Categoria: Agência Brasil

  • SAÚDE – Hospital Estadual da Mulher em São João de Meriti pede doações de leite materno para atender recém-nascidos em necessidade crítica na Baixada Fluminense.

    O Hospital Estadual da Mulher Heloneida Studart, localizado em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, está enfrentando uma escassez crítica em seu banco de leite humano. Com apenas 22 doadoras regulares, a unidade não consegue manter os estoques necessários para atender à demanda do setor neonatal da maternidade. Essa situação gera preocupação, uma vez que o leite materno é fundamental para o desenvolvimento de recém-nascidos, especialmente aqueles que nascem prematuros ou com baixo peso.

    Para incentivar e facilitar as doações, o hospital implementou um serviço de coleta domiciliar. Um veículo da instituição se dirige até as casas das voluntárias duas vezes por semana, garantindo que a doação seja prática e segura. Camila Alves, enfermeira neonatologista e especialista em lactação da unidade, ressaltou que não é necessário ter sido paciente do hospital para se tornar doadora. A equipe fornece um kit esterilizado, que inclui potes, toucas, luvas descartáveis e etiquetas, assegurando a segurança durante o processo de coleta.

    Para se tornar doadora, é preciso que a puérpera esteja saudável e tenha leite excedente. As interessadas devem enviar os resultados dos exames pré-natal mais recentes via WhatsApp para uma avaliação da equipe do hospital. Após a análise, um carro é enviado para retirar o material doado. Vale mencionar que o leite coletado pode ser armazenado por até 15 dias após o congelamento, e a equipe do hospital retorna para coletar novas doações e entregar novos kits.

    Além disso, o processo é rigorosamente supervisionado, seguindo as diretrizes do Ministério da Saúde. Isso inclui a pasteurização do leite e a realização de testes microbiológicos, garantindo que o alimento esteja em conformidade com as normas de segurança. Uma nutricionista também avalia o teor calórico do leite, ajustando-o às necessidades dos bebês internados.

    O leite materno é considerado o alimento mais completo para os recém-nascidos, promovendo o fortalecimento do sistema imunológico e contribuindo para a prevenção de doenças. A doação de leite humano não só ajuda a salvar vidas, mas também tem um impacto positivo no vínculo entre mãe e filho, promovendo saúde tanto física quanto emocional por meio da amamentação.

    Com quase uma década de serviço, o banco de leite do Hospital da Mulher continua a ser um recurso vital na Baixada Fluminense, mas depende da generosidade das mães munidas de leite excedente para continuar sua missão. Se você está interessada em contribuir, sua ajuda é mais que bem-vinda para garantir que mais bebês recebam os benefícios do leite materno.

  • DIREITOS HUMANOS – “Garimpo ilegal na Amazônia: doença, violência e desaparecimentos revelam a face sombria da exploração humana e ambiental na região.”

    O garimpo ilegal na Amazônia se apresenta como um grave desafio humano e ambiental, revelando uma realidade angustiante para as pessoas envolvidas nessa atividade. Um mapeamento recente traz à luz as atrocidades enfrentadas por garimpeiros, que vão desde doenças graves causadas pela exposição ao mercúrio até violência extrema, como assédios, tentativas de homicídio e desaparecimentos forçados. A pesquisa, realizada por uma equipe multidisciplinar formada por sociólogos, antropólogos e comunicadores, envolveu 389 entrevistas em cidades-chave da Amazônia, como Manaus, Altamira, Porto Velho e Boa Vista.

    Os resultados são alarmantes. Em 2024, as doenças mais comuns entre os garimpeiros incluíam gota, malária, tuberculose e pneumonia, além de uma expectativa de vida de apenas cinco anos para esses trabalhadores, bem inferior à média nacional, que ultrapassa os 76 anos. As principais causas de morte estavam ligadas a acidentes, como afogamentos e soterramentos, além de ataques de animais. As condições de vida dos garimpeiros são precárias e, segundo os pesquisadores, o garimpo não é visto como uma opção, mas como uma última alternativa diante da desesperança que permeia a vida desses indivíduos, tanto na cidade quanto no campo.

    As histórias de vida de pessoas que passaram pelo garimpo revelam a crua realidade desse universo. Adriano, de 66 anos, relata sua experiência, onde aprender a não esperar nada da vida se tornou uma norma. Para ele, a expectativa de acordar vivo era um ganho. Valéria, de 32 anos, compartilha como o ambiente do garimpo a expôs a constantes ameaças e assédios. Sua fuga, após várias tentativas de homicídio, atesta a violação que mulheres enfrentam nesse cenário, caracterizadas não apenas por condições de trabalho desumanas, mas por um ciclo feroz de violência sexual.

    Adicionalmente, o impacto do garimpo é particularmente devastador para as mulheres, que enfrentam o tráfico e a exploração sob condições ameaçadoras. A experiência de mulheres jovens, frequentemente cooptadas para o trabalho nas minas, ilustra a forma perversa como o sistema perpetua a violência e a exploração. O caso de Rosa, que busca há 18 anos por seu filho desaparecido em atividades de garimpo, expõe ainda mais a brutalidade dessa realidade. Em sua narrativa, a falta de acesso à justiça agrava a dor da perda, deixando um rastro de impotência e indignação.

    O estudo conclui que o garimpo ilegal, além de devastar comunidades e ecossistemas, representa uma violação contínua dos direitos humanos, levantando questões urgentes sobre a proteção das populações vulneráveis na Amazônia.

  • DIREITOS HUMANOS – OAB-RJ Fecha Sede Após Ameaça de Ataque Associada a Extremistas; Atividades São Canceladas Temporariamente.

    Uma medida de segurança emergencial foi adotada pela seccional do Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) após a recepção de uma ameaça de ataque. A presidente da entidade, Ana Tereza Basilio, decidiu fechar o prédio localizado na Avenida Marechal Câmara, 150, até o meio-dia desta quinta-feira. Em comunicado à imprensa, a OAB-RJ informou que todas as atividades programadas para aquele dia foram canceladas.

    A decisão sobre o fechamento foi desencadeada por um alerta que circulou na noite da quarta-feira (2) emitido por autoridades de segurança pública, indicando que a ameaça estava possivelmente ligada a grupos extremistas. A medida reflete a preocupação crescente com a segurança nas instituições, em um contexto onde a tensão entre discursos e ações violentas vem aumentando nos últimos tempos.

    Esse não é um episódio isolado na história da OAB-RJ. Em um passado marcado por tragédias, a entidade já sofreu um ataque devastador em 27 de agosto de 1980, durante o regime militar. Naquela ocasião, a secretária da Ordem, Lyda Monteiro, perdeu a vida ao abrir uma carta-bomba. A correspondência estava endereçada ao então presidente da OAB, Eduardo Seabra Fagundes, mas foi fatalmente aberta por Lyda. A OAB da época estava ativa na denúncia de violações dos direitos humanos, como desaparecimentos forçados e torturas.

    Anos depois, em 2015, a Comissão Estadual da Verdade (CEV) revelou os nomes dos envolvidos no atentado que resultou na morte de Lyda. Investigações levaram à identificação de um sargento do exército e outros envolvidos, que participaram do ato violento. A coleta de depoimentos de testemunhas oculares da época foi crucial para trazer à tona a verdade por trás desse capítulo sombrio da história do Brasil.

    O fechamento da OAB-RJ desta quinta-feira serve como um lembrete da continuidade das ameaças enfrentadas pelas instituições do país. As ações da entidade são observadas com atenção, não apenas em relação à sua função legal, mas também no que diz respeito à proteção dos direitos humanos em um cenário de incerteza social e política.

  • ECONOMIA – Conselho Popular do Brics se reúne no Rio e destaca a participação da sociedade civil ante Cúpula de Líderes do bloco.

    Nos dias 4 e 5 de julho, o Rio de Janeiro será o palco da primeira reunião do Conselho Civil do Brics, um espaço que busca fortalecer a participação da sociedade civil e movimentos populares nas discussões sobre desenvolvimento econômico entre os países que compõem o bloco. O evento, que precede a Cúpula de Líderes do Brics, agendada para os dias 6 e 7 de julho, ocorrerá no Teatro Carlos Gomes, localizado na Praça Tiradentes, no centro da cidade.

    De acordo com os organizadores, a reunião tem como meta fundamental ressaltar a importância da participação popular nas decisões e políticas do Brics, além de oferecer uma plataforma para a construção de propostas alternativas capazes de influenciar a agenda do grupo. A presença de conselheiros durante a sessão pública, que contará com a interação do público, buscará fomentar um diálogo aberto e inclusivo, refletindo as demandas e expectativas da sociedade.

    Ao final do encontro, um documento será elaborado, sintetizando as deliberações e encaminhamentos do Conselho para os líderes do Brics, a fim de garantir que as questões levantadas durante a reunião sejam levadas em consideração nas futuras discussões do bloco. Este conselho foi instituído em julho de 2024, durante o Fórum Civil realizado em Kazan, na Rússia, e só recebeu a aprovação de todos os líderes do Brics, o que destaca a relevância da sua função.

    Em um esforço anterior ao encontro, em 2025, foram estabelecidos sete grupos de trabalho que abordam temas cruciais como saúde, educação, ecologia, cultura, finanças, segurança e institucionalidade. Esses tópicos foram priorizados pela presidência brasileira do Brics para este ano, indicando uma clara intenção de se da construção de uma agenda que atenda às necessidades diversas dos países membros.

    O Brics, que atualmente inclui 11 países membros permanentes—Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia—reforça a sua atuação ao também envolver países parceiros como Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Tailândia, Cuba, Uganda, Malásia, Nigéria, Vietnã e Uzbequistão, ampliando assim o seu escopo de atuação e colaboração internacional.

  • ECONOMIA – Indústria de Máquinas Registra Aumento de 12,2% nas Vendas em Maio, Mas Preocupa com Queda nas Exportações e Aumento das Importações

    Em maio deste ano, a receita líquida total de vendas da indústria de máquinas e equipamentos no Brasil atingiu impressionantes R$ 27,4 bilhões. Essa cifra representa um crescimento de 12,2% em relação ao mês anterior e um notável aumento de 26,3% quando comparado ao mesmo mês do ano passado. Esse desempenho robusto é um sinal de recuperação no setor, conforme apontam análises da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

    O crescimento da receita no mercado interno foi responsável por grande parte desse resultado positivo, com movimentações que chegaram a R$ 21,8 bilhões. No entanto, as exportações apresentaram uma realidade divergente, sofrendo uma queda de 5,9% em comparação ao mesmo mês de 2024, totalizando US$ 989 milhões. A Abimaq atribui essa diminuição, em parte, à queda de 3,5% nos preços das máquinas e equipamentos no mercado internacional, o que representa um desafio para a competitividade brasileira.

    Em contrapartida, as importações estão em uma trajetória de crescimento. Em comparação anual, houve um aumento de 5,2% nas importações em maio de 2025 em relação ao mesmo mês do ano anterior, com um crescimento mensal de 2,9%, alcançando quase US$ 2,7 bilhões. Entre janeiro e maio, as importações chegaram a US$ 13,1 bilhões, superando em 10,3% o volume do mesmo período de 2024, marcando um recorde histórico.

    Além do aumento na receita e nas importações, o nível de utilização da capacidade instalada na indústria subiu para 78,9%, marcando um crescimento significativo de cinco pontos percentuais em relação a maio do ano passado. O setor também demonstrou um aumento no emprego, com 419 mil trabalhadores ativos – um crescimento de 8,3% em relação a 2024.

    Contudo, a Abimaq alerta para um cenário preocupante em meio aos resultados positivos, ressaltando o aumento das importações e a perda de competitividade nas exportações. Essa situação gera incertezas sobre a viabilidade do setor no longo prazo, uma vez que a entidade observa que a recuperação da demanda interna não elimina os desafios no comércio exterior. Para o próximo semestre, a expectativa é de uma “desaceleração intensa”, resultado do aperto monetário e um ambiente macroeconômico que continua desafiador. Essa previsão instiga uma reflexão sobre o futuro do setor industrial brasileiro e sua capacidade de se reafirmar em um mercado global competitivo.

  • ECONOMIA – Mercosul Conclui Acordo Comercial com EFTA Após Oito Anos de Negociações, Prometendo Acesso Facilitado a Mercado de Alta Renda

    O bloco econômico Mercosul anunciou a conclusão das negociações para um acordo comercial com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), que inclui a Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein. O anúncio, realizado na 66ª Cúpula do Mercosul em Buenos Aires, marca um importante passo nas relações comerciais internacionais do Mercosul, que é composto por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, além da Bolívia, que está em processo de adesão.

    As negociações com a EFTA, iniciadas em 2017, foram concluídas após um longo período de diálogo, o que foi celebrado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin. Ele destacou que, após acordos com Singapura e a União Europeia, o fechamento das negociações com a EFTA assegura um acesso facilitado para 100% das exportações industriais do bloco sul-americano. Alckmin enfatizou que esse resultado é um reflexo do compromisso em estimular a economia, gerando empregos e renda para a população.

    A EFTA, estabelecida em 1960, é uma organização intergovernamental que abriga cerca de 15 milhões de habitantes e apresenta um Produto Interno Bruto (PIB) total próximo a US$ 1,4 trilhão. Destaca-se que Liechtenstein se encontra entre os países com maior PIB per capita do mundo, enquanto a Suíça também figura entre os quatro primeiros nessa lista.

    Quanto ao mercado de serviços, o momento é promissor. Dados recentes mostram que em 2024, a EFTA importou US$ 284 bilhões em serviços, tornando-se o nono maior importador global, à frente de economias significativas como a Índia e o Japão. Além disso, o bloco também se destacou na exportação, movimentando US$ 245 bilhões em serviços, consolidando sua posição entre os principais exportadores do mundo.

    Apesar da conclusão do acordo, vale ressaltar que os termos ainda devem passar por um processo de ratificação interno de cada um dos países envolvidos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se encontra em Buenos Aires, participará de um encontro com outros líderes do Mercosul, onde o Brasil assumirá a presidência pro tempore do bloco nos próximos seis meses. Essa mudança de liderança pode trazer novas perspectivas e impulsionar ainda mais a colaboração entre os países da região e seus parceiros comerciais.

  • ECONOMIA – “ONS Intensifica Medidas para Garantir Suprimento de Energia Durante Transição Seca e Úmida em 2025/2026”

    Em uma ação estratégica para garantir a estabilidade no fornecimento de energia, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) reforçou, em colaboração com o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), a necessidade de maximizar a geração térmica e assegurar a prontidão das usinas. Essa solicitação se alinha com os preparativos para o período seco, que antecede a transição para a fase mais úmida do ano hidrológico de 2025/2026, com o objetivo de assegurar um abastecimento contínuo ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

    O ONS, responsável pela coordenação e supervisão das operações de geração e transmissão de energia elétrica, ressaltou a importância de uma atuação incisiva para garantir que as demandas de carga e potência da população brasileira sejam atendidas de forma adequada, especialmente no segundo semestre de 2025. O CMSE, por sua vez, atua como uma entidade chave no monitoramento do setor elétrico, propondo ações que visam à segurança e confiabilidade no fornecimento de energia.

    Em uma reunião ordinária realizada em junho, o ONS apresentou uma série de recomendações ao CMSE, destacando a necessidade de revitalizar os níveis de armazenamento de água nos reservatórios da região Sul. As propostas incluem otimizar a modulação das usinas hidrelétricas localizadas no rio São Francisco, além de maximizar a disponibilidade da geração termelétrica. Essa abordagem é considerada essencial para fortalecer o sistema elétrico e atender a crescente demanda.

    Outra medida importante discutida pelo colegiado foi o monitoramento contínuo do subsistema Sul, que sofreu impactos significativos devido a condições climáticas adversas nos últimos meses. A expectativa é de que os níveis dos reservatórios comecem a se elevar a partir de agosto, mas o ONS permanece vigilante.

    Marcio Rea, diretor-geral do ONS, enfatizou que o atendimento de potência neste período crucial continua sendo uma prioridade. Ele destacou a implementação de diversas ações que visam garantir que a demanda energética da população seja satisfeita, reforçando a importância da preparação e resiliência do setor elétrico diante de desafios climáticos e operacionais. Essa estratégia proativa é vista como vital para a segurança energética do país nos próximos anos.

  • JUSTIÇA – AGU propõe acordo para devolver descontos ilegais a aposentados; ressarcimento pode atingir R$ 6,3 bilhões e dependerá de aprovação do STF.

    Na última quarta-feira, a Advocacia-Geral da União (AGU) protocolou uma proposta junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) com o objetivo de iniciar o ressarcimento a aposentados e pensionistas que sofreram descontos irregulares em suas mensalidades associativas. Este processo de devolução está previsto para ter início em 24 de julho de 2025, abrangendo todos os pagamentos não autorizados realizados entre março de 2020 e março de 2025.

    A proposta prevê que os beneficiários sejam integralmente compensados pelos valores descontados indevidamente. O ressarcimento ocorrerá em lotes quinzenais, com cada lote destinado a aproximadamente 1,5 milhão de pessoas, e os montantes serão corrigidos de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

    Para ter acesso ao ressarcimento, os aposentados que se sentiram lesados devem contatar o INSS através dos canais de atendimento disponíveis, como o aplicativo “Meu INSS”, a central telefônica 135 ou presencialmente nas agências dos Correios. A adesão ao acordo será opcional, e uma vez feita a solicitação, os beneficiários entrarão na lista do INSS para receber o pagamento.

    Importante ressaltar que aqueles que já procuraram a Justiça para cobrar os valores devolvidos deverão abrir mão de suas ações judiciais, tendo em vista que o INSS se compromete a pagar 5% em honorários advocatícios para as ações ajuizadas até 23 de abril de 2025. Os beneficiários que pertencem a grupos vulneráveis, como idosos acima de 80 anos, quilombolas e indígenas, terão os valores devolvidos automaticamente, sem a necessidade de solicitá-los.

    O processo de contestação será facilitado, pois, caso os beneficiários questionem os descontos, a entidade associativa terá 15 dias para demonstrar que houve autorização. Se não conseguir, o INSS reembolsará o valor ao beneficiário.

    O acordo, que precisa ser aprovado pelo STF, também busca extinguir ações judiciais envolvendo a devolução de valores e estabelece a suspensão de ações coletivas com o INSS, além de prever a responsabilização das entidades associativas envolvidas nas fraudes.

    No entanto, o INSS anunciou que está revisando suas normas e procedimentos para evitar novos casos de fraudes envolvendo descontos indevidos. A AGU, em conjunto com o Ministério da Previdência, a Ordem dos Advogados do Brasil, a Defensoria Pública da União e o Ministério Público Federal, elaborou o acordo em um esforço de conciliação. Uma vez homologado, o objetivo é garantir segurança jurídica ao processo de devolução dos valores.

    As investigações, que fazem parte da Operação Sem Desconto da Polícia Federal, revelaram um esquema nacional de descontos irregulares que afetaram cerca de R$ 6,3 bilhões de benefícios de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024. Até o momento, como parte da operação, a Justiça Federal já bloqueou R$ 2,8 bilhões em bens de empresas e indivíduos envolvidos nas irregularidades.

  • DIREITOS HUMANOS –

    Alerta de ONGs: Redução drástica de pontos de distribuição de alimentos em Gaza agrava crise humanitária e expõe civis a riscos extremos

    Organizações Globais Denunciam Crise Humanitária em Gaza: Redução drástica nos pontos de distribuição de alimentos agrava situação dos civis

    Um grupo formado por mais de 200 organizações não governamentais de diversas partes do mundo emitiu um alerta preocupante sobre a situação humanitária em Gaza. Através de uma carta divulgada recentemente, as entidades expõem a alarmante redução de pontos de distribuição de alimentos na região, passando de 400 para apenas 4, uma medida tomada por Israel que agrava as condições de vida da população local.

    A análise feita pelos grupos revela que esta drástica diminuição na oferta de alimentos resultou em uma concentração de cerca de 2 milhões de pessoas em áreas insalubres e militarizadas, tornando a busca por alimentos uma atividade extremamente perigosa. As organizações indicam que, em menos de um mês, mais de 500 palestinos perderam a vida e cerca de 4.000 ficaram feridos ao tentarem conseguir alimento.

    A carta, intitulada “Fome extrema ou tiroteio”, enfatiza que tanto militares israelenses quanto grupos armados têm disparado contra civis que se aventuram em busca de suprimentos. Esse cenário é caracterizado por uma combinação de fome, sede e deslocamento forçado, transformando a luta pela sobrevivência em um pesadelo inaceitável. As organizações instam a comunidade internacional a pôr fim ao bloqueio humanitário imposto por Israel e a retomar a assistência disponibilizada pela Organização das Nações Unidas (ONU).

    Um dos trechos da carta destaca como a nova abordagem do governo israelense força civis famintos a arriscar suas vidas em áreas de conflito, competindo violentamente por uma quantidade limitada de alimentos em pontos de distribuição altamente militarizados. Centenas de pessoas se aglomeram nas entradas, onde a disputa se torna caótica e, frequentemente, letal. Essa situação não apenas desafia os direitos humanos, mas também ignora os preceitos do direito internacional.

    Os relatos de sofrimento são alarmantes: muitos civis chegam a um estado de exaustão tal que não conseguem sequer participar das disputas por comida. Aqueles que conseguem sair das áreas de distribuição frequentemente o fazem apenas com itens insuficientes para uma alimentação adequada. Além disso, a escassez de combustível começa a impactar serviços essenciais, como abastecimento de água e transporte de emergência, exacerbando ainda mais a crise.

    Testemunhos de especialistas em saúde revelam que mães enfrentam dificuldades extremas para alimentar seus filhos, devido à escassez de alimentos ou aos preços exorbitantes, que atingem valores que variam de cinco a cem vezes mais altos em comparação a períodos anteriores. Por outro lado, a ONU reporta que uma parte significativa das vítimas da recente escalada de violência consista em crianças e mulheres, a maioria mortas enquanto estavam em suas residências.

    Em resumo, a situação em Gaza se torna cada vez mais crítica, colocando em risco a vida de milhões de civis. A carta das ONGs é um apelo urgente ao mundo para mobilizar esforços em busca de uma solução que proteja e preserve a dignidade humana em meio a um dos conflitos mais prolongados e trágicos da atualidade.

  • ESPORTE – Brasil vence El Salvador por 106 a 49 e avança às quartas de final da AmeriCupW com 100% de aproveitamento na primeira fase.

    A seleção brasileira feminina de basquete encerrou sua participação na fase de grupos da AmeriCup W com uma campanha impecável, conquistando quatro vitórias em quatro jogos. Na última partida, realizada na quarta-feira (2) em Santiago, no Chile, o Brasil dominou El Salvador, vencendo por expressivos 106 a 49, garantindo assim a liderança do grupo e a vaga nas quartas de final da competição.

    Com esse desempenho inquestionável, o Brasil assegurou não apenas um lugar entre os melhores do torneio, mas também a chance de lutar pelo título, que proporciona uma vaga na Copa do Mundo de Basquete Feminino de 2026, a ser realizada na Alemanha. As equipes que terminarem entre o segundo e o sexto lugar também terão a oportunidade de participar do Pré-Mundial, aumentando a competitividade entre as seleções.

    No confronto contra El Salvador, o Brasil apresentou um jogo coletivo sólido, destacando-se três atletas em particular: a ala Damiris, que foi a cestinha da partida com 21 pontos, a pivô Kamilla, que anotou 14 pontos e pegou 10 rebotes, e a armadora Bella, que contribuiu com 16 pontos e três assistências. Essas performances individuais foram fundamentais para a vitória expressiva da equipe, refletindo a forte preparação e o entrosamento da seleção.

    A técnica da equipe, Pokey Chatman, expressou sua satisfação com a atuação das jogadoras, enfatizando que o foco não estava apenas no adversário, mas no próprio desempenho da equipe. “Não é sobre contra quem jogamos e sim como nós jogamos. Todas as atletas fizeram pontos. O time inteiro jogou. Passamos a bola. Tivemos rebotes. E nos preparamos para a próxima fase”, comentou a treinadora, ressaltando a importância da união e do trabalho em equipe.

    Com a próxima partida marcada para sexta-feira (4), o Brasil se prepara para enfrentar seus novos desafios nas quartas de final, buscando manter a trajetória de sucesso na AmeriCup W. A expectativa crescente entre torcedores e a equipe revela a confiança de que o Brasil pode seguir em frente com mais conquistas na competição.