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  • Kelly Key se torna presidente do Kiala FC e faz história no futebol angolano como a única mulher à frente de um clube no país

    Nos primeiros anos dos anos 2000, Kelly Key despontou como uma das vozes mais marcantes da música pop brasileira. Agora, ela se reinventa em um novo cenário: o futebol africano. A cantora, que conquistou o coração de milhões com suas músicas, surpreendeu ao assumir a presidência do Kiala FC, um clube angolano focado no desenvolvimento de sua base de jovens atletas. A equipe foi fundada pelo seu marido, Mico Freitas, que é natural de Angola.

    Essa transição inesperada da carreira musical para a administração esportiva traz consigo desafios significativos, especialmente para Kelly, que se tornou a única mulher na presidência de um clube no país. Ela compartilhou suas reflexões nas redes sociais, onde destacou a importância de sua posição. Para ela, ser uma líder em um ambiente predominantemente masculino vai além do gênero; trata-se de ter uma visão clara, trabalhar de maneira incansável e, acima de tudo, se comprometer com o melhor futuro para os jovens que fazem parte do Kiala FC.

    O trabalho de Kelly e sua equipe já está gerando resultados encorajadores. O Kiala FC se destacou ao conquistar títulos importantes no Campeonato Provincial de Luanda, ganhando os campeonatos Sub-17 e Sub-19 da Série B1, além de garantir uma vaga na elite da competição de juniores de Angola. Esses sucessos ressaldam o potencial do clube e sua relevância no cenário esportivo local, além de proporcionar uma plataforma valiosa para jovens talentos se desenvolverem no futebol.

    A iniciativa de Kelly Key transcende o esporte. Ela representa um passo importante na luta por maior inclusão e equidade de gênero no universo esportivo, onde as mulheres ainda enfrentam diversas barreiras. A presença de uma mulher no comando de um clube de futebol em um contexto como o angolano é um incentivo para outras mulheres a buscarem suas vozes, enfatizando que a liderança se constrói com base em visão, determinação e amor ao que se faz. Para Kelly, essa é uma verdadeira missão, e seu comprometimento com o futuro dos jovens atletas é, sem dúvida, uma das suas maiores conquistas.

  • INTERNACIONAL – Brics Defende Reforma do Conselho de Segurança da ONU e Fortalecimento do Multilateralismo em Reunião no Rio de Janeiro

    Neste domingo (6), a Conferência de Líderes do Brics, realizada no Rio de Janeiro, deu à luz uma declaração significativa, que reflete o interesse conjunto do Brasil, Índia e nações africanas em serem reconhecidos como membros permanentes no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Este ponto, uma das principais áreas de tensão entre os países do bloco, foi crucial para a elaboração do documento final.

    A declaração destaca, primeiramente, a legitimidade das aspirações africanas, mencionando a importância do Consenso de Ezulwini e da Declaração de Sirte. Esta última, fruto da criação da União Africana em 1999, e o Consenso, elaborado em 2005, postulam a necessidade de dois assentos permanentes com poder de veto para a África, além de cinco assentos não permanentes, que seriam escolhidos pela própria União Africana.

    Além disso, o texto reafirma o apoio da China e da Rússia às ambições do Brasil e da Índia em influenciar mais ativamente as decisões da ONU, especialmente no que diz respeito ao Conselho de Segurança. Em um contexto mais amplo, a declaração pede por um Conselho mais democrático e representativo, ressaltando que ele deve atender aos desafios globais atuais e apoiar as necessidades dos países em desenvolvimento.

    No que diz respeito ao fortalecimento do multilateralismo, a reunião também enfatizou a necessidade de reformas nas instituições de Bretton Woods, que incluem o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial. Segundo os líderes do Brics, a voz das economias em desenvolvimento deve ser suficientemente ouvida no cenário econômico global. O documento aponta que o FMI deve prestar especial atenção aos países mais frágeis e aumentar as cotas na 16ª Revisão Geral de Cotas.

    A declaração ainda expressa apoio à revisão de participações acionárias do Banco Mundial, prevista para 2025, com o Brasil à frente deste processo. Essa revisão visa fortalecer a legitimidade do Banco Mundial e, consequentemente, do multilateralismo.

    Os líderes do Brics também destacaram uma crescente preocupação com o sistema multilateral de comércio, alertando para os riscos impostos por tarifas unilaterais, em um claro alusão ao protecionismo. O documento denota a necessidade de um comércio global mais livre e justo, frisando a importância da Organização Mundial do Comércio (OMC) como a entidade com condições de liderar discussões sobre as regras do comércio internacional.

    Finalmente, a declaração reafirma o compromisso com a saúde global, pedindo maior investimento na Organização Mundial da Saúde (OMS) para enfrentar futuros desafios sanitários, garantindo acesso equitativo a serviços de saúde e vacinas, especialmente para os países em desenvolvimento. Os líderes enfatizam a importância do Acordo sobre Pandemias da OMS para a construção de um futuro mais seguro e justo diante de crises de saúde.