Categoria: Agência Brasil

  • ECONOMIA – EUA Anunciam Tarifas de 50% para Produtos Brasileiros, Entidades Empresariais Pedem Diálogo e Diplomacia Ante Retaliações Comerciais.

    Na quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, uma decisão que provocou reações imediatas por parte das entidades empresariais no Brasil. Em uma análise abrangente, as associações representativas do setor produtivo pedem uma abordagem diplomática em vez de uma guerra comercial ideológica.

    O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) afirmou que essa decisão reflete um “embate” entre os presidentes da duas nações, destacando a falta de justificativas concretas para a medida. O Ciesp ressaltou que a narrativa de Trump sobre um superávit negativo nas trocas comerciais com o Brasil não se sustenta, já que, nos últimos dez anos, os EUA registraram um superávit significativo ao negociar bens com o Brasil, totalizando mais de US$ 91 bilhões.

    A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) também condenou a decisão, enfatizando que razões não econômicas estão por trás da quebra das normas comerciais e internacionais. Para a Fiesp, é crucial priorizar um processo de negociação que respeite a soberania nacional e promova soluções pacíficas e baseadas em dados. O entendimento é de que a volta ao diálogo é imprescindível, especialmente considerando que as relações entre Brasil e Estados Unidos historicamente possibilitaram benefícios mútuos nas áreas econômica e industrial.

    Em apoio a essa visão, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) frisou a importância da diplomacia para resolver conflitos. O histórico de parcerias entre os dois países deve ser preservado, segundo a Firjan, que também destacou a relevância dos investimentos norte-americanos no estado fluminense.

    Por sua vez, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) pediu uma abordagem responsável e tranquila nas relações comerciais, alertando que medidas de retaliação podem ter consequências prejudiciais para a sociedade e a economia brasileira. A necessidade de diálogo e a busca por soluções negociadas foram enfatizadas.

    Além disso, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) reforçou a urgência de canais diplomáticos para restaurar a confiança nas relações bilaterais. A desconfiança criada por medidas unilaterais pode comprometer não apenas as relações comerciais, mas também a cooperação cultural e social entre as nações.

    A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (AmCham) alertou que as tarifas poderiam ter um impacto severo na produção e no emprego, clamando por um diálogo construtivo entre os governos. Esse apelo é ecoado por diversas outras entidades do setor produtivo, como a FecomércioSP, que caracterizou a decisão como inadmissível e prejudicial ao comércio internacional. A FecomércioSP enfatizou a importância de construir consensos e manter pontes comerciais para promover um ambiente propício à prosperidade mútua.

    Finalmente, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) levantou preocupações sobre a falta de iniciativa da diplomacia brasileira em antecipar negociações. Acreditando que um confronto não é a solução, a Faesp pediu uma repercussão positiva das articulações entre os governos e setores produtivos para evitar consequências negativas para a economia nacional.

  • EDUCAÇÃO – Golpistas Lesam Mais de 35 Mil Estudantes com Site Falso do Enem e Arrecadam R$ 3 Milhões em Fraude Eletrônica

    Quadrilha de Golpistas Engana Mais de 35 Mil Estudantes com Site Falso do Enem

    Uma quadrilha criminosa elaborou um sofisticado esquema que prejudicou mais de 35 mil estudantes ao criar um site falso para as inscrições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), resultando em perdas financeiras significativas e na impossibilidade de realizar a prova, uma das principais portas de entrada para instituições de ensino superior públicas no Brasil. As investigações revelam que os golpistas acumulam um montante de aproximadamente R$ 3 milhões, decorrente da fraude perpetrada no último ano.

    A descoberta do esquema desencadeou uma operação da Polícia Federal (PF), que, na manhã desta quinta-feira, deu cumprimento a mandados de busca e apreensão na cidade de Praia Grande, em São Paulo. O órgão conseguiu, junto à Justiça, o bloqueio dos bens dos suspeitos, um deles já com um extenso histórico criminal, possuindo 15 registros anteriores relacionados ao crime de estelionato.

    De acordo com as apurações, durante o período oficial de inscrições, entre 27 de maio e 14 de junho de 2024, os criminosos criaram múltiplas páginas que simulavam a interface do site oficial do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Os estudantes que acessaram essas páginas falsas foram induzidos a preencher um questionário de inscrição fraudulento e, posteriormente, realizar um pagamento via Pix, direcionado para uma conta bancária ligada a uma empresa privada. Essa mesma empresa tem sido alvo de diversas reclamações online, com consumidores relatando a compra de produtos ou serviços que nunca foram entregues.

    A operação batizada de “Só Oficial” tem como objetivo não apenas desmantelar a quadrilha, mas também alertar futuros candidatos sobre a importância de acessar apenas o site oficial do exame, disponível na extensão gov.br. O alerta se torna ainda mais relevante, uma vez que o período das inscrições para este ano terminou em 13 de junho, e as provas estão programadas para os dias 9 e 16 de novembro.

    As ações da PF visam aprofundar as investigações e identificar outros possíveis envolvidos, responsabilizando a quadrilha pela prática de fraudes eletrônicas em um contexto de crimes virtuais. A proteção dos cidadãos, especialmente dos jovens que aspiram a uma educação superior de qualidade, é uma prioridade nas ações das autoridades competentes. Os estudantes devem ficar vigilantes e cuidadosos para evitar cair em armadilhas fraudulentas semelhantes e garantir um acesso legítimo ao Enem.

  • INTERNACIONAL –

    Trump Impõe Tarifa de 50% a Produtos Brasileiros, Lula Responde com Lei de Reciprocidade Econômica

    A recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para o país está causando alvoroço na mídia internacional. O anúncio foi feito em uma carta divulgada nas redes sociais, endereçada ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, e a tarifa entrará em vigor a partir de 1º de agosto.

    No documento, Trump justifica sua medida citando o ex-presidente Jair Bolsonaro, que atualmente enfrenta acusações no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. O próprio Trump menciona também ações judiciais contra apoiadores de Bolsonaro que residem em solo americano, como parte de uma narrativa mais ampla que busca justificar a tarifa.

    Em uma resposta firme, Lula utilizou suas plataformas sociais para reforçar que o Brasil reagirá à imposição tarifária de maneira proporcional, invocando a Lei de Reciprocidade Econômica. O presidente brasileiro destacou que a alegação de Trump sobre um suposto déficit na balança comercial entre os dois países é infundada e clamou pela defesa da soberania nacional e dos interesses do povo brasileiro.

    “Qualquer medida que represente uma elevação unilateral de tarifas será considerada sob a égide da legislação brasileira de reciprocidade econômica. A soberania e o respeito aos interesses do nosso povo são fundamentais na nossa interação global”, afirmou Lula.

    A repercussão do caso foi rápida e abrangente nos principais jornais do mundo. O The New York Times descreveu o episódio como uma “guerra comercial repentina”, enquanto o The Washington Post caracterizou a ação como uma “escalada forte” na disputa diplomática entre as duas nações. Já o britânico The Guardian expressou preocupações sobre como essas táticas comerciais erráticas poderiam impactar a inflação nos Estados Unidos.

    Na América Latina, o argentino Clarín ressaltou o “aumento drástico” das tarifas e as crescentes tensões, ligando-as ao apoio da Casa Branca a Bolsonaro. O alemão Deutsche Welle também refletiu sobre a retaliação brasileira e a desmentida de Lula em relação aos motivos apresentados por Trump. O francês Le Monde destacou o uso dessas tarifas por Trump como uma tentativa de sustentar Bolsonaro em meio a suas dificuldades legais.

    Por fim, o espanhol El País indicou que Trump superou limites em suas ameaças comerciais, não apenas ao Brasil, mas a outros países, com a intenção de forçar negociações até a data limite definida. Com a situação ainda em evolução, o cenário entre Brasil e Estados Unidos continua tenso e cheio de incertezas.

  • ECONOMIA – Desigualdades fiscais custam ao governo brasileiro mais de R$ 200 bilhões anuais, revela estudo do Ipea sobre justiça tributária e reformas necessárias.

    Em um cenário marcado por intensos debates no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a reforma tributária e a arrecadação de impostos, um estudo recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) expõe a gravidade de ineficiências no sistema atual. O relatório revela que o Estado brasileiro deixa de arrecadar anualmente cerca de R$ 200 bilhões devido a discrepâncias nas regras de cobrança de impostos.

    O documento, escrito por Sérgio Wulff Gobetti, pesquisador da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, alega que as “iniquidades perpetuadas” nas regras de cobrança geram não apenas ineficiência econômica, mas também comprometem a justiça tributária. O princípio da progressividade, que deveria fazer com que os mais ricos contribuíssem proporcionalmente mais em impostos do que os mais pobres, é enfraquecido por essas distorções.

    O estudo emerge em um momento crítico, quando tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que isenta do Imposto de Renda pessoas que ganham até R$ 5 mil, além de prever uma tributação mínima para rendimentos superiores a R$ 600 anuais. Esse contexto destaca a urgência de discutir justiça tributária, um tema que se tornou central nas pautas do governo.

    Entre as principais críticas do estudo à legislação vigente, está a diferenciação entre regimes de tributação do lucro empresarial, como o Simples Nacional e o lucro presumido. Embora essa segmentação tenha o intuito de incentivar as micro e pequenas empresas, Gobetti argumenta que ela frequentemente resulta em injustiças tributárias, beneficiando mais os empresários que menos investem e lucram.

    Além disso, o estudo aponta que as divergências no tratamento tributário facilitam práticas que reduzem artificialmente a base de cálculo dos impostos, permitindo que grandes conglomerados operem com estratégias que minimizam sua contribuição tributária. Com isso, a pesquisa levanta questões sobre a equidade do sistema atual e a necessidade de ajustes.

    Gobetti sugere que a tributação de dividendos, atualmente isentos de Imposto de Renda no Brasil, poderia ser uma solução para tornar o sistema mais progressivo. Ele ressalta que, ao contrário do Brasil, a maioria dos países desenvolvidos já tributa essa forma de renda, o que poderia ajudar a equilibrar a carga tributária.

    A análise também foca no setor petrolífero, sugerindo a criação de uma taxa adicional para lucros extraordinários quando os preços do barril de petróleo superarem a média histórica de US$ 70. Esse mecanismo poderia aumentar significativamente a arrecadação e capturar parte dos ganhos extraordinários do setor sem comprometer os incentivos a investimentos.

    Nesse contexto de reformas e discussões, o estudo do Ipea não apenas revela as falhas do sistema tributário brasileiro, mas também apresenta propostas que, se implementadas, poderiam contribuir para uma maior justiça fiscal e uma arrecadação mais eficiente. O aprimoramento do sistema tributário é uma questão urgente, e as decisões tomadas neste momento terão um impacto significativo na economia e na igualdade social nos próximos anos.

  • EDUCAÇÃO – Recursos para atendimento especializado no Encceja Exterior 2025 encerram nesta sexta-feira; participantes devem apresentar novo documento para validação.

    As inscrições para o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) de 2025 para brasileiros residentes no exterior estão em andamento, e um alerta importante se dirige àqueles que solicitaram atendimento especializado e tiveram seus pedidos reprovados. Esses indivíduos têm até esta sexta-feira, 11 de outubro, para interpor recursos. O processo deve ser realizado exclusivamente na Página do Participante do sistema do exame, onde é imprescindível anexar um novo documento que comprove a necessidade de atendimento, como laudos que atestem condições como deficiência, lactância ou idade avançada.

    Conforme o edital publicado, os resultados dos recursos estarão disponíveis a partir de 16 de julho. Se a documentação apresentada for aceita, os participantes terão direito a um tempo adicional de 60 minutos para realizar as provas em cada turno.

    O Encceja Exterior é um exame gratuito e voluntário, voltado para jovens e adultos que não completaram seus estudos na idade apropriada. Para que um participante possa se inscrever, é necessário que tenha pelo menos 15 anos para o nível de ensino fundamental e 18 anos para o ensino médio, data da realização do exame.

    Além disso, o Encceja conta com a modalidade específica para indivíduos em Penas Privativas de Liberdade (Encceja Exterior PPL). Os pedidos de participação devem ser feitos através do responsável no Consulado-Geral do respectivo país de aplicação. A aplicação do exame ocorre em parceria com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Ministério das Relações Exteriores, e as respectivas representações diplomáticas do Brasil.

    O exame é estruturado em quatro provas objetivas por nível de ensino, cada uma contendo 30 questões de múltipla escolha, além de uma redação. No Encceja Exterior 2025, as provas regulares estão agendadas para o dia 28 de setembro em localidades como Frankfurt, Bruxelas, Barcelona, Madri, Boston, Miami, Nova York, Paris, Amsterdã, Roma, Hamamatsu, Nagoia, Tóquio, Lisboa, Genebra e Paramaribo. Para os participantes em PPL, as provas serão realizadas entre 29 de setembro e 3 de outubro em unidades prisionais nas cidades de Nagoia e Tóquio, no Japão, e Madri.

    Os resultados de ambas as modalidades do Exame devem ser divulgados no dia 15 de dezembro. Desde 2002, o Inep realiza o Encceja, que visa avaliar as competências, habilidades e saberes adquiridos pelos participantes, servindo como um parâmetro para a certificação no ensino fundamental e médio. O exame ainda se afirma como uma importante referência nacional na avaliação de jovens e adultos em processo de escolarização.

  • INTERNACIONAL – Tarifas de 50% de Trump sobre produtos brasileiros geram críticas de economistas e levantam questões sobre a democracia nos EUA e no Brasil.

    Na última quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez um anúncio que causou burburinho tanto em solo americano quanto no Brasil: a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Essa decisão, amplamente criticada, encontra eco entre analistas e economistas, como o renomado Paul Krugman, colunista do The New York Times e vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2008.

    Krugman lançou mão de termos contundentes ao descrever o comportamento de Trump, referindo-se a ele como “mau e megalomaníaco”. Em uma de suas postagens, o economista argumentou que a medida não apresenta justificativas econômicas válidas, mas sim uma tentativa de proteger Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, das consequências legais enfrentadas. Segundo Krugman, a estratégia de Trump parece ser menos uma questão comercial e mais uma manobra política para apoiar um aliado em apuros.

    Ele ressalta que a decisão é um ato punitivo, comentando que “Trump mal finge que há uma justificativa econômica para sua ação”, insinuando que o verdadeiro propósito é retaliar o Brasil pelo modo como está lidando com os erros políticos de Bolsonaro. Para Krugman, essa postura revela um problema mais profundo nas relações internacional e a fragilidade da democracia, especialmente quando líderes democráticos são ameaçados por ações de governos autoritários.

    Além de criticar a medida tarifária, o economista fez uma analogia direta com eventos da política americana, citando a invasão do Capitólio em 2021 por apoiadores de Trump e os esforços do ex-presidente para perturbar a democracia. Ele sugere que Trump, ao usar tarifas como ferramenta de pressão, está legitimizando ações de líderes que operam fora da esfera democrática.

    Na esfera do comércio internacional, Krugman apresentou dados da Organização Mundial do Comércio, destacando que a China é o principal parceiro comercial do Brasil, seguido pelos EUA, que ocupam uma posição bem menos significativa. Essa informação levanta a pergunta: será que Trump acredita realmente que pode intimidar uma nação tão grande e com interesses comerciais diversos?

    Concluindo seu raciocínio, o economista sugere que as medidas de Trump, além de imprudentes, poderiam fundamentar um processo de impeachment contra ele, classificando-as como “diabólicas e megalomaníacas”. A forma como a democracia americana está projetada atualmente pode muito bem ser desafiada por tais ações, criando um panorama de incertezas no cenário político e econômico global. A posição dos Estados Unidos, outrora vista como defensora da democracia, parece estar em uma encruzilhada, gerando inquietação entre seus cidadãos e aliados ao redor do mundo.

  • ECONOMIA – Inflação desacelera com queda nos alimentos, mas aumento da energia elétrica pressiona IPCA, que permanece acima da meta do governo por sexto mês consecutivo.

    O mês de junho de 2023 trouxe uma mudança significativa no cenário econômico brasileiro, ao registrar a primeira queda nos preços dos alimentos em um período de nove meses. Essa redução foi um fator crucial para a desaceleração da inflação oficial, que fechou em 0,24%, marcando o quarto mês consecutivo de tendência de baixa. Esse desempenho alivia a pressão sobre os consumidores que, ao longo do último ano, enfrentaram aumentos consideráveis nos preços.

    Entretanto, nem todos os indicadores foram positivos. A tarifa de energia elétrica se destacou como um dos principais responsáveis pelo aumento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O subitem energia elétrica teve um aumento de 2,96%, impactando o índice em 0,12 pontos percentuais. A fase de bandeira vermelha tarifária, que acrescenta uma cobrança extra a cada 100 quilowatts-hora consumidos, contribuiu significativamente para esse encarecimento. Este cenário acontece em um contexto de estiagem, que limita a geração hidrelétrica, forçando o acionamento de usinas térmicas que apresentam custos mais elevados.

    Embora a inflação tenha registrado um alívio em junho, o acumulado dos últimos 12 meses ainda alcançou 5,35%, permanecendo acima do teto da meta do governo, fixada em 4,5%. Esse desvio da meta é alarmante, pois se estende por seis meses consecutivos. Em abril, essa taxa atingiu o seu ponto mais alto no ano, com 5,53%.

    Entre os grupos de preços analisados pelo IBGE, apenas alimentos e bebidas apresentaram deflação, com uma queda de 0,18%. A diminuição nos preços do arroz, ovos e frutas foram os principais responsáveis por essa queda. O excelente desempenho da safra atual, segundo especialistas, impulsionou o aumento da oferta desses produtos.

    Além disso, o índice de difusão, que mede a proporção de itens com aumento de preços, foi de 54%, o menor desde julho de 2024. Em contrapartida, o grupo de transportes também contribuiu para o IPCA, com um aumento de 0,27%, mesmo com variações no preço dos combustíveis.

    Por fim, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) também foi divulgado, registrando uma inflação de 0,23% em junho e um acumulado de 5,18% nos últimos 12 meses. O INPC, que considera famílias de até cinco salários mínimos, é crucial para muitos brasileiros, pois influencia os reajustes salariais de diversas categorias ao longo do ano, refletindo diretamente nas finanças do poder aquisitivo da população. A disparidade nos pesos dos grupos de preços entre os dois índices revela como as famílias de diferentes faixas de renda são afetadas de maneiras distintas pelo aumento dos preços.

  • EDUCAÇÃO – Resultados do Enem 2025: Acesso a Atendimento Especializado e Detalhes das Provas disponíveis na Página do Participante do Inep.

    Os resultados finais dos recursos relacionados às solicitações de atendimento especializado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 foram divulgados e podem ser acessados na chamada Página do Participante, um portal do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Para consultar os resultados, é necessário utilizar a senha de acesso ao sistema Gov.br, a plataforma de serviços digitais do governo federal.

    Esse atendimento especializado é uma medida de inclusão, permitindo que candidatos que comprovem a necessidade de acessibilidade tenham suporte no exame. Isso abrange, entre outros, pessoas com deficiência, gestantes, lactantes, idosos, estudantes em classe hospitalar, aqueles com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e diversas outras condições que exigem adaptações.

    As provas do Enem estão agendadas para os dias 9 e 16 de novembro nas 27 unidades da federação. Contudo, em decorrência da realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), a aplicação do exame em Belém, Ananindeua e Marituba, no Pará, ocorrerá em datas diferentes: 30 de novembro e 7 de dezembro.

    O Enem é composto por quatro provas objetivas e uma redação, cada prova contendo 45 questões de múltipla escolha. No primeiro dia, os candidatos terão 5 horas e 30 minutos para responder às questões relacionadas a áreas como língua portuguesa, língua estrangeira – inglês ou espanhol –, artes, educação física, história, geografia, filosofia e sociologia. Já no segundo dia, as provas focarão em matemática, química, física e biologia.

    Para auxiliar os participantes, o Inep disponibilizou uma página eletrônica com orientações essenciais, onde também é possível encontrar respostas para as dúvidas mais frequentes sobre o exame. É fundamental que os candidatos acompanhem a situação de suas inscrições e a divulgação dos locais de prova através da Página do Participante. Informações sobre a liberação do Cartão de Confirmação da Inscrição ainda serão anunciadas.

    O Enem é uma ferramenta crucial para a avaliação do desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica, sendo amplamente reconhecido como a principal porta de entrada para instituições de ensino superior no Brasil. Além disso, a nota do exame pode ser utilizada para processos seletivos em Portugal, para as instituições que mantêm convênio com o Inep. O Enem também oferece uma oportunidade para candidatos com mais de 18 anos que desejam obter o certificado de conclusão do ensino médio ou a declaração parcial de proficiência.

  • ECONOMIA – Investimentos Federais em Políticas para Crianças e Adolescentes Crescem 150% em Quatro Anos, Mas Cortes Orçamentários Ameaçam Eficácia das Ações Sociais.

    A alocação de recursos federais voltados para ações que impactam a infância e a adolescência no Brasil registrou um crescimento significativo entre 2019 e 2024. O montante passou de R$ 96 bilhões para impressionantes R$ 240 bilhões, desconsiderando a inflação. No entanto, uma leve retração foi notada entre 2023 e 2024, com uma redução de R$ 4 bilhões nas verbas. Esses dados fazem parte de um estudo recente que analisou investimentos essenciais para essa faixa etária, revelando um quadro complexo e desafiador.

    Benéficos ao setor, esses investimentos também refletiram um aumento proporcional no orçamento federal, subindo de 3,36% para 4,91%. Apesar desse avanço, o que se observa é que o gasto social voltado a crianças e adolescentes ainda representa menos de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. De acordo com o Censo de 2022, cerca de 48,7 milhões de crianças e adolescentes habitam o Brasil, o que equivale a 24% da população total. Dividindo o volume total de investimentos, cada criança receberia uma média de R$ 5 mil por ano, ou aproximadamente R$ 420 por mês. Esse valor, no entanto, é insuficiente para cobrir as necessidades básicas de educação e saúde, conforme alertam especialistas.

    Com relação à gestão dos recursos, a pesquisa identificou que uma parte significativa do financiamento é destinada a programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, que viu seu orçamento saltar de R$ 54 bilhões em 2021 para R$ 159 bilhões em 2023, com 32,4 milhões de crianças e adolescentes beneficiados. Porém, as políticas mais amplas, que englobam áreas como saúde e saneamento, se mostraram mais prevalentes em termos de investimentos, enquanto ações especificamente voltadas para a infância variaram entre 15% e 30% do total.

    A taxa de execução orçamentária, que mensura a efetividade dos gastos do governo, apresentou resultados positivos, atingindo 99,5% em 2023. Contudo, observou-se uma queda no ano seguinte, com a taxa de execução estabelecendo-se em 93,2%. Esses dados reafirmam a importância de priorizar políticas sociais, mesmo em tempos de restrições fiscais. Especialistas defendem que os investimentos em programas voltados à infância são cruciais tanto para o presente quanto para o futuro do país, salienta-se a necessidade urgente de garantir que esses recursos sejam bem direcionados e geridos para atender, de maneira efetiva, os mais vulneráveis.

  • ECONOMIA – “Uso de Moedas Locais nos Financiamentos do Brics é Defendido por Dilma Rousseff em Seminário Sobre Desenvolvimento Sustentável”

    Dilma Rousseff Pleiteia Uso de Moedas Locais para Financiamentos no Brics

    A presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff, voltou a enfatizar a importância do uso de moedas locais em financiamentos realizados pelos países que fazem parte do Brics. Em um seminário realizado nesta quarta-feira na sede do BNDES, no Rio de Janeiro, Dilma argumentou que essa estratégia poderia possibilitar maior desenvolvimento sustentável nas economias emergentes.

    Durante sua apresentação no evento denominado “A Transição Energética e a Sustentabilidade do Futuro”, Dilma destacou a critica realidade enfrentada pelos países em desenvolvimento em relação ao acesso ao financiamento. Segundo ela, as instituições como o NDB e os bancos nacionais de desenvolvimento ajudam, mas é imprescindível um debate global para solucionar essa questão. “Muitos países têm uma deficiência de acesso a recursos financeiros adequados, e é necessário discutirmos formas efetivas de mitigar esse problema”, afirmou.

    Ela descreveu que uma das abordagens mais promissoras é a ampliação do uso de moedas locais nos financiamentos disponibilizados pelos bancos multilaterais. De acordo com Dilma, essa prática poderia resultar em taxas de juros menores, proporcionando segurança financeira e amenizando as flutuações de câmbio que muitas vezes complicam o pagamento das dívidas.

    Ela explicou ainda que o risco associado ao financiamento em moedas internacionais pode ser um entrave significativo. “Financiamentos de longo prazo, como os exigidos em projetos de energia, estão sujeitos a incertezas que não conseguimos controlar. O uso de moedas locais permitiria um maior controle sobre esses riscos”, detalhou. Hoje, cerca de 25% da carteira do NDB é composta por financiamentos em moedas locais, com a meta de chegar a 30% até 2026.

    A posição de Dilma não passou despercebida e provocou reações internacionais, especialmente do governo dos Estados Unidos. O presidente Donald Trump criticou as iniciativas que favorecem uma maior autonomia financeira entre os países do Brics, considerando essas ações como um possível movimento antiamericano.

    O NDB, conhecido como Banco do Brics, foi criado com o intuito de mobilizar recursos e financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável. Desde sua fundação, em 2014, o banco já aprovou 122 projetos, totalizando aproximadamente US$ 40 bilhões, com destaque para 29 de seus projetos dirigidos ao Brasil, totalizando US$ 7 bilhões. Este fluxo financeiro representa cerca de 18% dos desembolsos totais do banco, reafirmando sua importância na promoção do desenvolvimento sustentável na região.

    À medida que a discussão sobre o uso de moedas locais se propaga, o NDB se coloca na vanguarda das instituições multilaterais, buscando adaptar-se às necessidades financeiras específicas de seus países membros e promover um desenvolvimento mais coeso e inclusivo.