Categoria: Agência Brasil

  • ECONOMIA – Governo Liberará R$ 3 Bilhões para Ressarcir Descontos Ilegais de Benefícios do INSS a Milhões de Aposentados e Pensionistas

    Nos próximos dias, o governo federal deve divulgar uma Medida Provisória (MP) que liberará um crédito extraordinário em torno de R$ 3 bilhões no Orçamento deste ano. Este montante será destinado a ressarcir uma parcela dos valores que foram descontados ilegalmente de benefícios previdenciários, afetando milhões de aposentados e pensionistas vinculados ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em todo o Brasil.

    Durante uma coletiva de imprensa em Brasília, o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, anunciou que a MP será encaminhada ao parlamento, destacando a urgência da situação. Juntamente com o presidente do INSS, Gilberto Waller, Queiroz revelou que o período de adesão ao acordo de restituição das quantias descontadas sem autorização começará em breve, a partir do dia 11 deste mês.

    As medidas provisórias têm o poder de produzir efeitos imediatos uma vez publicadas no Diário Oficial da União, mas precisam posteriormente ser aprovadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado dentro de um prazo de 120 dias para se tornarem leis definitivas. A abertura de crédito extraordinário é uma prática comum em casos que exigem atenção prioritária do governo, visando cobrir despesas imprevisíveis e urgentes.

    O ministro mencionou que a situação é alarmante e gerou indignação, referindo-se aos desdobramentos da Operação Sem Desconto, que foi acionada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU) em abril último. A operação visa investigar um esquema fraudulento que permitiu a realização de descontos não autorizados que perjudicaram milhões de segurados do Regime Geral da Previdência Social.

    Waller, por sua vez, forneceu dados alarmantes: dos aproximadamente 9,3 milhões de segurados que pagaram por mensalidades associativas através de descontos na folha entre março de 2020 e março de 2025, cerca de 3,8 milhões contestaram as cobranças, alegando que não tinham autorizado esses descontos. Ele estimou que, se o governo fosse restituir 100% das reclamações, a quantia corrigida chegaria a cerca de R$ 2,6 bilhões. O restante do valor, aproximadamente R$ 400 milhões, será destinado ao ressarcimento de grupos vulneráveis, como indígenas e quilombolas, assim como aqueles com mais de 80 anos que não questionaram os descontos.

    Essa medida visa ampliar a reparação para cerca de 4,1 milhões de pessoas afetadas pelos descontos ilegais. Waller destacou que mais de 1,86 milhão de aposentados e pensionistas que questionaram anteriormente as cobranças ilegais estão agora aptos a iniciar o processo de restituição a partir da data prevista. Para aqueles que ainda não contestaram os descontos, o processo pode ser iniciado pelo aplicativo Meu INSS, pela central telefônica 135 ou diretamente em uma agência dos Correios. O governo se compromete a aceitar novas contestações até pelo menos 14 de novembro de 2025, quando avaliará a necessidade de uma prorrogação do prazo para reclamações.

  • ECONOMIA – Aumento nos preços e bandeira tarifária elevam inflação acima da meta, aponta Banco Central em carta aberta do primeiro semestre de 2023.

    O cenário econômico brasileiro apresenta desafios significativos, conforme revelado pelo Banco Central em uma recente comunicação sobre a inflação no primeiro semestre do ano. O documento expõe a preocupação com o aumento nos preços de produtos industrializados, como o café, e o impacto da bandeira tarifária na energia elétrica, que contribuíram para o estouro da meta estabelecida para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

    Segundo a nova abordagem de metas em vigor desde o início do ano, o Banco Central é obrigado a emitir uma carta aberta sempre que a inflação exceder o teto de 4,5% fixado pelo Conselho Monetário Nacional. No último mês de junho, o IPCA registrou um aumento de 0,24%, resultando em uma inflação acumulada de 5,35% nos últimos doze meses, superando assim o limite estabelecido. O Banco Central, ao abordar essa questão, indexa as elevações nos preços de gasolina, serviços e alguns alimentos como fatores primordiais para esse desvio.

    Particularmente, a carta também menciona a influência de fatores administrados, cuja variação de preços apresentou resultados acima do esperado, principalmente em virtude da energia elétrica, que tem sido afetada pela escassez de chuvas. Curiosamente, essa pressão foi compensada, em grau considerável, pela queda nos preços de alimentação em domicílio, que surpreendeu os analistas de forma positiva.

    Dentre as razões que levaram ao desvio de 2,35 pontos percentuais da meta de 3%, a autoridade monetária elencou a inércia inflacionária dos últimos doze meses, expectativas de inflação, e a inflação importada como os mais impactantes. Além disso, a bandeira tarifária também havia influência significante nesse cálculo.

    O Banco Central projetou que a inflação não deve convergir para níveis abaixo do teto até o primeiro trimestre de 2026. A expectativa é de que a inflação permaneça na faixa de 5,4% a 5,5% nos primeiros trimestres do próximo ano, descendendo para 4,2% no final do primeiro trimestre de 2026.

    Para controlar a inflação, o Banco Central mantém a Taxa Selic em 15% ao ano, o nível mais elevado desde 2006. A política monetária permanecerá contracionista por um período prolongado, visando restaurar a inflação dentro dos limites desejados. O Comitê de Política Monetária (Copom) estará atento, podendo ajustar a taxa conforme necessário para enfrentar os desafios que possam surgir.

  • ECONOMIA – Impacto da Tarifa de 50% sobre Exportações aos EUA Abala Mercado Financeiro, Dólar Fecha em Alta e Bolsa Tem Queda Seletiva

    A recente imposição de uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras para os Estados Unidos, anunciada pelo governo de Donald Trump, gerou um impacto significativo no mercado financeiro nacional. Contudo, ao longo do dia, as tensões iniciais foram amenizadas. O dólar, que havia alcançado a marca de R$ 5,61 logo nos primeiros momentos de negociação, conseguiu se estabilizar, fechando a R$ 5,543, representando uma alta de R$ 0,039, ou 0,72%. Vale ressaltar que o valor ainda se manteve abaixo da máxima atingida durante o dia e, na mínima, teve um leve recuo para R$ 5,52 por volta das 10h50.

    Atualmente, a moeda americana encontra-se no seu nível mais elevado desde o dia 25 de junho, quando ficou cotada a R$ 5,55. Ao longo desta semana, o dólar acumula uma alta de 2,22%, mas, em um cenário mais amplo, observamos uma queda de 10,3% em relação a 2025. Este cenário reflete a volatilidade dos mercados e a constante insegurança em relação às diretrizes econômicas.

    No âmbito do mercado acionário, o dia também foi marcado por flutuações. O índice Ibovespa, principal indicador da B3, fechou em 136.743 pontos, apresentando um recuo de 0,54%. Durante a manhã, o índice chegou a registrar uma queda superior a 1%, mas, ao longo do dia, conseguiu recuperar parte das perdas, superando os 137 mil pontos às 13h30. Apesar dessas oscilações, não houve uma correção universal das ações, com as perdas ocorrendo predominante entre empresas que dependem das exportações para os Estados Unidos, como é o caso da indústria.

    Um exemplo notável foi a fabricante de aeronaves Embraer, cujas ações caíram até 7% durante a manhã, mas ao final do periodo, encerraram o dia cotadas a R$ 75,32, com uma desvalorização de 3,7%. Essa tendência aponta para as consequências diretas da nova tarifa sobre o comportamento das empresas voltadas para o comércio internacional, refletindo as incertezas no cenário econômico. Em suma, o mercado demonstra resiliência diante de desafios, mas os sinais de tensão permanecem, especialmente para setores específicos da economia brasileira.

  • JUSTIÇA – Erika Hilton pede bloqueio de contas de Eduardo Bolsonaro e critica suposta interferência do filho do ex-presidente no governo dos EUA.

    Nesta quinta-feira, a deputada Erika Hilton, do PSOL de São Paulo, protocolou um pedido ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), visando o bloqueio das contas bancárias do licenciado deputado federal Eduardo Bolsonaro, do PL de São Paulo. Hilton também requisitou a restrição de investimentos financeiros, imóveis e doações em dinheiro realizadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, pai de Eduardo, para custear a estadia do filho nos Estados Unidos.

    Eduardo Bolsonaro se licenciou do mandato parlamentar em março deste ano, alegando ser alvo de perseguição política, e desde então reside nos Estados Unidos. Ele está sendo investigado pelo STF por sua suposta tentativa de incitar o governo norte-americano a adotar medidas contra o Brasil e a corte suprema. A deputada Erika Hilton fundamentou seu pedido na crítica de que a atuação do deputado licenciado não só prejudica a soberania nacional, como também compromete a economia do país em favor de interesses pessoais.

    Esse pedido de Hilton emergiu em um contexto político tenso, especialmente após o recente anúncio do ex-presidente Donald Trump, que informou a imposição de uma taxação de 50% sobre produtos brasileiros a partir de agosto. Trump também expressou descontentamento em relação ao STF e ao julgamento envolvendo Jair Bolsonaro em um processo que investiga uma suposta trama golpista.

    A deputada argumentou que as ações de Eduardo Bolsonaro, ao buscar alianças com figuras políticas estrangeiras e articular medidas que podem enfraquecer a posição do Brasil em negociações internacionais, vão de encontro aos compromissos assumidos pelo país na Organização Mundial do Comércio (OMC). Ela destacou que essa conduta ofende preceitos fundamentais, como os princípios da nação mais favorecida e da boa-fé nas relações multilaterais.

    Além disso, a investigação que envolve Eduardo Bolsonaro foi recentemente prorrogada por mais 60 dias, conforme decisão de Alexandre de Moraes. O ministro justificou a extensão alegando que o deputado continua a interferir nas investigações. Moraes apontou que Eduardo tem realizado ações que visam embaraçar o andamento regular do processo.

    Esse desenvolvimento traz à tona questões sobre a delicada relação entre a política brasileira e as influências externas, bem como ressalta a tensão existente dentro do cenário político atual, onde figuras proeminentes se veem envolvidas em investigações que podem ter repercussões significativas tanto a nível nacional quanto internacional.

  • ESPORTE – Brasil vence França em emocionante duelo de Vôlei, mas sofre com lesão de Ana Cristina antes do próximo desafio na Liga das Nações.

    Na madrugada desta quinta-feira, a seleção brasileira feminina de vôlei conquistou uma emocionante vitória sobre a França, em um duelo marcado pela intensidade e técnica, no âmbito da Liga das Nações de Vôlei (VNL) 2023. Com parciais de 23/25, 25/21, 17/25, 25/21 e 15/11, o Brasil assegurou sua classificação antecipada para a fase final do torneio, realizado em Chiba, Japão. Essa foi a segunda vitória da equipe na última semana da fase inicial da competição, que tem sido marcada por um desempenho consistente e vigoroso.

    O destaque da partida foi a meio de rede Julia Kudiess, que teve uma atuação impressionante, marcando 17 pontos, sendo 11 deles provenientes de ataques e os restantes seis de bloqueios. Kudiess demonstrou grande habilidade e presença em quadra, contribuindo significativamente para o resultado positivo da equipe. Sua atuação exemplificou a qualidade do jogo brasileiro, que tem mostrado altos níveis de competitividade nas últimas rodadas.

    Entretanto, nem tudo foi positivo para o Brasil. A equipe enfrentou uma notícia preocupante durante a partida: a lesão da ponta Ana Cristina. A jogadora, que vinha se destacando na competição, sofreu uma lesão no joelho esquerdo durante o segundo set. Após a partida, exames de ressonância magnética confirmaram uma lesão no menisco medial, resultado que a afastará do restante da etapa no Japão. Essa ausência representa um desafio adicional para o técnico José Roberto Guimarães, que terá que ajustar sua estratégia em função da perda de um de seus principais talentos.

    Agora, os olhos da equipe se voltam para o próximo desafio: na próxima sexta-feira, o Brasil enfrenta a seleção da Polônia, a partir das 7h20 (horário de Brasília). Essa partida será crucial para manter o bom desempenho na competição e garantir uma posição de destaque na reta final. Com nove vitórias em dez jogos até o momento, a expectativa é alta para que a equipe continue avançando, superando adversidades e lutando pelo título na Liga das Nações.

  • POLÍTICA – Lula defende a autonomia do Brics e critica tarifas de Trump, buscando alternativas comerciais sem dólar em meio a tensões com os EUA.

    Na noite da última quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou a importância do Brics, um bloco que congrega grandes nações do Sul Global, destacando que o grupo continuará a buscar formas mais autônomas para fomentar as relações comerciais entre seus membros. As declarações de Lula vêm em um cenário de tensões crescentes com os Estados Unidos, após o presidente Donald Trump ter anunciado uma tarifa comercial de 50% sobre produtos brasileiros, o que acirrou os ânimos na arena internacional.

    Lula sublinhou a relevância do Brics, que representa quase metade da população mundial e cerca de 30% do PIB global. O presidente ressaltou que dez dos países que fazem parte do bloco integram também o G20, um fórum onde a presença dos Estados Unidos, representados por Trump, é inegável. Em sua fala, o presidente brasileiro defendeu a busca por maior autonomia nas políticas comerciais, afirmando que é necessário deixar de lado a subordinação histórica ao norte global. Ele mencionou a possibilidade de implementar uma moeda própria ou apelar para as moedas nacionais nas trocas comerciais, sem a necessidade do dólar, enfatizando a necessidade de independência econômica.

    Em uma segunda entrevista, Lula criticou a postura de Trump, sugerindo que as divergências deveriam ser tratadas em encontros de alto nível, como no G20, e não por meio de medidas unilaterais que ferem a soberania de outros países. Para ele, a comunicação direta e respeitosa é o caminho mais apropriado entre líderes mundiais. O presidente classifica a abordagem de Trump como desrespeitosa e reafirmou que não irá tolerar esse tipo de comportamento nas relações internacionais.

    Além de discutir as questões comerciais com o Brics e as tensões com os EUA, Lula também abordou assuntos relacionados à economia interna. Durante uma conversa com a mídia, ele anunciou a intenção de manter a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida tem a intenção de controlar as finanças públicas e se alinha a um período em que o governo poderá enfrentar cortes significativos em despesas. Ele alertou que, caso haja necessidade de redução de gastos, as emendas parlamentares também poderão ser afetadas por essa decisão.

    Lula reafirmou que, apesar dos desafios, a responsabilidade sobre as decisões fiscais é do Executivo, enquanto encorajou os parlamentares a apresentarem propostas se acreditarem que houve erro nas decisões tomadas. O presidente, que se mostrou firme em sua determinação, espera que as discussões em torno do IOF possam ser resolvidas pacificamente, porém deixou claro que qualquer ação será mantida dentro da legalidade e dos procedimentos adequados. As próximas semanas prometem ser decisivas tanto para a política econômica interna quanto para as relações externas do Brasil.

  • ECONOMIA – IPIs zerados para carros compactos sustentáveis: Lula assina decreto para promover descarbonização e inovação no setor automotivo brasileiro até 2026.

    Na quinta-feira, 10 de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto que zera os impostos de fabricação para veículos compactos produzidos no Brasil e que atendam a critérios de eficiência ambiental. A medida faz parte do Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação, conhecido como Mover, que foi lançado no ano passado. O programa tem como objetivo principal promover a descarbonização da frota automotiva no país, através de incentivos fiscais, com destaque para a redução das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

    Para que um veículo possa se beneficiar do IPI zerado, ele deve cumprir quatro condições essenciais: emitir menos de 83 gramas de dióxido de carbono (CO₂) por quilômetro, conter mais de 80% de materiais recicláveis, ser fabricado no Brasil em etapas como soldagem, pintura, fabricação do motor e montagem, e se classificar como um carro compacto, que é a categoria de entrada das marcas.

    O anúncio da nova política ocorreu em uma cerimônia no Palácio do Planalto, com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin, do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, junto a outros ministros, parlamentares e representantes do setor automotivo. O decreto modifica a tabela do IPI, que foi concebida como um mecanismo de soma zero, de forma a não onerar o sistema fiscal. A validade da medida se estende até dezembro de 2026, antecipando os efeitos da reforma tributária que está em discussão.

    O decreto será oficialmente publicado no Diário Oficial da União e estabelece também um novo sistema de cálculo para o IPI dos demais veículos que não se enquadram na categoria de isenção. A nova tabela prevê uma alíquota base de 6,3% para veículos de passageiros e 3,9% para comerciais leves, com ajustes determinados por critérios de eficiência energética, tecnologia de propulsão e segurança.

    O governo projeta que essa nova abordagem resultará na redução do IPI para cerca de 60% dos veículos vendidos no Brasil em 2024, sem gerar déficit fiscal. O Mover prevê uma injeção de R$ 19,3 bilhões em créditos financeiros entre 2024 e 2028, com a expectativa de que investimentos no setor cheguem a até R$ 190 bilhões nos próximos anos.

    O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Igor Calvet, ressaltou a importância dessas políticas, afirmando que a evolução na produção de automóveis brasileiros resultou em uma redução significativa na poluição em comparação com os veículos da década de 2000. A medida é vista como um passo crucial em direção a um futuro mais sustentável na mobilidade brasileira.

  • JUSTIÇA – “Gilmar Mendes: Brasil Escreve Capítulo Inédito na Resistência Democrática Contra Ameaças ao Estado de Direito”

    O Brasil vive um momento considerado inédito na história da resistência democrática, conforme as palavras do ministro Gilmar Mendes, integrante do Supremo Tribunal Federal (STF). Durante um pronunciamento em Brasília, Mendes destacou que o país está frente a um período crucial na defesa de suas instituições democráticas. Ele apontou que essa fase é marcada pela necessidade de proteger os princípios constitucionais diante de forças que, segundo ele, ameaçam não apenas as estruturas nacionais, mas também a concepção moderna de Estado de Direito.

    Embora não tenha mencionado diretamente os comentários feitos pelo ex-presidente americano Donald Trump sobre o STF, Mendes abordou o clima de tensão que permeia a política brasileira. Ele enfatizou que as circunstâncias atuais exigem uma defesa firme da democracia, culminando em uma luta essencial para resguardar direitos e normas estabelecidas. “Quando a defesa irredutível de preceitos constitucionais se torna um imperativo civilizatório, é porque estamos diante de forças que se opõem ao progresso”, explicou o ministro.

    Mendes também fez fortes afirmações sobre a “sabotagem” de plataformas digitais que dificultam o debate democrático acerca da regulamentação, sugerindo que esse cenário se assemelha a uma tentativa de golpe de Estado. Ele criticou a disseminação de desinformação, que considera prejudicial à modernização das leis e regulamentos, e alertou sobre a grande campanha de manipulação orquestrada por algumas empresas de tecnologia.

    Em um contexto recente, após críticas do governo dos Estados Unidos e ameaças de tarifas sobre exportações brasileiras, os ministros do STF decidiram adotar uma postura de contenção. Optaram por não responder diretamente às acusações e confiaram que a resolução do impasse deve ser tratada pela diplomacia do governo federal.

    Esse episódio ressalta não só os desafios enfrentados pelo Brasil na atualidade, mas também a importância da vigilância e resistência em um cenário global onde as democracias se veem ameaçadas. Mendes conclui que o que acontece no Brasil será um marco no registro da luta pela democracia, reforçando a necessidade de proteção e valorização das instituições democráticas.

  • SAÚDE – Casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave apresentam queda; especialistas alertam para a necessidade de vacinação e cuidados, especialmente entre crianças e idosos.

    Nesta quinta-feira, o boletim InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), trouxe boas notícias em relação à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). O documento revela uma notable queda no número de casos registrados em diversas regiões do Brasil, sinalizando uma possível reversão no cenário de saúde pública ligado a essa condição. A leve melhora é especialmente atribuída à interrupção do aumento ou mesmo à redução das hospitalizações causadas pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) em crianças e pela influenza A em idosos.

    A análise realizada pelos especialistas da Fiocruz também destacou a estabilidade nos casos de SRAG provocados pelo Covid-19, que se mantém em níveis baixos na maioria dos estados da federação. No entanto, o Estado do Rio de Janeiro apresenta um pequeno aumento nas incidências, o que acende um alerta sobre a necessidade de acompanhamento e precauções contínuas.

    Tatiana Portella, pesquisadora responsável pelo InfoGripe, enfatiza que, apesar da queda nos números de casos de VSR e influenza A, ainda há registros de crescimento em determinadas faixas etárias em locais específicos. Embora as hospitalizações por SRAG tenham se reduzido, os índices ainda são considerados elevados, o que torna imperativa a manutenção das medidas de prevenção. Entre as recomendações, destaca-se a importância da vacinação contra a gripe, o uso de máscara em lugares fechados e a adesão a práticas de etiqueta respiratória.

    Além disso, Portella alerta sobre a necessidade de garantir que todos estão em dia com as vacinas contra a Covid-19, especialmente idosos e pessoas com sistema imunológico comprometido, que devem receber doses de reforço a cada seis meses.

    No que se refere à incidência da SRAG, as crianças continuam enfrentando uma situação crítica, com casos elevados em várias partes do Brasil, excetuando-se Tocantins e o Distrito Federal. A situação em relação aos idosos, por sua vez, continua igualmente preocupante, sobretudo nas regiões Centro-Sul e em partes do Norte e Nordeste, onde a influenza A mantém os registros em níveis moderados a altos.

    O InfoGripe, que monitora a situação de SRAG no Brasil, desempenha um papel vital no suporte às vigilâncias em saúde para identificar áreas prioritárias que necessitam de intervenções. A atualização mais recente se refere à Semana Epidemiológica 27, coberta no período de 29 de junho a 5 de julho, ressaltando a importância do monitoramento contínuo em tempos de incerteza.

  • INTERNACIONAL –

    Trump Tarifa Produtos Brasileiros em Resposta à Regulação de Big Techs no Brasil, Afirmam Especialistas

    Impacto da Pressão das Big Techs Americanas na Relação Brasil-EUA

    A crescente influência das grandes empresas tecnológicas dos Estados Unidos (as chamadas big techs) no cenário internacional está ganhando novos contornos, especialmente nas relações com o Brasil. Especialistas analisam que a recente decisão do ex-presidente Donald Trump, que impôs uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, reflete a pressão dessas empresas contra a regulação do setor no país sul-americano. A carta enviada por Trump ao governo brasileiro destaca “ataques contínuos” às atividades comerciais das empresas americanas, além de acusações de censura contra suas plataformas de redes sociais.

    A professora Camila Vidal, especialista em relações internacionais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), explica que tanto as decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação às big techs quanto a criação de regras pelo governo Lula sobre as plataformas digitais contribuíram para a retaliação de Trump. Com os serviços dominando a economia americana, existe um temor de que a regulação brasileira possa desencadear um efeito dominó em outras nações, limitando a atuação das big techs globalmente.

    A Meta, empresa controladora de Facebook, Instagram e WhatsApp, também se alinhou politicamente com Trump, manifestando resistência à regulação em diversos países, incluindo Brasil, Austrália e na União Europeia, onde medidas regulatórias já foram implementadas.

    No Brasil, o debate em torno da responsabilidade das plataformas digitais por conteúdos criminosos, como apologia à violência e outros crimes, também está em evidência. Recentemente, o STF determinou que as redes sociais devem ser responsabilizadas por conteúdos que violam a lei. Esse contexto gera um debate sobre a soberania nacional e até que ponto o Brasil deve acomodar as pressões externas.

    Os analistas ressaltam que o que Trump demanda pode ser visto como uma externa ingerência na política interna brasileira, desconsiderando a autonomia do Judiciário e as leis locais. A retórica de Trump, que descreve a situação como uma questão de censura, encontra eco junto aos aliados de Bolsonaro, mas a perspectiva de censura legítima à liberdade de expressão se contrapõe à necessidade de proteção das instituições democráticas.

    Defensores da democracia e da legislação brasileira afirmam que não existe liberdade de expressão ilimitada e que todos os atores, incluindo plataformas digitais, devem obedecer às leis do país onde operam. Com a ação das big techs provocando tensões, a tramitação de leis que criariam regras para as redes sociais foi suspensa, refletindo a capacidade de influência dessas gigantes sobre o cenário político brasileiro.

    Diante desse panorama, especialistas projetam que a luta entre a regulação das big techs e as suas respostas, como as medidas tarifárias, será um capítulo significativo nas relações Brasil-EUA nos próximos anos.