparação ao mesmo período de 2024, quando 7.734 visitantes visitaram a cidade. Nos primeiros cinco meses de 2025, esse número cresceu para 11.954 turistas, conforme dados recentemente divulgados pelo Observatório do Turismo da Secretaria Municipal de Turismo (SMTUR-RIO).

    Esse impacto se destaca ainda mais ao considerar que o turismo internacional, de maneira geral, cresceu 49,7% no mesmo intervalo. Especialmente notável foi a participação da China, que se consolidou como o maior emissor de turistas para o Rio, com um aumento de 44,1%, somando quase 5 mil visitantes. O país asiático já ocupa desde 2024 a 18ª posição na lista dos principais mercados emissores para a cidade, com um total de 9.639 turistas.

    A análise do Observatório abrange também outras nações do BRICS, como Rússia, Índia, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. Juntas, essas nações representam 1,4% do total do fluxo turístico internacional do Rio, com 20.010 visitantes em um total de 1.466.515 turistas estrangeiros que a cidade recebeu ao longo de 2024.

    Além da China, outros países do BRICS se destacaram pelo aumento significativo no número de turistas que viajavam para o Rio de Janeiro. A Arábia Saudita, por exemplo, viu um extraordinário aumento de 220,5%. Outros países, como a Rússia e os Emirados Árabes, também demonstraram crescimento expressivo, com aumentos de 163,4% e 125,6%, respectivamente. A Indonésia completou a lista com um incremento notável de 60,1%.

    Esses dados refletem não apenas a retomada do turismo no Brasil, como também a crescente importância dos laços entre o Rio de Janeiro e os países do BRICS. Com eventos globais como a Cúpula do BRICS ocorrendo na cidade, é evidente que o Rio se posiciona como um destino estratégico para o turismo internacional, especialmente entre as economias emergentes que compõem essa aliança. A apresentação de números tão expressivos aponta para um futuro promissor no setor turístico da capital fluminense.

  • INTERNACIONAL – Putin Em Apresentação Virtual Enaltece Brics e Desafia Domínio Unipolar dos EUA em Importante Reunião no Rio de Janeiro

    Na 17ª Reunião de Cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, enviou uma mensagem em vídeo destacando a relevância crescente do bloco de países emergentes no cenário global. Para Putin, o Brics se tornou uma organização crucial, com vasto potencial político, econômico e tecnológico. Ele ressaltou que a autoridade do grupo está em ascensão e que sua influência no âmbito internacional é cada vez mais significativa.

    O presidente russo também fez críticas ao que chamou de “mundo unipolar”, dominado pelos Estados Unidos, sugere que este modelo está se tornando obsoleto. Segundo ele, um mundo multipolar mais justo está se configurando, com a centralidade econômica se deslocando para mercados em desenvolvimento, apoiando o crescimento no interior do Brics. Este crescimento parece refletir uma mudança na dinâmica global, em que a cooperação entre os países do bloco se torna mais vital.

    Nos últimos dois anos, o Brics ampliou sua composição, passando de cinco para 11 membros permanentes, e incluindo dez novos parceiros. Putin agradeceu ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva pelo “trabalho ativo” na presidência do grupo e pela implementação de iniciativas discutidas anteriormente. O líder russo enfatizou a importância da cooperação entre os membros, citando a inclusão de países relevantes de diferentes regiões, como Eurásia, África, Oriente Médio e América Latina, afirmando que possuem um potencial humano e econômico considerável.

    No entanto, a ausência de Putin no evento tem um contexto mais sério: um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional, relacionado a crimes de guerra na Ucrânia, levanta preocupações sobre sua segurança ao viajar ao Brasil.

    Durante a cúpula, Putin defendeu a necessidade de avançar na desdolarização do comércio entre os países do Brics, sugerindo o uso crescente de moedas locais nas transações financeiras. Ele argumentou que isso tornará as transações mais eficientes e seguras. A proposta de um sistema independente de liquidação e depósito foi um ponto central em sua fala, reforçando a intenção de reduzir a dependência do dólar.

    Analistas veem o Brics como uma tentativa de equilibrar o poder global em face das potências ocidentais, especialmente à luz da crescente influência da Rússia. Especialistas em Relações Internacionais alertam que, embora o bloco tenha a capacidade de influenciar a economia global, as instituições políticas internacionais, como o FMI e a ONU, ainda são dominadas por poucos países, refletindo uma desigualdade que persiste.

    Atualmente, o Brics é composto por 11 países membros permanentes e diversos parceiros, abrangendo 39% da economia mundial e 48,5% da população global. O bloco emerge como uma força crescente em um mundo em transformação, buscando reequilibrar a arquitetura de poder internacional.

  • Financiamento Climático é Prioridade no BRICS, Afirma Marina Silva Durante Cúpula no Rio de Janeiro. Ação Visa Proteger Florestas Tropicais e Vidas.

    Na abertura da 17ª Cúpula do BRICS, realizada no Rio de Janeiro, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou a necessidade urgente de priorizar o financiamento de iniciativas ambientais na agenda do grupo. Segundo Silva, garantir recursos financeiros sustentáveis para apoiar projetos voltados à preservação ambiental é crucial para enfrentar as crescentes ameaças climáticas.

    A ministra ressaltou que o Brasil está liderando esforços com a proposta do programa “Fundo Floresta Tropical para Sempre”, que visa mobilizar mais de US$ 150 bilhões, aproximadamente R$ 812 bilhões. Este fundo pretende remunerar países que abrigam florestas tropicais, reconhecendo a importância desses ecossistemas na luta contra a mudança climática.

    Durante a cúpula, Silva enfatizou que o acesso a tecnologia é igualmente vital para permitir que os países em desenvolvimento realizem suas transições sustentáveis e reduzam suas emissões de gases de efeito estufa. Ela destacou um aspecto crítico: a maioria dos países em desenvolvimento concorda que, para enfrentar a mudança climática de maneira eficaz, é fundamental direcionar recursos públicos que possam catalisar investimentos privados.

    Além das discussões sobre financiamento, a ministra apontou que a transferência de tecnologia deve ser uma prioridade, fazendo parte das três declarações principais em que o Brasil está engajado. A ministra também não deixou de mencionar os desafios geopolíticos atuais e os impactos alarmantes da mudança climática, citando que mais de 500 mil vidas são perdidas anualmente devido a ondas de calor.

    Ainda, lembrando eventos climáticos recentemente devastadores, como as enchentes nos Estados Unidos, Silva alertou que a gravidade da mudança climática exige a atenção imediata de todos os países, não apenas no que se refere ao financiamento, mas também em termos de cooperação internacional e comprometimento com os acordos globais, como a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e o Acordo de Paris.

    O encontro do BRICS servirá para reforçar a necessidade de um esforço conjunto para lidar com essas questões, buscando soluções que não só protejam o meio ambiente, mas também assegurem um futuro sustentável para as próximas gerações.