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  • CAMARA DOS DEPUTADOS – “Tarifa de 50% dos EUA ameaça indústria de aço e alumínio brasileira, alertam especialistas em audiência na Câmara dos Deputados”

    No último dia 10 de julho de 2025, a Comissão de Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados recebeu líderes do setor metalúrgico para discutir as implicações da nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras de aço e alumínio. A diretora de assuntos institucionais do Instituto Aço Brasil, Cristina Yuan, expressou sérias preocupações sobre como essa medida pode inviabilizar as exportações brasileiras, especialmente se as tarifas forem cumulativas. Isso significaria que os produtos que já enfrentavam uma tarifa de 50% poderiam ser sobrecarregados com mais 50%, um cenário que tornaria a exportação praticamente impossível, considerando que a receita anual da indústria brasileira do aço gira em torno de R$ 169 bilhões.

    Yuan ressaltou que a balança comercial entre Brasil e Estados Unidos é, na verdade, superavitária para os americanos. Em 2024, o Brasil exportou 2,3 bilhões de dólares em produtos de aço, enquanto importou 1,4 bilhão de dólares em carvão e 3,9 bilhões em máquinas e equipamentos. Ela alertou ainda sobre o risco de desvio de comércio, onde o aço chinês poderia inundar o mercado brasileiro a preços subsidiados, dificultando ainda mais a competitividade da indústria local. Este cenário é alarmante, já que mais de 66% das importações de aço do Brasil provêm da China, cuja produção anual de aço é equivalente a 12 dias de produção total no Brasil.

    Em meio às discussões, Herlon Alves Brandão, representante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, apontou a “falta de clareza” nas informações divulgadas sobre as novas tarifas. Ele presumia que o aumento poderia levar a uma redução de 40% no valor das exportações de aço e alumínio para os Estados Unidos, abrangendo cerca de 350 produtos, desde aço semimanufaturado até utensílios domésticos.

    Por sua vez, Pedro Henrique Macêdo, da Associação Brasileira do Alumínio, observou que as exportações de produtos de alumínio para o mercado norte-americano já enfrentaram uma queda de 25% no primeiro semestre de 2025, com os laminados de alumínio atingindo a maior redução com 50% menos volume exportado. Macêdo enfatizou a necessidade de apoio governamental para garantir acesso mais favorável aos produtos brasileiros no cenário internacional.

    Neste contexto, a deputada Jack Rocha (PT-ES) defendeu a aplicação da Lei da Reciprocidade Econômica, que permitiria ao governo brasileiro adotar contramedidas contra políticas unilaterais que prejudicam a competitividade. Ela concluiu seu discurso enfatizando que a gravidade da situação exige uma resposta robusta que proteja tanto as empresas quanto os trabalhadores envolvidos na indústria.

  • Descoberta Histórica: Agulhas de Acupuntura de Aço com Mais de 2.000 Anos São Encontradas na China

    Arqueólogos na China realizaram uma descoberta histórica ao encontrarem as agulhas de acupuntura de aço mais antigas já registradas, datadas de mais de 2.000 anos. Esses artefatos foram desenterrados durante escavações no túmulo do Marquês de Haihun, localizado na província de Jiangxi. A importância dessa descoberta não reside apenas na sua antiguidade, mas também no que ela implica sobre o desenvolvimento da medicina tradicional chinesa durante a Dinastia Han Ocidental.

    As agulhas de acupuntura foram encontradas cuidadosamente guardadas em um tubo de jade, dentro de uma caixa lacada dourada, próximo aos restos mortais de Liu He, um antigo imperador chinês. Apesar da corrosão que afetou os artefatos ao longo dos séculos, cinco fragmentos foram recuperados e analisados por especialistas. Os estudos revelaram que esses instrumentos médicos eram feitos de aço, produzido através de um avançado processo metalúrgico chamado “fritura”. Esse método envolvia aquecer o ferro a altas temperaturas e adicionar oxigênio de forma controlada, o que, por sua vez, remove impurezas e aumenta o teor de carbono, resultando em aço de alta qualidade.

    Uma etiqueta de madeira encontrada junto às agulhas, inscrita com os caracteres “Nove Agulhas Completas”, fornece evidências adicionais de que esses instrumentos eram utilizados para fins médicos. Essa inscrição estabelece um vínculo direto com textos clássicos da medicina chinesa que descrevem nove tipos diferentes de agulhas empregadas na acupuntura, refletindo um conhecimento consolidado e uma prática médica já bem estabelecida na época.

    A utilização do aço, ao contrário de outros metais como ferro, ouro ou prata, permitiu a confecção de agulhas finas e resistentes, semelhantes às que são empregadas na acupuntura moderna. Isso também minimizou os riscos de infecções, mostrando que os médicos da Dinastia Han já possuíam um entendimento profundo tanto da metalurgia quanto da saúde.

    O túmulo do Marquês de Haihun, descoberto em 2011, é considerado um dos mais significativos sítios arqueológicos da China. Até o momento, mais de 10.000 artefatos foram recuperados do local, incluindo moedas, textos em bambu, armas e até armaduras raras, todos evidenciando a riqueza cultural e científica da época. Essa nova descoberta não apenas realça a importância da acupuntura na medicina tradicional chinesa, mas também reafirma o papel crucial da Dinastia Han no desenvolvimento do conhecimento médico e tecnológico ao longo da história. A conexão entre avanços metalúrgicos e práticas médicas já era uma realidade, preparando o caminho para o que viria a ser uma das tradições de cura mais duradouras do mundo.