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  • POLÍTICA – Brasil refuta tarifas de Trump e defende autonomia do Judiciário em artigo no New York Times. Jorge Messias destaca desrespeito às normas comerciais e à democracia nacional.

    O Advogado-Geral da União do Brasil, Jorge Messias, se manifestou de forma contundente em artigo publicado no New York Times, abordando as tarifas de 50% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. Messias enfatizou que o governo brasileiro não tolera interferências externas em seu sistema judiciário, destacando a autonomia das instituições nacionais.

    “O governo brasileiro rejeita qualquer tentativa de interferência externa nos processos judiciais”, afirmou Messias, referindo-se aos atos judiciais contra ex-integrantes da administração do ex-presidente Jair Bolsonaro. Estas ações judiciais, que contemplam a acusação de tentativa de golpe de Estado no Brasil, são exclusivamente responsabilidade do Judiciário, segundo o Advogado-Geral da União. Ele argumentou que nenhum governo estrangeiro tem o direito de ditar ou questionar a administração da justiça no país, ressaltando que a defesa da legalidade é fundamental para a democracia brasileira.

    Além disso, Messias destacou a atuação das grandes plataformas digitais, frequentemente denominadas “big techs”, na disseminação de notícias falsas e discursos de ódio. O Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil tem adotado medidas rigorosas para coibir esses excessos, incluindo o fechamento de perfis de radicais de direita e responsabilização das redes sociais pelo conteúdo nocivo que veiculam. Essas ações têm gerado repercussões, levando Trump a mover ações judiciais contra autoridades brasileiras nos Estados Unidos.

    No campo econômico, Messias refutou as justificativas de Trump para as novas tarifas, argumentando que não há fundamento para tais medidas. Ele lembrou que nos últimos 15 anos, os Estados Unidos têm gozado de um superávit significativo em sua relação comercial com o Brasil. O Advogado-Geral da União também alertou que as tarifas prejudicam a segurança jurídica, interrompem cadeias de suprimentos globais e violam o espírito de cooperação que fundamenta a relação bilateral.

    Concluindo sua análise, Messias reafirmou que o Brasil responderá a esses desafios dentro dos limites da lei e do respeito às normas internacionais, reiterando que medidas recíprocas poderão ser adotadas se necessário. Estas considerações não apenas destacam a posição firme do Brasil frente a pressões externas, mas também reafirmam o compromisso do país com o estado de direito, a justiça e o comércio justo.

  • Lula defende multilateralismo e critica desmoronamento da ordem internacional em artigo assinado por líderes globais, omite papel de Rússia e China na crise.

    Em um cenário de tensões comerciais internacionais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a relevância do multilateralismo no contexto atual, ao assinar um artigo publicado em importantes jornais globais, como Le Monde, The Guardian, e El País. No texto intitulado “Não há alternativa ao multilateralismo”, Lula enfatiza a fragilidade da ordem internacional contemporânea, sem, no entanto, citar diretamente as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que exacerbaram a crise.

    O artigo traz à tona uma crítica contundente à Organização Mundial do Comércio (OMC), que, segundo Lula, está “esvaziada” e sujeita à “lei do mais forte”, uma representação do poderio econômico que ameaça a equidade no comércio global. Analistas, no entanto, apontam para a ausência de menções ao papel da Rússia e da China, enfatizando que, apesar das críticas à ordem internacional, essas potências também foram omissas na proposta de reforma do multilateralismo.

    Lula argumenta que a estrutura das organizações internacionais, que remonta ao pós-Segunda Guerra Mundial, não é mais adequada para enfrentar os novos desafios que o mundo enfrenta. Ele propõe uma nova fundação para o multilateralismo, baseada em princípios de justiça e inclusão. Especialistas, como Vinicius Rodrigues Vieira, sugerem que essa abordagem deveria ser mais incisiva ao abordar as potências não ocidentais, dado que tanto a Rússia quanto a China detêm um papel de destaque no cenário internacional.

    A desconexão entre o discurso de Lula e suas práticas em política externa também gera debates. Vitelio Brustolin, professor de Relações Internacionais, critica a ambivalência do presidente ao lidar com regimes autoritários, como o de Putin, o que pode comprometer a credibilidade do Brasil na busca por uma nova ordem global. Por outro lado, outros analistas têm apontado que o tom do artigo reflete uma tentativa de equilibrar interesses entre o Norte e Sul globais, visando a posicionar o Brasil como um interlocutor respeitável no debate internacional.

    Em meio a este contexto, a reflexão proposta por Lula sobre o multilateralismo é uma convocação à ação, para fortalecer as instituições que, de acordo com ele, têm trazido avanços significativos à humanidade. O presidente defende que é vital resistir ao isolamento e buscar soluções cooperativas para os desafios comuns que ameaçam o bem-estar global. Em tempos de crescente polarização, a urgência de renovar e revitalizar as estruturas multilaterais é uma mensagem que ressoa em meio à crise atual, convidando todos os países a unir esforços na construção de um futuro mais justo e sustentável.