Tag: Brasil

  • Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara, é eleito novo presidente nacional do PT com 73,48% dos votos em convenção do partido.

    Na última segunda-feira, 7 de julho de 2025, Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara, foi oficialmente eleito presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT). Esta marca sua segunda passagem à frente da sigla, já que ele também havia ocupado o cargo entre 2009 e 2013.

    Durante sua trajetória política, Silva não apenas liderou a cidade de Araraquara, mas também exerceu funções relevantes em nível federal, como a de ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social no governo de Dilma Rousseff. Ele também foi deputado estadual em São Paulo, acumulando uma vasta experiência que fez dele uma figura respeitada dentro do partido.

    A eleição foi expressiva, com Silva conquistando 73,48% dos votos, o que corresponde a 239 mil dos 342.294 eleitores que participaram do processo. O resultado consolidou sua liderança e evidenciou o apoio significativo que recebeu dos filiados do PT. O seu principal oponente na disputa, Rui Falcão, que também já havia presidido a sigla, não obteve o mesmo nível de apoio, refletindo uma clara preferência da base partidária por Silva neste momento.

    Com a nova liderança, Edinho Silva assume o lugar do senador Humberto Costa, que havia exercido a presidência interina desde março, após Gleisi Hoffmann deixar o cargo para assumir a Secretaria de Relações Institucionais, no governo atual de Luiz Inácio Lula da Silva. A troca na presidência do partido ocorre em um momento crucial para o PT, que enfrenta desafios internos e uma cena política de intensa concorrência.

    A reeleição de Silva não apenas fortalece sua posição, mas também aponta para uma busca de renovação e coesão dentro do partido, que se esforça para se reestruturar e se posicionar frente a novas demandas da sociedade. A expectativa é que sua administração impulsione a agenda do PT para o próximo período, aproveitando a experiência acumulada para enfrentar os desafios que se avizinham. O futuro do partido sob sua liderança certamente será monitorado com atenção tanto por apoiadores quanto adversários.

  • BRICS reafirma soberania do Brasil e aliados em cúpula no Rio de Janeiro, desafiando pressões externas dos EUA e promovendo uma agenda de desenvolvimento global.

    Cúpula do BRICS: Reafirmação de Soberania e a Contextualização Global

    A 17ª Cúpula do BRICS, realizada no Rio de Janeiro, foi marcada por uma significativa participação de líderes das nações que compõem o grupo, além de convidados. Com a participação de novos membros, 126 pontos foram acordados na declaração final, evidenciando a importância do multilateralismo em tempos de crescente polarização geopolítica.

    Os dirigentes, incluindo o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o chanceler russo Sergei Lavrov, destacaram a necessidade de reformar instituições internacionais. Esse apelo não é uma novidade, visto que a questão da governança global já foi abordada em encontros anteriores, desde a primeira cúpula, em 2009. Especialistas, como o professor Gabriel Rached, ressaltam que essa busca por reformas é um dos alicerces do BRICS, reunindo países que compartilham visões comuns sobre a dinâmica internacional.

    O papel do Brasil, sob a presidência de Lula, foi central para conduzir discussões em torno de temas cruciais como saúde global, tecnologia, inteligência artificial e mudanças climáticas. A estratégia foi criar uma plataforma que favorecesse a interação entre nações do Sul Global, buscando uma abordagem mais inclusiva e sustentável. A pesquisadora Rafaela Mello Rodrigues de Sá menciona que o objetivo foi entender os interesses convergentes entre os países participantes, facilitando a construção de consensos nas várias pautas discutidas.

    Embora a cúpula tenha ocorrido na ausência dos presidentes da China e da Rússia, Xi Jinping e Vladimir Putin, analistas consideram que os objetivos inicialmente propostos foram alcançados. Rodrigues de Sá destaca que a presidência brasileira no BRICS é parte de um esforço mais amplo de reinserção do país nas discussões internacionais, pautando temas que visam o desenvolvimento inclusivo e um maior compromisso com o combate às mudanças climáticas.

    Em contraste com o espírito da cúpula, as tensões internacionais foram exacerbadas pelas declarações do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que ameaçou taxar países que se alinharem com políticas do BRICS. Lula respondeu criticamente, enfatizando que o mundo mudou, e que aspirações soberanas não devem ser ameaçadas por potências externas.

    Este ambiente acirrado sugere que o sistema internacional atual, moldado pós-Segunda Guerra Mundial, está se mostrando cada vez menos eficaz. Após a pandemia, instituições tradicionais perderam credibilidade, resultando em um cenário onde a busca por novas alianças e fórmulas de governança é não apenas bem-vinda, mas necessária. O crescente interesse de cerca de 40 países em se integrar ao BRICS ilustra essa tendência, refletindo a busca por uma ordem mundial que ofereça maior representatividade e eficácia em tempos de incerteza.

    Ao fim, a cúpula do BRICS reafirma a soberania dos países-membros, colocando em destaque a necessidade de descartar ingerências externas e propondo um caminho para um futuro mais cooperativo e justo nas relações internacionais.

  • ECONOMIA – Fórum Brasil-Índia discute parcerias comerciais e identifica 385 oportunidades de produtos em evento paralelo à cúpula do Brics no Rio de Janeiro.

    No dia 7 de agosto, o Museu do Amanhã no Rio de Janeiro foi palco do Fórum Econômico Brasil-Índia, um evento que visou fortalecer as relações comerciais entre os dois países. Este encontro reuniu empresários, diplomatas e representantes do governo em um momento estrategicamente relevante, coincidente com a Reunião de Cúpula do Brics e a visita do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.

    Embora fosse esperada a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sua participação foi cancelada devido a compromissos em Brasília, onde ele se reunirá com Modi no dia seguinte. A agenda do fórum traçou um cenário promissor, identificando 385 oportunidades para produtos brasileiros em setores variados, como combustíveis minerais, máquinas e equipamentos de transporte, artigos manufaturados, produtos químicos e óleos animais e vegetais.

    O evento foi promovido por diversas instituições, incluindo a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), além de parcerias com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e câmaras de comércio de ambos os países. O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, destacou que a relação entre Brasil e Índia é baseada na amizade e na ausência de conflitos, citando um potencial de crescimento do comércio bilateral, que atualmente gira em torno de R$ 12 bilhões.

    Ricardo Alban, presidente da CNI, enfatizou a complementaridade das economias dos dois países, mencionando a colaboração no setor de biocombustíveis e sua importância para o fornecimento de combustível sustentável de aviação. Durante o evento, foi anunciado o lançamento do Conselho Empresarial Brasil-Índia, com o objetivo de fomentar diálogos e propostas que melhorem o ambiente de negócios.

    Márcio Elias Rosa, do MDIC, apontou a necessidade de um modelo de desenvolvimento que priorize sustentabilidade e inclusão social. Ele indicou que ambos os países podem se beneficiar mutuamente através de segmentos como equipamentos, fertilizantes e economia digital.

    Laudemar Aguiar, do Ministério das Relações Exteriores, frisou a importância de construir uma agenda bilateral forte que reflita o papel político de Brasil e Índia no cenário global e o compromisso com o multilateralismo. A Índia se posiciona como a quinta maior economia mundial, mas atualmente é apenas o 13º destino das exportações brasileiras. Entre os principais produtos transacionados estão açúcar e compostos farmacêuticos.

    As relações comerciais entre os dois países apresentam um grande potencial inexplorado e iniciativas como o fórum são essenciais para se alcançar uma maior integração e desenvolvimento econômico mútuo.

  • Câmara aprova projeto que torna obrigatório o ar-condicionado em salas de aula de escolas públicas para melhorar aprendizado e conforto dos alunos.

    A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados deu um passo importante na melhoria das condições de aprendizado nas escolas públicas brasileiras ao aprovar um projeto de lei que torna obrigatória a instalação de ar-condicionado em salas de aula em todo o país. Essa medida busca garantir ambientes mais confortáveis para os alunos, levando em consideração as variações climáticas que afetam diferentes regiões do Brasil. O projeto em questão é um substitutivo da proposta original apresentada pelo deputado Allan Garcês (PP-MA) e foi desenvolvido sob a relatoria do deputado Professor Alcides (PL-GO).

    Estudos citados durante as discussões na comissão revelam que o desconforto térmico pode impactar a capacidade de aprendizagem dos estudantes em até 7%. Essa informação fundamenta a urgência da proposta, que visa não apenas aumentar o conforto nas salas de aula, mas também melhorar o desempenho escolar dos alunos. Com a aprovação do texto, a União ficará responsável por oferecer suporte técnico a Estados e Municípios. Esse apoio será disponibilizado por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que deverá viabilizar os projetos e especificações necessárias para a implementação do ar-condicionado.

    Outro ponto relevante da proposta é o financiamento da aquisição e instalação dos aparelhos, que será realizado pelo governo federal por meio de recursos oriundos do Fundo Social do Pré-Sal. Esse investimento está programado para ocorrer ao longo de dez anos, iniciando um ano após a publicação da lei. Essa forma de financiamento visa garantir que cada escola conte com infraestrutura adequada para proporcionar um ambiente de aprendizado saudável.

    Após a aprovação na Comissão de Educação, a proposta agora segue para análise nas comissões de Finanças e Tributação, além da de Constituição, Justiça e Cidadania, antes de seu encaminhamento ao Senado. A expectativa é que, diante da relevância do tema, a tramitação ocorra de forma célere, possibilitando a modernização das escolas e, consequentemente, contribuindo para um futuro acadêmico mais promissor para os estudantes brasileiros.

  • ECONOMIA – Brasil e China Firmam Acordo para Estudo de Corredor Ferroviário Ligando Atlântico e Pacífico, Impulsionando Integração de Ferrovias e Logística na Região.

    Brasil e China Unem Forças para a Criação de Corredor Ferroviário Estratégico

    Em um passo significativo rumo à integração regional e ao aprimoramento da infraestrutura de transporte, Brasil e China firmaram um acordo para dar início a estudos conjuntos sobre um corredor ferroviário que conectará os oceanos Atlântico e Pacífico. A assinatura do memorando ocorreu nesta segunda-feira no Ministério dos Transportes, em Brasília, e destaca a colaboração e o potencial de desenvolvimento estratégico entre os dois países.

    O projeto visa unir as ferrovias de Integração Oeste-Leste (Fiol) e Centro-Oeste (Fico) à Ferrovia Norte-Sul (FNS), criando uma rota que culminará no recém-inaugurado porto de Chancay, no Peru. Os estudos serão realizados pela Infra S.A., empresa estatal vinculada ao Ministério dos Transportes, em cooperação com o China Railway Economic and Planning Research Institute.

    Atualmente, a Fiol e a Fico estão em diferentes estágios de execução do projeto ferroviário. A Fiol se estende de Ilhéus, na Bahia, até Mara Rosa, em Goiás, enquanto a Fico conecta Mara Rosa a Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso. Lucas do Rio Verde será o entroncamento crucial que integrará essas ferrovias à FNS, que possui uma extensa trajetória de Açailândia, no Maranhão, até Estrela d’Oeste, em São Paulo.

    A Ferrovia Bioceânica, uma iniciativa ambiciosa, começará em Lucas do Rio Verde e se estenderá até o Peru, atravessando a fronteira com a Bolívia e passando por várias regiões do Brasil. Este trecho ferroviário não apenas melhorará o fluxo de mercadorias entre os países, mas também facilitará o comércio com o porto de Chancay, que foi construído com investimentos chineses.

    Integral a este desenvolvimento, a Ferrovia Bioceânica será uma parte central das Rotas de Integração Sul-Americana, um projeto lançado em 2023 que busca priorizar a integração de modais rodoviários, fluviais e ferroviários nas áreas de fronteira. Esse projeto representa uma ambiciosa iniciativa do governo, com foco em conectar efetivamente os países vizinhos através da infraestrutura.

    Os estudos realizados pela estatal chinesa se concentrarão em uma análise aprofundada da malha ferroviária brasileira, considerando a unificação dos diversos modais de transporte. A interação entre rodovias, ferrovias, hidrovias e aeroportos será um dos focos deste trabalho, que visa otimizar e modernizar a infraestrutura de transporte no Brasil.

    O impacto deste projeto ultrapassa as fronteiras do Brasil, oferecendo oportunidades significativas para o desenvolvimento econômico regional. A integração das estruturas de transporte é essencial para estimular o desenvolvimento sustentável e respeitar a soberania dos países envolvidos. Este compromisso foi enfatizado na recente reunião de líderes do Brics, onde representantes reafirmaram a importância de dialogar sobre a ampliação da infraestrutura de transportes em países em desenvolvimento.

    Assim, o acordo firmado entre Brasil e China não só representa uma promessa de melhorias no transporte, mas também simboliza um investimento no futuro de relações diplomáticas e econômicas mais robustas na região. Com um olhar voltado para a sustentabilidade e a resiliência econômico-ambiental, o projeto promete ser um marco na trajetória de desenvolvimento dos dois países, além de um exemplo de cooperação internacional.

  • JUSTIÇA – STF Mantém Prisão de Tenente-Coronel Acusado de Planejar Golpe Contra Autoridades Durante Governo Bolsonaro

    O Supremo Tribunal Federal (STF) tomou uma decisão significativa nesta segunda-feira, 7 de outubro, ao manter a prisão do tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira, um importante réu nas investigações relacionadas a uma suposta trama golpista que emergiu durante a administração do ex-presidente Jair Bolsonaro. Oliveira, que integra o Comando de Operações Especiais do Exército, conhecido como “kids pretos”, é acusado de estar envolvido em um plano denominado Punhal Verde-Amarelo. Este esquema, segundo informações divulgadas pela Polícia Federal, visava assassinar diversas figuras proeminentes do governo, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio ministro Alexandre de Moraes.

    Ao decidir pela manutenção da custódia de Oliveira, o ministro Moraes refutou um pedido de liberação feito pela defesa do militar. Ele fundamentou sua decisão na necessidade de preservar a ordem pública e garantir a integridade da investigação processual. O ministro reforçou que a denúncia apresentada contra Oliveira justifica sua permanência na prisão, não havendo elementos novos que pudessem alterar a necessidade da detenção cautelar.

    A acusação contra o tenente-coronel faz parte de um processo mais amplo que envolve um grupo de 11 militares e um policial federal, todos ligados ao denominado núcleo 3 da trama golpista. A Procuradoria-Geral da República (PGR) apontou que esses acusados estavam envolvidos no planejamento de “ações táticas” com o intuito de concretizar o plano de golpe. A gravidade desses atos levanta questões significativas sobre a segurança do estado democrático e reforça a atuação das instituições judiciais diante de ameaças à ordem constitucional.

    A situação de Rafael Martins de Oliveira destaca o papel da justiça na supervisão e controle das ações de indivíduos em posições de poder e influência. A continuidade das investigações e o rigor na aplicação da lei são cruciais para preservar a democracia e garantir que ações criminosas não fiquem impunes. A expectativa agora recai sobre o desenrolar do processo judicial e as implicações que ele pode ter em um cenário político já fragilizado.

  • SENADO FEDERAL – Comissão do Senado celebra 200 anos da Confederação do Equador e destaca pesquisas sobre a Revolução Pernambucana contra D. Pedro I.

    Na última segunda-feira, dia 7, uma sessão especial em comemoração aos 200 anos da Confederação do Equador trouxe à tona o significativo movimento revolucionário que teve início em Pernambuco, em 1824. O evento teve como foco a luta contra o autoritarismo do imperador D. Pedro I, um episódio fundamental da história brasileira que ainda ressoa na atualidade.

    A cerimônia, promovida por uma Comissão do Senado dedicada a celebrar o bicentenário, destacou a relevância de pesquisas que ampliam a compreensão histórica do Movimento da Confederação. Esses novos estudos vão além da historiografia tradicional, dando espaço a vozes e narrativas que muitas vezes foram marginalizadas. Uma das principais falas da sessão foi da presidente da comissão, a senadora Teresa Leitão, que ressaltou a importância de revisitar essa página da história para que a sociedade possa refletir sobre os conflitos e as conquistas do passado.

    Durante o evento, a senadora anunciou que em breve será lançado um site que servirá como repositório para todo o material coletado e produzido pela Comissão. Essa plataforma digital pretende tornar acessível ao público geral informações, documentos e estudos sobre a Confederação do Equador, favorecendo um debate mais aprofundado sobre o tema. A criação desse repositório é uma iniciativa que certamente contribuirá para a formação de uma memória coletiva mais rica e diversificada.

    Além disso, o que se destacou na sessão foi o reconhecimento da importância de eventos históricos como a Confederação do Equador para a construção da identidade nacional. Numa época em que o debate sobre democracia e autoritarismo é extremamente pertinente, resgatar a luta dos cidadãos de Pernambuco é fundamental para inspirar as futuras gerações. O movimento da Confederação não só representou uma resistência ao governo central, mas também foi um marco na busca por direitos e liberdades que ainda hoje são discutidos e reivindicados.

    Diante do contexto atual, a celebração dos 200 anos do episódio reveste-se de um significado ainda mais profundo, uma vez que relembra a importância da luta pela democracia e pela valorização da história e da cultura local.

  • POLÍTICA – Lula classifica derrubada do aumento do IOF como “anticonstitucional” e ressalta que divergências são normais no processo democrático.

    Na última segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se pronunciou sobre a recente derrubada de um decreto que promovia o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) pelo Congresso Nacional. Durante uma coletiva de imprensa após a cúpula de líderes do Brics, realizada no Museu de Arte Moderna no Rio de Janeiro, Lula considerou a divergência com o Legislativo como um aspecto natural do funcionamento democrático. No entanto, ele não hesitou em classificar a decisão do Congresso como “totalmente anticonstitucional”, evidenciando a gravidade que atribui à situação.

    “Nada disso é anormal. Trata-se de uma divergência política que faz parte da democracia, e continuaremos lidando com nossos problemas”, afirmou o presidente. Sua declaração ocorre em um momento de crescente tensão entre o Executivo e o Legislativo, em que a busca por justiça tributária no Brics pode influenciar debates internos no Brasil. O aumento do IOF foi uma estratégia proposta pelo governo para garantir maior arrecadação, evitando cortes em áreas sociais essenciais.

    Após a derrubada do decreto, a Advocacia-Geral da União (AGU) levou a questão ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde o ministro relator Alexandre de Moraes já agendou uma audiência de conciliação para o dia 15 deste mês. Em meio a isso, Lula anunciou que se reunirá com Jorge Messias, advogado-geral da União, para discutir os próximos passos em relação ao tema.

    O presidente também mencionou a agenda diplomática cheia que terá nos próximos dias, incluindo visitas do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e do presidente da Indonésia, Prabowo Subianto. Ele destacou a possibilidade de que a imposição de um maior IOF possa ser vista à luz de decisões anteriores do STF, que aprovaram aumentos do imposto em gestões passadas, como durante os mandatos de Fernando Henrique Cardoso e Jair Bolsonaro.

    A ação do Congresso e a reação do governo levantam questões sobre o equilíbrio de poderes e a capacidade do Executivo de implementar suas políticas fiscais em um ambiente democrático e plural. A situação reflete não apenas as complexidades políticas internas do Brasil, mas também o impacto que delas decorre sobre a administração pública e a sociedade civil.

  • Ministro Silveira afirma que Brasil caminhava para isolamento global durante governo Bolsonaro, destacando importância do BRICS para a transição energética.

    Na última segunda-feira, 7 de julho de 2025, em uma entrevista coletiva, o ministro de Minas e Energia do Brasil, Alexandre Silveira, fez declarações contundentes sobre a trajetória diplomática do país durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo o ministro, o Brasil estava à beira de um isolamento global, afastando-se das importantes discussões internacionais. Silveira enfatizou que o BRICS, um bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, é fundamental para abordar questões cruciais, como a transição energética, que exige cooperação e diálogo entre nações.

    Durante sua fala, o ministro destacou a importância de reintegrar o Brasil ao cenário mundial e retomar as conversas sobre iniciativas que promovam uma economia sustentável. Ele afirmou que, na atual administração, há um compromisso renovado de participação ativa em fóruns internacionais, onde se debatem temas essenciais para o futuro do planeta.

    Silveira também abordou a questão dos preços dos combustíveis, garantindo que o governo está atuando para combater práticas comerciais que possam prejudicar o consumidor. Ele ressaltou que a equipe do Planalto está empenhada para que as reduções nos preços feitas pela Petrobras sejam imediatamente refletidas nas bombas de combustíveis em todo o Brasil.

    Em relação a investimentos significativos, como o aporte de R$ 70 bilhões da Vale na região de Carajás, no Pará, o ministro declarou que a exploração mineral deve respeitar as legislações brasileiras, que ele considera rigorosas e modernas. A ecoeficiência e a conformidade com as normas ambientais foram apontadas como prioridades nas negociações sobre a exploração de minerais.

    O objetivo, segundo Silveira, é encontrar um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a proteção ambiental, garantindo que as atividades mineradoras contribuam para o progresso do país sem comprometer as reservas naturais. A afirmação de que “é preciso um rigoroso cumprimento da legislação ambiental” corrobora a ideia de que, no atual governo, há uma nova abordagem em relação ao desenvolvimento e às questões internacionais.

  • INTERNACIONAL – Brics Lança Parceria para Eliminar Doenças Relacionadas à Pobreza e Promover Saúde Equitativa para Países em Desenvolvimento

    Na última segunda-feira, 7 de outubro, os países do Brics formalizaram o lançamento da Parceria para a Eliminação de Doenças Socialmente Determinadas (DSDs). Esta iniciativa ambiciona reforçar a cooperação entre as nações participantes, mobilizar recursos e avançar em esforços conjuntos para erradicar doenças que afetam desproporcionalmente as populações em situação de vulnerabilidade, frequentemente exacerbadas pela pobreza e desigualdade social.

    A proposta é que os membros do Brics colaborem na eliminação de doenças que, por não afetarem com frequência os países desenvolvidos, acabam relegadas a um segundo plano em termos de financiamento para pesquisa e tratamento. As DSDs a serem abordadas incluem, entre outras, a tuberculose, hanseníase, malária e dengue, dependendo das especificidades de cada nação envolvida. Atualmente, fazem parte da parceria os tradicionais membros do Brics — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul —, além de países parceiros como Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos, Indonésia, Malásia, Bolívia e Cuba.

    A iniciativa, fruto de discussões realizadas nas reuniões que antecederam a recente Cúpula de Líderes do grupo, também foi incorporada à Declaração Final da 17ª Reunião de Cúpula. O tema saúde foi uma das oito prioridades definidas pela presidência brasileira do Brics, inspirando-se no Programa Brasil Saudável, que visa combater problemas sociais e ambientais que influenciam a saúde das populações vulneráveis.

    Os países do Brics estão determinados a fomentar a pesquisa e desenvolvimento de novas estratégias para saúde, incluindo vacinas e métodos de diagnóstico e tratamento. Além disso, buscam atrair investimentos internacionais e fortalecer esforços diplomáticos para inserir a erradicação das DSDs no cerne das agendas globais de saúde, promovendo assim a priorização dessa questão em fóruns multilaterais.

    O documento oficializou que os países utilizarão tecnologias inovadoras, como inteligência artificial, para potencializar o combate às doenças e estabelece cinco objetivos principais, alinhados às diretrizes da Organização Mundial da Saúde. O foco inclui o fortalecimento dos sistemas de saúde, a promoção de ações intersetoriais que considerem os determinantes sociais da saúde, e a busca por financiamento sustentável junto a instituições financeiras.

    Os primeiros passos para a efetivação da parceria envolverão seminários técnicos, atividades de capacitação e engajamento com redes de pesquisa e instituições financeiras. A colaboração entre os países do Brics representa um esforço significativo para enfrentar desafios que históricamente foram negligenciados, buscando um futuro mais saudável e equitativo para as populações mais vulneráveis.