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  • SENADO FEDERAL – Renan Calheiros Afirma que Tarifas de Trump São Tentativa de Interferência e Defende Resposta Brasileira Firme e Proporcional ao “Terrorismo Tarifário”

    Na última segunda-feira, o senador Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, expressou sua preocupação em relação à recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impôs tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros. Durante seu discurso no Plenário, Calheiros considerou essa medida uma tentativa clara de interferência nas instituições brasileiras, apontando especificamente para a carta enviada por Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O senador acredita que a intenção do mandatário norte-americano é pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) e influenciar o julgamento referente ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

    Renan Calheiros defendeu a adoção da Lei da Reciprocidade, que foi aprovada pelo Congresso, como uma estratégia de resposta a essa pressão externa e ao que ele chamou de “terrorismo tarifário” oriundo do governo dos EUA. O senador enfatizou que, embora o Brasil deva sempre buscar o diálogo, é crucial proteger a soberania nacional e agir com firmeza nas relações internacionais.

    Calheiros declarou: “A carta de Trump a Lula, com seus afrontamentos ao Supremo Tribunal Federal e à chamada ‘caça às bruxas’, busca subjugar a Suprema Corte e alterar os rumos do processo penal em curso.” Ele reiterou que a diplomacia brasileira, amplamente reconhecida por sua habilidade em evitar contenciosos, deve prevalecer, embora uma resposta proporcional desempenhe um papel essencial caso o diálogo não se mostre viável.

    Além disso, o senador destacou que a imposição de tarifas reflete o desconforto dos Estados Unidos com o fortalecimento do agrupamento conhecido como Brics. Este bloco, que agrupa países com cerca de 40% da população mundial, tem se destacado na economia global, promovendo discussões sobre uma moeda única para facilitar o comércio entre suas nações-membro. Para Calheiros, a preocupação dos EUA reside no possível enfraquecimento do dólar e na perda de influência global, uma situação que ele considera natural e legítima, visto que os países do Brics buscam aprimorar suas relações comerciais.

    Portanto, o posicionamento de Renan Calheiros evidencia um momento delicado nas relações entre Brasil e Estados Unidos, enfatizando a necessidade de uma resposta estratégica e a importância da soberania nacional em um cenário econômico global em transformação.

  • Crescimento de Think Tanks Impulsiona Desenvolvimento do BRICS com Foco em Inovação e Soberania Digital

    Nos últimos anos, a expansão e consolidação do BRICS têm gerado um impacto significativo em várias esferas, especialmente no desenvolvimento de think tanks e instituições de pesquisa que se dedicam a estudar e promover as dinâmicas do grupo. De acordo com Camila Modanez, diretora de projetos do iBRICS+, essa crescente transformação se reflete no crescente interesse por parte de grupos de pesquisa acerca do BRICS, que se torna um elemento vital para o intercâmbio cultural e científico entre seus membros.

    Modanez defende que o Brasil, fortemente influenciado pela cultura norte-americana e europeia, deve buscar diversificar seus referenciais e fortalecer laços com outros parceiros do grupo. O iBRICS+, sob sua liderança, não apenas promove eventos para apresentar estudos e conectar pessoas, mas também tem um papel ativo em iniciativas concretas. Um dos projetos em andamento, por exemplo, envolve a parceria com o governo do Maranhão para intercâmbio de estudantes e desenvolvimento de habilidades técnicas com instituições russas.

    Entretanto, o desenvolvimento de um ecossistema de cooperação formal entre think tanks e universidades ainda apresenta desafios. Embora iniciativas individuais já estejam em andamento, a criação de uma plataforma digital que conecte os diversos projetos ainda é um pré-requisito para uma colaboração efetiva. O financiamento dessas iniciativas é um dos principais obstáculos enfrentados.

    Isabela Rocha, pesquisadora da Universidade de Brasília e presidente do Fórum para Tecnologia Estratégica do BRICS+, acrescenta que a institucionalização do BRICS é crucial para formalizar a atuação desses think tanks. A especialista ressalta a necessidade de acordos e regulamentações que garantam respaldo internacional para as iniciativas que emergem desse ecossistema.

    A proposta de criar métodos alternativos de pagamento, assim como uma criptomoeda própria para o BRICS, reflete a urgência de desenvolver um sistema financeiro que não dependa do SWIFT. Além disso, Rocha enfatiza a importância da soberania digital, ressaltando a necessidade de data centers locais que promovam segurança e proteção dos dados nacionais.

    Nesse contexto, a promoção da soberania tecnológica se destaca como um objetivo central das ações dessas entidades. O desenvolvimento de infraestrutura crítica, como a construção de data centers em solo nacional, é um passo necessário para garantir a segurança digital e afastar a dependência de tecnologias estrangeiras. Este caminho, embora repleto de desafios, é considerado imprescindível para que o BRICS possa desempenhar um papel significativo na nova ordem mundial multipolar.

  • POLÍTICA – Lula defende a autonomia do Brics e critica tarifas de Trump, buscando alternativas comerciais sem dólar em meio a tensões com os EUA.

    Na noite da última quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou a importância do Brics, um bloco que congrega grandes nações do Sul Global, destacando que o grupo continuará a buscar formas mais autônomas para fomentar as relações comerciais entre seus membros. As declarações de Lula vêm em um cenário de tensões crescentes com os Estados Unidos, após o presidente Donald Trump ter anunciado uma tarifa comercial de 50% sobre produtos brasileiros, o que acirrou os ânimos na arena internacional.

    Lula sublinhou a relevância do Brics, que representa quase metade da população mundial e cerca de 30% do PIB global. O presidente ressaltou que dez dos países que fazem parte do bloco integram também o G20, um fórum onde a presença dos Estados Unidos, representados por Trump, é inegável. Em sua fala, o presidente brasileiro defendeu a busca por maior autonomia nas políticas comerciais, afirmando que é necessário deixar de lado a subordinação histórica ao norte global. Ele mencionou a possibilidade de implementar uma moeda própria ou apelar para as moedas nacionais nas trocas comerciais, sem a necessidade do dólar, enfatizando a necessidade de independência econômica.

    Em uma segunda entrevista, Lula criticou a postura de Trump, sugerindo que as divergências deveriam ser tratadas em encontros de alto nível, como no G20, e não por meio de medidas unilaterais que ferem a soberania de outros países. Para ele, a comunicação direta e respeitosa é o caminho mais apropriado entre líderes mundiais. O presidente classifica a abordagem de Trump como desrespeitosa e reafirmou que não irá tolerar esse tipo de comportamento nas relações internacionais.

    Além de discutir as questões comerciais com o Brics e as tensões com os EUA, Lula também abordou assuntos relacionados à economia interna. Durante uma conversa com a mídia, ele anunciou a intenção de manter a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida tem a intenção de controlar as finanças públicas e se alinha a um período em que o governo poderá enfrentar cortes significativos em despesas. Ele alertou que, caso haja necessidade de redução de gastos, as emendas parlamentares também poderão ser afetadas por essa decisão.

    Lula reafirmou que, apesar dos desafios, a responsabilidade sobre as decisões fiscais é do Executivo, enquanto encorajou os parlamentares a apresentarem propostas se acreditarem que houve erro nas decisões tomadas. O presidente, que se mostrou firme em sua determinação, espera que as discussões em torno do IOF possam ser resolvidas pacificamente, porém deixou claro que qualquer ação será mantida dentro da legalidade e dos procedimentos adequados. As próximas semanas prometem ser decisivas tanto para a política econômica interna quanto para as relações externas do Brasil.

  • Lula Sugere Preocupação de Trump com Decisões do BRICS Após Cúpula no Rio de Janeiro e Anúncio de Tarifas Sobre Importações Brasileiras.

    Em uma entrevista conduzida pela jornalista Christina Lemos na TV Record nesta quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou sobre a recente imposição de tarifas pelo governo norte-americano, destacando que essa medida poderia ser uma resposta às discussões realizadas durante a última Cúpula do BRICS, que ocorreu no Rio de Janeiro. Lula fez suas afirmações em um momento de particular relevância, quando as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos estão em foco.

    Na quarta-feira, 9 de outubro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma tarifa de 50% sobre a importação de produtos brasileiros, um movimento que, segundo analistas, pode estar relacionado com a crescente unidade e objetivos comuns discutidos pelo BRICS, que inclui países como Brasil, Índia, Rússia, China e África do Sul. Lula destacou a peculiaridade da situação ao mencionar que Trump não participou da reunião do G7, na qual três países do BRICS (Brasil, Índia e África do Sul) estavam presentes, além de representantes do México e da Coreia do Sul.

    O presidente brasileiro sublinhou o significado dessa presença e a crescente influência do BRICS no cenário internacional. “Talvez o Trump tenha ficado preocupado com a reunião do BRICS”, afirmou Lula, enfatizando que a organização representa uma voz unificada de mercados emergentes e que, cada vez mais, desafia a ordem estabelecida por potências ocidentais. Ele ainda brincou que, em um futuro próximo, poderia enviar um convite a Trump para que ele participasse de uma reunião do grupo, sublinhando o tom descontraído, mas assertivo de suas declarações.

    A fala do presidente brasileiro reflete uma estratégia mais ampla de aproximação entre os países membros do BRICS, em um momento em que a dinâmica comercial global parece estar passando por transformações significativas. A resposta imediata de Trump com a nova tarifa sugere um clima de tensão nas relações comerciais e políticos que pode ter repercussões no comércio internacional, principalmente para países que buscam fortalecer suas economias na era da globalização.

    Dessa forma, a declaração de Lula não apenas lança luz sobre as preocupações de Trump, mas também reafirma a determinação do BRICS em consolidar sua relevância no cenário global, diante de um panorama comercial em constante evolução.

  • BRICS reafirma soberania do Brasil e aliados em cúpula no Rio de Janeiro, desafiando pressões externas dos EUA e promovendo uma agenda de desenvolvimento global.

    Cúpula do BRICS: Reafirmação de Soberania e a Contextualização Global

    A 17ª Cúpula do BRICS, realizada no Rio de Janeiro, foi marcada por uma significativa participação de líderes das nações que compõem o grupo, além de convidados. Com a participação de novos membros, 126 pontos foram acordados na declaração final, evidenciando a importância do multilateralismo em tempos de crescente polarização geopolítica.

    Os dirigentes, incluindo o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o chanceler russo Sergei Lavrov, destacaram a necessidade de reformar instituições internacionais. Esse apelo não é uma novidade, visto que a questão da governança global já foi abordada em encontros anteriores, desde a primeira cúpula, em 2009. Especialistas, como o professor Gabriel Rached, ressaltam que essa busca por reformas é um dos alicerces do BRICS, reunindo países que compartilham visões comuns sobre a dinâmica internacional.

    O papel do Brasil, sob a presidência de Lula, foi central para conduzir discussões em torno de temas cruciais como saúde global, tecnologia, inteligência artificial e mudanças climáticas. A estratégia foi criar uma plataforma que favorecesse a interação entre nações do Sul Global, buscando uma abordagem mais inclusiva e sustentável. A pesquisadora Rafaela Mello Rodrigues de Sá menciona que o objetivo foi entender os interesses convergentes entre os países participantes, facilitando a construção de consensos nas várias pautas discutidas.

    Embora a cúpula tenha ocorrido na ausência dos presidentes da China e da Rússia, Xi Jinping e Vladimir Putin, analistas consideram que os objetivos inicialmente propostos foram alcançados. Rodrigues de Sá destaca que a presidência brasileira no BRICS é parte de um esforço mais amplo de reinserção do país nas discussões internacionais, pautando temas que visam o desenvolvimento inclusivo e um maior compromisso com o combate às mudanças climáticas.

    Em contraste com o espírito da cúpula, as tensões internacionais foram exacerbadas pelas declarações do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que ameaçou taxar países que se alinharem com políticas do BRICS. Lula respondeu criticamente, enfatizando que o mundo mudou, e que aspirações soberanas não devem ser ameaçadas por potências externas.

    Este ambiente acirrado sugere que o sistema internacional atual, moldado pós-Segunda Guerra Mundial, está se mostrando cada vez menos eficaz. Após a pandemia, instituições tradicionais perderam credibilidade, resultando em um cenário onde a busca por novas alianças e fórmulas de governança é não apenas bem-vinda, mas necessária. O crescente interesse de cerca de 40 países em se integrar ao BRICS ilustra essa tendência, refletindo a busca por uma ordem mundial que ofereça maior representatividade e eficácia em tempos de incerteza.

    Ao fim, a cúpula do BRICS reafirma a soberania dos países-membros, colocando em destaque a necessidade de descartar ingerências externas e propondo um caminho para um futuro mais cooperativo e justo nas relações internacionais.

  • INTERNACIONAL – BRICS Lança Parceria para Fortalecer Produção de Medicamentos e Vacinas no Sul Global durante Cúpula no Rio de Janeiro.

    Na última segunda-feira (7), durante a 17ª cúpula do Brics no Rio de Janeiro, foi anunciada uma iniciativa significativa chamada Parceria para a Eliminação das Doenças Socialmente Determinadas. Esta parceria visa expandir a capacidade de produção de medicamentos e vacinas no Sul Global, abordando uma questão crítica de saúde pública. Alexandre Padilha, ministro da Saúde do Brasil, destacou que essa colaboração entre os países membros é um passo importante para garantir a soberania e a segurança sanitária, especialmente no contexto atual em que muitos países enfrentam incertezas no setor.

    Padilha mencionou parcerias já estabelecidas com nações como China e Índia, enfatizando a produção de insulina humana e a criação de medicamentos para o tratamento da tuberculose como exemplos do que pode ser alcançado. Ele ressaltou que o Brasil, após um período em que a produção de insulina havia sido descontinuada, voltou a fabricar o produto. Essa revitalização não apenas assegura que o país tenha acesso a medicamentos vitais, mas também diminui a dependência externa em relação a insumos de saúde.

    Além dos aspectos produtivos, essa parceria representa um importante posicionamento político do Brics diante de recentes posturas de países como os Estados Unidos, que têm demonstrado ceticismo em relação a organizações internacionais de saúde. “Atualmente, assistimos a líderes criticando a Organização Mundial de Saúde e reduzindo seu financiamento, além de desincentivarem a vacinação e se retirarem de coalizões globais de produtores de vacinas”, afirmou Padilha, enfatizando que, por outro lado, os países do Brics estão reafirmando a importância da saúde e da vida.

    Em um desdobramento promissor, o Brasil apresentou um projeto ao Novo Banco de Desenvolvimento, conhecido como NDB, solicitando um investimento de R$ 1,5 bilhão para a criação de um instituto tecnológico de medicina inteligente, em parceria com a China. A iniciativa propõe a construção de um hospital equipado com tecnologias avançadas, que será um modelo a ser replicado em unidades de terapia intensiva em todo o país. Essa abordagem inovadora poderá ser um divisor de águas para a saúde pública brasileira, apostando na integração de tecnologia e medicina para melhorar os serviços de saúde.

  • POLÍTICA – Rio de Janeiro Oficializa Pedido para Se Tornar Sede Permanente do Brics com Proposta de Edifício do Jockey Club Brasileiro

    Na última segunda-feira, 7 de agosto, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, formalizou um pedido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que a cidade se torne a sede permanente do Brics, um bloco que reúne importantes economias emergentes e que ainda não possui uma sede oficialmente definida desde sua criação em 2009. A entrega da carta de intenção destaca o compromisso do município em se tornar um hub diplomático para as nações integrantes do grupo.

    A proposta da prefeitura carioca inclui o uso do icônico edifício do Jockey Club Brasileiro, localizado na região central da cidade. Este espaço, notável por seu projeto assinado pelo arquiteto Lúcio Costa, abrange mais de 83 mil metros quadrados, oferecendo infraestrutura adequada para receber eventos e reuniões anuais de alto nível.

    Ao anunciar a iniciativa, Eduardo Paes ressaltou os potenciais benefícios que a escolha do Rio como sede do Brics poderia trazer, não apenas para a cidade, mas também para o Brasil como um todo. Entre os principais pontos levantados estão o aumento da visibilidade internacional, o fortalecimento da imagem global do Rio, geração de novos empregos e a atração de investimentos estrangeiros. Assim, o prefeito assegurou que a cidade está pronta para receber representantes dos países-membros e garantir um ambiente propício para diálogos produtivos e contínuos.

    A administração municipal também enfatiza a importância do Brics na promoção de uma governança global mais equitativa, reforçando a necessidade de um multilateralismo eficaz. Segundo a nota divulgada pela prefeitura, essa iniciativa visa facilitar o diálogo entre os países-membros do bloco e transformar teorias em ações concretas em diversas áreas.

    Recentemente, o Brics foi tema de destaque em uma cúpula que reuniu representantes de 36 nações, atraindo cerca de 4 mil participantes. Este grupo, formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã, representa cerca de 46% da população global e responde por 37% do PIB mundial, evidenciando seu papel crucial na economia internacional e na construção de um novo cenário de poder global.

  • Rio de Janeiro propõe prédio icônico como sede oficial do BRICS durante Cúpula no Museu de Arte Moderna. Uma nova era para a diplomacia emergente.

    No contexto das relações internacionais e do fortalecimento de blocos econômicos emergentes, a cidade do Rio de Janeiro se posiciona como uma candidata significativa para se tornar a sede oficial do BRICS, um grupo que, desde sua fundação em 2009, agrega economias que representam uma parte substancial da população e do PIB global. Durante a 17ª Cúpula do BRICS, realizada nos dias 6 e 7 de julho, no Museu de Arte Moderna do Rio, o prefeito Eduardo Paes formalizou este desejo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entregando uma carta de intenção.

    O local proposto pelo governo carioca para abrigar a sede do BRICS é o emblemático edifício do Jockey Club Brasileiro, situado na Avenida Almirante Barroso, número 139, no Centro da cidade. Essa estrutura, com 12 andares e uma área total de 83,5 mil metros quadrados, foi projetada pelo renomado arquiteto Lúcio Costa, conhecido por seu papel no planejamento urbano brasileiro. A prefeitura descreveu o Jockey Club como um espaço “icônico”, capaz de servir como um hub para discussões e decisões de relevância global.

    Em sua carta, Paes destacou o compromisso do Rio de Janeiro com os esforços multilaterais e a importância do BRICS como um fórum influente para o século XXI. Ele afirmou que a cidade está pronta para receber representantes dos países membros e oferece a infraestrutura necessária para que o grupo avance em suas discussões de forma contínua.

    Esse desejo do Rio de Janeiro se alinha com o perfil do BRICS, que agora conta com 11 países membros, entre eles Brasil, China, Índia, e Rússia, e representa cerca de 46% da população mundial e 37% do PIB global. A criação de uma sede oficial poderia fortalecer ainda mais a posição do grupo no cenário internacional e facilitar a realização de suas metas e projetos.

    Com mais de 4 mil participantes de 36 países presentes na cúpula, o Brasil reafirma sua posição estratégica neste bloco e sua intenção de ser um líder nas discussões sobre desenvolvimento sustentável e cooperação internacional. O futuro do BRICS e suas soluções dependerão não só de tais reuniões, mas também da estrutura formal que o apoiará em suas operações.

  • INTERNACIONAL – Lula Defende Brics como Alternativa ao Multilateralismo Tradicional em Cúpula no Rio: “Não Nasceu para Afrontar Ninguém” e Critica Austeridade do FMI

    Na última segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez declarações significativas a respeito do Brics, grupo formado por países emergentes, logo após a 17ª Cúpula de Líderes, realizada no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro. Durante sua coletiva de imprensa, Lula destacou que o Brics não nasceu com a intenção de desafiar nenhum país, mas sim como uma alternativa política que prioriza a solidariedade entre nações.

    “O Brics é um novo modelo, que visa a colaboração, e não um confronto”, afirmou Lula, enfatizando a necessidade de mudar a maneira como a política global é conduzida. O presidente também criticou o atual sistema de governança internacional, notadamente o Fundo Monetário Internacional (FMI), que, segundo ele, tem imposto políticas de austeridade ineptas que levam países em desenvolvimento à falência.

    Lula sustentou que o modelo de empréstimos do FMI, frequentemente atrelado a exigências rigorosas, tem exacerbado as dificuldades financeiras dos países mais pobres, tornando suas dívidas cada vez mais impagáveis. Ele também questionou a estrutura do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que permite que apenas cinco dos 15 membros tenham assento permanente e poder de veto, o que, segundo ele, é inadmissível em um mundo em mudança.

    O presidente evocou o aumento de conflitos desde a Segunda Guerra Mundial, mencionando eventos como a guerra do Iraque e invasões da Líbia e da Ucrânia. Lula salientou que a percepção de impotência do Conselho de Segurança em evitar guerras mina a credibilidade da ONU na mediação de conflitos.

    Além dessas questões, Lula manifestou apoio à ideia de que Brasil e Índia desempenhem papéis mais significativos no Conselho de Segurança da ONU, como respondido na declaração final da cúpula, que contou com apoio dos líderes da China e da Rússia.

    Lula dedicou parte de sua fala à situação na Faixa de Gaza, condenando a ofensiva israelense e caracterizando os ataques como genocídio, um ponto que já havia abordado anteriormente.

    O Brics, atualmente, é composto por 11 países membros e 10 parceiros, e apresenta-se como um espaço inclusivo, não como um “clube de privilegiados”, conforme ressaltou Lula, defendendo que o grupo está aberto à adesão de novas nações. Em sua análise sobre o comércio, ele abordou a ideia de transações em moedas locais, sugerindo que a dependência do dólar americano precisa ser superada, embora reconheça os desafios históricos desse movimento.

    Por fim, o Brics, que representa 39% da economia global e abrange quase metade da população mundial, continua a se consolidar como uma alternativa viável de cooperação internacional, à medida que busca transformar suas relações econômicas e sociais. A presidência do bloco será assumida pela Índia em 2026, após o período de liderança brasileira.

  • POLÍTICA –

    Lula Rebate Ameaças de Trump e Defende Soberania dos Países do BRICS em Cúpula no Rio

    Durante a recente cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro, a ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 10% sobre países que se alinhassem ao bloco não gerou preocupação entre os líderes presentes. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o assunto não foi sequer mencionado durante as discussões.

    Em uma coletiva de imprensa após o encontro, Lula destacou que a declaração de Trump, feita por meio de suas redes sociais, foi irresponsável. O presidente brasileiro disse que não via razão para comentar a provocação, considerando-a uma forma inadequada de comunicação por parte de um líder de uma potência global como os Estados Unidos. Lula enfatizou que as ameaças não têm lugar no diálogo diplomático e que a situação merece uma resposta mais séria.

    Além disso, Lula reforçou o princípio da soberania dos países, afirmando que, caso os Estados Unidos decidam implementar tarifas, as nações afetadas têm o direito de adotar medidas semelhantes. “Existe a lei da reciprocidade,” destacou, sublinhando a importância do respeito mútuo nas relações internacionais. “Respeito é muito bom. A gente gosta de dar e gosta de receber,” completou, lembrando que cada país deve ter a liberdade de governar a si mesmo sem intromissões externas.

    Em um outro ponto, Lula também se referiu às declarações de Trump sobre o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que o norte-americano defendeu ao afirmar que ele está sofrendo uma perseguição. O presidente brasileiro respondeu com firmeza, afirmando que o Brasil possui suas próprias leis e regras, com a soberania pertencendo ao povo brasileiro. “Deem palpite na sua vida e não na nossa,” foi a frase que resumiu seu descontentamento em relação à interferência estrangeira em questões internas do Brasil.

    A cúpula do Brics, que contou com a participação de 11 países membros e outros 10 parceiros, foi fortemente marcada pela defesa da autonomia nacional e pela reafirmação da união entre as nações do bloco em tempos de desafios globais e tensões diplomáticas.